LUMA’S P.O.V

Eu devo ter devorado umas duas barras de chocolate, meio pote de sorvete e quase uma garrafa inteira de coca-cola. Devia ser a décima vez que eu tava vendo Simplesmente Amor e chorando como um bebê que acabou de nascer.

FLASH BACK ON

Assim que cheguei em casa fui para debaixo do chuveiro deixando meu cabelo molhar e tudo o que eu conseguia era chorar. Tecnicamente, eu tinha conseguido realizar um sonho: Harry me beijou. Mas que graça tinha aquele sonho realizado se ele não tinha sentimento? Que graça tinha amar alguém que não te ama de volta? Me diz. Eu só queria estar no Brasil e correr para os braços das meninas e eu sabia que tudo ficaria bem. Terminei meu banho e coloquei um pijama qualquer, penteei meu cabelo de qualquer jeito e me deitei no sofá cheia de edredons começando a afundar minhas lágrimas nas besteiras que havia comprado.

FLASH BACK OFF

HARRY’S P.O.V

Eu estava determinado a saber o que estava acontecendo entre nós, e iria atrás dessa resposta de qualquer jeito. Eu estava determinado a ter ela para mim, mesmo não sabendo o que eu sentia e tendo a possibilidade de machucá-la nessa confusão que eu tinha feito. Mas eu sabia que se ela se machucasse eu iria me machucar também só de vê-la sofrer.

Saí da casa do Louis e segui em direção a minha, queria pegar umas coisas antes de ir até a casa dela. Entrei em casa correndo, deixei derrubar tudo o que tinha no meu caminho até chegar ao meu quarto e pegar o meu violão e a cifra de uma música que eu havia começado a fazer para Luma no primeiro dia em que a vi em Londres. Deixei as coisas todas bagunçadas como estavam e saí correndo do apartamento como se eu precisasse vê-la sorrir em questão de alguns minutos, ou então morreria. Por que ela fazia isso comigo? Eu me sentia tão idiota e bobo quando a via ou simplesmente quando pensava nela.

No caminho até a sua casa, fui cantarolando a tal música que cantaria para ela hoje. Não tinha ensaiado ela muitas vezes, mas eu sei que precisava colocar tudo o que eu sentia para fora e como não era bom com palavras, colocaria em forma de música. Quando cheguei ao seu prédio acompanhado do meu violão, foi um pouco difícil convencer o porteiro a me deixar entrar sem avisá-la, mas consegui. Lá estava eu, Harry Styles, pela primeira vez na minha vida achando que eu sentia alguma coisa de verdade dentro de mim por alguém que valia a pena. Eu sabia que por ela eu podia correr esse risco, alguma coisa dentro de mim, dizia que eu no final iria dar tudo certo. O elevador logo chegou ao térreo e me levou até o andar dela, quando ia bater a porta, ouço o barulho de um choro e o som da televisão estava muito alto. Ela estava chorando? Por que? A minha vontade era escancarar aquela porta e tirar todo o mal que a fazia chorar de perto dela, mas a insegurança e o nervosismo estavam ganhando de mim naquela vez. Eu nunca fui nervoso em relação às outras garotas, por que com ela era assim?

Estava pensando em girar a maçaneta e abrir a porta sem precisar chamar a Luma. Eu sei que isso parecia ridículo, tipo, até parece que por um descuido a porta iria estar destrancada bem no dia em que eu vou lá. Giro a maçaneta com cuidado, para que não fizesse nenhum barulho e para me ajuda ainda mais, a porta estava destrancada. Cara, parecia surreal como as coisas estavam dando certo. Entrei muito devagar pela porta, que dava para a cozinha a direita e a sala logo a frente, e era lá que estava a menina mais linda do mundo. Ela estava deitada ao sofá cheia de cobertores com uma garrafa de coca-cola na mão, e ela repetia as falas junto com o filme que se passava na televisão, eu podia jurar que era Simplesmente Amor. Ela soluçava como alguém que tinha parado de chorar naquele instante, mas não tinha me visto ainda e continuava a acompanhar o filme com um olhar de tristeza.

