Believe escrita por caroline schaly


Capítulo 1
Never stop believing.


Notas iniciais do capítulo

Enjoy,
boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/238592/chapter/1

Mais um dia começou, como de costume eu não estou com nenhum pouco de vontade de levantar, mais como é a última semana de aula, do terceiro ano e esperamos a vida inteira por isso me convenci de que valia a pena e fui me arrumar. Cheguei na sala e fui me sentar com as minhas amigas, elas faziam planos para as férias, afinal eram 3 meses e tínhamos que nos ver, já fui falando que no primeiro mês de férias eu não poderia, pois como já estava combinado desde o meio do ano eu iria visitar minha avó no interior de Santiago, apesar de eu não estar muito animada minha mãe tinha me obrigado, falei que assim que voltasse de la , ligaria e iríamos combinar de sair. Não demorou muito pra aula começar e tivemos que nos sentar nos lugares sem conversar, passou rápido e quando vimos já era o recreio, (incrível como esses últimos dias estavam passando rápido) retomamos o assunto do inicio da aula e decidimos que iríamos para casa de praia da Maria, que ficava no litoral de Santa Catarina, a mãe dela não se importava então já ficou tudo certo.

Aquela última semana passou muito rápido e enfim chegou a hora de ir para Santiago, eu estava odiando a idéia, tinha passado um ano inteiro estudando, acordando cedo, esperando as férias, para ir pro interior de Santiago visitar minha avó, ninguém merece isso. A viagem foi tranqüila, mais muito cansativa, acho que isso se deve ao fato de que minha mãe tem a estranha mania de parar a cada 10 minutos para tirar fotos de família e olhar a paisagem, aquilo já estava me enjoando. Demoramos umas 6 horas para chegar, e eu acho que se minha mãe parasse mais uma vez eu descia e ia caminhando, pelo menos ia chegar primeiro que ela. Chegamos por volta das 22:00 horas e minha avó nos recebeu animadamente, ela sempre foi muito animada e as vezes a extrema animação dela me dava tédio.

- Oláa, como estão os meus netos, e minha filha, eu estava com saudades, vocês sempre demoram muito pra vir e vão embora muito rápido, dessa vez tem que ficar mais tempo.

-Oi mamãe também estávamos com saudades!

-Que bom que pra você a nossa estadia aqui passa rápido porque pra mim sempre demora uma eternidade.

-Ei não seja mau educada com a sua avó Bianca!

-Eu sei que apesar das coisas que ela diz ela adora vir visitar a vovó.

-Oi vovó, não liga pro que a Bianca diz, ela não sabe de nada, eu mesmo adoro vir pra cá.

-Deve ser porque você tem 10 anos pirralho.

Depois de toda essa animação inicial, por parte da minha avó, minha mãe e o idiota do meu irmão, porque pra mim continuava a mesma chatice de todos os anos, fomos entrando e arrumando as coisas no quarto de hóspedes, quando terminamos de ajeitar as malas e meu irmão já saiu para cozinha todo animado minha mãe me puxou pelo braço e disse:

-Olha só, sua avó já esta velha e uma das poucas felicidades que ela tem é quando chega o fim de ano e nós vamos visitá-la, então por favor tente ser pelo menos gentil com ela.

-Aah mãe não enche a vovó sabe que eu odeio esse lugar.

-Não estou pedindo, estou exigindo Bianca, seja gentil!

Saímos do quarto e fomos jantar, minha avó tinha feito um banquete, como se umas dez pessoas fossem comer, sendo que só éramos nós quatro.

Comi em silencio, pensando em quantas coisas legais eu podia estar fazendo se estivesse na praia com as gurias, mais minha mãe tinha que falar e estragar a minha imaginação perfeita.

-Bom, eu queria dar uma noticia muito importante a vocês, eu sei que para alguns vai ser difícil de aceitar, mais eu vou me casar denovo!

-Que ótimo minha filha, você precisa mesmo de uma companhia, já que logo meus netos lindos vão sair de casa.

-A mamãe, você sabe que eu te apoio em tudo.

-Pronto, agora você conseguiu tirar a minha fome, dizendo isso me levantei e fui pro meu quarto.

A noite foi longa, até porque demorei muito a dormir, não conseguia aceitar que minha mãe tinha deixado meu pai a menos de um ano e já estava pensando em se casar de novo. Isso não era justo! Não mesmo.

Acordei cedo, me levantei e quando me virei no quarto vi minha mãe e me lembrei da noite anterior, senti uma enorme dor na cabeça e lembrei que podia ser conseqüência do choro.  Lembrando disso, meu dia já não começou bem.

Fui até a cozinha e encontrei só a minha avó fazendo café da manhã, ela me deu um bom dia tão bem humorado que eu nem consegui responder, ela me ofereceu alguma coisa pra comer, mais eu neguei, disse que precisava pensar um pouco. Sai de casa e fui até o centro da cidade, ou quase isso porque não tinha muita coisa La, apenas algumas lojas e um restaurante, cheguei na praça central e me sentei em um banco, para organizar as idéias na cabeça. Pensei um pouco e a tristeza já me tomou, pensar na minha mãe se casando de novo, eu ter que perder um mês das minha férias nesse lugar horrível, e ainda por cima não ter uma amiga por perto para desabafar tudo isso. Junto com a tristeza veio as lágrimas e quando me dei conta já estava chorando muito.

Diferente das manhãs da última semana de aula, aquela passou muito lentamente, e agradeci por Santiago ser uma cidade pequena e não ter muita gente na rua para me ver naquele estado.

Chegou a hora do almoço e eu resolvi voltar antes que a minha mãe mandasse a policia atrás de mim, do jeito que a cidade era pequena, não seria difícil de achar. Sem muita pressa voltei caminhando pra casa do sitio, entrei em casa e vi minha mãe, ela me olhou com um olhar mortal, mais não disse uma palavra, quem disse foi minha avó:

-Querida, que bom que você chegou a tempo eu fiz lasanha, você quer um pedaço?

