Don't Leave Me. escrita por Céu Azul


Capítulo 4
–A different Henriq


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura flores :D



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Capitulo IV

A different Henriq


De repente Henriq parou, e logo ouvi o barulho de um carro se destrancando.

–Entra. –Ele falou abrindo a porta. E assim se afastando de mim.

–Não é preciso. –Eu disse.

–E vai fazer o quê? Apanhar um taxi nesse estado, ou vai mesmo a pé... talvez encontre outro tarado por aí. A não ser que também queira dar para ele claro! –Henriq cuspiu as ultimas palavras na minha cara. Meu choro que já tinha parado voltou. Eu o olhei.

–Acha que eu queria aquilo! –gritei! –Eu pareço ter gostado!? –gritei novamente.

–Não sei! Eu não estava lá para ver! –ele respondeu no mesmo tom.

–Se foi para isso que apareceu lá, mais valia não ter aparecido! –eu disse gaguejando.

–Desculpe se interrompi seu divertimento. –ele sussurrou mas eu pude ouvir.

–Porque foi lá? Para poder jogar na minha cara isso tudo! Agora também vai contar para toda a escola, que eu fui abusada! Vá! Não sei porque eu ainda estou aqui com você!

–Talvez porque eu te ajudei. –ele falou agora calmo.

–Se você acha que eu estava gostando, não me parece que tenha sido uma ajuda, já que você interrompeu minha foda! –Eu gritei.

–Você é muito mal agradecida mesmo!

–E você é um idiota!

–Pelo menos não violo ninguém!

–Isso é o que você diz!-eu gritei e vi o olhar de Henriq mudar.

–Se eu violasse raparigas, eu não teria te ajudado. Teria acabado o trabalho que seu amiguinho não acabou! –ele gritou.

–Eu me vou embora! –gritei e comecei a andar na direcção contraria da sua.

–Para de ser Besta! Entra no carro vai! –Henriq gritou.

–Me deixa! Eu depois devolvo sua camiso... –fui cortada por Henriq me puxando para dentro de seu carro e logo fechou a porta. –Me deixa sair.

–Eu já deixo! Mas só quando a gente chegar a casa. –Ele disse calmo.

–Chegar a casa?

–Sim! –ele me olhou.

–Eu não vou para a sua casa! –gritei.

–E vai assim para casa? Quer dar o treco na sua tia?

–Ela não ia notar minha presença, deve estar bem mais ocupada... –resmunguei comigo própria.

–Mais um motivo para não atrapalhar ela. –Henriq falou e arrancou o carro, as ruas passavam depressa na janela ele estava conduzindo depressa, não a ponto de passar o limite de velocidade, mas ele estava indo depressa. Eu já não conhecia a rua por onde passava já que ela ficava no lado oposto da minha. Pergunto-me se ele deu essa volta toda no dia que me levou em casa no seu guarda-chuva.

–Desça. –ele disse estacionando o carro. Abri a porta devagar, e logo minhas pernas arrepiaram devido ao frio fora do carro. Saí completamente do carro e vi Henriq abrir um portão. Uma grande casa estava na nossa frente. Em comparação com a minha aquilo era uma autentica mansão. Tinha dois andares e um belo jardim a sua frente. Grades baixas cercavam a casa deixando bem a vista tudo por dentro. A janela ao lado da porta de entrada estava clara denunciando a luz acesa. -Vai ficar aí parada? –Henriq me perguntou frio. Eu logo o acompanhei devagar até a porta, Henriq retirou a chave do bolso e abriu a porta. Minha barriga começou a dar voltas, eu estava nervosa. Não acredito que dormiria aqui. O que pensarão quando entrar ali? E se seus pais estavam na sala? E em vissem assim?

Cara inchada, e toda vermelha, para não falar que deveria estar com nodoas negras. Vestindo uma camisola e um salto alto apenas. Minha maquiagem estava uma lastima, e meu cabelo não estava muito melhor. Enquanto que o filho deles estaria apenas com o seu casaco de cabedal mostrando seu tronco nu.

Logo que a porta se abriu Henriq entrou e ficou a segurando para me dar passagem.

–Mellany. –ele me chamou. Voltou a entrar e pegou meu braço o fazendo começar a arder. Senti ele se aproximar do meu rosto, e a sua respiração me arrepiar perto do pescoço. –Ninguém te vai matar, calma ok.

–O que vão pensar de mim?

–A menina não-se-importa está preocupada com o que vão pensar dela? –Henriq levantou suas sobrancelhas.

–Porque é tão parvo? –um pequeno sorriso se esboçou no meu rosto.

