– Rainha gelada você tem o que na cabeça?- Gritava Fionna quase rouca.

– Eu quero casar-me com um príncipe! E não será você que irá me fazer mudar de ideia!

– É que se eu não fizer, ninguém faz...- Fionna pensou desanimada.

É sempre assim, todo o dia, a Rainha Gelada tenta sequestrar um Príncipe não importando como. Hoje, ela resolveu sequestrar o Príncipe cachorro quente.

Fionna levantou sua espada e lançou-se contra a Rainha, ela flutuou e esquivou-se dela, mas não viu a cake chegando com um punho do tamanho de árvore e acertou-lhe em cheio, fazendo-a voar e cair bruscamente no chão.

– Desista Rainha gelada. - Disse Fionna apontando a espada no pescoço dela- Volte para aquela caverna de onde você veio.

Ela encarou a espada e olhou nos olhos de Fionna.

– Porque você não acaba com isso logo? Em? Em? Porque não corta meu pescoço? Ou fica esperando que eu te mate? Falando a verdade, nenhum príncipe gosta de uma garota masculinizada como você!

Fionna tomou fôlego e retirou a espada, fechou os olhos e deu um soco no rosto da Rainha, quase enterrando o rosto dela no chão.

– Você não sabe de nada sua Rainha maldita! Saia daqui antes que eu corte seus peitos com a espada! – Ela levantou a espada

– Tudo bem! Tudo bem! Mas eu vou voltar!- Disse ela usando seu cabelo como asas e voando dali.

– Nós já sabemos!- Cake gritou.

O príncipe começou a correr atrás do próprio rabo de tanta felicidade, agradeceu e disse que não precisavam fazer uma escolta até sua casa, era ali bem próximo. Cake aceitou, e despediu-se, porém, Fionna só acenou.

Fionna largou a espada e deitou no chão, Cake olhou para ela um pouco preocupada. Perguntou se estava tudo bem, mas Fionna não respondeu, continuou calada. Ela estava tentando assimilar tudo que estava em sua cabeça, o que a Rainha lhe disse era verdade. Quem iria gostar de uma menina “Masculinizada”? Fionna levantou-se, e deu um tapa no ombro de Cake.

– Vamos chamar o Príncipe Gumball para ir lá em casa, Cake?

– Agora é a Fionna que eu conheço! – Cake cresceu até o tamanho de um cavalo e Fionna subiu em sua garupa.

Cake começou a correr velozmente pelo campo, saltando sobre as nivelações, desviando de árvores, sentindo a brisa fresca sobre seu pelo e rindo disfarçadamente de Fionna brigando com a franja que sempre voltava para sua boca.

Cake parou, sentiu um aroma adocicado próximo dali. Fionna tinha certeza, era o Reino Doce.

– Vamos Cake! – Gritou Fionna

Ela correu seguindo o aroma doce, as árvores começaram a mudar, aos poucos apareciam às árvores de Algodão-doce, que rodeavam o reino. Fionna olhou para o céu, e viu grandes bolhas flutuando céu acima, Cake alertou ela que a estrada que leva a entrada do reino era logo ali onde estava. Agora era só seguir em frente.

O Reino Doce era um dos muitos lugares que faziam Fionna se sentir bem, não por causa das lutas, e sim, pelo Príncipe Gumball. Chegaram à entrada, e Fionna desceu da garupa da cake, ela voltou a sua forma normal e foram até o castelo.

Fionna acenava para os cidadãos do Reino, ficando bem atenta por algum sinal do Príncipe.

– Fionna! – Alguém gritou logo à frente.

Ela parou, seu coração disparou de uma forma descomunal. Cake esbugalhou os olhos e disse:

– Olha só quem está vindo! Bem acompanhado ainda por cima!

Fionna olhou atentamente e viu Príncipe Gumball e Lorde monochromicorn se aproximando delas.

– Nem imaginei que você viria aqui Fionna- Disse Gumball abraçando-a, deixando totalmente corada.

Enquanto isso, Cake perguntou ao Lorde se ele poderia ajudá-la em seu plano, um plano que seria o melhor de todos os tempos!(Em sua cabeça). Ela pediu a ele uma poção do amor, o Lorde tentou fazer um código morce mais baixo possível.

– (Como é?)- Disse o Lorde.

– É cara, você não consegue galopar até o castelo e conseguir uma?- Perguntou Cake com um olhar bem fofo.

Ele suspirou e relinchou tentando suportar aquela carinha fofa.

