Outro Conto Da Cinderela Moderna escrita por LuhJackson


Capítulo 25
E Peter me surpreende cada vez mais...


Notas iniciais do capítulo

Oiiii! Como vocês estão? Bem?
Acho que eu não demorei dessa vez... Eu disse que ia postar um por semana, certo?
Leiam as notas finais, ok? Por favor!
Boa leitura, pessoal! :D



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- Eu quero saber como nós ficamos a partir de agora. Nós nos beijamos, você me jogou na piscina e saiu correndo, mentiu para a Katie e agora eu quero saber: o que nós somos? Porque eu duvido muito que a resposta seja “namorados”. – Peter simplesmente despejou isso em cima de mim e depois se apoiou na moto, de braços cruzados, parecendo estar esperando uma resposta imediata.

- Amigos? – Sugeri, mas me senti complemente estúpida depois de falar. Como se depois do "lance da piscina" ele ainda fosse querer ser meu amigo!

Ele balançou a cabeça rindo.

- E em relação à Katie? – Congelei quando ele perguntou aquilo.

- O que tem a Katie? – Perguntei desconfiada. Ele não poderia saber que a Katie gosta dele, poderia? Isso é impossível! Ele é lerdo demais pra isso!

- Eu quis dizer... Se vamos continuar a mentir para ela, é melhor combinarmos histórias! – Ele ironizou e riu. Dei um tapa no braço dele. – Ai!

- Acho que você quis dizer: “Contamos a verdade ou continuamos mentindo para ela?”. – Fiz minha voz genérica masculina, tentando imitar ele.

Mas Peter só me encarou por um segundo e depois caiu na gargalhada. O encarei confusa e ele fingiu secar uma lágrima.

- Essa é a sua “voz masculina”? – Ele perguntou cético.

- Sim... Porque?

- É ridícula!

- Ei! – Dei outro tapa no braço dele.

- Ai! – Ele gemeu novamente. – Quer parar com isso?

- Não.

- Engraçadinha... – Ele rolou os olhos. – Ok, vamos voltar ao assunto principal: Katie. O certo a se fazer era contar a verdade.

- E eu vou contar a verdade à ela... Um dia. – Falei a última parte mais baixo, mas ele escutou e cruzou os braços.

- Cindy.

- Tudo bem! Eu conto à ela! Mas somente quando eu estiver pronta. – Respondi convicta.

Um pensamento estranho passou pela minha cabeça. Brigando e implicando um com o outro, nós quase parecíamos... Irmãos. Bem, eu não tenho irmãos, então não sei como seria ter um, mas algo me dizia que era parecido como o que estava acontecendo ali. Eu quase podia pensar em Peter como meu irmão mais velho... Mas aí o beijo de dois dias atrás estragava tudo.

Ele suspirou e passou a mão pelos cabelos, parecendo pensar em alguma coisa.

- Você ainda não respondeu à uma pergunta minha. – Ele disse olhando nos meus olhos.

- Que pergunta? – Perguntei, mesmo já sabendo a resposta.

- Como nós ficamos? – Ele perguntou novamente e eu suspirei cansada.

- Sinceramente? – Perguntei e ele assentiu. – Eu não sei.

Ficamos em um silêncio constrangedor por alguns segundos até que ele resolveu quebrá-lo.

- Posso te perguntar uma coisa?

Eu dei de ombros e assenti, ainda em silêncio.

- O que você sentiu quando me beijou?

Eu fiquei surpresa com a pergunta dele... E, na verdade, nem eu saia ao certo a resposta. Mas a medida que eu ia falando, as palavras simplesmente foram se derramando de dentro de mim, tão naturalmente que até eu me surpreendi.

- Olha, Peter... Eu não vou mentir. O beijo foi realmente incrível. O melhor beijo que eu já tive até hoje. – Admiti e ele abriu um sorriso presunçoso. – Ah, legal... Deixa eu adivinhar: agora você vai me perturbar com isso pelo resto da vida, certo?

- Exatamente. – Ele respondeu sorridente e eu dei outro tapa nele. – Sério, acho que você ama me bater!

- Descobriu isso agora, gênio?

Ele me deu língua e eu ri.

- Mas, continuando... – Eu falei e voltei a ficar séria, agora cruzando os braços. – O beijo foi muito bom sim, mas... – Suspirei. – Eu gosto de um garoto.

Ele arregalou os olhos e abriu um pouco, um pouco surpreso e... E parecia feliz? Como assim?

- Mas era exatamente isso que eu queria dizer! – Ele disse surpreso. – Eu gosto de uma outra garota. Eu até pensei que pudesse estar gostando de você, mas... – Ele deu ombros. – Vai ver eu só achava você gostosa, sei lá... – Depois de se tocar do que falou, ele arregalou os olhos novamente e tentou concertar. – Desculpa! Eu não quis... Eu não quis dizer... Quer dizer, você é bonita e tal...

- Peter. – O interrompi rindo aliviada. – Eu entendi. Atração física.

- Isso! – Ele concordou e pareceu mais relaxado.

Ficamos em silêncio por mais alguns segundos até Peter o quebrar, parecendo um pouco envergonhado com o próprio comentário.

- Eu... Digamos que eu não tenha tanta certeza sobre esse lance de “atração física”. – Ele comentou completamente envergonhado. Eu o olhei confusa. – Então... – Ele continuou. – Será que eu poderia tentar um coisa?