-Não vovó,  não estou com fome.

Dessa vez foi a minha mãe que falou:

-Ela vai adorar provar um pedaço.

-Vá La pro quarto que eu levo um pedaço pra você depois, minha avó disse.

As vezes ela me ajudava, eu definitivamente não queria almoçar na mesa e ter que aturar aqueles olhares da minha mãe. Fui esperar no quarto, e não demorou muito para que a minha avó chegasse com um imenso prato com uma lasanha de quatro queijos e um copo de suco de laranja, colocou as coisas em cima do bidê e sentou-se na cama para conversar comigo.

-Querida, eu sei que você não gosta muito de vir pra Ca nas suas férias mas..

-Interrompi a minha avó: - Vó, não é isso, eu não gosto de vir pra Ca, mais é que eu não aceito que  a mamãe va se casar de novo, pra mm é muito cedo ainda pra aceitar alguém novo na casa, e dizendo isso minha visão já se embaçou e senti as lágrimas tomarem meu rosto.

-A querida, eu sei que é difícil pra você, mais você tem que entender que casamentos acabam, mais a única coisa que nunca vai mudar é que seu pai sempre vai ser seu pai, não importa o que acontecer.

- ...

-E quanto você não gostar daqui, eu entendo. Quando você era mais nova como seu irmão, adorava assim como ele, mais vocês crescem e isso sempre acontece. E eu sei que algum dia você Vai lembrar disso, quando tiver os seus netos e eles fizerem isso com você. Mais eu tenho uma ótima idéia, você podia ir visitar a Isabella, vocês brincavam quando eram menores,  e ela ainda mora no sitio ao lado, você sabe o caminho, tenho certeza que vão se dar bem e vai te ajudar a esquecer um pouco de tudo que esta acontecendo, agora coma e depois vá La visitar ela.

-Ok vó, eu vou tentar, e obrigado pelo conselho.

-Estou sempre aqui para o que você precisar, não esqueça.

Minha avó saiu do quarto e eu comecei a pensar no que ela tinha dito, até que não seria tão ruim assim ir ver Isabella, talvez ela soubesse alguma coisa para passar o tempo aqui, e quem sabe até me ajudaria a esquecer um pouco de tudo.

Comi e logo sai para ir ao sitio da Isabella, confesso que estava um pouco nervosa, nós nos dávamos bem quando criança, mais já fazia tanto tempo, não saberia se ela me receberia bem ou não, mais isso era uma coisa que iríamos ver. Bati alguma vezes na porta, que me atendeu foi o Sr. Antônio, avô de Isabella.

-Oi, não sei se o Sr. Lembra de mim,  sou a neta da Teresa.

-Claro que me lembro de você, costumava vir muito aqui quando era pequena.

-Bom, eu gostaria de fala com a sua neta, a Isabella, ela está?

-A sim, só um minuto que eu vou chamar.

-Isa, pode vir aqui um minuto querida.

-Ela já esta vindo quer entrar pra esperar?

-Não, obrigado, eu espero aqui mesmo.

-Ta certo, então eu vou terminar meu serviço, espero que não se importe.

-Claro que não pode ir.

Sentei em uns banquinhos no jardim da casa e fiquei esperando, não demorou muito e Isabella chegou.

-Oi, você lembra de mim? Perguntei meio envergonhada.

-Claro, deixa de ser boba, éramos melhores amigas ah algum tempo.

-Eu sei, mais éramos mais novas, achei que pudesse ter se esquecido.

-Claro que não, como vai a vida?

-A, eu estou bem. Vim visitar minha avó, e como não tem quase nada pra fazer nessa cidade, minha avó deu a idéia de vir falar com você. Espero que não esteja atrapalhando nada.

-Fala sério, você sabe que não tem nada pra fazer aqui.

-Bom então acho que podemos fazer alguma coisa, você sabe de algo que tenha pra fazer?

-Bom, hoje é sábado, vai ter uma festa na cidade, acho que podíamos ir, não vai ter muita gente, porque não tem muita gente aqui mesmo, mais acho que podia distrair um pouco.

-Ótimo, então ta combinado, vamos a festa hoje.

-Ta bom eu posso falar com a minha mãe e ela leva agente.

Passei a tarde conversando com a Isa, lembramos das brincadeiras de infância e rimos muito, parecia que apesar do tempo que tinha passado ainda éramos grandes amigas.E por um momento, toda aquela tristeza pelo fato do casamento foi esquecida na minha cabeça.

Depois da tarde com a Isa, ela me contou muitas novidades, tudo que tinha acontecido em todos aqueles anos que não nos víamos, eu fiz o mesmo.Isa me contou que tinha rodado um ano no colégio, estava namorando, e  pensava em se mudar para alguma cidade maior depois de se formar.

Cheguei em casa e falei com a minha avó para ela convencer a minha mãe a deixar eu ir na festa, deu certo, minha avó gostava de me ajudar e ficou feliz em me ver pela primeira vez feliz em Santiago.

