- Quem está aí? – Marshall gritou.

O Vampiro não podia ver nada, era como se vedasse seus olhos. Ele estava flutuando, não conseguia mexer o corpo, não tinha noção de espaço, estava no vazio absoluto.

- QUEM ESTÁ AÍ?

“Marshall...Marshall... Está com raiva não está?”.

- Não te interessa! QUEM É VOCÊ?

“Considere-me um amigo... Que pode lhe fornecer algo que você tanto gosta...”.

- E o que seria?

“Poder.”

- Já sou bem forte, não preciso de tanto poder assim.

“Poder suficiente para deixar uma gata e um príncipe Elemental nas suas mãos...”

Marshall parou para pensar, mas não tirou conclusões precipitadas.

“De uma coisa eu sei... Você gosta de ter as pessoas sobre seus pés... Conseguir matar alguém com um simples estalar de dedos... Poder absoluto ao Rei dos vampiros”.

- Poder absoluto... Neh, acho que vou recusar... Nem sei quem você é...

“Está recusando tamanha oportunidade?”

- Não curto muito esse papo de maluco, estou num sonho.

“ A guerreira realmente está te deixando fraco... Um miserável...”

- Não, ela não está. Só está me deixando mais forte.

“ Você poderia estar trazendo caos e sofrimento em algum canto de Aaa neste instante... Mas infelizmente você está servindo de cachorrinho para a loirinha”.

- Pare com isso.... 

“Posso lhe dar uma amostra grátis do que estou falando?”

- Mais uma vez... É só um sonho...

“Quer...Ou não?”

- Tá... Pode ser... Mas acho que será um desperdício usar um “poder absoluto” na Ice Queen.

“É o que veremos...”.

 O vampiro sentiu uma forte brisa por baixo de suas costas, balançando suas roupas e bagunçando seus cabelos e deixando ele tonto. Algo o agarrou pelas mãos e o eletrocutou, fazendo com que ele acordasse quase saltando.

- Marshall? O que houve? A Ice Queen apareceu? – Fionna disse assustada.

- Desculpe, não queria lhe assustar... Dusk, você viu algo estranho?

- Nooooope! Nada de estranho, seria bom se fossemos ainda de noite e encontrássemos a Ice Queen dormindo.

- Melhor! – Fionna sentou e ajeitou o cabelo na touca.

Marshall estava um tanto preocupado com o sonho que teve, agora queria testar se aquela voz realmente lhe dera um “poder absoluto”.

- Vão apagando a fogueira... Eu já volto... – O vampiro saiu flutuando.

 Ele se dirigiu a uma grande rocha coberta de neve que estava um pouco distante deles. Não queria chamar a atenção.

- Bem... É hora de testar... – Marshall disse estalando os dedos.

Ele gritou e começou a socar a rocha, em poucos segundos, ela começou a se desfazer em cascalhos. Surpreso por não estar com as mãos sangrando, ele resolveu testar em mais alguma coisa.

“De uma coisa eu sei... Você gosta de ter as pessoas sobre seus pés... Conseguir matar alguém com um simples estalar de dedos... Poder absoluto ao Rei dos vampiros”.

 Marshall sorriu e resolveu testar o estalar de dedos.

- Não posso matar nada que gere certa repercussão...

Ele olhou para uma árvore e resolveu testar nela, estalou os dedos e a madeira começou a contorcer. Marshall foi mexendo os dedos e logo conseguiu dar um nó. Sim, um nó. Impressionado, ele começou a rir. Ele era imbatível! A felicidade era tanta que ele não se continha no lugar! Mais poderoso que todos! Poderia até bater de frente com a mãe dele com mais facilidade!

Poder... Tanto poder... Seus olhos se tornaram fundos olhos negros.

- Dusk, eu estou preocupada... Para onde ele foi?

- Vamos atrás dele, esse já volto está demorando de mais.

Fionna e Dusk foram atrás de Marshall. Como o vampiro flutuava, dificilmente aparecia uma pegada dele.

- Dusk... Diga-me que aquela árvore é uma espécie desconhecida... – Fionna apontou para a árvore que Marshall dera um nó.

 O lobo se impressionou, pois aquilo não era normal.

- Sinto um cheiro forte de algo sombrio... Parece até magia negra...

 Um som de explosão fez com que os dois olhassem para o castelo da Rainha. Dusk começou a latir e saiu correndo junto com Fionna.

- MERDA! O CHEIRO DO MARSHALL ESTÁ FICANDO CADA VEZ MAIS FORTE! ELE FOI SOZINHO!

- NÃO PODE SER! ELE É MALUCO?

- SIM ELE É.

 Os dois subiram pela ladeira e cobriram o rosto por causa da fumaça, Lorde Monochromecorn saiu em disparada de lá com o Gumball na garupa. Mas onde estava Cake?

- GUMBALL! O QUE HOUVE?

- FIONNA! SAIA DAÍ!

Cake é arremessada de dentro do castelo e cai na frente de Fionna inconsciente. A jovem entrou em desespero, a pega no colo e começou a chorar de desespero.

- CAKE! ACORDE AMIGA! EU ESTOU AQUI! – Fionna gritou.

Dusk rosnou e correu para dentro do castelo, Marshall ainda estava lá dentro.  Quando entrou, quase escorregou numa poça de sangue, mas felizmente se manteve em pé. A fuligem e o cheiro de coisa morta impediam o raciocínio do lobo, mas ele tinha que continuar. Correu pelos corredores escuros, as paredes de gelo estavam derretendo, trazendo o risco de tudo desabar.

- MARSHALL LEE! CADÊ VOCÊ?! – Lobo gritou e tossiu um pouco.

Voltou ao salão principal e notou que havia um buraco na parede, com uma grande escada que levava a um salão secreto. Dusk já ouviu Fionna comentar sobre esse salão, era onde a Ice Queen treinava técnicas ninjas. Alguém estava lá em baixo, ele conseguia escutar uma conversa.

- MARSHALL! – Dusk correu pelas escadas e saltou na direção da Ice Queen, que o arremessou contra a parede fazendo com que ele gemesse de dor.

- Meu caro Marshall... Gostaria de fazer as honras? – A Ice Queen disse passando a mão no rosto dele delicadamente.

Dusk levantou a cabeça e viu o vampiro se aproximando, não era ele... Marshall estava sendo controlado? Não era possível! Como?

- M-Marshall... Me A-ajuda...

- Você é fraco... – Marshall respondeu grosseiramente.

- Marshall... O-o que d-deu em você?

- O mundo não foi feito para os fracos... Somente os fortes podem continuar de pé... – Marshall pegou uma lança de gelo e olhou fixo para Dusk.

Dusk retraiu-se e começou a chorar, Marshall seria realmente capaz disso? Não...Não seria possível... Ele não sentia as patas, não tinha como correr. Estava deitado, encurralado e por incrível que pareça... Sozinho.

- MARSHALL PARE! ELA ESTÁ FAZENDO SUA CABEÇA! MARSHALL! – O lobo urrou.

- Você é fraco.

Marshall atacou e o chão foi pintado com o sangue dele.