- Acho que... Sim. – Respondi hesitante. O que será que ele vai aprontar?

- Vocês garotas sempre falam de umas tais... “Faíscas voando” ou “borboletas no estômago”. – Ele fez as aspas com os dedos. – Mas acho que eu nunca senti isso com ninguém... – Ele me lançou um olhar significativo e eu entendi o que ele quis dizer.

- Ou seja... Nem comigo, certo? – Perguntei e tenho que admitir que me senti aliviada, já que, assim que ele falou aquilo, eu me toquei que também não tinha sentido nenhuma “borboleta” ou “faísca”.

Ele somente assentiu tristemente e, quando eu estava pronta para me despedir dele e ir na direção do prédio da escola (que pelo visto já estava vazio, me dando a certeza de que eu estava atrasada para a aula), Peter me segurou pelo pulso e me puxou para perto dele.

- Peter... O que você...?

- Só me deixa fazer uma coisa, ok? – Ele me cortou. Estávamos muito próximos e eu já estava ficando preocupada com aquilo. – Eu só quero ter ma última prova.

- Última prova do que? – Perguntei prendendo a respiração e morrendo de medo de ser exatamente o que eu estava pensando.

- Um último beijo. – Ele respondeu. – Uma última prova de que você realmente não é “a garota”. Depois disso eu prometo que te deixo em paz, se você não for pirar como a maioria das garotas, nós poderíamos até ser... Amigos. – Ele completou hesitante e parecia estar com medo da minha possível rejeição.

Eu simplesmente não consegui acreditar que ele estava mesmo me pedindo isso. Tudo bem, eu sabia o que ele queria: um beijo. Mas eu achei que ele fosse simplesmente me agarrar ali mesmo, como na piscina, e me beijar sem... Permissão. E mais: ele queria mesmo ser meu amigo? Normalmente o garotos odiariam ser amigos da “ex” (ou que quer que fossemos...). Porque eu tenho certeza que ele era tudo menos o meu “ex”.

- Você tem certeza?

- Como assim? Você não quer ser minha amiga? – Ele perguntou e um pouco decepcionado.

- Claro que eu quero! – Me apressei em dizer. – Eu estava me referindo ao beijo.

- Ah! – Ele murmurou. – Bem... Em relação ao beijo... Eu não tenho certeza, mas algo me diz que isso precisa ser feito.

- Olha, Peter... Eu gostei muito de te beijar, mas não sei se é esse o certo, entende? – Eu tentei argumentar.

- Ninguém precisa ficar sabendo. – Ele ofereceu e levantou uma sobrancelha.

Continuei com ela expressão de que ainda não gostava da ideia. Ele suspirou e riu.

- Você não consegue fazer algo na vida sem pensar? Sabe... Só fazer.

Pisquei, completamente surpresa com a pergunta e um pouco envergonhada por ver que ele estava certo. Eu não fazia nada por impulso. Nunca fazia algo por instinto, sem ver os “prós e contras” antes. Ok, acho que eu sei o nome disso...

- Certinha. – Ele debochou ainda rindo. – Você é muito careta e certinha. Você só tem, o que...? 16 anos? Se não vivermos agora, quando vamos viver? O que você terá para contar aos seus filhos? Porque eu aposto que...

Acho que ele poderia ter ficado o dia inteiro falando sobre aquilo, mas então eu rolei os olhos e o beijei.

Dessa vez o beijo foi mais... Intenso do que da última vez. Ele ainda estava apoiado na moto e me puxou para ficar em pé na sua frente, quase em seu colo, praticamente com nossos corpos colados. Ele passava suas mãos pelas minhas costas e cintura, mas em nenhum momento foi até mais do que o quadril, enquanto eu enrolado meus dedos em seus cabelos.

Depois de alguns segundos (ou minutos, quem sabe, não deu pra dizer ao certo), em algum momento em que eu abri os olhos por um instante, vi um vulto passar atrás de uma árvore que estava a alguns metros de nós. E o cabelo (eu tinha certeza que era cabelo) parecia ser loiro... Mas logo no instante seguinte, quando me toquei que já estávamos conversando há bastante tempo e eu já estava atrasada, empurrei um pouco Peter.

- Tenho que ir. Agora.

- Tudo bem, eu já tenho certeza agora: só atração física. – Ele respondeu um pouco constrangido e eu só entendi quando notei um pequeno “volume” em seus jeans.

- Ahn... Eu... Eu tenho que... Ah meu Deus... – Abaixei a cabeça envergonhada e, antes que eu pudesse me virar para ir na direção da escola, ele segurou meu pulso.

- Amigos?

Eu sorri e assenti. Me virei e comecei a andar em direção a escola, mas me detive depois de dar dois passos. Então me virei novamente para ele e o abracei antes que eu perdesse a coragem.

- Tchau. – Me despedi dele e recebi um beijo na testa.

- Se cuida. – Ele falou, como se fosse meu irmão mais velho.

- Eu vou. – Prometi.

Olhei no relógio e disparei para a entrada, mesmo sabendo que eu provavelmente só ia poder entrar no segundo tempo de aula.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Será que algumas almas bondosas me mandariam reviews???? :(
Eu estava pensando, quando terminar essa história, postar uma que eu estou fazendo com as minha amigas...
É bem diferente dessa, mas posso garantir é bem divertida!
Então, o que vocês acham? Posto ou não?
Beijinhos e até o próximo capítulo!