–Vá entra, vai se constipar se continuar aí. –Ele puxou meu braço de leve me fazendo entrar junto com ele, a sua casa era definitivamente linda, e enorme mesmo. Uma rapariga assistia TV, ela deveria ter uma idade muito próxima a minha.

–Já chegou Henr... –Ela parou de falar logo que me viu. –Quem é? –sua expressão mudou, e ela não parecia mais simpática.

–È a Mellany. –Henriq disse do meu lado, enquanto que eu nem me movia, eu estava abraçada a mim própria, tinha minhas pernas juntas numa tentativa falha de as aquecer, eu estava respirando pela boca, meu nervosismo ainda não tinha baixado e meu coração continuava a pulsar rápido. Eu ainda sentia o meu corpo doendo, e principalmente a minha cara com um ardor incomodativo.

–O quê? Agora até também já sabe o nome das suas vadias? E Henriq... È verdade que elas costumam estar quase despidas mesmo, mas... Esse nível esta demasiado baixo. –Senti lagrimas voltarem a se formar, hoje não seria uma boa noite de todo. Depois de passar por aquilo eu ainda tinha que ouvir essas coisas todas.

–Chega Mary. –Henriq disse autoritário.

–Mas é verdade maninho. Ela para além de vadia, claro. Está parecendo uma vagabunda!

–Pare com isso. –Eu murmurei, mas todos puderam ouvir.

–O que é meu amor? Você que fica dando sua cona para todo mundo.

–Chega, eu me vou embora. –comecei a voltar para trás, mas Henriq me puxou.

–Espere Mellany. Ela não sabe o que está dizendo.

–Eu já fui humilhada o suficiente hoje. –Minhas lagrimas começaram a escorrer, eu não pude conte-las mais.

–Bem feito! –ela voltou a dizer.

–Chega Mary. –Agora Henriq gritou me assustando. –Qual é o seu problema?

–Você que tem um problema! Fica sempre trazendo essas putinhas para aqui! –ela gritou também.

–Mas Mellany não está aqui por causa disso. Então pare de ser indelicada! Você não é assim.

–O quê? Hoje vai fazer experiências novas?! Eu estou farta de ouvi-las gemendo do seu quarto! -Mary, eu acho. Bufou chateada. Eles eram irmãos então. Eu não fazia ideia de que Henriq tinha uma irmã.

–Eu estou ajudando ela... –Henriq ia continuar, mas Mary o interrompeu.

–Com o seu desejo sexual!

–Ela foi abusada hoje ok! –ele gritou. Eu assustei-me e meus olhos se arregalaram. Ele realmente disse aquilo alto. Minhas lagrimas escorreram ainda com mais força e velocidade. Eu não quero que as pessoas saibam disso. Só vai piorar tudo. Vão ficar com mais pena de mim, vão falar mais sobre a minha vida. E aquele olhar de compaixão vai voltar a me atormentar.

Afinal, ele já tinha começado. Pois esse era exatamente o olhar de Mary agora, que também se encontrava assustada.

–Desculpa... Eu-eu não sabia. –ela abaixou seu tom de voz e me olhou com pena. Era disso que eu estava falando.

–Mary me faz um favor? –Henriq também estava mais calmo agora.

–Diz. –ela falou normalmente.

–Você empresta algumas roupas suas para Mellany, por favor?

–Claro, numa boa, eu vou lá busca-las.

–Er... Leve para o meu quarto. –Henriq falou e eu logo ouvi Mary subir as escadas depressa.

–Desculpe isso da minha irmã. Ela realmente não é assim.

–Não... Tudo bem, eu que estou invadindo a casa dela. –Eu disse ainda cabisbaixa.

–Venha, você precisa de um banho. –Henriq me olhou, e logo depois pegou em minha mão. Aquilo fez meu coração disparar e eu me assustar com o seu toque. Ele começou a me puxar e logo subimos as escadas que antes Mary haveria subido. Caminhamos por um enorme corredor e Henriq parou a frente de uma das portas logo abrindo. Dando a visão de um quarto grande.

Era todo azul e branco. Tinha uma grande cama de casal bem no centro do quarto, um sofá médio estava encostado numa das paredes e um plasma de parede se encontrava em frente a cama. Havia pesos no chão perto de uma secretaria com um portátil em cima, e mais coisas que eu não dei muita atenção.

–O banheiro é ali. –Henriq apontou para uma porta no seu quarto. -Espere Mary trazer roupas para você e pode tomar banho. –Ele falou coçando a cabeça, o ambiente não estava nada confortável. E eu para além de estar cheia de vergonha, não só pela situação agora, mas também por ele me ter visto naquele estado, depois daquilo tudo.

