Um tempo de descontração depois, Remo, que sempre presta atenção em tudo, perguntou:

- Vocês falaram muitos nomes que não conhecemos. Quem são Victoire, Louis, Molly, Lucy e Teddy?

- Victoire e Louis são meus irmãos! – Dom se prontificou em responder – Victoire é mais velha que eu, e já se formou. Está trabalhando agora de desfazedora de feitiços no Gringotes, como meus pais. E Louis é mais novo, e entra em Hogwarts só ano que vem! Já Molly e Lucy são nossas primas, filhas do nosso tio Percy. As duas também já se formaram e trabalham no Ministério, com o pai.

- Nossa, vejo que vocês tem uma família muito grande! – Remo interrompeu, poupando Dominique de explicar quem era Teddy – E são todos Weasley’s! Quantos filhos Arthur e Molly tiveram?

- Sete! – Sorriu Fred, orgulhoso – E tem só a minha tia Gina de menina! E ela se casou com Harry Potter, por isso nos chamam de o enorme clã Potter-Weasley. Poderia ser maior, mas o tio Charlie não se casou e mora na Romênia, trabalhando com dragões; e o meu tio Fred morreu na Grande Batalha. – Conclui ele, tristemente.

- Meus pêsames – Lily desejou.

- Tudo bem, eu ainda nem era nascido. Mas sinto falta dele porque meu pai sente, afinal, tio Fred e o meu pai, George, eram gêmeos inseparáveis.

Todos ficaram em silêncio por uns momentos, até James perguntar:

- Espera, você se esqueceu de um: quem é Teddy?

Os primos se entreolharam, e foi James Sirius quem resolveu dar a notícia.

- É o seu filho, Remo.

Remo empalideceu.

- M-meu filho?! – Exclamou ele – Como é que eu fiz a loucura de ter um filho sendo quem eu sou?!

- Você mesmo se perguntou isso e se sentiu mal quando descobriu que a Tonks estava grávida – Disse Alvo.

- TONKS?! – Foi Sirius quem exclamou – Como Ted Tonks, o marido da minha prima Andrômeda?! Como Nymphadora Tonks, a filhinha deles?!

- Sim – Roxxie explicou – Remo Lupin e Nymphadora Tonks se casaram e tiveram um filho: Ted Tonks Lupin, que não é um lobisomem, e sim um metamorfomago, assim como sua mãe.

James, Sirius e Lily ficaram felizes por Remo, que estava chocado e feliz ao mesmo tempo por seu filho não ser um lobisomem como ele.

- Graças a Deus ele não é um lobisomem – Ele sorriu.

- Nem vem desviando o papo não, seu lobisomem safado – Cutucou Sirius – Nem pense que esqueci que você andou papando minha sobrinha, que era muito novinha pra você, por sinal!

Todos riram, mas Remo ficou muito corado.

- O mais engraçado é que esse era o segundo motivo porque Remo não queria se casar com Tonks, mesmo estando perdidamente apaixonado – Lily Luna explicou – Meu pai disse que quase teve que te socar para você parar de ser tão cabeça dura e enxergar que a Tonks te amava e queria só você, Remo, e não outro alguém mais jovem e normal como você dizia que ela merecia.

Remo ficou mais corado do que um pimentão, e todos sorriram e exclamaram “Awn!”.

 - Mas apesar disso tudo ser muito fofo, eu ainda não esqueci que você andou papando minha sobrinha, viu! – Sirius brincou.

- Ah, Aluado! Sempre soube que essa pinta toda de nerd era só fachada! – Brincou James, fazendo todos gargalharem.

-  Não ligue para eles, Remo – Lily sorriu – Sei que ela teve todos os motivos para te escolher, e também sei que você deve ter sido um ótimo pai!

Todos os primos ficaram tensos no mesmo instante, fazendo Remo perguntar:

- O que houve?

