Light Up escrita por Stéphanie Pereira


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Essa segunda parte, não tem muito a ver com a música do Snow Patrol, mas espero que gostem.



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Quando pus os pés para fora do laboratório senti uma mão em meu ombro, quando me virei, estava ela a minha frente, simplesmente me abraçou, não soube como reagir aquele ato, então coloquei minhas mãos em suas costas retribuindo o abraço. Seu abraço era quente e confortador, a útlima vez que senti um abraço igual a aquele, foi quando fui fazer minha cirugia, e ela apareceu de repente, não havia dito que iria fazer, mas ela sabia, pois ela me conhecia mais que qualquer um.

Ela simplesmente falou: "Vou sentir a sua falta." Não pude evitar que uma pequena e imperseptivel lágrima escorresse pelo meu rosto, o motorista do taxi começou a buzinar, ela se separou de mim, olhava diretamente nos fundos dos meus olhos e eu nos dela. Não sei se era loucura minha, mas pude notar que havia muita tristeza em seu olhar. Ela continuava a me encarar até que fala. "Seu taxi está te esperando, acho melhor você ir." Não pensei duas vezes antes de dizer. "Eu posso ficar mais duas horas se você quiser, você quer?" Não sei por que falei aquilo, o que estava pensando? Mas para minha surpresa ela balançou a cabeça afirmando. Fiz sinal para o taxista ir embora, notei que ele falou algumas coisas reclamando, mas não dei bola. Seu turno acabara, fomos para sua casa, eu queria explicar o motivo de tudo, mas acho que não era certo. Quando chegamos, ela me ofereceu algo para beber, não aceitei nada, quando sentamos no sofá ela de repente começou a falar.

"Por que, Gil? Por que ela? Por que não e..." Ela abaixou a cabeça, notei que ela não devia ter falado aquilo, fiquei pensando o que seria o fim daquela pergunta. Por que não eu? Seria isso que ela queria falar. Estava perdido nos meus pensamentos quando vejo lágrimas molharem suas pernas. Levantei seu rosto, pude ver seus olhos marejados, a última vez que havia a visto chorar foi quando Michael Keppler morreu, e depois disso nunca mais. Seus lindos olhos azuis haviam perdido o brilho, eles estavam tão opacos e escuros quanto um buraco negro, suas sombrancelhas tinham forma de cansaço e tristeza, seu lábio inferior estava um pouco a frente do que o normal. "Catherine..." Finalmente consegui formular algo, nem que fosse o nome dela, depois não consegui falar mais nada. Enquanto nós dois procuravamos palavras, ela pegou minha mão, acariciou e soltou. Não entendi aquele gesto, voltei a olhá-la, de uma forma inexplicável estavamos muito proximos, seus lábios gritavam por um beijo, seu corpo implorava por mais um abraço. O silêncio continuava a reinar, quando ele de repente é quebrado por duas palavras. "Me desculpe." E ela me beijou, queria que aquilo durasse para sempre, mas ela quebrou o beijo rapidamente, se afastou de mim completamente, chegou a levantar-se do sofá. “Eu não devia Gil, você a ama. Me desculpe” Eu a amo? Amar é uma palavra tão forte, eu realmente tenho um carinho enorme por Sara, mas amor? Amor não, amor é o que eu sinto por Catherine, e esse leve beijo me fez notar o quanto eu a amo. Mas se ela me beijou, ela também gosta de mim? Tantas perguntas que só eu e ela poderíamos responder. Ela andava em círculos pela sala, as mãos entrelaçadas, sua respiração ofegante. “Catherine!” Parou de andar num súbito e me olhou assutada. ”Sente-se aqui.” Coloquei a mão em cima do sofá indicando para que ela sentasse novamente ao meu lado. Quando ela sentou, pousei minha mão na dela, acariciei e voltei a falar. “O que foi isso agora pouco?” Ela suspirou em meio um sorriso. “Isso Gilbert, isso... Droga! Porque é tão difícil falar com você sobre isso? Droga!” ela respirou fundo. “Ok, isso quis dizer que eu te amo que eu sempre te amei, que apenas deixar você ir não era o certo, que eu precisava te falar, se não isso iria me matar aos poucos, penaria pelo o resto da minha vida por não ter te falado. Não conseguiria viver sem você Gil, não conseguiria suportar não ser eu em seus braços, não ser eu a receber seus beijos e carícias, não ser eu a envelhecer ao seu lado. Seria muito difícil para mim, imaginar você com ela.” Ela parou subitamente de falar, fiquei em estado de choque com suas palavras, passamos dezesseis anos achando que não seriamos correspondidos, e agora descobrimos em segundos. Não posso deixar desse jeito, tenho que falar a ela que a amo. O que na minha cabeça durou horas naqueles pensamentos durou apenas segundos, ela ainda me olhava, eu realmente não sabia o que fazer, na verdade eu sabia, mas não devia, ou devia? Parei de pensar por um instante e fiz por impulso, quando meus lábios encontraram os dela, foi algo mágico, mais do que tinha sido antes. Era algo surreal, inexplicável, incrível. Seus lábios eram macios como um pêssego, delicados feito seda e deliciosos como um morango. Finalmente fui correspondido, acho que ela ainda estava em choque pelo meu ato, ela realmente não esperava por isso. Quando finalmente nossas línguas se encontraram, um choque me percorreu toda a espinha, o beijo dela era magnífico, talvez o melhor que já provei. Mantínhamos um ritmo calmo, apenas com caricias inocentes. Quando paramos para retomar ar, notei que seus lindos olhos azuis estavam tão brilhantes e vivos quanto um estrela, em seu rosto formou um sorriso tímido e seus olhos evitavam os meus. Era impressão minha ou Catherine Willows estava envergonhada? Não pude evitar uma leve risada, ela me olhou novamente. “O quê?” Ela me perguntou curiosa. “Nada, só que não estou acostumado em ver a Srta. Willows envergonhada.” Falei em um tom brincalhão, ela sorriu e deu um leve tapa no meu braço. “Bobo.” Dei o meu famoso sorriso de canto de boca, coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha dela e me inclinei para beijá-la novamente, mas ela hesitou. “O quê?” Perguntei com um visível ponto de exclamação em meu rosto. Ela suspirou e falou. “Você vai ficar, certo?” Seus olhos gritavam por um sim, e era a única palavra que poderia dizer. “Sim.” Um grande sorriso apareceu no rosto dela e involuntariamente no meu. Inclinei-me novamente e depositei em seus lábios um beijo calmo, me afastei dela e soltei a palavra que tinha tanto medo de falar. “Eu te amo.” Ela sorriu se arrumou no sofá, me olhou e falou. “Eu te amo e sempre vou te amar.”

Depois disso, fizemos amor, nos amamos como se fosse a única e a última vez. De manhã tomamos café juntos, e os dias foram assim pelo resto das nossas vidas, para nós aqueles simples e repetitivos votos: “Até que a morte nos separe.” Realmente não caia bem, pois nosso amor ia além da vida e a morte, ele duraria vidas, porque a simples e doce morte não faria ele acabar.


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Notas finais do capítulo

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