- Vá Jack. – ele concordou e foi embora. Fui até o sofá e me sentei, apoiei minha cabeça nas mãos e abaixei, fiquei assim durante uns minutos. – Me desculpem. – Levantei a cabeça, agora já estava normal.

- Janice, eu tenho mesmo que ir. Não posso continuar aqui.

- Do que você está falando Mary? – Peter perguntou. Janice se sentou num sofá.

- Peter, eu não posso continuar com vocês, eu tenho que seguir meu caminho.

- Mas por quê?

- Eu não posso continuar colocando outros em risco por causa dos meus atos. – Eu o vi indo dizer algo mais – Por favor, não façam perguntas apenas entendam que meu lugar já não é mais aqui. – Eu vi o olhar de Janice se virando para Thiago – Não culpem ninguém por isso. A decisão foi minha, estou fazendo isso por mim, e por mais ninguém. – Eu corri até meu quarto peguei uma mochila com algumas roupas, meu medalhão e algumas coisas a mais, desci e todos estavam ao pé da escada, Thiago já havia saído.

- Mary... – Janice começou.

- Por favor, não tentem me impedir. – segui sem olhar para trás, passei pela porta fui por entre a escuridão da noite, passei pelo portão com a mochila nas costas. E algumas lágrimas nos olhos. Eu percebi Jack em seu carro, quando me viu ele desceu do carro e correu em minha direção.

- Mary...

- O que faz aqui Jack? Eu disse que era para você ir para casa. – eu disse irritada e passei reto por ele.

- Pra onde você vai Mary? – Eu vi na outra esquina o carro de Thiago, e o vi saindo do mesmo.

- Vou embora com Thiago. – Pensei rápido, seria melhor ele achar que eu estava com Thiago do que ele viver esperando que um dia possamos ficar juntos. Um dia ele superaria, seguiria sua vida e nem se lembraria da minha existência. Assim era melhor. Quando cheguei à esquina em que Thiago estava eu falei rapidamente o que eu havia dito para Jack e o beijei. Thiago entendeu o que eu havia feito e fingiu comigo.

- Vem Mary, vamos embora. – ele disse entrando no carro. Eu entrei também. Olhei pela janela e senti Jack sofrendo, lágrimas caíram novamente. E como sempre a chuva me acompanhou.

- Foi melhor assim. – eu sussurrei me convencendo. Thiago acelerou e saímos da cidade. – Pra onde é que nós vamos?

- Vou te levar de volta a corporação.

- A corporação? Ela não foi destruída?

- Stephanie conseguiu reerguer a corporação e assim temos alguns imortais sendo treinados e protegidos lá.

- Stephanie, há um bom tempo que não a vejo.

- Acredite ela não mudou nada. – ele disse divertido.

- É claro que não. – Eu ri, Thiago conseguiu mudar meu humor. Já nem mais pensava sobre Jack. Em alguma horas chegamos a um imenso portão que dava para um colégio interno. - Então é aqui que Stephanie esconde a corporação? Num colégio interno. – Thiago estacionou o carro. E seguimos por entre a escola. – Pensei que isso estaria cheio...

- A maioria dos agentes está em aula, Stephanie os educa também.

Fomos até a sala da diretora que de certo era a sala de Stephanie. Já estava de manhã, mais ou menos umas 8 horas. Thiago bateu na porta.

- Entre. – uma voz grave, mas feminina falou. Thiago entrou me puxando pela mão. – Ah é você Thiago e... – ela olhou para mim – Oh! Mary Kate, minha pequena pupila! O que faz aqui?

- Mary e eu fomos atacados por Collin, tive que trazê-la para cá. Ou Jane e Peter acabariam feridos.

- Fez muito bem Thiago. Seja bem-vinda Mary Kate.

- Vem Mary, vou te levar pro seu novo quarto. – Thiago me puxou até a porta.

- Ah, antes de qualquer coisa Mary, você aceitaria seu posto como tenente da 11ª esquadra de volta?

- Claro que Stephanie. – Thiago a olhou estranho.

- Você foi promovido a capitão há dois dias, Thiago.

- Ah é mesmo, ainda não me acostumei com isso. – ele riu. – Vamos. – eu fiz sim com a cabeça.

Fomo até um prédio nos fundos do colégio. Havia vários, entramos em um deles que parecia ser um dormitório. Chegamos ao meu novo quarto.

- Bem vinda de volta, Mary. – Thiago disse enquanto abria a porta. Joguei minha mochila na cama enquanto ia até os fundos do quarto.  – Não é grande como seu anterior, mas tem uma vista melhor. - Eu o olhei, ele pôs as mãos no meu ombro, como sempre fazia, e me guiou até a janela eu olhei para fora.

