O telefone tocava estridente.

Andava de um lado para o outro sob os olhos atentos da minha melhor amiga Ângela.

- Vai atender ou ficar se torturando? – ela perguntava debochada.

- Ficar me torturando seria algo mais sensato. – sentei para tentar controlar meu nervosismo.

- Bella você tem que agir rapidamente seja para o sim ou para o Não Edward esta para voltar de viagem e ai ficara impossível realizar qualquer tipo de fuga.

- Ele vai me encontrar, vai fazer nossas vidas um inferno, Eu o conheço amiga. Não posso fazer isso com Jacob, eu o amo demais para condená-lo a viver desta forma. – admiti derrotada.

- Bella não fique deduzindo nada, ou pare de ter duvidas o tempo todo, atenda o telefone e de a ele uma resposta. – ela me repreendeu.

O telefone chamou minha atenção novamente vibrava em meus dedos que sufocavam seu toque. Respirei fundo e atendi.

A voz preocupada dele fez meu peito se comprimir dolosamente.

- Bella você esta bem? O que esta havendo? – ele começou a fazer perguntas sem dar uma pausa para respirar.

- Acalme-se meu amor. Estou saindo daqui para nos encontrarmos no nosso lugar. – já estava com as chaves do carro na mão.

Desliguei o telefone e senti que ele não entendeu muito bem meu tom de voz frio. Durante todo o caminho eu ensaiava terminar com ele.

Era o certo. Edward era um homem muito influente. Mesmo sabendo que dinheiro não era problema para Jacob, não havia duvidas do caráter integro dele, e do caráter inescrupuloso de Edward.

Ao chegar na casa que era nosso ponto de encontro eu respirei fundo. 

Sempre que parava diante daquela fachada não conseguia deixar de me lembrar do primeiro encontro com Jacob nas areias brancas de La Push, como fiquei apaixonada por seu sorriso sincero e arrebatador, e não podia deixar de me culpar por ter um dia duvidado do meu amor por ele, me deixado levar pelo hipnotizante olhar de Edward, pelas palavras doces e enganosas. 

Pago caro todos os dias por ter sido uma garota boba e ter acreditado nas doces mentiras dele.

Abri a porta e Jacob olhava compenetrado para os fundos da propriedade.

- Sabe o que eu amo nas noites de neve Bella? A sua necessidade de estar com o corpo colado ao meu! – estremeci com a voz rouca dele. – A minha necessidade é a mesma, ou a única.

- Não diga isso Jake você sabe o quanto eu... – ele interrompeu o final da frase.

- É simples Bella, ou Eu ou Ele. Você o ama? – ele caminhava sério em minha direção.

Você sabe a resposta, eu não o amo. – tentei abraçá-lo. Ele se esquivou. – Por Favor, não faça isso.

- Não o ama e porque esta aqui sem suas malas na mão?Porque sempre arruma uma desculpa para ficar ao lado dele? Você tem duvidas dos seus sentimentos não é? – ele estava tão magoado que podia me cortar ao meio sua expressão de dor .

- Você não entende Jacob, Edward é um homem perigoso. Eu não posso submeter você a essa vida, não quero fazê-lo viver fugindo como um criminoso e não posso deixar nada machucar você. – me mantive a uma distancia segura de seus braços, seu corpo.

- Você, Você Você, sempre você. Já pensou no que eu quero? Nos meus desejos. Pare dizer palavras as quais você acredita serem melhor para mim, quando o único, a saber sou Eu. Desde o inicio do nosso caso eu escolhi Você, ficar ao seu lado. Agora esta na hora do fim de qualquer tipo de duvida Bella. Escolha. Eu o fiz ha muito. – ele pegou a jaqueta e passou por mim o cheiro do seu corpo, me fazia ter reações involuntárias.

Antes que ele girasse a maçaneta e abrisse a porta o abracei com força, encostando meu corpo em suas costas e inalando o cheiro amadeirado de seu corpo.

- Não vá. Pelo menos por hoje. – pedi.

- Preciso ir, pois você precisa ficar sozinha tem uma escolha a fazer. – ele se virou e circulou as mãos em meus cabelos passando o nariz pelo meu pescoço, meu corpo ficou em chamas no mesmo instante. – É simples a escolha, ser feliz ou fingir, sentir amor ou carinho, ter certeza ou passar a vida em duvida, viver uma realidade ou eternamente uma mentira. – Jacob selou nossos lábios de maneira faminta. 