– O que faz uns olhos tão lindos estarem cheios de lágrimas? – Eu me pronuncio ali, deixando meu violão encostado ao sofá e ficando de frente para aquela menina linda com uma cara tristonha. Ela me olhou surpresa, como se eu fosse a última pessoa que ela esperaria ver ali.

– O-O que você tá fazendo aqui? – Ela pergunta gaguejando e pronunciando as palavras bem devagar.

– É que eu descobri que eu to gostando muito de uma menina e queria ver se você aprova a música que eu fiz para ela. – Eu respondi sorrindo e ela me olhou tipo “Sério que você tá me pedindo isso?”. – Pode ser?

– Tudo bem. – Ela diz e depois suspira pesadamente. Ela parecia irritada, como se estivesse com ciúme dessa tal garota. Mal sabia que essa garota era ela.

Peguei o violão e me sentei no sofá ao seu lado. Comecei a tocar errando algumas partes e tendo que começar mais uma vez. Finalmente consegui tocar aquela música direito e a cada palavra que tinha na letra da música ela me olhava como se estivesse me perguntando com olhar como eu podia ser tão cara de pau. Eu só ria e ela ficava mais brava ainda.

There was a new girl in town
She had it all figured out (Had it all figured out)
Well I'll state something rash
She had the most amazing... smile

I bet you didn't expect that
She made me change my ways (She made me change my ways)
With eyes like sunsets, baby
And legs that went on for days

I'm falling in love
But it's falling apart
I need to find my way back to the start
When we were in love
Things were better than they are
Let me back into...
Into your arms
Into your arms

She made her way to the bar
I tried to talk to her
But she seemed so far (She seemed so far)
Outta my league
I had to find a way to get her next to me

I'm falling in love
But it's falling apart
I need to find my way back to the start
When we were in love
Things were better than they are
Let me back into...
Into your arms
Into your arms

Oh she's slipping away
I always freeze when I'm thinking of words to say
All the things she does
Make it seem like love
If it's just a game (Just a game)
Then I like the way that we play

I'm falling in love
But it's falling apart
I need to find my way back to the start

I'm falling in love
But it's falling apart
I need to find my way back to the start
When we were in love
Things were better than they are
Let me back into...
Into your arms

– O que você achou? – Eu pergunto acabando de cantar e morrendo de vontade de rir da sua cara de ciúmes, mas no fundo ela parecia triste.

– Realmente, essa garota mexeu com você. Meus parabéns Harry Styles. – Ela diz quase deixando uma lágrima escapar pelos seus olhos. Minha vontade era enchê-la de beijos e pedir para parar de ser tão bobona.

– Você que mexeu comigo. – Eu disse parando de rir e olhando-a nos olhos. Ela paralisou, parece que entrou em transe ou alguma coisa assim.

– Você nem sabe as coisas básicas sobre mim! Como pode simplesmente chegar e dizer "ah, você mexeu comigo"?! Eu não vou ser mais um dos seus brinquedos sexuais, Harry! – Ela praticamente gritou, como se estivesse cansada de tudo aquilo e eu já tivesse dito-a essas coisas.

– Eu sei tudo sobre você. – Eu disse calmo.

– Me prova.

– Você adora Rosas Brancas, levanta uma sobrancelha quando não acredita em alguma coisa, seus olhos são irritantemente lindos, você gosta de ver o movimento e as pessoas, tem medo de altura mas parece que vive como se não tivesse medo de nada. – Eu disse e ela abriu tanto a boca que eu achei que o queixo dela fosse cair no chão. Mas tinha mais, muito mais. – Você é ciumenta e chata, gosta do Ramones, acha graça nas piadas idiotas do Lou e do Niall, e, por último, morre de medo dos meus beijos. – Eu terminei.

– A última coisa é men-mentira. – Ela disse com dificuldade, minha vontade era rir da sua cara de surpresa, mas aquele momento era muito importante para mim para rir de qualquer coisa. Eu coloquei o violão novamente no chão encostado ao sofá e cheguei para mais perto dela, com cuidado puxei sua cintura para que não ficássemos longe e ela me olhava com cara de que queria tudo aquilo muito mais do que eu. Mas tinha alguma coisa nos olhos dela, talvez medo, não sei.