- Bom... – Disse Alvo, meio sem jeito – Na verdade, vocês não tiveram muito tempo para criar o Teddy, já que você e Tonks morreram na Grande Batalha quando o Teddy era apenas um bebê.

Os marotos e Lily se entristeceram: Será que eles só iriam ouvir falar de tragédias ao saberem de seu futuro?!

- Mas você nomeou o nosso pai como o padrinho do Teddy! – Falou James Sirius, tentando descontrair – Por isso ele vive lá em casa, é como um irmão mais velho para nós!

- Ele mora com vocês? – Perguntou Lily.

- Não – Respondeu Alvo – Mora com a avó dele, Andrômeda, porque depois que o marido e a filha morreram, o Teddy é a única família que ela tem. Mas ele janta lá em casa pelo menos quatro vezes por semana, ele adora a comida da nossa mãe!

James Sirius, Alvo e Lily sorriram pensando no quanto adoravam Teddy.

- E como ele é? – Perguntou Lily, curiosa – Digo, em aparência, se parece com o Remo?

- Na verdade – Começou Dominique – Como ele é um metamorfomago, ele nunca está com a aparência original. Ele sempre usa o cabelo em cores bizarras e muda várias das suas características, porque... – Ela suspirou – Bom, porque ele diz que se parece muito com você, Remo, pelo que ele viu nas fotos, e... Bem, o Teddy não gosta muito de lembrar-se dos pais porque por mais que ele ainda tivesse a avó, o tio Harry, e toda a nossa família, ele sempre sentiu muita falta dos dois, e isso o entristece. Por isso ele está sempre mudando, sempre diferente, para não ter que se olhar no espelho e ver as pessoas de quem ele mais sente falta.

Houve um silêncio melancólico: Será que os filhos de todos eles teriam que passar por essa horrível situação? Nenhum deles quatro teria a oportunidade de criar os próprios filhos?

- Eu não me casei e nem tive filhos? – Perguntou Sirius, de repente.

- Não... – Disse Hugo, tristonho – Bom, como você vê, você passou a maior parte da vida preso em Azkaban, então não teve muito tempo pra formar uma família.

- Entendo... - Ele balançou os ombros - Bom, eu nunca fiz muita questão disso mesmo, muito pelo contrário! Mas... – Sirius continuou – Se eu não formei família, e todos os meus amigos morreram, não me digam que eu fui o único que permaneceu vivo?! Porque se fosse pra ficar sozinho, eu preferiria ter ido junto...

- Não, Sirius – Falou Lily Luna, comovida – Você também se foi, antes mesmo de Remo. Bellatrix Lestrange te matou quando meu pai estava no quinto ano. Foi uma perda horrível, principalmente pra ele, que era tão apegado ao “melhor padrinho que ele podia ter”, como ele mesmo diz. Mas ele também fala que a única coisa que o consolou quando você se foi, é que ele sabia que você no fundo estaria feliz, porque se reencontraria com seus melhores amigos, os quais você sentia tanta falta.

Sirius suspirou, tentando processar tudo aquilo. Seria morto pela própria prima... Tudo bem que ele nunca confiou em Bellatrix, antes mesmo dela se tornar uma Comensal da Morte. Porém, no fim ele concluiu que pelo menos ele teve a chance de conviver um pouco com o Harry, antes de se juntar novamente aos amigos, onde ele sabia que era realmente feliz.

O trem foi parando e eles se sobressaltaram. A viagem de Hogwarts para King’s Cross sempre fora muito longa, levara sempre boa parte do dia, mas dessa vez eles estavam tão concentrados em suas conversas que nem viram o tempo passar. Olharam pela janela, mas não puderam ter uma pista de que horas eram: a neve não deixava. Então eles repararam no quanto estavam famintos. Por mais que lancharam não havia tanto tempo, seus estômagos agora roncavam, pedindo por mais comida.