– (Tudo bem... Mas espere... Qual é o seu plano?)- Perguntou ele.

– Ah... Bem, a Fionna vai convidar o Príncipe para ir lá na nossa casa, então eu preparo um suco e coloco a poção! Dou para eles e... Pronto! Dois pombinhos enfim unidos!

–( Uh... Pode ser que de certo... Vou lhe ajudar, mas não jogue a culpa para cima de mim caso isso dê errado!)

– Tá bom!

O Lorde virou-se e começou a voar em direção a uma das torres do castelo. Gumball olhou e coçou a cabeça.

– O que deu nele? Cake aonde ele vai?

– Ele disse que ira buscar um presentinho pra mim... Ah...- Disse Cake fingindo estar ansiosa e surpresa.

Gumball riu vendo aquela cena.

– O amor é tão lindo não é Fionna?

Fionna conseguiu ficar mais vermelha do que já estava.

– Ah é... Olha... Quer ir na minha casa hoje?- Perguntou ela.

– Ah, desculpe-me. Hoje não dá... Tenho um compromisso agora. Só vou esperar lorde Monochromicorn chegar.

Fionna entristeceu-se, mas continuou sorrindo.

Logo após, o lorde chegou trazendo um saquinho de pano amarrado a um laço em sua boca. Parou na frente de Cake, e largou em suas patas. Aproximou-se bem dela e galopou em código:

– (Preste atenção! Coloque apenas uma colher de chá, assim, eles irão se beijar carinhosamente).

– E se eu colocar uma colher de sopa?

– (Você vai querer descobrir?).

– Ah tá... Tudo bem! Apenas uma colher de chá!

Cake abraçou Lorde e ficou no tamanho de um cavalo novamente, Fionna subiu em sua garupa e despediu-se de Gumball. Logo as duas saíram do Reino.

– Ei, Cake! Vamos passar na casa do Marshall?- Perguntou Fionna acariciando as orelhas de Cake.

– Ah... Eu não gosto dele, ele me assusta! Minha cauda fica arrepiada só de pensar nisso!

– Eu to precisando rir um pouco, O ML me faz rir.

– Tá bom... Estou fazendo isso só para você botar um sorriso nesse rosto!

Foram mais a fundo na floresta, até chegar em uma área com poucas árvores e mais pedras, onde tem várias cavernas. Uma delas é onde Marshall vive. Cake aproximou-se lentamente da caverna, olhando para todos os lados possíveis. Havia um som de bola quicando e de alguém falando: Dois pontos! Depois: Agora vai ser perfeita! E no fim: Ai minha cara!

Fionna desceu da garupa de Cake e aproximou-se lentamente da casa, viu Marshall fazendo cesta e roubou a bola. Ele tomou um susto, mas logo viu quem era.

– Aprendeu comigo!

– Isso eu aprendi sozinha seu babaca!

Marshall recuperou a bola de novo fazendo uma cesta, Fionna pegou a bola e tentou fazer o mesmo, mas ele pegou na hora que iria lançar. Cake resolveu ajudar, então virou um placar. No fim, Marshall ganhou de 18 a 2.

– Você é muito babaca... - Disse Fionna sentada no chão ofegante, olhou para Cake, e ela estava tirando um cochilo.

– Você é que não sabe jogar...- Marshall disse rindo.

– Você está livre esta noite?

– Sim, por quê?

– Você pode ir na minha casa? Eu ia chamar o Príncipe Gumball... Mas, ele estava ocupado então...

– Eu vou preencher esse vazio em você não é?- Marshall cochichou no ouvido dela

Fionna corou totalmente e empurrou a cara dele “carinhosamente”

– PARA COM ISSO!- Ela gritou

– To de brincadeira!- Ele disse gargalhando- Quer que eu vá agora?

– Não, eu ainda vou tomar um banho pra ver se eu relaxo, e tiro a terra do meu cabelo...

– Tudo bem, às 21 horas serve?

– Tá, até lá! Vem Cake!

Cake acorda esfrega os olhos enquanto cresce até a forma de um cavalo novamente. Fionna se despede e Cake volta a correr. No meio do caminho, Fionna pergunta a Cake se é possível ela se esticar até em casa, pois seria bem mais rápido. Ela concorda, e as duas chegam mais rápido do que o esperado.

Fionna abriu a porta, BMO estava no sofá escutando uma música irritante nas alturas. Ela pede para ele abaixar, pois daqui a pouco teria visita, e foi tomar banho. Quando Fionna saiu, Cake explicou o plano.

