Annie Cresta - Poor Mad Girl escrita por HaymitchEscritor, emilydefarias


Capítulo 3
Capítulo 3 - A Nível 7 finalmente aparece


Notas iniciais do capítulo

Oi. Voltei a escrever essa fanfic. Espero que gostem e tudo mais.



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Acordar foi difícil. Foi quase um sacrifício; não dormi direito, devido ao fato de ter tido um pesadelo.

Eu estava na mesma barraca que Rony havia armado no que pareceram ser segundos atrás. Conseguia ver as silhuetas das árvores do lado de fora, mas não ouvia vozes, nem mesmo o soar dos ventos nas árvores. Decido sair da aconchegante barraca azul pelo simples fato de notar que algo estranho havia acontecido. Quando olho para fora, com o corpo ainda dentro da barraca, a mesma afunda no que parece ser sangue. Tenho o impulso de nadar, mas meu corpo estava aparentemente preso no mar vermelho. As árvores haviam sumido, e não via nada além. Comecei a afundar, parecia que estava numa área movediça. Quando minha cabeça estava submersa senti que o fim que tanto temia tivesse chegado. Iria morrer. Morrer afogada, algo que é um tanto ridículo, sendo minha origem do distrito 4. E foi então que acordei.

Eu estava suada e tremendo. Não havia mais ninguém na barraca. Coloco a cabeça para fora, e meus olhos doem com a claridade. Não está de noite, então talvez meu sonho não aconteça, ao menos não agora.

Quando meus olhos se acostumam, olho ao redor e vejo Peter subindo uma árvore, com uma corda amarrada em sua cintura. O que ele queria com isso? Ele sabe subir muito bem, para um garoto sem treinamento algum. Mais um dos grandes mistérios do garoto do distrito 5. Enquanto ao Rony, ele não estava ali. Mas e a Es... Foi então que lembrei que não estava em um acampamento ou algo do tipo. Estava na arena. E a Ester havia morrido, infelizmente.

- Ei, Peter! – Gritei, e ele se virou na mesma hora. – O que está fazendo?

- Oi. Bom, estou dando uma olhada ao redor, tentando avistar algum tributo ou algo tipo – disse ele em tom casual. – Mas, e aí, dormiu bem?

- Dentro do possível – Dei um sorriso fraco, e ele devolveu.

Já ia perguntar onde o Rony estava quando, como uma resposta, o canhão soou.

- Ai, meu Deus! Onde está o Rony? – Gritei desesperada.

- Não sei! Ele saiu para caçar e já devia ter voltado – Diz Peter enquanto desce da árvore. Estava evidente em seu rosto a preocupação.

- Vocês estão bem? – Grita alguém por trás da gente. Era Rony. Vou correndo até ele.

- Meu Deus, onde você estava?

- Calma, estou bem.

- Cara, por um momento achei que tinha sido você. Mas, e aí, conseguiu alguma coisa? – Perguntou Peter, com um evidente alívio na voz.

- Consegui dois esquilos – Disse Rony, sorrindo, com evidente orgulho de si mesmo.

- Melhor que nada, certo? – Disse Peter, em tom sério.

- Bom, tem outra coisa... – Peter para imediatamente e olha para ele, esperando que continue – Vi dois tributos. Um cara com um grande 12 destacado em sua roupa e uma garota com um 8. Ah, ela tinha um arco e uma mochila.

- Acho que aqui não estamos seguros – Concluiu Peter, olhando para os lados.  – Tem muita gente viva ainda. Com certeza haverá mais mortes hoje, e não espero que seja qualquer um de nós. Então permaneçam juntos. Nós só iremos comer e depois levantaremos acampamento. Fechado?

- O. K. – Eu e Rony respondemos em uníssono.

- O que comemos? – Rony perguntou.

- Os esquilos demorariam muito, e não temos esse tempo, além disso, precisaríamos de fogo, o que geraria fumaça, e não queremos nenhum tributo aqui. Pensei que talvez nós pudéssemos usar o tal veneno e colocar nos esquilos, para se um otário passar por aqui, pegar o esquilo e comer. E bom, adeus, otário. – Disse Peter, em uma velocidade espantosa. Ele era genial.

- Engenhoso. Realmente, engenhoso – Disse Rony, com os olhos cerrados.

Rony, então, entrou na barraca e pegou uma mochila. Ele senta-se no chão e abre-a. Depois de procurar um pouco ele enfim encontra o pequeno frasco de veneno.

- Talvez fosse melhor dividir para os dois esquilos – Disse.