Eram 23:00 e eu estava quase pronta, combinei com a Isa que ela e  mãe dela passariam pra me pegar ar 23:30, terminei de me arrumar rápido, dei um breve tchauzinho para todos,  e fui esperar na frente de casa, não demorou muito para que a mãe da Isa chegasse, ela conversou um pouco com a minha mãe e combinaram que iriam juntas nos buscar as 4:00. No carro a Isa foi me falando meio por cima que estaria na festa, afinal ela morava ali e conhecia bem mais gente que eu. Chegamos no salão, bem simples, 23:50, Isa deu um beijo na mãe dela e entramos no salão, ela cumprimentava todo mundo e ia me apresentando, todos eram muitos simpáticos, mais eu não me sentia muito a vontade de conversar, não conhecia ninguém muito bem, ela m apresentou para o seu namorado, o Arthur, disse que iria dançar, e eu fiquei sentada observando a festa, como não conhecia muita gente. De repente me veio a  cabeça que eu tinha me formado no ensino médio e não tinha decidido que faculdade faria, fiz uma nota mental de não esquecer de me inscrever em alguns vestibulares quando chegasse em casa, fiquei completamente alheia a festa que acontecia, apenas pensando no futuro próximo, quando alguém chamou meu nome e eu não percebi, quando ouvi mais uma vez meu nome, me toquei que era comigo que falavam, me virei vi um menino alto, mais ou menos com a mesma idade que eu, e eu conhecia aquele rosto, ele se aproximou e disse:

-Oi, quanto tempo, nunca mais te vi por aqui.

Quando ele disse isso, não tive dúvidas, era o Bernardo, meu outro amigo de infância, sempre andávamos juntos, eu Bernardo e Isa.

-Oi, quanto tempo, confesso que não tinha reconhecido.

-Bom, eu reconheci, como ia esquecer a minha melhor amiga de infância Bianca!

-A Bernardo pega leve, eu não te vejo a muito tempo.

-Ta bom, mais me fala com quem você veio?

-A, eu estou com a Isabella, você ainda fala com ela né?

-A sim, e porque ta sozinha aqui?

-Ela foi dançar com o Arthur, e como eu não conheço quase ninguém aqui...

-Bom, agora já conhece, vamos dançar La com eles?

-Ok.

Dançamos nós quatro, rimos, brincamos e nos divertimos muito, combinamos de nos encontrar os quatro no domingo, pra passear.Depois da festa, comecei a ver que essa viagem estava ficando legal, reencontrei meus amigos de infância fui a uma festa, me diverti. E pensando nisso agradeci muito a minha avó em pensamento por ter me feito ir procurar a Isa.

Levantei por volta do meio dia, mais animada, lembrei de como Santiago estava ficando bom, me levantei dando bom dia a todos e minha avó perguntou como tinha sido a festa. Resumi mais ou menos pra contar que eu tinha reencontrado o Bernardo, aquele que eu brincava junto com a Isa, disse que a festa foi divertida e tínhamos marcados de nos encontrar os quatro hoje de tarde.

La pelas 14:00 fui para a praça central da cidade, quando cheguei La a Isa e o Arthur já estavam esperando.

-Oi, tudo bem?

-Tudo e com você?

-A depois de ontem eu to vendo que Santiago pode ser mais legal do que parece. E o Bernardo cadê?

-A ele já chegou, mais disse que ia comprar algumas besteiras pra gente come.

-Ta bom.

Sentei do lado deles e ficamos esperando o Bê. Nunca vi alguém demorar tanto para comprar algumas besteiras e refri, uns 25 minutos depois que eu cheguei o Bernardo voltou e depois de conversarmos um pouco, decidimos que íamos para o sítio do pai do Bernardo, fomos caminhando bem devagar e conversando ao longo do caminho.

-Gente, eu tenho uma idéia, tem um lugar perto da minha casa, que meu pai colocou uns banquinhos e tem uma mesa, agente podia ficar La e comer as besteiras.

-Ta bom então agente vai pra La.

Fomos caminhando e brincando por todo o Caminho, o Bernardo adorava fazer palhaçada e a maioria do tempo passamos rindo. Isa me contou de como era a cidade em épocas de aula, ela disse que apesar de não ser muito cheia, tinha bem mais gente que nas férias. Conversamos sobre faculdades, o que iríamos fazer, já que estávamos todos formados.

-Eu tava pensando em fazer medicina, mais não sei, é muito difícil de passar e eu tenho medo de ficar muitos anos tentando e perder tempo.

-É, mais se é isso mesmo que você quer tem tentar até conseguir, não adianta fazer outra coisa só porque é mais fácil.(Isa)

-Pois é mais eu não sei se é isso que eu quero, eu também gosto muito de Medicina Veterinária.

-Eu estava pensando em prestar vestibular pra isso. Já que eu passei praticamente toda a minha vida envolvido com isso, mais meu pai ta querendo que eu preste em santa Maria.(Bê)

-Já eu não sei o que eu quero, não consigo decidir nada, se pelo menos eu .tivesse duas coisas para ficar em dúvida, mais não, nada me agrada.(Art)

-Eu vou fazer arquitetura, já decidi! Quando abrir as inscrições eu me inscrevo, como não tem faculdade por aqui acho que eu vou morar La em POA, perto de você Bi.(Isa)

-A que coisa boa ter a minha amiga perto de mim de novo, mais que pena que você vai pra SM bê, mais Isa, eu vou te mostrar toda a cidade.(Bi)

-Então eu acho que vou ter que fazer alguma faculdade em POA, porque eu não vou conseguir ficar longe da minha Isabelinha! (Art abraça Isa)

Seguimos conversando mais um pouco sobre tudo em geral, e não demorou para que chegássemos na casa do Bernardo, o lugar era muito agradável e exatamente como eu me lembrava de quando vínhamos brincar aqui alguns anos atrás, sentamos nos banquinhos em baixo das árvores. Brincamos com as balas, conversamos, rimos ...muito, e eu percebi que aquele lugar chato, sem animação o qual eu não queria perder um mês das minhas férias, jamais tinha existido.

