POV Daniel

Estava deitado no gramado com a Julie, com as mãos entrelaçadas quando uma figura chama a atenção de longe, gritando o nome de Julie.

- Julie, Julie, rápido, vamos pra casa – bia disse

- O que aconteceu Bia? – Julie perguntou preucupada

- Ele tá querendo te matar!

Então Bia agarrou na mão de Julie e saíram correndo, e eu fiquei sem entender nada. Caminhei lentamente pelas ruas, até que parei em frente a uma floricultura e resolvi comprar uma rosa para Julie *-*’ – eu sei, não faço muito o tipo romântico, mas a minha Julie merece.

Enquanto isso...

POV Julie

Cheguei em casa ofegante, Bia tinha me feito correr muito. Abri a porta, me apoiei na parede e encarei meu pai. Ele me olhava com um brilho nos olhos... mas era um brilho de raiva.

- Julie, que notas são essas? – ele me fala estendendo o meu boletim – E que faltas são essas? Quer dizer que enquanto eu viajo, trabalhando pra sustentar vc e seu irmão, vc fica matando aula? Tem mais, ouvi vc e a Beatriz conversando sobre uma banda. Uma banda Julie? Isso não dá futuro, vc tem que estudar e se tornar uma pessoa na vida, uma banda nunca vai te dar dinheiro.

- Mas pai... – ele me interrompeu

- Juliana, tem mais uma coisa. Encontrei um amigo seu hoje... como é o nome... Nicolas, isso... além disso, ele me contou que vc tá namorando. Como é que seu pai não fica sabendo dessas coisas? Está tentando me esconder algo?

- Nã...

- Se não estivesse eu saberia. Tenho certeza que tem algo por trás disso Juliana – quando ele me chamava de Juliana, o negocio ficava feio – ele andou me contando que conhece esse seu namoradinho, parece que é um rockeirinho a toa né? E vc pensa que esse namoro vai trazer algo de bom pra vc? Não, não vai Juliana, todo rockeiro é despreocupado, vagabundo, e esse daí não deve ser diferente. Eu sei, Nicolas me contou tudo, deve ser um daqueles que bebem tudo que tenha álcool, deve fumar, usar drogas, bla bla bla bla

Meu pai estava fazendo um discurso, não aguentava mais ele falando aquelas coisas do MEU Daniel, e fiquei com mais raiva ainda quando ele disse que era o Nicolas quem havia o contado, se eu pudesse eu matava aquele idiota. Daniel sempre teve razão mesmo sobre ele.

- Pai, chega, se vc quiser eu trago aqui o Daniel pra vc conhecer e ver que ele não é nada disso... e sobre a banda... sim eu tenho uma pai, é o que me faz sentir viva... minhas notas, bem, eu posso melhorar... eu sei que posso pai, e...

- Juliana, eu não quero saber das suas desculpas, vc passou dos limites, vc está longe de ser a filha perfeita que eu sempre pensei que vc fosse. A partir de agora, vou impor regras pra vc.

O que? Aquilo era demais pra mim. Regras? Regras bobas? É, acho que eu estava mesmo pegando o jeitinho de Daniel, aquilo me fez ferver de raiva.

- Não vou seguir suas regras estúpidas!

- Tá vendo? Isso que dá namorar um vagabundo! E vc, ou segue minhas regras, OU SEGUE MINHAS REGRAS. Vc NÃO tem escolha.

Abaixei a cabeça, sabia que seria em vão discutir mais ainda com o meu pai.

- Quais são as regras, pai? – falei, fraca.

- Primeiro, vc está de castigo. Um mês. De casa pra escola, da escola pra casa.

- Tudo bem pai...

- Regra numero um: Sem banda.

- Como assim pai? – perguntei, aflita

- Vc vai acabar com essa banda ridícula. Esse é um dos motivos das suas notas estarem tão ruins. Fica com essa ‘bandinha’ ao invés de estudar.

- Mas pai...

- Nada de ‘mas’ Juliana. Regra numero dois: nada de namorar. Vc só tem quinze anos e não quero mais ouvir essa história até vc completar 18 anos.

- Pai, vc não pode fazer isso comigo... eu o amo tanto... – pedi, chorosa

- Vc ainda é uma criança, não sabe o que é amar. Vá até esse tal de Daniel e termine com ele. Não quero mais saber disso.

- EU NÃO SEI O QUE É AMAR? VC SABE ENTÃO NÉ? NEM CONSEGUIU MANTER O CASAMENTO COM A MAMÃE E VEM QUERER ME DIZER QUE EU NÃO SEI? VC QUE É INCAPAZ DE AMAR ALGUEM, PQ SE NÃO FOSSE TÃO CRUEL A MAMÃE AINDA ESTARIA AQUI! – gritei – VC É UM INFELIZ, INCAPAZ DE ENTENDER OS SENTIMENTOS DE ALGUÉM. – não consegui me controlar, estava com muita raiva, de tudo que ele falou do Daniel, do jeito com que ele acabou com a minha vida...

- JULIANA ESPINELLI DE ALMEIDA, VC ESTÁ PROIBIDA DE VER ESSE RAPAZ. SE EU PEGAR VC A MENOS DE 30 METROS DE DISTANCIA DESSE CRETINO EU JURO, JURO QUE TE MANDO PARA UM CONVENTO! – ele rebateu, gritando também – e cala essa sua boca, vc acabou de dobrar o seu castigo, dois meses. Sobe pro seu quarto AGORA que eu ainda sou seu pai, e eu é que mando nessa casa.

Subi derrotada, o que eu ia fazer agora, não podia mais sair com a bia, nem com ninguém, não podia mais ter minha banda, nem o amor da minha vida... o que eu faria agora? Eu só queria morrer, meu pai não me deu nem tempo de explicar, tenho certeza que o Nicolas andou falando muito mais coisas, meu pai não iria me tratar assim sem motivos... Chorei muito abraçada ao meu travesseiro, sentindo ali o cheiro de Daniel... chorei ainda mais quando lembrei que não poderia mais vê-lo, pensei em ligar pra bia, mas meu pai também tinha confiscado meu celular... eu tinha que dar um jeito de resolver isso tudo, do contrário, eu não aguentaria...