- É lindo! – Atrás do prédio havia um pequeno muro e logo depois havia um caminho que levava até uma praia. Acho que o único jeito de chegar naquela praia era por aqui, ou pelo mar. Me distrai olhando para o mar agitado depois da chuva, de repente tocou um sinal.

- Vem, creio que Stephanie está reunindo os agentes no salão para te apresentar aos novos e para anunciar a sua volta. – ele sorriu.

- O que? Stephanie é louca? Pra que chamar todos?

- Vem logo. – ele pegou minha mão e me puxou. Por que ele tinha essa mania de me puxar? Eu sei ir sozinha. Antes de entrar nos prédios atrás da escola havia um enorme pátio. Onde estavam se juntando milhares de agentes.

- Nossa! Quantos agentes. - eu me surpreendi, não achei que havia tantos imortais na corporação.

- Mary Kate, Thiago por aqui. – Stephanie nos chamou. Havia uma espécie de palco no fundo do pátio, Stephanie nos chamou até lá.

- O que vai acontecer Stephanie? – Uma garota de cabelos ruivos nos ombros perguntou, ela usava uma boina e o cabelo com algumas tranças. Ela levantou o rosto.

- Leandra? – eu perguntei.

- Ahn? – ela se virou para mim. – Mary? É você! – ela me abraçou.

- Que saudades Lê! – retribui o abraço.

- Venham, meninas, vou anunciar os capitães e tenentes. – fomos onde Stephanie nos mandou.

- Atenção agentes! – Stephanie estava no palco – Vamos anunciar os novos capitães e tenentes de cada esquadra. Sejam bem vindos novos agentes e bem vindos de volta aos outros. Bom, vamos começar.

Capitão da 1ª esquadra: Daiane Retrifer.

Tenente: Louise Fontaine. – Duas agentes que estavam lá atrás conosco subiram e se posicionaram.

- Capitão da 2ª esquadra: Gabriel Thompson.

Tenente: Anne Juliet Lovalie.

Capitão da 3ª esquadra: Raymond Dannisson.

Tenente: Austin L. Estfelt

4ª esquadra: Christine Thereza Daremond e Tânia Ann Pauline.

[...]10ª esquadra: Leandra Sabatinne e Jake Crossvolt.

11ª esquadra: Thiago Willian Anderson e Mary Katherine Mason.

[…] – Stephanie terminou de apresentar as onze esquadras. – Estão todos dispensados para se conhecerem.

Nós descemos do palco e fomos conhecer os agentes da 11ª esquadra.

-E aí Thiago? Agora é capitão é? – Um garoto baixo chegou e cumprimentou Thiago.

- É Doug, Capitão. – ele cumprimentou também. – Vem Mary. – Todos os agentes estavam entrando cada pouco em um prédio, nós entramos também, Thiago me puxava pela mão como sempre.

- Sejam bem vindos novatos. – Thiago disse enquanto entravamos. Todos ficaram em silêncio. – Primeiro gostaria de dizer algumas coisas sobre q corporação, depois disso estarão liberados pelo resto da tarde. Parabéns, vocês estão na 11ª esquadra uma das selecionadas com melhores agentes, para aqueles que são novos, todos aqui desempenham uma função de acordo com suas habilidades. Os agentes com habilidades teóricas, irão ficar na base tentando localizar novos imortais e se infiltrando se possível em outras redes. Já os outros que tem melhores habilidades físicas irá buscar esses imortais e tentá-los trazê-los para cá a salvo. Entre outros tipos de missões. No quarto de vocês encontraram um papel com suas respectivas equipes com a qual trabalharam, dentro da esquadra, este ano. Estão dispensados. – Todos saíram e foram para seus quartos e alguns foram para o pátio.

- Nossa a corporação continua a mesma. – eu comentei.

- Nada por aqui muda. – ele concordou. Eu fui andando para o pátio, e fui até o muro onde havia uma passagem para a praia, desci o caminho e cheguei à areia branca da praia. E comecei a caminhar. Muitos outros agentes também vieram à praia e estavam se divertindo.

Vi alguma pedras no fim da praia fui rapidamente até lá, era bom esse lugar, eu não precisava esconder meus poderes de ninguém, não precisava fingir ser humana, eu podia ser eu mesma. Sentei me ali mesmo, senti a brisa do mar batendo no meu rosto. De repente senti alguém se aproximando de mim, mas eram passos que eu não reconhecia.

- Há quanto tempo, Mary. – uma voz aguda veio de trás de mim. Eu me levantei e olhei quem era.

- Ah é você Helena. – Por que justo ela tinha que vir aqui me perturbar.

- Então você voltou mesmo, não é? – ela dizia com desgosto.