Os Potter-Weasley, e até mesmo os Scamander, se alegraram com o fato de estarem perto de saborear a comida deliciosa de Molly Weasley n’A Toca, e que finalmente matariam a saudade das suas famílias.

- Esperem! – Roxxie gritou, quando todos já estavam se levantando – Nós seremos os últimos a sair, lembra?!

- Ah, é verdade – Fred se sentou calmamente de novo, sendo acompanhado pelos outros, menos por James Sirius, que empalideceu e começou a entrar em pânico.

- AI MEU DEUS, ESTÁ NA HORA! – Ele exclamou, bagunçando os cabelos dramaticamente – VAMOS TER QUE ENCARAR OS LEÕES! VAMOS TER QUE ENCARAR A MINHA MÃE! TÁ NA CARA QUE ELA NÃO VAI ACREDITAR QUANDO SOUBER QUE VOCÊS APARECERAM DO NADA DO PASSADO, E VAI POR A CULPA TODA EM MIM! ADEUS A TODOS, EU VOU MORRER!

Todos se sobressaltaram com o profundo pânico na voz de James Sirius enquanto ele gritava, e Fred começou a se desesperar também; ele geralmente tinha que ouvir todas as memoráveis broncas de sua tia Gina ao lado de James.

- Pelo amor de Deus, acalme-se, James! – Gritou Roxxie – Também não é o fim do mundo!

- É! Você fala da mamãe como se ela fosse um monstro! – Exclamou Lily Luna.

- Você diz isso porque é a princesinha dela e nunca teve que ouvir os sermões que ela nos dá! – Exclamou Fred.

- É verdade, como vocês pretendem nos revelar para a família de vocês? – Perguntou Lily, com o coração já levemente acelerado por saber que finalmente veria seu filho, por mais que, no momento, ela tivesse consciência de que ele era bem mais velho do que ela.

- Nós não tínhamos pensado nisso... – Sussurrou Dom, também aflita.

 - Acho que seria melhor se não jogássemos a notícia logo de cara... – Falou Alvo, pensativo.

- Talvez nós devêssemos preparar um show de abertura, para desviar as atenções, assim o choque final não seria tão grande – Disse Fred sorrindo marotamente – Eu tenho alguns fatos bombásticos para contar, ah sim, eles fariam efeito.

- Eu acho que vocês deveriam agir naturalmente – Opinou Lorcan – Como se eles já fizessem parte da família e fosse natural que eles estivessem perto, e só quando eles notassem vocês explicariam tudo!

- Concordo com o meu irmão – Falou Lysander – Vocês deveriam chegar e abraçar a todos normalmente, acalmar a aflição no coração deles por não saírem correndo do trem como geralmente fazem, e deixar eles repararem na novidade sozinhos! E aí então explicam tudo!

- É ISSO! – James Sirius sorriu e abraçou os gêmeos – Obrigado Lorcan, obrigado Lysander!

- Pelo visto aquela coisa  toda de loiros serem burros é mentira, né! – Exclamou Sirius, bagunçando o cabelo dos dois assim que James Sirius os largou.

- Obrigado, geniosinhos! – James sorriu agradecendo também.

- Não é a toa que eu os apelidei de mini-Eisteins! – Sorriu Dom.

- É verdade, vocês não são Weasley’s! – Exclamou Lily, que observava melhor os gêmeos, como se reparasse neles direito pela primeira vez.

- Não, somos filhos de Luna Lovegood e Rolf Scamander – Respondeu Lorcan.

- Mas somos velhos amigos da família. O segundo nome da Lily é em homenagem a nossa mãe – Explicou Lysander.

- Entendo – Lily sorriu.

- Gente... – Chamou Hugo, que observava a janela – A plataforma logo vai estar vazia, é melhor nos prepararmos.

Todos ficaram subitamente tensos e muito nervosos, principalmente os viajantes do tempo. Em pensar que isso tudo era só o começo de uma longa jornada...