-Bom, acho que temos que ir.(Isa)

-Fiquem mais um pouco, ta cedo ainda.(Bê)

-Nossa cedo ? já são 19:00 horas, agente passo a tarde inteira aqui.(Art)

-Meu deus, eu nem vi o tempo passar, foi tão bom ficar com vocês, fazia tempo que eu não tinha uma tarde tão boa, acho que quando eu voltar pra POA vou sentir saudades.(Bi)

-Se viesse nos visitar todos anos não sentiria saudades.(Isa)

-Concordo. (Bê)

-Eu venho todos os anos, mais só esse ano que a vovó falou pra eu procurar vocês, e sinceramente foi a melhor coisa que ela fez, eu tinha vergonha, vai que vocês nem lembrassem de min. (Bi)

-Agente nunca vai esquecer né,  éramos melhores amigos na infância, só passamos um tempo sem se ver, mais o tempo não apaga essa amizade tão linda. (Isa)

-Nunca vamos esquecer uns dos outros.(Bê)

-Eu amo vocês, nunca devia ter deixado de falar com vocês! (Bi)

-Bom, agora não deixa mais. (Bê)

-Claro que não. (Bi)

-Então vamos ? (Art)

Arrumamos a bagunça de papéis de balas e nos despedimos do Bernardo, dei um abraço muito forte e apertado nele, era bom ter meu amigo de volta, o caminho de volta foi curto, sem conversas, acho que estávamos cansados, a Isa e o Art me deixaram em casa, dei um abraço na Isa e pensei que não importava onde você está, Santiago ou não, estando com as pessoas que você gosta e que gostam de você, esta tudo bem.

Entrei em casa e a minha Avó estava ajudando a minha mãe com os preparativos do casamento, olhei aquilo e uma pequena pontada de infelicidade surgiu no meu peito, mais decidi que seria melhor não falar nada e conversar normalmente com elas.

-Oi(Bi)

-Oi filha, como foi a tarde?

-Tava boa. (não consegui esconder a tristeza)

-Eu te falei que seria bom rever seu amigos(vovó)

-Estou vendo que você não esta feliz com esta idéia de casamento, mais eu tenho uma noticia que eu acho que pode te animar.(mãe)

-Fala.(Bi)

-Eu já fiz alguns dos convites e eles estão sem nome, acho que você poderia convidar seus amigos, eu sei que isso não vai ser a solução de tudo e te fazer aceitar tudo que esta acontecendo, isso só com o tempo vai se resolver, mais acho que se tiver com pessoas que te deixam feliz, pode te ajudar a enfrentar isso.

-Ta bom mãe, concordo, onde estão os convites ?

-Em cima da mesa.

-Ok, vou pro quarto preencher eles.

Peguei os convites e fui pro quarto, dei graças a deus que meu irmão ia dormir na casa de um amigo dele aqui de Santiago, assim não ficaria me incomodando,  abri um dos convites e não pude conter as lágrimas que agora já escorriam dos meus olhos quando li o nome da minha mãe ao lado do de meu futuro padrasto. Eu teria que me acostumar com isso, afinal meu pai era meu pai e ninguém tomaria o lugar dele, mais se minha mãe não tinha sido feliz ao seu lado e tinha que seguir em frente, atrás da sua felicidade, e eu teria de aceitar.

Eram dois convites, destinei um á Isabella Bianchi e Artur Dorneles, e o outro a Bernardo Thomas Lutzz, quando terminei de escrever o nome do Bernardo, senti uma sensação estranha  no peito, não conhecia muito bem aquilo, mais depois dela, veio uma sensação bem conhecida, saudade, eu estava com saudade do Bernardo, e não era uma simples saudade, eu precisava dele, eu tinha que estar com ele, então depois de organizar os pensamentos, me dei conta de que sensação estranha era aquela no peito, eu estava apaixonada pelo Bernardo.

Não sabia exatamente o que fazer, já tive alguns namorados antes, mais nunca estive apaixonada por algum deles, gostava sim, mais nada se comparava ao que estava sentindo agora, pelo Bernardo era diferente, era mais forte e eu não sabia o que fazer a partir dali, ele era meu melhor amigo, brincávamos quando crianças e agora depois de tanto tempo, voltei a falar com ele e acabo assim, apaixonada? Como diria aquilo para ele, não, eu não diria,deixaria assim, não daria importância aquele sentimento iria esquecer do Bernardo, além do mais eu iria embora dali 1 semana e meia prestaria vestibular e ele iria pra santa Maria, como o pai dele havia dito, e do jeito que eu conhecia o senhor Carlos ele não deixaria o Bernardo cursar faculdade em porto alegre, ele dizia que uma faculdade no meio da cidade não ensinaria veterinária direito, dizia que o filho era obrigado a ir para santa Maria, mais isso não era problema algum porque eu não podia continuar com aquilo eu nunca ficaria com o Bernardo aquilo era impossível.

Naquela noite demorei a dormir, mil pensamentos me vieram a cabeça e não preciso nem citar que todos eles tinham a ver com Bernardo Thomas Lutzz.

O relógio marcava 8:30 da manhã e eu já não tinha sono algum, apesar de ter ficada até bem tarde pensando ontem, me levantei e na cozinha encontrei minha avó e minha mãe já tomando café, meu irmão não tinha chego ainda da casa do Alex, tomei café rapidamente e avisei que iria entregar os convites aos meus amigos, mandei uma mensagem pra Isa dizendo:

Me encontra na praça do centro da cidade, tenho uma coisa pra entregar a vocês, avisa o bê também.

Bjjs Bianca.

Não demorou muito já tinha chego ao centro de Santiago, conforme fui me aproximando, percebi que só o Bernardo me esperava sentado de costas em um dos bancos da praça, por um momento tive vontade de ir embora e inventar uma desculpa depois, mais dentro de mim algo mais forte me fez seguir.Parei do lado do banco e disse:

-Oiiii (bi)

-Oiie, achei que você nem vinha mais. Hehe (be)

-Eu disse que vinha né. Hehe . Mais e a Isa e o art cadê ?(bi)

-A a isabella me mandou uma mensagem avisando da sua mensagem e e dizendo que eles não podiam vir neste horário, mais vão esperar agente mais tarde lá naquele lugar da minha casa que tem umas mesas e tal.