–Ok, e obrigado. –Eu falei baixo.

–Tudo bem, eu... eu vou descer para ficar mais a vontade. –Henriq se virou e saiu do quarto deixando a porta encostada e pude ouvir seu suspiro logo que saiu. Seu quarto estava bem arrumado, não imaginava que o quarto de Henriq fosse daquele jeito. Na verdade eu via seu quarto como um motel. E sua irmã me confirmou isso hoje.

Deve ser bem difícil para ela ficar vendo e ouvindo todas essas coisas. Suas noites devem ser bem atribuladas por conta do seu irmão.

Pousei minha mala em cima da cama e me sentei com dificuldade, e suspirei de alivio. Mas logo que me vi com tempo para pensar, eu me desabei e comecei a chorar.

–Posso entrar? –Olhei para a porta e vi Mary só com a cabeça de fora. Limpei minhas lagrimas depressa e tentei cessar meu choro, mas eu sei que ela tinha percebido que eu estava chorando. –Desculpa a cena de abocado. –Ela entrou no quarto. –Eu não costumo ser assim com as pessoas, mas... Eu estou realmente farta do meu irmão ficar trazendo raparigas cá para casa. –ela falou gentil e se sentou ao meu lado.

–Não... Tudo bem. –Limpei o resto das minhas lagrimas.

–Eu sei que você não deve querer falar disso, mas... O que se passou? –Ela meteu uma mão nas minhas costas e acariciou de leve. Aquilo me soube bem, eu estava me sentida reconfortada.

–Er... –eu não sabia como explicar aquilo para ela. –Bem, eu estava dançando normalmente como sempre faço e... Eu não acho que seja o tipo de garota que chame a atenção das pessoas, eu realmente não quero chamar a atenção delas. E seu irmão começou a dançar comigo, mas aquilo acabou mal, e eu acabei lhe dando um estalo. Eu nunca me dei bem com ele. –Vi Mary se rir.

–Eu pagava para ver isso, nenhuma rapariga bate no meu irmão. –Ela achava aquilo divertido e sua alegria com o assunto me fez esboçar um sorriso. –Mas vai continua. –ela falou gentil.

–Eu voltei para o bar e um... Homem começou a falar comigo, ele parecia legal, a gente começou a dançar, e eu nem sou de fazer essas coisas, mas eu me deixei levar, mas quando ele tentou avançar mais eu o parei dizendo que não queria. – a partir daí minhas lagrimas começaram a descer. –Ele ficou bruto do nada, e me levou para casa de banho dos rapazes, aquilo foi horrível... –levei minhas pernas para cima da cama e me abracei nas mesmas. –Ele me obrigou, eu não queria, eu estou me sentindo horrível, se... Se seu irmão não tivesse chegado ele conseguiria o que queria. –Eu estava chorando que nem uma criança Mary me olhava com a testa franzida acho que ela tentava imaginar o que passei e seu rosto mostrava compreensão, ela estava afagando os meus cabelos.

Eu não costumava ter esse tipo de carinho com ninguém. Não foi uma coisa que eu recebi em criança, minha tia não estava bem no inicio, e quando eu cresci não pedi mais isso, eu já não precisava.

–Eu nem imagino o que passou. Mas... Ele não conseguiu chegar á...

–Não. –Eu falei e assenti negativamente com a cabeça.

–Graças a deus. –ela falou e suspirou. Eu também dava graças a deus por isso. Mas aquilo não deixou de ser doloroso. –Eu vou deixar você tomar banho... Está aqui roupas para você vestir, e bem eu nunca usei essa calcinha mesmo então pode ficar com ela... –Mary pousou roupas dobradas em cima da cama. –Tem toalhas lavadas no armário da casa de banho de Henriq, qualquer coisa grite, só estamos nós em casa mesmo. Já que Lucas ainda não voltou.

–Obrigado, a serio. –sorri para ela.

–Quê isso, eu fiquei te devendo uma por lá em baixo. Então estamos quites. –Ela abriu um sorriso lindo. –Vá, agora vá tomar banho. –Mary se levantou e saiu do quarto fechando a porta.

Levantei-me e peguei a roupa que ela havia deixado ali, fui até a casa de banho e liguei o chuveiro e enquanto aquecia, fui pegar uma toalha. Quando encontrei pendurei perto da banheira, me despi lentamente e entrei debaixo do chuveiro.

