E uma dica a você, se as coisas estão indo bem demais, desconfie.

POV. Mariana

Tava tudo certo até então. O Guns tinha entrado em uma turnê e Lari e eu resolvemos acompanhá-los – e não me pergunte sobre a escola e o trabalho porque isso não importa – Eu não fazia o tipo ciumenta, mas não ia deixar meu namorado lindo daquele jeito, solto por ai, com tanta vadia nesse mundo. O clima na viagem estava realmente muito bom, e acho que foi um dos poucos momentos da minha vida em que eu realmente me senti feliz. Mas não posso dizer a mesma coisa depois do show. Muita coisa aconteceu depois daí.

A primeira foi que eu finalmente “conheci” a Erin – conheci entre aspas, porque eu não me atrevi a falar com ela-, fiquei imaginando que a cara de espanto do Axl iria revelar todo o nosso casinho e foder muito com a vida dele, e eu não estava com saco para brigar com mais ninguém. Foi ai que uma VADIA de primeira resolveu aparecer. Ela usava uma roupa extremamente curta, e isso me deixou realmente muito nervosa. Ai ela começou a dar em cima do Izzy. Imediatamente eu olhei para a cara da Lari, e percebi o quanto ela estava ficando brava com aquilo –a Larissa é definitivamente a pessoa mais ciumenta que eu conheço- ela se levantou e foi tomar alguma coisa.

Eu só sei que depois daí o Steven me segurou –literalmente- para eu não voar em cima da Michelle.

- Me solta Steven! –falei.

- Nós vamos para casa. – ele disse.

- Não antes de eu acabar com essa Michelle.

- Não Mari. –ele disse, olhando nos meus olhos - Esse problema não é meu, nem seu. Deixe que o Izzy e a Larissa resolvam isso depois. Nós vamos para casa ok?

Eu assenti com um pouco de relutância e entramos no carro.  Eu fiquei calada até chegar em casa, me despedi do jeito mais frio possível de Steven e subi as escadas do apartamento. Eu espero que ele tenha entendido que eu não estava com saco pra ter nada com ele naquele dia. Mas se não tiver entendido também, foda-se. A Lari era mais importante.

- LARISSA? –entrei no apartamento gritando.

Ela não respondeu, e comecei a revirar todos os cômodos, até encontrá-la jogada no chão, com uma garrafa de vodka –vazia- ao seu lado.

- Puta que pariu menina, o que deu em você? – eu disse.

Puxei seu braço para erguê-la e percebi a faca debaixo da cama. Eu fiquei muito brava comigo mesma, por não estar cuidando dela direito –sim, Larissa é mais velha, mas eu me sinto responsável por ela- e por ela ter feito uma coisa dessas.

- Larissa acorda – dei-lhe dois tapas fracos na cara.

- O que foi merda? – disse ela meio sonolenta.

- Você jurou que nunca mais faria isso, caralho. – eu disse, indicando-lhe o braço cortado.

- Foda-se a promessa, foda-se minha vida, foda-se toda essa merda.

Eu dei-lhe um tapa –dessa vez mais forte- e disse:

- Olha aqui, você não vai deixar um homem estragar sua vida de novo, ta ouvindo? Tu vai parar com essa bobagem agora, senão nós voltamos pro Brasil.

Ela suspirou.

- Mas ele não tinha o direito de fazer isso comigo. –disse, choramingando.

- Vocês não estão namorando Lari, você não tem o direito de ficar com raiva dele por causa disso.

Nós ficamos ali no chão, conversando por mais de uma hora. Depois lhe dei boa noite e fui para meu quarto. Eu sabia que tudo que eu tinha falado tinha sido em vão, pois sabia o real motivo da raiva da Michelle. Mas ela tinha me feito jurar que nunca mais falaria sobre aquilo, e não seria agora que eu quebraria a promessa.

Eu deitei e fechei os olhos. Toda a minha felicidade do começo do dia tinha acabado num piscar de olhos, e eu sabia que isso não acabaria por aqui.