– E isso vai dar certo?

– Claro! Quando algo que eu fiz deu errado?- Cake perguntou confiante.

– Bem, tem aquela vez... - Cake o interrompeu.

– EU NÃO PRECISO SABER!

Cake abriu a dispensa e pegou algumas maçãs, pegou o saquinho que estava à poção e começou a espremer algumas maçãs para fazer o suco.

–BMO, faz um favor para mim?

– Qual?

– Coloque uma colher de chá dentro do copo que está em cima da pia?

– Ah, tá... - Disse ele- A colher de chá deve ser aquela grandona que usa pra mexer panela!

BMO pegou a colher na gaveta e derramou a poção na colher até quase transbordar e tacou no copo. Levou para a Cake que simplesmente tacou no suco sem nem olhar. Pegou um pouco de açúcar, pôs no suco e pronto!

– O suco está pronto! Agora é só esperar o convidado! Hu,hu,hu!

Eram 20h56min da noite, Fionna não sabia mais o que fazer então ficou sentada em sua cama, fazendo uma trança em seu cabelo. Logo, começou a lembrar do que a Rainha Gelada lhe disse:

“- Porque você não acaba com isso logo? Em? Em? Porque não corta meu pescoço? Ou fica esperando que eu te mate? Falando a verdade, nenhum príncipe gosta de uma garota masculinizada como você!”

Fionna deitou, fechou os olhos e segurou uma lágrima. Será verdade? Pensou. Será que ninguém consegue gostar de mim?

– Tá dormindo?

Fionna levantou-se assustada e viu Marshall na Janela rindo.

– Você me deu um susto ML!- Fionna disse ofegante por causa do susto.

– É a minha especialidade!

Escutaram a porta batendo, e alguém subindo a escada. Era BMO.

–Olha, eu e Cake vamos lá ver lorde Monochromicorn. Nós podemos Fionna?

– Tudo bem, vou ficar aqui conversando com o Marshall.

– Ah tem um suco na geladeira! Depois vão lá tomar... - Disse BMO rindo.

Fionna concordou e ele foi com Cake para fora, mas não contou a ela que não era o príncipe.

Um pouco depois de eles saírem, Fionna e Marshall desceram para a cozinha, rindo, um quase derrubando o outro da escada. Fionna abriu a geladeira e tirou a jarra de suco, pegou dois copos e derramou o suco dentro deles.

– Ei Marshall, porque você nunca toma o suco? Já tentou?

– Bem... Eu acho melhor só tirar a cor, mas esse suco não é vermelho... Acho que posso tomar também.

Brindaram e tomaram, voltaram para o quarto em seguida.

Eram 22:00, e parecia que os dois já estavam sem assunto. Marshall olhou para a janela e sentiu-se um pouco estranho, olhou para Fionna e sentiu seu coração disparar de repente.

–Eu não estou conseguindo me controlar- Pensou ele.

– Hey, Fionna. Você estava deitada daquele jeito por quê? Algum problema?

–Porque ele me perguntou isso?Espere... O que está acontecendo?– Fionna pensou em desespero.

– Não, nada muito importante...

– Como assim não importante? Pode me contar... Sou seu amigo lembra?

– Você é um dos meus melhores amigos. Ou seja, vai zombar de mim.

– Isso está ficando estranho... Marshall está sendo carinhoso comigo...

– Eu prometo que não irei zombar de você.

Fionna olhou nos olhos dele e resolveu aceitar, contou a ele sobre o que aconteceu na luta com a Rainha Gelada, e no que ela disse. Fionna virou-se de costas para ele.

– Marshall, eu pareço ridícula? Masculinizada?

– Mais babaca impossível. Da onde ela tirou essa melancolia toda?

Marshall corou por um instante e disse.

– Fionna, como eu posso achar isso? Você não usa vestido, você não tem medo de quebrar as unhas, você gosta de jogar bola, você luta contra monstros, você salva príncipes com uma naturalidade absurda e você tem como amigo um vampiro babaca que gosta de você, mas esconde, pois sabe que você gosta de outro! Opa...- Marshall tapou a boca desesperado.

– O QUE EU DISSE??? ISSO ESTÁ LÁ NA GAVETA MAIS FUNDA DA MINHA MENTE!

– Como é? Ele disse isso mesmo? Não... Não pode ser...

Fionna olhou para ele e ficou corada, jamais imaginou algo assim vindo dele. Marshall coçou a cabeça e perguntou se ela escutou a última parte, e é claro, ela escutou alto e em bom som.