Meu corpo relaxou um pouco e começo a arder logo depois, joguei um pouco de gel de banho para a mão e comecei a esfregar meu corpo. Eu tinha que o tirar da minha pele, eu não queria mais sentir seu toque no meu corpo. Quando achei suficiente enxaguei o meu corpo e fechei meus olhos por um bocado, eu queria esquecer essa noite, eu queria nunca a ter vivido.

Saí do banho, preguiçosa, mas eu não poderia ficar lá mais tempo, para não falar que era completamente desconfortável tomar banho em casa de pessoas com quem você ao menos fala. Enrolei-me na toalha, e fui pegar a minha bolsa, eu tinha lá um creme e desodorizante, duas coisas que sempre andam comigo. Logo depois voltei para a casa de banho espalhei o creme pelo meu corpo e pus o desodorizante, logo depois vesti a calcinha que Mary havia deixado para mim, juntamente com um pijama. Vesti os calções do mesmo e o top. Ela era ligeiramente mais magra que eu então aquilo ficou meio que colado no meu corpo, mas era isso ou dormir só de calcinha.

Deixei meu cabelo solto para secar naturalmente, e fiquei em duvida de onde eu poria a minha calcinha. Peguei a toalha que usei, minha calcinha e a camisola de Henriq, voltei para o quarto e pousei a minha mala em cima da sua cama. Saí do quarto de Henriq e desci as escadas vendo Henriq Deitado no sofá com o telemovel na mão.

–Er... –Ele olhou para mim. –Onde eu ponho essas coisas?

–Tudo que seja sujo meta no cesto na minha casa de banho. –Ele falou gentil.

–Er... mas também tem coisas minhas. –Eu nem sei porquê mas eu estava cheia de vergonha de falar isso.

Henriq me olhou confuso, acho que ele não prestou atenção para saber que eu uso calcinha!

–Coisas suas? –Ele ergueu a sobrancelha.

–Er... –comecei a mexer nos meus dedos, eu não queria falar aquilo. –Minha calcinha...

–Ah isso. –Ele sorriu percebendo meu desconforto. –Meta também, depois eu te devolvo. Janet vai pensar que é de Mary e vai lhe entregar e eu depois te dou. –ele falou calmo.

–Ok. –eu falei e voltei a subir, mas agora Henriq veio comigo, voltei a entrar no quarto, seguida de Henriq e fui até a casa de banho, pondo tudo lá como ele haveria dito.

Henriq não é tão idiota assim, quer dizer ele é estúpido pelas coisas que ele faz com as raparigas, e isso tudo e eu continuo sem gostar dele de todo, mas ele estava sendo simpático para mim. Voltei para o quarto e Henriq agora só estava com uns calções.

Eu não havia notado antes, mas ele tinha um bom corpo, podia ver bem seu “six Pack” completamente definido e seus braços fortes e musculados, não era nem exagerado nem sem qualquer músculo, estava perfeito na verdade. E eu não estava coseguindo parar de olhar.

–Mellany. –ele me chamou. Tirando-me do transe.

–Sim. –Respondi da porta da casa de banho.

–Algum problema em dormir comigo? –Ele perguntou com as sobrancelhas erguidas. Meu estomago se revirou, e meu nervosismo voltou, eu iria dormir na mesma cama que ele.

–Er... Acho que não. –meu tic dos dedos voltou.

–Então tudo bem, você tem fome? –ele perguntou.

–Ah, não. –respondi.

–Então vamos dormir. –ele falou, ligou o abajur e foi desligar a luz que iluminava todo o quarto. Voltou e deitou-se na sua cama. Eu não me mexi do lugar onde estava, acho que ainda estava a raciocinar com a sua pergunta. –Mellany. –ele voltou a me chamar.

–Sim. –o olhei.

–Venha... Eu não te como. –ele disse rindo.

–E-eu sei! –gaguejei. Fui até a cama me sentando no lado contrario ao de Henriq, puxei os lençóis e entrei neles me deitando. Estava frio ali, me virei no sentido contrario e me encolhi um pouco, tentando me aquecer, mas foi inútil, pois eu comecei a tremer.

Senti a cama se movimentar e logo depois um dos braços de Henriq me envolver a cintura e seu corpo encostar ao meu. Tremi com o seu toque, mas seu corpo estava quente.

–Talvez assim pare de tremer. –Ele falou baixo.

–Er... Obrigada. –eu estava completamente envergonhada e já sentia minhas bochechas coradas. Seu perfume era bom, eu estava me sentido segura ali. Meus olhos começaram a pesar, e aos poucos os fui fechando. Logo depois adormeci.




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Notas finais do capítulo

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