- É melhor não triscar nisso, então tenham cuidado. Muito cuidado. Coloquem pouco – Disse Peter.

Rony pegou uma faca, e estava prestes a partir o esquilo no meio quando Peter disse em tom mais alto:

- Não! Assim não. Vão desconfiar que haja algo errado, cara. Abra a boca dele e coloque dentro. O líquido vai descer pela garganta do animal. Se liga. Ah, e coloque um pouco sobre os ferimentos que você fez.

- Ok, chefe. – Disse Rony em tom de deboche.

E assim Rony fez. Colocou um pouco dentro do animal e sobre o corte de faca feito por ele mesmo durante a caçada. E quando ele estava pra terminar com o segundo animal duas coisas acontecem consecutivamente. O canhão soa e o Peter recebe uma dádiva.

O pára-quedas dourado pousou em sua mão, e os olhos do Peter estavam radiantes. Ele abriu o embrulho e encontrou, ali, um pacote com vários e vários e pedaços de carne seca.

- “Seja esperto como você sempre foi. Economize essa carne que lhes dou jovem tributo. Com amor, Sarah.” – Ele para por um instante - Minha mentora – E sorri.

- Bom, não podemos esquecer que mais um morreu. – Levo a mão à cabeça.

- Relaxa Annie – Rony tenta me consolar. Sem sucesso.

- Bom, tomem. – Peter abre o pacote e dá três pedaços a cada um. – Comam logo. E bebam água junto.

E assim fizemos. Peter era uma boa pessoa. Uma pessoa que escondia diversos mistérios, ao menos pra mim. E queria, um dia, tentar conversar com ele sobre cada um desses. Tentar ajudá-lo.

- O.K., vamos lá? Arrumei tudo que restava. Agora só falta caminharmos. Deve ser umas 15h, e temos que ir. – Peter, o evidente líder, diz.

Colocamos um esquilo no chão, em local visível e outro pendurado por um pedaço de corda.

Caminhamos infinitamente. Infinitas árvores passaram por nós. E, além disso, mais uma vez, o canhão tinha soado.  Já havia se tornado praticamente algo banal.

 Estávamos mortos e creio que só paramos por ter visto movimentos um pouco a frente.

- Abaixem-se e fiquem em silêncio. – Sussurrou Rony.

Eles não nos via, mas nós os víamos. Era outra aliança. Três tributos, assim como nós.  Dois garotos e uma garota, assim como nós. Porém, um dos garotos tinha um grande 1 destacado, e o outro um grande 3 e a garota tinham um 2. Ambos conversavam e riam. Ouvi palavras como “idiota”, “fraca” e “lerda”. E eles continuaram sua caminhada. Após eles terem sumido de vista ficamos no mesmo lugar mais alguns minutos, para garantir que eles não nos vissem.

Após a espera, continuamos a andar, até que Peter se deu por satisfeito e decidiu montar acampamento. Rony foi montar a barraca e Peter foi dá uma olhada ao redor. Enquanto eu ficava olhando as mochilas.

Uns 30 minutos haviam se passado e Peter voltou. 

- Já está escuro e... – Ele foi interrompido pelo som do hino, e olhamos, todos, para o céu. O símbolo da Capital brilhou e o anuncio dos mortos começou. A foto do garoto do distrito 6 apareceu, seu nome era Charlie. Após ele a garota do distrito 9, cujo nome era Morgana. Após esses, o garoto do distrito 11, Bob, e a garota do 12, Mary, foram as vítimas. Aparecer os nomes dos tributos, nessa edição, torna tudo mais cruel, em certo ponto.

Peter olhou para nós:

- Só ouvimos três canhões durante o dia. E o outro?

- Talvez o outro tenha morrido de madrugada. – disse Rony.

- É. Talvez. O que acha Annie?

Mas eu não me importava com isso. A única coisa que importava era que 12 adolescentes haviam morrido em menos de 48h. Famílias com certeza foram destruídas devido a isso. Pais virariam alcoólatras e mães chorariam eternamente.  Será que ninguém percebe isso?

- Eu... Eu não sei. Hm... Acho que vou ficar na vigia hoje.

- Tem certeza? – Pergunta Rony.

- É, acho que sim. – Escondo a lágrima que desce e permaneço calada. Até que todos se silenciam.

- Eu posso ficar com você de vigia, se desejar, querida. – Uma voz conhecida ecoa por nossos ouvidos. E lá estava ela. A nível 7.

Samantha.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ter lido. Qualquer coisa manda um Review, é muito importante =]



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