- Não, não voltei quem você está vendo é uma miragem. – eu disse ironicamente – É claro que eu voltei. 

- E vejo que continua a mesma mal educada.

- E eu vejo que você continua a mesma Barbie. – Ela fez uma careta, mas depois disfarçou.

- Bom... Parabéns por ser tenente. – ela disse.

- Obrigada... E você em que esquadra está? – Eu sabia que ela estava se mordendo por dentro por não ser tenente nem nada.

- 10ª esquadra. – ela respondeu orgulhosa.

- Bom pra você. – eu disse, e passei por ela indo embora. Desci das pedras com um salto de mortal – Até mais Hell. – eu acenei a ignorando.

- Não vire as costas para mim Mary! – ela reclamou. Nesse instante Thiago apareceu. – Oh, oi Thiago, parabéns pelo posto. – ela tentava agora soar uma pessoa educada.

- Ah sim, obrigado. – Thiago era educado até com quem não merecia. – Mary, nós vamos comer uma pizza quer vir conosco?

- Hm... Claro. Quem vai? – eu perguntei e fui andando com Thiago ao meu lado me acompanhando. Eu ainda sabia que Helena estava ali, mas a ignorei de propósito. Já Thiago, creio que ele havia se esquecido da presença dela.

- Bem... Vou eu, você, Lea, Jake e outros agentes.  – ele disse com preguiça de lembrar todos os nomes. Já estávamos no meio da praia quando Thiago parou de andar, eu o olhei. – Ué a Helena não estava com a gente? – ele notou.

- Helena? Ah sim, a Hell ela fico lá, será? – eu disse fingindo me importar.

- Ah não importa. Vamos.

- Thiago! – outra garota chamou

- Ahn? Ah oi Rachel. – ele acenou.

- Que saudades suas! – Ela o abraçou, mas ele não correspondeu, apenas deu uns tapinhas nas costas dela. – Ah e parabéns pelo posto de capitão.

- Obrigado Rachel. Bom a gente tem que ir, até mais. – Thiago me puxou pela mão, isso era normal para mim, mas quem visse acharia outra coisa, tanto que Rachel ficou se mordendo de ciúmes quando Thiago segurou minha mão. Eu ri levemente.

- Do que está rindo? – Ele me perguntou.

- Nada não. - Nós subimos o caminho de volta ao pátio e lá estavam Leandra, Jake e os outros.

- Mary! – Um garoto me chamou.

- Oi Victor. – Eu disse.

- É bom ter você de volta. – ele me deu um abraço.

 - Aham... É bom estar de volta. - Logo depois outro garoto chegou.

- Que saudades suas Mary! – ele também me abraçou.

- Saudades suas também Teddy. - Que droga chega de abraços, pensei.

- Vamos comer a pizza ou vamos fixar aqui a noite inteira? – Lea resmungou.

- Vamos sim. – Eu disse, eu estava cansada de abraços, ainda bem que Leandra pode ver os pensamentos de todos. Obrigada, eu pensei agradecendo a ela. Ela fez sinal com a cabeça para dizer que entendeu. Seguimos até o estacionamento.

- Vem Mary eu te dou carona. – Victor disse, já dentro de um carro.

- Nada disso, a Mary vai comigo. – Teddy estava vindo na minha direção.

- Vem Mary. – Thiago apareceu atrás de mim e pôs as mãos no meu ombro e me guiou até o carro dele, eu entrei e Leandra já estava no banco de trás.

- Esqueçam, ela vai com a gente. – Lea gritou da janela, Thiago entrou no carro rindo. – Ainda bem que você voltou Thi, não imagina como é estar no mesmo carro do que eles.

- Tá, da próxima eu deixo o carro com a chave pra você tá? – Thiago disse, enquanto acelerava.

- Falando em carro, e o meu? O que houve com ele? – Eu perguntei.

-Leandra gastou milhões com gasolina no seu carro e no dela. Stephanie a proibiu de dirigir por um bom tempo. – Thiago explicou, no caminho para a pizzaria o celular de Leandra tocou.

- Alô? – ela atendeu – Voltar? Agora? Tá... Já estamos indo. – ela desligou o celular. – Stephanie quer a gente lá Agora.

Thiago fez uma volta rapidamente e acelerou de volta para o colégio, descemos todos rapidamente e seguimos para o pátio.

- Localizamos um novo imortal, quero que peguem o avião para as montanhas do sul agora! – Stephanie ordenou. Corri até meu quarto e peguei tudo o que precisava em dois minutos já estava de volta. Thiago estava lá e Leandra chegou comigo.

Entramos no avião, Jake foi pilotando. As montanhas do sul não eram muito longe.

- É aqui que a gente desce. – Lea informou.