Acordei no outro dia com o barulho da chuva, o céu estava plúmbeo. Arfei e estiquei meus braços ainda deitada, a preguiça tomou conta de mim e não consegui levantar. Tirei o edredom de cima de mim em uma tentativa frustrada de levantar que novamente deu errada. Sentei-me na cama e senti meu corpo dolorido, dirigi meu olhar para minha coxa, onde havia várias marcas vermelhas causadas pelos beijos e mordidas do Ricardo em seu momento meio sadomasoquista. Ri do meu exagero, levantei da cama e calcei minha rasteira. Fui até o banheiro escovei meus dentes e lavei meu rosto. Desci as escadas de pijama mesmo e a minha mãe não estava em casa, como sempre, o Dan estava trancado no quarto e havia avisado a Zilda que não almoçaria. Almocei e fui até o quarto de Dan, abri a porta sem bater fazendo com que ele me fitasse assustado.

–Como você está? -Perguntei lembrando-me da cena da Liane agarrando o Ricardo.

–Bem. -Murmurou. -O que foi aquele beijo? -Riu.

–É. Sua namorada é maluca. -Ri e abaixei a cabeça.

–Não estou falando dela, e sim de você agarrando o Ricardo. -Arregalei os olhos em sua direção. -Ainda tem a cara de pau de dizer que é só amizade. Uma corrente elétrica tomou conta de meu corpo.

–Eu fiz isso por você! Você estava quase chorando ao ver os dois se beijando. -Revirei os olhos e Dan evitou o riso.

–E precisava beijar ele? -Disse se divertindo com a situação.

–Claro. Se não ela iria agarrar ele de novo. -Dei os ombros.

–Sim. -Sorri de canto. -Me responde uma coisa então? -Perguntou.

–Claro. -Disse com receio.

–Foi por mim que você deixou o Ricardo te dar esse chupão ai? -Disse apontando para a minha coxa, droga! Eu havia esquecido disso. Fiquei vermelha, roxa, todas as cores possíveis e impossíveis.

–Vai Windy. Amizade colorida? -Sorriu de canto.

–Não. -Dei os ombros. -Bom, vou sair. Tenho que fazer umas coisas.

–Fugindo do assunto...

–Não. Eu tenho que ir mesmo.

–Só não entendo uma coisa, se você não gosta do Ricardo porque está fugindo? -Fez cara de pensativo. -Você gosta dele!

–Para Dan! Tchau. -Bufei, sai do seu quarto e fui para o meu. Tomei um banho e coloquei uma roupa qualquer, fui até a casa da Karine e fiquei esperando o garoto no qual eu havia feito negócio. Logo ele apareceu e fez o combinado.

–Toma. -Disse dando-lhe uma nota de vinte reais.

–Valeu tia.

–Agora me conte. Como fez para pôr o plano em pratica?

–Pedi pra empregada um pouco de shampoo, ela se distraiu, eu coloquei a tinta... -Já entendi. -Disse o interrompendo. Ele saiu do carro e eu acelerei, já sabia de cor toda a rotina de Karine.

(...)

–Você? Convidando-me para sair? -Ricardo disse assustado. Estava em minha frente, estávamos em um barzinho.

–Tenho uma surpresa para você. -Disse e pisquei os olhos rapidamente.

–O que? -Ruborizou. -Vindo de você... -Riu, mordi meus lábios e suspirei.

–Veja você mesmo. -Encarei Karine e Rafael entrando juntos no bar. Ela costumara sempre vir aqui, mas não com o Rafael. Seu cabelo estava verde e Ricardo segura o riso. Rafael ao ver-me cerrou o punho parecendo desconfortável. Ricardo puxou a cadeira e sentou ao meu lado, enroscou suas mãos em minha cintura e afundou seu rosto em meus cabelos e ria. Eu desviei o olhar do casal, mas Karine se pôs em minha frente.

–Oi Windy querida! -Disse ela, agora ela sabia quem eu era.

–Oi. -Murmuro com indiferença.

–Podemos sentar? -Pergunta ela, não respondo e ela senta ignorando-me. Rafael senta ao meu lado e passa sua mão por minha coxa, Ricardo puxa-me para perto de si e Rafael faz uma careta tirando rapidamente sua mão.

–Então, Windy. Quer dizer que você é a namorada do pai do meu filho. -Karine riu ironicamente. -Não me surpreende nada isso.

–Não sou nem nunca fui namorada dele. Aliás, belo cabelo. -Disse cinicamente. -Karine se levanta e sai irritada, Rafael levanta também e olha diretamente para Ricardo.

–Aproveite, ela vai fazer com que você se apaixone e te deixara como fez comigo e com o Arthur. -Deu os ombros, Ricardo relaxou e tirou suas mãos de minha cintura.

–Quanto veneno. -Murmurou e deu um gole em sua cerveja.

–Você não viu nada. -Suspirei.

–É eu não vi mesmo. -Concordou.

–Eles estão mostrando suas garras... O pior ainda está por vir.