– Já que você não tem medo dos meus beijos... – Eu disse chegando ainda mais perto, deixando que nossas respirações se entrelaçassem em só uma. Eu cheguei meus lábios perto dos dela e sussurrei bem baixinho: – Me beija. – Ela intercalava o seu olhar entre os meus olhos e a minha boca, eu sabia que ela queria aquilo tanto quanto eu. Rapidamente ela colocou uma de suas mãos a minha nuca e a outra nas minhas costas, sem pensar muito, a beijei.

Iniciamos um beijo rápido, que ambos precisávamos há muito tempo. Por mais que tinha a beijado nessa tarde, dessa vez era diferente: Tinha sentimento. Eu tinha descoberto naquele momento, que era capaz de amar. Pela primeira vez na minha vida, eu estava lá feito um bobo capaz de fazer qualquer coisa para vê-la feliz. Se amar não era aquilo, o que era então? Ela parou o beijo lentamente e por um momento achei que ela fosse sair correndo dali, como hoje mais cedo. A segurei pela cintura firmemente e ainda perto da sua boca, murmurei:

– Não foge de novo, por favor. – Ela colocou as duas mãos sobre as laterais do meu rosto e riu baixinho. Só Deus sabia o quanto eu amava aquela risada. Eu deixei um beijo sobre os seus lábios e senti-a sorrindo entre o meu beijo.

– Desculpa por hoje mais cedo. – Ela disse me olhando, com cara de envergonhada. Nossas testas estavam coladas e eu ri do modo como estava tudo aquilo. Se o Louis visse tudo o que eu disse e o jeito como estávamos, ia me chamar de gay e depois dizer que estava orgulhoso por eu estar amando de verdade.

– Desde que você fique comigo agora, tudo bem. – Eu disse, mas logo concertei minha frase. – Agora, e pra sempre, ta? – Eu consegui vê-la abrindo um sorriso que poderia jurar que não caberia no seu rosto.

– Você é um idiota sabia? Eu devo ter engordado uns 5 quilos só com esse tanto de doce e você chega só agora depois de 2 barras de chocolate já estarem na minha barriga. – Ela diz fazendo cara de emburrada conseguindo ficar mais linda ainda.

– Eu tava tomando coragem, porque alguém me deixou plantado hoje depois de ter me beijado no topo da London Eye, sabe. – Eu disse com um tom de ironia enquanto acariciava suas costas.

– Foi você que me beijou! – Ela disse descolando nossas testas e colocando o dedo indicador no meu peito, apontando para mim.

– Mas você quis! – Eu digo rindo.

– Não queria nada.

– Ah é? Não te beijo mais então. – Eu disse e ela soltou uma gargalhada que eu podia jurar que iria morrer de amor ali mesmo.

– Pode deixar que eu mesma faço isso por você. – Ela disse e me beijou de novo, se inclinando para cima de mim. Segurei-a com força na cintura e a deitei no sofá ficando em cima dela. Ela parou de me beijar e disse quase sem fôlego: – Você quer que eu fuja de novo? – Ela perguntou num tom de ameaça, eu fiz que não com a cabeça. – Então guarde o Harry safado para outra hora. – Ela disse e ambos rimos

Ficamos ali nos beijando, nos acariciando e trocando carinhos. Eu poderia ficar deitado com ela ali no sofá mexendo em seu cabelo pelo resto da minha vida sem reclamar. Eu finalmente tinha achado alguém que valia a pena e mal conseguia acreditar em tamanha perfeição. Nunca havia me sentido assim com ninguém antes, talvez porque ela fosse especial, linda de todos os jeitos. Ela tinha os olhos que brilhavam mais do que mil estrelas, um sorriso que faria até o mais emburrado dos velhinhos sorrir e era tão inteligente que faria o aluno mais espero de Harvard se achar burro. Ela sim tinha tudo o que eu procurava em todo esse tempo, Deus tinha juntado tudo o que eu precisava para ser feliz em uma única pessoa, o que faria ela perfeita para mim.

Estávamos deitados no sofá e ela adormeceu no meu braço. Parecia mais um anjo do que uma pessoa dormindo, ela era perfeita. Talvez, bem talvez, Louis tenha razão... Eu estava apaixonado. Ah, talvez nada, eu era louco por ela!