-Ta bom.(bi)

-Ah, só mais uma coisa, pelo amor de deus me fala o que você tinha pra falar, é que sabe eu sou muito curioso hehe (be)

-Ah, é que assim, eu cheguei a te contar na festa que minha mãe vai se casar e tal  eu não to gostando muito da idéia, mais agora ela veio com 2 convites pra mim entregar pra quem eu quisesse, daí eu resolvi convidar vocês.(bi)

-Ah, e quando vai ser ? (be)

-vai ser dia 18 de fevereiro, você vai né ?? (bi)

-Ah, meu deus, eu não vou poder, 18 de fevereiro eu vou estar bem longe daqui, la em santa Maria.(be)

Uma sensação horrível me bateu, saber que o Bernardo não ia estar no casamento para me apoiar, naquele dia que seria um dos pires da minha vida me deixou muito mal, mais eu não podia demonstrar isso.

-Ah, que pena, seria bom se você pudesse.(bi)

-Ta mais e ai, vamos ficar a tarde inteira aqui parados? Agente pode esperar eles lá em casa (be)

-Ta bom. (bi)

Fomos caminhando despreocupadamente até a casa do Bernardo, além do mais ainda tínhamos bastante tempo até que eles chegassem, era tão bom estar com o Bernardo, e sem perceber, cada minuto a mais que eu passava do lado dele aquele sentimento desconhecido ia aumentando e se tornava cada vez mais difícil não o notar.

Chegamos na casa do Bernardo uma meia hora depois e não tínhamos muito o que fazer, fomos até o espaço com mesinhas onde há alguns dias havíamos feito nosso piquenique para decidir o que faríamos até eles chegarem.

-E ai, o que você quer fazer, do jeito que eles são amarrados vão demorar anos pra chegar.(be)

-A  não sei, a casa é sua, você que sabe.(bi) o nervosismo não me deixava, calma Bianca, ele não sabe da sua paixão boba, calma é como se ainda fossem simples amigos.

-Ah, então eu já sei, vou te mostrar um lugar que eu adoro ir quando preciso pensar, é lindo.(be)

-Ta bom, eu vou adorar conhecer, eu gosto de paisagens bonitas.(bi) senti uma ponta de felicidade e me culpei por estar dando esperanças aquele sentimento, aquilo era impossível.

-Então siga-me! Hahaha (be)

Acompanhei o Bernardo por um caminho muito longo, o Bernardo como sempre contando piadas e me fazendo rir, nem percebi quando passamos por algumas arvores, e logo em seguida os raios solares nos atingiram, foi o que me chamou atenção e me fez olhar em volta, estávamos numa espécie de clareira bem no meio das arvores, o sol enchia todo o lugar e o que mais chamava a atenção era uma grande pedra, grande não imensa, a pedra tinha uma leve rachadura e por ela escorria um fino fio de água extremamente cristalina, magicamente a água caía em um pequeno riacho que se olhasse com atenção poderia ver os peixes que nadavam ali, ao lado da imensa rocha tinha um caminho, uma espécie de escada natural que levava para o topo da pedra, de repente me tirando dos meus devaneios a voz do Bernardo soou como melodia para os meus ouvidos.

-E ai, o que achou ? (be)

-É-e-ee lindo! Consegui gaguejar.

-É verdade, sempre que eu me sinto mal eu venho aqui, parece que tem uma energia boa, mais é bem melhor olhando de cima, vem Ca.(be)

Bernardo foi em direção da ‘’escada natural’’ e me arrastou junto, como eu imaginava a escada dava para o topo da pedra e como se não fosse possível de cima da pedra a vista era mais linda ainda, o riacho visto de cima era incrível.

-Bianca, (a voz do Bernardo me pegou de surpresa), eu tinha que te falar uma coisa, e eu pensei que esse fosse o lugar perfeito, mais independentemente do que você achar disso que eu quero te falar, eu quero que me prometa uma coisa, promete que não vai ficar braba comigo, chega a ser bobo, é impossível mais eu preciso falar.

Se meu coração já estava acelerado agora ele estava saindo pela boca, sabia que o que o Bernardo tinha pra me falar podia ser qualquer coisa boba, mais alguma coisa me dizia que não era bobo e que mudaria e muito a minha vida, especialmente pelo recente sentimento que eu descobrira que tinha sobre ele, mais respirei e por fim disse:

-Ok, prometo, mais fala logo, você ta me deixando preocupada.

-Bianca, nesses últimos 20 dias que você esteve aqui, eu venho sentindo uma coisa muito estranha, algo que eu nunca tinha sentido antes mas eu não sabia o que era, era um sentimento novo, mais essa última semana que não nos vimos muito, eu descobri o que era, e acredite é muito difícil pra mim admitir isso, até porque é muito cedo pra eu dizer isso, alguns achariam impossível, mais eu juro por tudo que é mais sagrado, é a pura verdade, Bianca eu estou apaixonado por você, sei que pode ser difícil pra você escutar isso, e pode me chamar de qualquer coisa eu mereço, mais por favor não deixa de ser minha amiga, eu não mando nos meus sentimentos, aconteceu, e eu sei que é impossível, mais eu precisava te falar, parece que eu tirei um peso dos meus ombros te contando.

