Ouki Megami escrita por mry


Capítulo 1
1. Um engano


Notas iniciais do capítulo

Este trabalho não possui quaisquer fins lucrativos. O seu único objetivo é o interterimento.
 



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*OUKI MEGAMI*







Primeira parte – A cidade fantasma




1. Um engano



Um minuto depois que o ônibus se afastou pela estrada de terra, levantando uma imensa nuvem de poeira, Inu-Yasha percebera que cometera um erro terrível. Ele olhou para seus quatro companheiros, que observavam a paisagem com a curiosidade de quem vê uma coisa pela primeira vez, e passou a mão pelos longos cabelos, sem saber como lhes contar o que acabara de descobrir.
- Gente, acho que fiz uma grande burrada – começou a falar lentamente, meio sem jeito, como se procurasse coragem para dar uma notícia ruim.
Todos olharam para ele. E como permaneceram silêncio, Inu-Yasha tomou fôlego e disse:
- Nós desembarcamos no lugar errado.
As reações foram diferentes. Kagome, sua namorada fez uma careta e deixou cair no chão a pesada mochila que carregava no ombro. Miroku franziu a testa, olhando para Inu-Yasha com cara de quem não tinha entendido. Sesshoumaru também colocou no solo sua bagagem e sentou-se sobre uma das malas, tirando em seguida o boné e passando a mão pelo rosto suado. E Sango, a irmã de Kagome, sacudiu a cabeça, desanimada, antes de comentar:
- Eu sabia que tudo estava indo certinho demais.
Fazia calor e o único ruído que se ouvia, além do ronco do motor do ônibus soando cada vez mais distante, era produzido por pássaros e insetos. Inu-Yasha consultou o relógio: quase três da tarde da sexta-feira. Ele estava confuso e faminto, como todo mundo ali, pois ainda não havia almoçado. E por duas razões Inu-Yasha sabia que a responsabilidade por tudo que acontecesse com o grupo era sua: por ser o mais velho da turma e, afinal, porque fora a sua idéia de passar o feriado prolongado da Semana da Pátria num camping.
- Você tem certeza de que errou o lugar onde a gente teria de descer? – perguntou Kagome, inconformada, aproximando-se do namorado.
Inu-Yasha olhou para ela e depois para a expressão de desalento estampadas no rosto dos demais. Colocou no chão os pesados equipamentos de camping que levava nas costas, esfregando os ombros doloridos. Em seguida examinou mais uma vez o cenário à sua volta, como se as árvores e montanhas silenciosas pudessem oferecer alguma orientação.
- Juro que não achei que era aqui a entrada para o camping Akarui - explicou, abrindo o mapa que carregava no bolso. – Pelas anotações que fiz, a gente já devia estar avistando uma cachoeira.
- Eu não estou escutando nenhum barulho de água. A única coisa que ouço é meu estômago reclamando de fome – brincou Sesshoumaru, espreguiçando-se.
- Mas como é que aconteceu um negócio desses? Você não esteve aqui ano passado? – perguntou Miroku, aproximando-se também de Inu-Yasha.
- Claro que estive. Lembro que desci logo depois que o ônibus passou por uma ponte e eu pensei que era aquela ali – Inu-Yasha respondeu, indicando uma pequena ponte a duzentos metros de onde o grupo se encontrava.
- Deve existir outra ponte perto do camping e com certeza você não reparou nesta aqui quando passou por ela no ano passado – opinou Kagome, tentando confortar o namorado.
- Vai ver for isso – Inu-Yasha concordou, enquanto tornava a conferir o mapa. – E o que me atrapalhou mais ainda é que a paisagem é muito parecida. Só descobri que tinha me enganado quando não vi a cachoeira.
- Sabe o que eu acho? A gente deveria ter perguntado ao motorista do ônibus se estava descendo no lugar certo – disse Miroku, como se estivesse criticando o companheiro.
- Agora é tarde Miroku – Inu-Yasha rebateu. – Eu nem pensei nisso na hora porque tinha certeza de que o lugar era este.
- E agora, o que vamos fazer? – quis saber Sango, que roia as unhas, sua reação característica quando estava nervosa. – Estamos perdidos aqui neste fim de mundo...
- Espere aí, Sango, também não é assim tão grave – disse Sesshoumaru, levantando-se e colocando a mão no ombro da menina. – E seu espírito aventureiro, onde é que fica?
- Meu espírito aventureiro uma ova! – a garota exclamou, olhando com ar de reprovação para o companheiro. – Bem que eu queria passar este feriado prolongado em Tókio mesmo. Não sei por que topei vir com vocês. Nem gosto de mato.
- Calma, gente – Inu-Yasha pediu, enquanto prosseguia sua consulta ao mapa. – Vamos ficar calmos e pensar numa solução. Acho que não estamos tão longe do camping assim...
- Ué, basta pegar o próximo ônibus e tudo bem – sugeriu Miroku, ao mesmo tempo em que também se livrava da mochila que carregava.
- Bobão, você esqueceu que aquele ônibus em que viemos é o único que passa por aqui? – censurou-o Sesshoumaru. – Foi isso o que disseram lá na rodoviária quando a gente embarcou. Outro ônibus só amanhã.
- Quem sabe conseguimos uma carona até o camping com algum carro que passar por aqui... – Kagome tentou animar os companheiros.
- Só se for carro de boi – Sesshoumaru retrucou, provocando um riso nervoso em todos. – Não cruzamos com nenhum carro desde que o ônibus entrou nesta estrada de terra, estão lembrados?
- Será que não existe nenhum telefone aqui por perto? – perguntou Sango, dirigindo-se a Kagome. – Podíamos ligar para o papai e ele com certeza manda alguém pegar a gente aqui.
Kagome riu da sugestão de Sango. E perguntou se ela tinha idéia da distância a que se encontravam de Tókio. Diante do silêncio da irmã, prosseguiu:
- Deixe de ser medrosa, menina. A gente só desembarcou no lugar errado. Vamos chegar até o camping daqui a pouco, não é, Inu-Yasha?
- É isso mesmo, gente – Inu-Yasha concordou, dobrando o mapa. – Mas acho que primeiro temos uma outra coisa pra resolver: o almoço.
- Ufa! Ainda bem que não sou o único que tem estômago aqui – Sesshoumaru comentou, recolhendo a bagagem do chão.
- Então mãos à obra – comentou Inu-Yasha, erguendo sem esforço os equipamentos de camping. – Podemos sentar na sombra daquela árvore e preparar uns sanduíches bem rapidinho.
Sango olhou para a árvore que o namorado da irmã havia indicado do outro lado da estrada e, quando falou, sua voz tinha um tom indisfarçável de queixa:
- Será que ali não tem cobra?
- Ô menina medrosa – Sesshoumaru disse, puxando Sango pelo braço. – Se aparecer alguma cobra, a gente faz recheio para os sanduíches com ela.
Sango virou-se para ele com cara de nojo e livrou o braço num gesto brusco. Depois seguiu os companheiros em direção à árvore, mantendo no rosto uma expressão amuada.
Miroku foi o último a acompanhá-los. Ele apanhou lentamente as mochilas do chão, como se aquele ato exigisse grande concentração. Na verdade, Miroku achava válida a pergunta feita por Sango, e a possibilidade de que uma cobra ou algum outro bicho aparecesse e enchia de terror. O que ele não queria, porém, era que os companheiros notassem seu temor e o chamassem também de medroso. Foi por isso que ele caminhava devagar, olhando cuidadosamente a vegetação em que pisava, como se não tivesse nenhuma pressa em comer.



Ouki Megami: grande deusa
Akarui: claro  


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