POV  Bella

Nós ficamos o resto do dia na cama, assistindo TV e conversando com minha barriga. Edward era pura alegria. Dei sorte e não passei mal tempo algum. Edward trouxe meu jantar na cama e continuou paparicando a mim e ao bebê. Eu já conseguia me imaginar com o bebê no colo e Edward ao meu lado, em uma foto na parede, daquelas que todo mundo tem em casa, sabe? Não sabia como estar mais feliz. Minha vida estava perfeita, tirando a parte que meu pai se mudou, por estar contra meu futuro. Eu era maior de idade e sabia o que fazia da minha vida. 

O tempo passava rápido demais quando eu estava com Edward. Alice estava desesperada com os preparativos do casamento, deixando todos loucos, principalmente Esme. As duas corriam de um lado para o outro o dia inteiro, com telefones e listas de coisas nas mãos. Eu ajudava em tudo o que podia, mas Edward me mantinha longe de casa, alegando que o stress e a agitação fariam mal para o bebê e para mim. 

Minha barriga já tinha um leve volume, nada que uma roupa mais solta não disfarçasse. Edward estava meio alienado. Sempre que eu perguntava o que era, ele nunca me dizia, e eu ficava preocupada, mas ele me tranqüilizava, dizendo que não tinha o que me preocupar e eu ficava tranqüila. 

Eu estava passando no corredor e ouvi uma conversa de Edward no telefone.

- Não, presta atenção, isso já está terminado, não há nada que você possa fazer. ACABOU! – ele gritou a última palavra e desligou o telefone irritado.

- O que acabou, Edward? – eu entrei no escritório.

- Nada meu amor – ele me abraçou – um médico foi expulso do hospital e fica me incomodando. Nada de importante.

- Ok – eu sorri e o beijei. Ele sorriu de volta.

Dois meses depois

Depois daquela conversa, Edward pareceu mais tranqüilo, mas eu ainda sentia que algo estava errado. Hoje seria o casamento da minha pequena fadinha. Estava tão feliz por ela. Meu vestido e o terno de Edward estavam em cima da cama. Enquanto Edward tomava seu banho, eu já estava me maquiando e arrumando meu cabelo. Ele saiu e me olhou. 

- Você está linda amor... – ele beijou o topo da minha cabeça.
- Obrigada. Agora vá ficar lindo e gostoso pra mim dentro desse terno – eu brinquei, o empurrando para cama.

Ele sorriu e se vestiu. Nós descemos e Carlisle já nos esperava na sala principal. Ele olhava ao relógio o tempo todo e para o topo das escadas. Depois de alguns minutos, Esme apareceu. 

- Até que enfim! – exclamou.

- Carlisle, relaxa. Nós estamos adiantados até, ok? 

- Sorte a nossa – suspirou e abriu a porta.

Edward e eu demos uma risadinha e fomos em direção ao carro. Esme não parava de tagarelar, dizendo ou sobre a decoração ou sobre o bufê. Eu apenas concordava e Edward soltava risinhos nervosos, afinal, seríamos padrinhos de casamento de Alice e Jasper. Chegamos rápido à igreja, e como prometido de Esme, ainda estava vazia. Jasper estava na porta, tendo um ataque cardíaco e sendo tranqüilizado por seus pais.

Jasper já era branquinho, e nervoso, estava super vermelho e com a testa toda molhada, que tentava enxugar em vão com um pequeno lenço branco. Tenho que admitir que ele estava lindo naquele terno branco. Esme e Carlisle foram tranqüilizá-lo e o meu celular tocou. Era uma mensagem de Alice, pedindo que o pai fosse encontrá-la, já que entrariam juntos na igreja. Passei o recado à Carlisle e ele foi com a limusine até onde Alice estava. 

A igreja já estava ficando cheia e eu não sabia quem estava mais nervoso, Jasper ou Edward. Edward por que foi obrigado pela irmã a entrar comigo na igreja e Jasper por ser o noivo. Era engraçado. Finalmente Alice e Carlisle chegaram e começamos a entrar. Primeiro as daminhas, depois o noivo com sua mãe e depois os padrinhos. Quando começou a música de praxe de uma noiva, as portas se abriram e os olhos de Jasper brilharam quando ele viu Alice. Ela realmente estava linda.