Eu estava parada, não conseguia mexer um músculo sequer, tinha que organizar os pensamentos era muita informação em pouco tempo, demorou uns dois minutos para que eu voltasse ao normal e pela cara do Bernardo realmente achei que ele ia desmaiar, mais pensando em tudo que ele falou surgiu uma Idea, que não era de todo absurda, nós podíamos ficar juntos, não era tão impossível assim esqueci-me de todos contras e pensei apenas nos prós, e sem pensar muito antes que me arrepende-se sai do transe e no primeiro movimento depois de minutos que mais pareceram horas beijei o Bernardo, seus lábios transmitiam surpresa de inicio, e meu beijo não foi retribuído de imediato senti um buraco se abrir em meu peito, me afastei e Bernardo me olhava confuso, fitou por longos segundos meus olhos e eu acabei me perdendo naqueles olhos cor de chocolate, a única coisa que me despertou daquele transe foi quando Bernardo me beijou, no mesmo instante aquele buraco recém formado se fechou e no lugar dele uma mistura de vários sentimentos, era um beijo urgente seus lábios antes extremamente macios agora com a força que ele fazia não eram gentis senti uma ponta de dor mais isso não me importou retribui o beijo com a mesma intensidade, era tudo perfeito até mágico, tudo se tornara fácil porque eu estava com ele.

Passei aquela tarde com o Bernardo e pode se dizer que foi uma das melhores do verão, já era um pouco tarde e resolvemos ir para as mesinhas esperar a Isa e o Art, me senti triste em deixar aquele lugar tão lindo, mais o Bernardo me prometeu que voltaríamos ali outro dia e tive que assentir, conversamos muito na volta para as mesinhas, e parecia que aquele amor já existia a muitos anos porque era como se tivéssemos passado os últimos 3 anos juntos, não tínhamos certeza de muitas coisas, mais uma era certa, pelo menos pra mim eu não poderia mais ficar longe do Bernardo isso sim era impossível.

Sentamos em um dos banquinhos e para variar eles não tinham chegado ainda, como antigos namorados ficamos trocando carinhos e quando novamente o Bernardo me dava um beijo, fomos interrompidos por um pigarro com um leve toque de risada, não precisava olhar para saber que era a Isabella, agora era um problema a menos, não teríamos que explicar nada, pela cena que ela via imaginei que já estaria tudo explicado.

Me senti na obrigação de me afastar dele mesmo estando relutante.

-Bom, Oi (bi)

-Nem precisa falar nada, pode ate dizer que é mentira mais sabe que eu já sabia que isso ia acontecer, tinha certeza. Haha (Isa)

-Ta bom, então acho que esta tudo explicado né, mais tarde eu falo com você Isa. (bi)

Ninguém quis falar daquele assunto, poucas palavras foram o suficiente, realmente mais tarde eu explicaria tudo a Isabella e contaria os detalhes. Passamos o resto da tarde conversando e nos divertindo, foi ótimo e a partir daquele dia, bom nem preciso comentar que o nosso amor só cresceu, nos encontrávamos todos os dia, os quatro aqueles últimos dias em Santiago foram os melhores, conforme o tempo ia passando mais tínhamos certeza de que ficaríamos juntos para sempre, problemas? Se tínhamos não lembrávamos  nada importava eu amava ele e ele me amava, tudo estava as mil maravilhas e faltavam apenas três dias para eu voltar para POA a principio ele iria comigo, assim como a Isa e o art, mais as vezes parece que aquela conhecida frase esta certa, porque tudo que é bom dura pouco, estávamos em mais um de nossos famosos encontros de casais em um lugar que já tinha se tornado nosso predileto, a pequena cachoeira maravilhosa onde demos nosso primeiro beijo riamos muito como sempre, mais de repente o Bernardo parou de falar, não olhei para ele no momento, achei que estivesse brincando, mais então ele chamou meu nome e eu percebi o pavor na sua voz ele tinha os olhos fixos em um ponto no horizonte aqueles olhos lindos cor de chocolate agora transmitiam medo eram opacos e se prestasse muita atenção poderia se dizer que tinha escurecido, comecei a ficar nervosa e preocupada, todos pararam de rir junto, depois de algum tempo Bernardo ameaçou falar e todos já preocupados ficaram esperando pela noticia que o havia deixado daquele jeito, então ele falou o que ele disse não era uma noticia, já sabíamos daquilo apenas estava esquecido e agora ele nos lembrava.

-Meu Deus, vocês lembram daquela tarde em que conversávamos sobre faculdades e futuro? Lembram que vocês iam todos para POA e eu disse que meu pai estava me obrigando a Ir para Santa Maria?

Era obvio que agora que ele estava falando lembrávamos, mais em todo esse tempo fazendo planos tínhamos esquecido, era tanta felicidade que não lembramos de uma parte tão importante, e isso muda tudo, o Sr Carlos jamais iria permitir que o be não fosse pra santa Maria ele já havia dito isso e eu jamais poderia ir pra santa Maria então isso significava um fim e nenhum de nos via um fim naquele amor.

-Eu preciso convencer meu pai, ele tem que me deixar ir pra POA com vocês, eu não posso ir pra santa Maria, e amanha bem cedo eu vou falar com ele.

-Tudo bem amanha você fala com ele.

Aquela tarde não foi boa como as outras mais o que me conformava era que ele iria falar com o Sr Carlos ele tentaria, e se ele gostava de mim tanto quanto eu amava ele, mesmo que o pai não deixasse ele daria um jeito de ir para POA bom era isso que eu esperava, fomos embora cedo cheguei em casa sem nenhuma fome, precisava dormir, precisava que o amanha chegasse e junto dele a noticia, dormi chorando, mais a noite passou rápido, quando percebi já era o esperado amanha, tinha combinado com o Bernardo que ele viria me trazer a noticia então levantei tomei café e fiquei esperando no quarto, minutos que mais pareciam horas, anos. Três batidas na porta do quarto me levantei para olhar quem era, quando abri minha mãe me esperava e ao lado dela ele.

 -Bom, vou deixar vocês conversarem a sós, se quiserem algum lanchinho me chamem.(mãe)

Assenti com a cabeça e ele me imitou, em pouco tempo estávamos sozinhos e Bernardo iria me contar a decisão.