Quando ia tirar sua camisa ele separou nossos corpos abriu a porta e partiu. Deixando-me com as pernas bambas.

Sentei na cama olhando tudo a minha volta. Ali era tudo tão nosso, meu refugio feliz.

Sai dali sem saber ao certo quais seriam minhas ações. Seria mesmo a melhor escolha protegê-lo das maldades de Edward, ou era mesmo uma desculpa minha por medo de ser feliz desta forma novamente?

Entrei na mansão onde vivia e me senti vazia, como sempre. Era tudo tão luxuoso e desnecessário.

- Ola meu amor. – a voz melodiosa de Edward fez meu corpo todo congelar. – Quantas saudades. – suas mãos apertaram firmes meus braços e senti sua boca em meu pescoço. O arrepio causado pela repulsa estremeceu meu corpo.

Respirei fundo e coloquei um sorriso falso nos lábios.

- Ola Edward. Voltou mais cedo? – perguntei sem emoção alguma na voz.

- Sim, apenas para um jantar na cidade partirei amanhã pela manhã e volto em dois dias. Para a nossa viagem de Lua de Mel fora de data. – ele se aproximou e selou nossos lábios.

Afastei-me rapidamente.

- Bem o jantar será onde? – perguntei tentando disfarçar o desconforto em deixá-lo tocar meus lábios.

- Aqui. Já avisei aos empregados e trouxe um bufê especial. – ele me encarou frio e com certo desprezo. – E para você há uma roupa e uma jóia especial em nossa cama.

- Estou com dor de cabeça Edward, não quero ficar posando para os seus amigos. – tentei passar por ele e subir as escadas, porem, ele segurou meu braço com força.

- Não perguntei os seus desejos ou vontades, comprei a roupa e uma linda jóia. Suba arrume-se e desça com seu melhor sorriso nos lábios. – seu tom era de ameaça.

Engolia a seco. Puxei meu braço do aperto de suas mãos.

- Não se preocupe logo não o incomodarei com meus desejos, ou seja, lá quais forem meus sentimentos. Vou me arrumar. – subi ao meu quarto com lagrimas nos olhos.

Coloquei a roupa e o colar de Esmeraldas comprados para o jantar, fiz tudo mecanicamente.

Desci com o meu melhor sorriso social no rosto.

Fiquei ali observando as pessoas naquele jantar, era tudo tão falso. Perfeição sempre me irritou demais. Nunca consegui ser eu mesma ao lado de Edward, jamais meu sorriso e minhas palavras eram sinceras. O problema foi eu demorar a enxergar isto.

Cada vez que Edward tocava meu corpo, ou beijava meu rosto para se mostrar carinhoso perante os convidados sentia um embrulho no estomago. 

Como eu viveria assim o resto da minha vida? 

Por medo de tentar, mudar, e arriscar, acabamos presos na infelicidade. Porem esta noite não havia mais duvida alguma.

Jacob era meu lugar. O meu amor. E ao lado dele estava disposta a lutar.

Ao amanhecer olhei pela janela e vi Edward partir.

Coloquei na mala algumas roupas e um dinheiro. Nenhuma jóia ou os presentes de Edward iria comigo.

Arrumei tudo rapidamente e liguei para Jacob. Ele não atendeu porem sabia onde encontrá-lo.

Dirigi até nosso refugio e entrei apressada. Jacob estava ali parado novamente em frente a janela.

Quando abri a porta ele se assustou, porem, ao me ver, seu o rosto bronzeado se iluminou.

- Nunca mais deixarei você pensar que eu duvido do meu amor por você. – encurtei a distancia que nos separava e selei nossos lábios apaixonadamente.

Ficamos nos beijando por um tempo indeterminado.

Quando ele separou nossos lábios sussurrou no meu ouvido.

- Vamos Amor, Hoje começa a maior certeza de nossas vidas. O amor que um sente pelo outro.

Partimos naquele momento, nos despedindo do local onde, por muito tempo era o único a me fazer feliz. 

Nosso destino não importava estávamos juntos e era isso o mais importante.