Seus cabelos espetados, estavam lisos e havia uma pequena flor o enfeitando. Seu vestido era simples, mas muito elegante, e ela tinha um sorriso enorme e lágrimas nos olhos, enquanto fitava Jasper.

O casamento passou rápido, e quando dei por mim, estávamos no sitio alugado por Alice para a festa de casamento. Edward continuava nervoso, e eu não entendia o porquê, já que o pior (ter que entrar na igreja, chamando a atenção de todos) já havia passado. Seu telefone vibrou no bolso e ele assustou, se levantando e indo até o jardim, perto dos carros. Decidi ir atrás e ver o que estava acontecendo. E acabei vendo o que eu menos esperava. 

Edward aparentava nervoso, e olhava para todos os lados e uma loira chegou e o beijou. Eu estava o espiando no meio da escada de vidro, para ele não me ver. Nessa hora eu gritei e ele me olhou. Ele empurrou a mulher e veio atrás de mim, mas eu fui dando passos para trás e ele ficou estático no lugar onde estava. Dos seus olhos escorriam lágrimas e eu vi que os meus estavam do mesmo estado, quando senti um gosto salgado na boca. 

Eu corri e peguei um dos taxis que estavam na porta. A primeira coisa que fiz quando cheguei em casa foi arrumar uma mala minha e ir embora. Deixei uma carta em cima da cama, sem dizer pra onde ia e voltei para o taxi. Eu tinha um pouco de dinheiro da minha poupança, e teria que trabalhar, para me sustentar e sustentar a criança que estava por vim. Eu estava muito nervosa, não parava de chorar e minha barriga estava doendo horrores, com umas fincadas fortíssimas. 

Eu estava saindo de casa, mas acho que Edward avisou os empregados, porque eles não me deixaram sair. Eu joguei a mala no chão da sala da frente e subi para o quarto. Rasguei a maldita carta e deitei. As lágrimas pareciam não ter fim e eu sentia cada vez mais dor no meu ventre. Acabei adormecendo, entorpecida pelas lágrimas e pela dor.

- Shh, Bella, meu amor. Vai ficar tudo bem... – ele sussurrou, sua voz em um tom que continha uma mistura de tristeza e desespero. 

Abri meus olhos e fitei seus olhos me encarando, encharcados de lágrimas e ele todo sujo de sangue. Desesperei-me. Já estávamos chegando na sala de emergências do hospital. Levantei um pouco minha cabeça, e pude ver entre as minhas pernas, no meu baixo-ventre, sangue. 

Meu choro foi incontrolável. Eu estava perdendo meu bebê! Edward me vendo naquele estado ficou aflito, sem poder fazer nada. Principalmente sabendo que ele era o culpado de tudo o que estava acontecendo. Eu estava perdendo MEU filho por causa dele. 

Carlisle o tirou da sala e me dopou, fazendo os exames necessários. Quando eu acordei, estava em uma cama, ainda desconfortável, mas maior do que a outra, em um quarto de hospital. Olhei em volta e vi Edward dormindo no pequeno sofá que havia entre a janela e a porta. Suspirei pesado e voltei a chorar, dessa vez soluçando alto. Eu tentava conter meus soluços para não acordá-lo, mas foi em vão. Edward se levantou e veio até a cama. Ele chorava tanto quanto eu.

- Bella, me perdoa meu amor. Ela estava me perseguindo a muito tempo, e quando eu menos esperei ela...- eu o interrompi com a mão.

- Você não me deve explicações de nada Edward. Afinal, não temos mais nada. E a única coisa que me ligava a você, a coisa mais pura que eu tinha, você fez o favor de MATAR! – minha voz estava fraca, mais foi o suficiente para ele me olhar e desabar no choro.

- Bella, por favor...

- Não Edward, vá embora... Por favor... – eu já estava chorando também.

Ele me olhou e deu um beijo em minha testa, saindo em seguida. Quando ele passou pela porta, meu coração foi junto. Ele era minha vida... E ele havia me traído, levado tudo de melhor que eu tinha com ele... Eu não tinha mais nada... Nem meu bebê...