As palavras não saiam tudo parecia estar travado. Só conseguia encará-lo.

– Por que voltou? Sua pergunta quebrou o silêncio.

– Apesar de ter ido embora, aqui continua sendo minha casa, não posso voltar?

– Posso entrar?

Não, não pode.

– Entra. Boca maldita.

– Ainda não me respondeu – Ele parou em frente ao enorme sofá. – Por que voltou? Olhava-me sério.

– Por que eu quis. Por que aqui é minha casa. Por que nasci na Alemanha. Minha melhor amiga mora aqui. Satisfeito?

– Não voltou apenas por isso, sei que tem outro motivo. Qual?

– Pra que tudo isso? Por que quer saber disso?

– Te conheço melhor que ninguém e sei que não voltou por nenhum desses motivos. Por que voltou? Essa pergunta já me irritava.

– CHEGA TOM! – Me exaltei. – Para com isso, eu não te devo satisfações não somos mais nada. Controlava-me para não chorar.

– Por que você escolheu isso. Ele praticamente cuspiu as palavras em minha cara.

– Não. Você me obrigou a isso. Se existe algum culpado por nosso fim é você.

– E voltou pra jogar isso na minha cara? Pra me infernizar?

– Não voltaria por isso, aliás, já que quer tanto saber, não se preocupe com minha volta, não foi por sua causa.

– Será? Ele se aproximou.

– Essa sua insistência está me irritando. Ainda não aprendeu que o mundo não gira em torno do seu umbigo?

– Você não me esqueceu. – Ele riu. – Sei que ainda sente algo.

– Está ficando louco.

– Diz que é mentira então. Ele se aproximou ainda mais.

– Chega Tom. Disse tão baixo parecendo um sussurro. Isso já estava me torturando.

– Ainda me ama, posso ver em seus olhos, não diga que não Evee. Ele segurou meu braço.

– Quê? – Disse embriagada por seu forte perfume. – Não... É claro que não. – Saí de perto dele. – Eu não te amo mais.

– Não é o que o colar em seu pescoço diz.

– Isso não tem nada a ver. Disse escondendo o colar no moletom.

– Prove que não tem. Podia sentir seu doce hálito.

– Não preciso provar nada Kaulitz.

– Está vendo, você me ama, já disse que adoro quando me chama pelo sobrenome? Senti sua mão enlaçar minha cintura me fazendo chocar contra seu corpo.

– Para, por favor, Tom. Implorei num sussurro.

– Então diz olhando nos meus olhos que não me ama mais, que me esqueceu, que eu vou embora. Ele disse no mesmo tom de sussurro.

– Eu... Não conseguia encará-lo.

– Shiiu. Ele selou seus lábios nos meus, iniciando um logo e necessitado beijo.

Meu coração explodia felicidade por senti-lo novamente, mas ao mesmo tempo sentia uma dor terrível. Eu não havia o esquecido e, não sabia se da parte dele era o mesmo. Eu tinha que desconfiar, ele podia muito bem estar querendo se “vingar” de mim. Sei que quando fui embora o magoei muito e também sei que sente muita raiva de mim por isso. Mas ele não foi o único a sair machucado dessa história.

– Eu não te amo mais. Disse quando o beijo foi encerrado, mesmo contra minha vontade eu não queria me ferir novamente era preciso fazer isso.

Ele me olhou triste, me soltou e foi se afastando, assim que a porta se fechou eu desabei.

Sentei-me no último degrau da escada, me sentia mal, arranquei o colar de meu pescoço e fiquei segurando-o em minhas mãos lembrando do dia em que ele me deu.

“ – Anda Evee, vamos nos atrasar. Ele gritou da sala.

– Já estou pronta.

– Finalmente. – Ele me girou. – Está linda, desse jeito vai acabar ofuscando o brilho da noiva. Riu. (Evee)

– Bobo. Dei-lhe um rápido beijo.

– Mas acho que está faltando uma coisa. Ele ficou pensativo.

– O quê? Perguntei preocupada.

– Não sei... Humm... Acho que isso. Ele tirou uma pequena caixinha preta do bolso de seu paletó e abriu revelando aquele lindo colar.

– É... Lindo. Sorri feito uma boba encantada com mais um de seus presentes.

– É o meu coração, ele pertence a você para sempre. Tome conta dele.

– Com a minha vida. Disse lhe dando um forte abraço.

– Não chore. – Ele limpou uma lágrima que caiu. – Vai borrar a maquiagem.

– Já disse que te amo?

– Já, mas nunca me cansarei de ouvir. Ele deu um dos seus sorrisos mais bonitos.

– Acho que eu morro se algum dia te perder.

– Não diga isso. Nunca irá me perder. Ele me beijou.

– Desculpe interromper o lindo casal, mas vamos nos atrasar para a cerimônia. Bill apareceu na porta.

– Já estávamos indo. Tom disse.

– Vocês têm a vida toda pra namorarem, por favor, Tom é o casamento de nossa mãe colabore. Bill dizia impaciente, eu apenas ria da situação.

Fomos até a garagem, Tom abriu porta do carro para mim, entrei e seguimos para a igreja.

Era o casamento de Simone e Gordon, padrasto de Bill e Tom.”

Nós éramos tão perfeitos, almas gêmeas, mas por egoísmo da parte dele tudo isso acabou e só restaram as lembranças.

[Tom]

“Quando os seus lábios estão nos meus

Os nossos corações batem como um só

Mas você escorrega dos meus dedos

Toda vez você corre”

Ouvir de sua boca que não me amava mais era tão doloroso, pois eu ainda a amava mais do que qualquer coisa. Mesmo tendo se passado todos esses anos nunca a esqueci e quando a vi em minha casa não consigo nem explicar o que senti, foi um sentimento confuso já tinha me conformado em nunca mais vê-la novamente. Justamente agora que havia decidido parar de sofrer por ela e tocar minha vida ela voltou para bagunçar ainda mais minha cabeça.

O motivo real por ter voltado eu não sei, mas pelo que Mel me contava ela não se afastaria do trabalho por algo que não fosse grave. Mas agora que ela está aqui novamente eu não vou desistir, vou ir à luta, reconquistá-la. Isso pode ser uma nova chance e eu não vou desperdiçar.