– Verdade Marshall? É isso mesmo que eu ouvi?

– É nessas horas que eu queria que você fosse surda... Mas eu esqueci que você já é cega...

– Bem... Eu... Eu... Acho que sim, espero... Pelo menos... Ah a quem eu quero enganar... Sim Fionna, é verdade.

– Espere... O que está acontecendo comigo? Eu não tenho controle sobre meu corpo... Que sentimento é esse... Isso... É bom... – Pensou Fionna

Fionna sorriu e o abraçou rindo, Marshall olhou nos olhos dela, aproximou-se de seu rosto até roçar os lábios nos dela para tentar ver como ela reagiria. Ela deu apenas um beijo rápido por pura timidez. Marshall gostou daquilo, mas pensou que ela não tivesse gostado. Resolveu tirar a prova disso, virou o rosto de Fionna para ele, e aproximou-se de novo. Mas desta vez, não a deixou escapar. Fionna pôs as mãos na nuca dele, aprofundando mais o beijo, deixando se levar pelo clima. Ela jamais teve experimentado algo assim.

Marshall pôs a mão na cabeça de Fionna e tirou a touca, deixando o cabelo longo cair, Fionna não conseguia parar, simplesmente se deixava levar. Ele levou as mãos até próximo de sua cintura, as dela foram para aqueles cabelos negros do rapaz que curtia o momento. Marshall tinha medo de machucá-la com seus dentes, mas a garota parecia não se importar, ela aprofundou mais o beijo mordendo levemente os lábios do garoto, provocante.

Fionna perdeu o equilíbrio na cama, e caiu sobre Marshall, deixando-o preso em seus braços. Os dois se encararam por um instante e Fionna o beijou no pescoço, desabotoando sua camisa lentamente. Marshall seguiu o clima e desabotoou a saia dela, beijando-a no rosto. O clima prendeu naquele quarto, e Cake mal suspeitava do que estava acontecendo...

No Reino Doce, Cake e BMO riam como loucos do que poderia acontecer. Finalmente Fionna conseguiria ter seu amor.

– Cara, deu tudo certo?

– Claro! Eles disseram que iriam tomar o suco!

– Beleza!

Um barulho de galope veio de uma das torres do castelo, Cake congelou. Era o Príncipe Gumball vindo junto com o lorde Monochromicorn.

– BMO... Quem é aquele ali?- Perguntou Cake com os olhos esbugalhados ao cumulo.

– É o príncipe Gumball! Por quê?

– O suco era para ele... Quem estava com a Fionna?

– O Marshall... Algum problema?

– Tá... Diz-me que você só colocou uma colher de chá no suco...

– Aquela grandona de mexer panela? Sim!- Cake arrepiou o rabo quando escutou aquilo.

Cake deu um grito estridente, colocou BMO em suas costas e correu para casa. Lorde Monochromicorn a viu correndo desesperadamente e já imaginou o pior. Cake tentava esticar-se para ir mais rápido e fazia com que BMO quase caísse de suas costas. Ela parecia não se preocupar com os gritos dele, tudo estava em jogo a partir daquele erro.

Ela corria sobre as elevações dos campos, com os olhos esbugalhados sempre gritando: FIONNA! NÃO BEBA O SUCO AINDA! E isso ecoava para todos os lados.

Quando avistaram a Casa na Árvore, Cake apertou o passo. Jamais imaginado o que iria ver. Deixou BMO descer totalmente atordoado de suas costas e abriu lentamente a porta, fazendo-a ranger. Não havia ninguém na sala. Cake chamou por Fionna, mas ela não respondia, porém, uma risada pode ser ouvida rapidamente. Ela pediu para que BMO continuasse na sala, pois iria dar uma olhada no que estava acontecendo. Talvez eles só estejam conversando... Pensou.

Subiu as escadas cautelosamente, sua cauda eriçou totalmente, ela não estava gostando do que iria ver. Levantou uma das orelhas para tentar escutar algo suspeito. Olhou de relance e travou na mesma posição, com todo o seu pelo eriçado, como se um raio acertasse sua cabeça. A cama estava totalmente zoneada, porém poderia ter sido uma guerra de travesseiros. Até Cake reparar que a saia da Fionna estava no chão e a calça do garoto também. Ela não demonstrou reação ao ver e pensar como eles estavam debaixo das cobertas.

– É melhor aproveitar enquanto tenho vida... Pois amanhã vai ser o bicho...- Disse Cake descendo as escadas.