-Bom, bi o que eu vou dizer não é muito bom, mais se pensarmos por outro lado vai ser bom para o meu futuro, e talvez até para o seu, falei com meu pai e ele disse que não tinha a menor possibilidade de eu fazer faculdade em POA.

-Só isso Bernardo, e você não disse nada, não relutou ?

-Não, ele me explicou o lado dele e sabe que eu até entendo, porque realmente é ruim uma faculdade de veterinária no meio da cidade.

-Ok, e você vai desistir de nós assim tão fácil?

-Você pensa que ta sendo fácil pra mim ? Não vai ser fácil, eu vou sentir muito a sua falta, mais eu só entendi o lado dele e aceitei.

-Ata, porque não parece que ta sendo difícil pra você, achei que o que nós tínhamos era mais forte que isso, achei que você não aceitaria tão fácil assim. (As lagrimas já vinham em meus olhos e eu tive que lutar muito para não derrubá-las se ele não lutaria para ficar comigo eu não demonstraria o quanto ele iria fazer falta na minha vida.)

-Mais ..

-Não te mais, se você já aceitou então não precisa se decidir mais nada.

-Maiiis...

-Vai embora Bernardo, e por favor se algum dia você sentiu alguma coisa por mim me faça um favor, nunca mais venha  atrás de mim, realmente seja melhor para o nosso futuro. Tchau

-Tchau.

A porta bateu foi como se o chão não estivesse mais ali, já não podia mais conter as lagrimas elas rolavam livremente pelo meu rosto e em minutos minha blusa já estava molhada, fiquei com o rosto inchado de tanto chorar, e naquele dia eu não sai mais de casa. Os três dias que se passaram foram os piores, não vi Isa nem art, só no dia em que fui embora, fui me despedir e eles informaram que iriam para o casamento da minha mãe e já ficariam de mudança por la, as despedidas foram breves, afinal nos veríamos em um mês.

Não vi mais o Bernardo desde a despedida no meu quarto, torci para que a viagem de volta demorasse como foi na ida eu precisava pensar em tudo que tinha acontecido, mais não demorou em pouco tempo estávamos de volta e segundo combinado nos últimos dias de aulas iria para casa de praia da Maria, não estava com muita vontade, mais minha mãe me convenceu dizendo que isso  acontecia com todo mundo, e tinha uma frase que ela sempre levava para vida dela, ‘’Tudo passa e isso também vai passar’’ ela sempre dizia que não importa se o momento é bom ou ruim, sempre passa. Ela arrumou minhas malas porque eu não tinha condições emocionais de fazer, Coloquei o despertador as 7:30, levantei me arrumei e a mãe da Maria passou para me buscar, elas estavam todas muito animadas, tentei acompanhar a animação, mais eu não conseguia esquecer dele, contei para elas o que tinha acontecido e elas disseram que estavam dispostas a me ajudar a esquecer ele, Maria ia todos os anos para aquela praia, e disse que conhecia muita gente para me apresentar, nada me interessava, em todos que me apresentavam eu procurava algo que eu gostasse, mais foi la pelo quinto garoto que eu conheci que eu percebi que o que eu procurava jamais encontraria em nenhum daqueles garotos, o que eu procurava provavelmente estava em algum lugar muito longe daqui, isso por que eu não sabia nem para que lado ficava Santa Maria, mais não adiantaria nada isso, porque ele não me amava da maneira que eu o amava e sempre iria amar, ele provavelmente já teria me esquecido e o pior, talvez já estivesse com outra pessoa, a praia foi animada.. para elas porque todos que conheci não eram ele e eu precisava dele, era humanamente impossível viver sem ele, no lugar do meu peito onde deveria estar meu coração tinha um imenso buraco, que a cada dia que se passava aumentava e eu sabia que a única coisa que poderia fechar aquela ferida que ia me corroendo de dentro para fora e que logo me tomaria por inteiro, era ele e eu também sabia que ele não voltaria, então isso me levava a uma conclusão, de que eu acabaria em pó, porque a ferida estava me engolindo, dia após dia, cada vez mais perto do meu fim.

Cheguei em casa, devido ao meu estado elas voltaram mais cedo, passamos só quinze dias la e não trinta como era o combinado, me senti culpada por estragar a praia delas, mais era impossível ficar la,o casamento se aproximava e a cada dia eu ia me destruindo mais, lembrava do casamento e de que reveria a Isabella e o Artur, mais ao invés de isso me deixar um pouco feliz, me destruía mais, pois revê-los me daria mais certeza que ele era real e que o que tinha dito também era verdade, eu nunca voltaria a vê-lo.

