POV Jade

Brasil, ai vamos nós. Definitivamente é um lindo lugar, bonitas praias, no entanto um clima meio confuso... Okay, podemos encarar que eu não gosto muito dos dias quentes o que torna o Brasil um dos últimos lugares qual eu iria no verão. No entanto, não são muitas as minhas opções.

Me despedi de todos e chamei Beck até a cozinha antes de ir embora.

Jade: Vou em casa, sabe, falar com meu pai e fazer as malas. - Disse indiferente.

Beck: Okay, mas espera, vai me deixar aqui no meio de três garotas?

Jade: Confio no André pra cuidar da Tori e o Robbie deve dar conta da Trina.

Beck: E Cat? - Suspendi uma sobrancelha.

Jade: Tenho que me preocupar? - Falei de forma hostil. Ele observou meus olhos, é uma habitual conversa, em meio à uma quase briga e mesmo assim, ao fitar os olhos acastanhados e perceber o sorriso encantador, sinal de que minhas bochechas estão coradas, deixei-me envolver em sentimentos que ainda me assustam.

Beck: Não. - Ele finalizou alisando meu rosto antes de sermos interrompidos por Cat que pulava alegremente, me fazendo revirar os olhos e Beck rir.

Cat: O que acha de pipoca?

Jade: Tchau.

Cat: Pensei que já tivesse ido embora.

Jade: Estou indo agora.

Dei um beijo rápido e seguir pra saída da casa já familiar.

Tori: Te vejo amanhã?

Jade: Espero que não. - Ela observou meu sorriso sarcástico e assentiu aceitando a derrota outra vez.

Robbie: Tchau.

Jade: Uhm, é.

André: Até amanhã. - Ele disse levantando para um abraço. Empurrei-o, de forma talvez um pouco agressiva, ele caiu no sofá perto de Tori enquanto eu dei de ombros.

Trina pensou em falar alguma coisa mas eu a interrompi.

Jade: Tá, já chega!

Cat: Tchau Jadey - Gritou correndo em círculos pela mesa de centro.

Jade: Esquece - Sibilei tendo a certeza de quê ninguém ouviu.

Bati a porta, mas esperei mais ou menos dois segundos até ouvir a voz do Beck outra vez.

Beck: Então, Brasil não é? - Sorri e retomei minha caminhada.

Encostei no carro, mas decidir que uma caminhada poderia me fazer bem.

Senti os olhares curiosos em mim, de certo pelas minhas roupas pretas e assessórios. Bom... Acho que acabei me acostumando, já que apenas continuei caminhando.

Minha mente vaga entre letras de músicas e formas de avisar que irei ao Brasil.

De fato, cheguei na metade do caminho sem nem ao menos me lembrar da bolsa que trouxe comigo pra casa da Vega.

Voltei, ainda indiferente. Claro, chateada, no entanto decidida a não voltar à pé. Já quê a minha boa vontade não fora apropriadamente aproveitada pelo destino, tendo que voltar.

Subi as escadas e toquei a campainha e os murmúrios e risos foram cessados. Cat soltou um gritinho e ouvi Robbie a tranquilizar.

Cat: Quem é? - Perguntou a menina assustada.

Jade: Advinha Cat, adivinha... E se errar não vai ter segunda chance.

Cat: Oprah Winfrey? - Hãn?

Jade: Cat!

André: Jade! - Ele respondeu. Logo em seguida a baixinha abriu a porta sorrindo.

Robbie: O que ta fazendo aqui?

Jade: Esqueci a minha... Cade o Beck e a Vega? - Senti meu rosto formar uma mascara ameaçadora.

Cat: Tori disse que tinha um assusto sério com o Beck.

Jade: Oh! Imagino! - Ironizei amarga.

Trina : Não é nada disso! Estão no quarto da Tori, acho que é alguma coisa sobre um trabalho.

Jade: Que seja. - Subi as escadas depois de varrer a sala até encontrar minha pequena bolsa tira-colo preta com tarraxas.

Parei em frente a porta branca com flores rosas na porta. Definitivamente enjoativo!

Pensei em bater, e interromper o que quer que estivesse acontecendo ali. No entanto meus pensamentos foram interrompidos pela hesitação da Tori.

A principio pensei que Beck tivesse tentado um beijo ou algo do tipo, mas  logo minhas suspeitas foram por água abaixo quando Tori pareceu retomar algo que estava dizendo a pouco. Ou respondendo a alguma pergunta.

Tori: Acho... Mas, ela... Beck vou ser sincera com você okay? - Deduzir... Bom, talvez pressenti que o que viria a seguir, certamente era algo que eu não deveria ouvir. - Acho que a Jade é uma louca, completamente maluca, e ela tem realmente que ir a um psicologo, ela tem que ter consultas, porquê... Aquelas roupas pretas, jeito fechado de ser, a frieza... Tudo isso, conta. Ela não pensa em ninguém, ela não gosta de ninguém... Como consegue atura-la? E... Eu sinto muito ter que dizer isso, mas, só aturamos ela por ser sua amiga. Ninguém se sente bem com a Jade por perto...

A sensação, de desamparo retornou a encher as paredes em meu redor. Tornando cada palavra ainda mais eficaz. Ouvi Beck pestanejar, e contrastar, mas a voz da Tori falando o quanto sou louca, me transportou para os dias em que tive plena certeza de que a única forma de sobreviver, é sendo fria o suficiente pra não se importar com ninguém. 

#Flash Back On

Mãe: Não, ela não é normal! Não seja tolo, não tente encobri-la. É uma adolescente louca! Só usa preto, unhas pretas, roupas pretas! Não tem amigos, não sai de casa, não conversa comigo. Eu simplesmente não entendo como tive uma filha assim.  Só me dá problemas, só me traz desgosto, e você não se importa, ninguém se importa.  - Eu estava com 13 anos, no meu quarto, a porta entre aberta deixava que um feixe de luz permitisse que eu visse meus pais em mais uma dessas brigas. Eu tinha meu rosto mergulhado em lagrimas e os joelhos agarrados em meu corpo.

Levantei com a raiva transbordando pelos meus olhos.

Jade: De fato, mãe... Não converso nem demonstro meus sentimentos, do mesmo jeito que você nunca demostrou e no entanto eu te amei todos os dias da minha vida. - De um jeito que você acabou de deixar claro que não fez.

Completei mentalmente, mas me deixando ser envolvida por um abraço da mesma.

#Flash Beck Off

Louca. Louca... Louca?

Sim, louca.

Outra vez as lagrimas rolaram pelo meu rosto, me fazendo sentir raiva e perceber a minha fraqueza, qual sempre tive repulsa.