Enfim chegou o grande dia minha mãe corria de um lado para o outro, meu irmão tentava roubar os doces que ainda não tinham sido levados para o salão e vovó Teresa que havia chegado de Santiago há dois dias tentava acalmar a minha mãe, sinceramente eu não sei porque ela estava nervosa ao que eu sabia ela já tinha se casado uma vez mais tudo bem, noiva tem que ser nervosa se não não é noiva. Eu por outro lado não estava nem um pouco nervosa a tristeza que ainda residia em mim não deixava que nenhum outro sentimento se manifestasse, a cerimônia estava marcada para as 18:30 e já passavam das 16:00 quando finalmente vovó conseguiu fazer a mamãe sentar para se arrumar eu sei que é normal noivas se atrasarem, mais a minha mãe ia ser a mais atrasada da história das noivas atrasadas. 17:00 resolvi colocar meu vestido e começar a me maquiar, já tinha feito as unhas no dia anterior com a obrigação da minha mãe, porque por mim nem estaria nesse casamento, eu já tinha me acostumado com a idéia de casar de novo, mais esses últimos dias sem o Bernardo me fizeram perder a vontade de fazer qualquer coisa que não fosse chorar trancada no meu quarto, eu já estava pronta quando minha avó veio me chamar para avisar que o taxi já nos esperava, eu e meu irmão iríamos de taxi na frente e minha avó iria com a mamãe depois, durante todo trajeto até a igreja meu irmão foi falando coisas sem sentido e cantando, ele sabia que aquilo me irritava e por isso fazia, paguei o taxi e enquanto fazia isso meu irmão saiu correndo para cumprimentar os parentes mais próximos, os que ele conhecia que não eram todos, depois dele eu entrei e cumprimentei todos agradecendo por estarem presentes, me sentei na primeira fileira de cadeiras na igreja, lugar já destinado para família e obriguei meu irmão a sentar-se do meu lado, como de costume, o qual eu tinha adquiro nos últimos dias, fiquei pensando no passado aquilo deveria servir para que eu só acordasse do ‘’transe’’ quando a marcha nupcial tocasse mais outra coisa me tirou de meus devaneios, duas mãos delicadas e pelo que pude sentir eram de uma garota, tamparam meus olhos e ouvi uma voz dizer quem é ? eu sabia quem era, era Isabella, com todos acontecimentos até tinha esquecido que ela e o Artur chegariam hoje, dei um forte abraço neles convidei para que se sentassem comigo, minha mãe não se importaria, fiquei conversando com a Isabella e contei a ela o que tinha acontecido, porque afinal ela não sabia da despedida seca que tive com Bernardo ela me consolou, mais lembrar dele sempre me dava vontade de chorar e estando ali segura com a minha melhor amiga eu sabia que não poderia conter as lagrimas. Não demorou para que a cerimônia começasse depois das formalidades e em fim o pode beijar a noiva, seguimos para o salão onde aconteceria a festa já estava lotado de pessoas, uns que não agüentaram a cerimônia até o fim e outros que vieram direto para a festa, tinha muita animação dos convidados e isso não combinava com meu estado de espírito, como eu não podia estragar a festa para Isa e art disse que eles poderiam ir dançar que eu ficaria bem Isa insistiu dizendo que ficaria comigo mais consegui convencê-la de que ficaria bem e ela foi dançar em uma mesa ao longe vi que a minha avó conversava com o avô da Isabella que havia vindo junto com ela, percebi que os dois se divertiam e tive a impressão de que teríamos mais um casamento em breve, fiquei ali admirando quando duas mãos me abraçaram por trás e de repente meu coração já saia pela boca, eu não precisava sequer me virar para saber de quem eram aquelas mãos, mesmo que o tempo que passei com elas tivesse sido pouco elas já haviam marcado a minha vida para sempre e não sei porque um dia imaginei que conseguiria viver sem elas, sim elas pertenciam ao Bernardo, e mais uma coisa me dava certeza disso, porque no momento que aquelas mãos me tocaram o buraco no meu peito que me corroia a cada dia tinha se fechado, era como se ele nunca estivesse estado ali, quando me virei para olhar ele me encarava com aqueles olhos cor de chocolate que se eu ficasse mais um pouco olhando mergulharia neles e por mim jamais sairia dali, mais eu não podia me entregar assim a ele afinal ele tinha me deixado, tinha desistido de nós e havia me falado aquilo com todas as letras.

-Bianca..

-Não quero saber de nada que venha de você Bernardo, não me interessa, você já me disse que desistiu então se veio aqui me fazer sofrer mais do que eu já sofri nesses últimos dias pode ir embora.

-Não, por favor me escuta, eu preciso te falar uma coisa..

-Não vai fal..

-Vou sim e você tem que me escutar, naquele dia que fui me despedir de você eu tinha ido falar com meu pai, e por algum motivo eu escutei ele e por um momento achei que ele pudesse estar certo, mais ele não estava, porque no outro dia que eu não vi você, foi como se um buraco se formasse no meu peito eu percebi que eu precisava de você tanto quando preciso de ar eu não consigo viver sem você.

-E por que não foi atrás de mim, eu só fui embora três dias depois da sua despedida de nós.

-Eu fiquei com medo, eu percebi o tamanho do erro que eu tinha cometido e me senti envergonhado de aparecer na sua frente de novo, por favor me desculpa e sinceramente se você não me perdoar eu não sei o que vai ser da minha vida.

-E a faculdade, agora você vai para Santa Maria e vai querer manter um relacionamento a distancia? Não eu não quero isso pra mim.

-Isso é outra coisa, eu briguei com meu pai, falei pra ele que se eu tivesse que escolher em ser um ótimo veterinário e viver eu preferia viver, porque se eu fosse para Santa Maria significava que eu ficaria longe de você e isso me levaria a morte, que quer um ótimo veterinário morto, prefiro ser um veterinário bom e estar vivo ao seu lado.

Eu não tinha mais perguntas, já estava tudo explicado, ele tinha desistido do futuro dele para ficar comigo e ele estava ali isso importava, não tinha mais motivos para adiar aquilo era o destino eu tinha que ficar com ele. Ele me beijou, não foi como nosso primeiro beijo, foi muito melhor e mais intenso, um beijo que me trazia de volta a vida, um beijo que me dava a certeza do meu futuro que agora eu podia ver, porque ao lado dele eu teria uma vida, aquele buraco não me deixaria mais em pó, porque ele não existia mais. Sentada ao lado dele fiquei observando novamente a minha avó e vi que o amor não tem idade, hora e nem lugar para acontecer, o meu me encontrou no lugar mais improvável, no interior de uma cidadezinha chamada Santiago, o amor não tem regras o amor é mágico, e mesmo sendo o dia ou lugar mais improvável, basta acreditar que ele acontecerá.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, dependendo, se vcs acham que ta indo bem eu posto uma fic totalmente bellward / gritaaaa
bom, comentem & comentem s2



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Believe" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.