Dan.

Fiquei a tarde toda esperando uma resposta do cara que ficou de rastrear o IP do computador que mandaram as fotos. Quando deu 22h00min ele me ligou, fui até a sua casa.

–É dessa lan house. -Disse ele dando um papel.

–Mas isso é muito longe daqui.

–Acho que você não vai conseguir descobrir, pois eles não costumam divulgar os nomes dos clientes.

–Não custa tentar. Amanhã depois da faculdade eu vou ir até lá.

Arthur.

No outro dia fui para a faculdade e o Dan sentou ao meu lado.

–Eu posso dar uma de curioso? -Me encarou, franzi o cenho meio sem entender.

–Do que você está falando? -Perguntei.

–Você e a Windy, o que conversaram na festa?

–Pergunta para ela. -Dei os ombros.

–Perguntar eu perguntei. Mas você acha que ela me contou?

–Desculpa cara, mas isso é entre ela e eu. Só posso te adiantar que está tudo bem entre a gente.

–Voltaram? -Perguntou com os olhos brilhando.

–A gente nunca começo, Dan. -Minha voz falhou logo o professor entrou na sala e prestamos a atenção nele. Aplicou um trabalho em grupos de quatro pessoas e o professor que escolheu.

–Danilo, Arthur, Ariele e Pholyana.

Sentamos em grupos e começamos a fazer o trabalho, discutimos e decidimos o que fazer. Dan começou a por em prática.

–Então Arthur, continua solteiro? -Ariele disse com o cotovelo apoiado na mesa e a mão no rosto com um sorriso nos lábios.

–Discreta você. -Pholyana murmurou.

–Estou. -Respondi sem interesse.

–E qualquer dia desses, poderíamos sair tipo juntos? -Perguntou, Dan me olhou e riu.

–A Windy não vai gostar nada disso. -Dan sussurrou, ignorei seu comentário e respondi a Ariele.

–Poderíamos. Claro. -Disse.

–Ah você poderia levar o Ber! -Levantei meus olhos encarando-a. - Posso levar a minha sobrinha. Amo crianças!

–Pode ser. -Suspirei.

–Bem, está pronto. -Dan disse entregando o trabalho ao professor, voltamos para o nosso lugar.

–A Ariele estava dando em cima de você!

–Eu sei, só não gosto que usem o Bernardo para me conquistar. Você acha que eu vou apresentar o meu filho para qualquer garota que me chama para sair?

–Acho que depois daquilo que você falou, que ele fica perguntando pela sua "namorada" seria confuso apresentar outra para ele.

–Ele mal viu a Windy e fica me incomodando para ir à sua casa ver ela.

–Sexto sentido de criança. Ele sabe que um dia vocês irão se acertar. -Dan sorriu de canto. -E eu quero ser padrinho, viu?

–Vou pensar no teu caso.

Windy.

Alguns dias se passaram e desde então nada mudou, não vi mais o Arthur, a Priane e o Cadu estavam namorando e não tive mais informações do Carlos, nem a Priane.

As minhas aulas na faculdade começará hoje, arrumei-me e fui para o campus.

–Agora vamos nos ver todos os dias. -Priane disse sentando-se ao meu lado.

–Oba. -Sorri.

–Olha lá o Arthur. -Ele se aproximou de nós com o Dan.

–Bem vinda a nossa humilde faculdade. -Dan disse debochando.

–Obrigado, eu acho. -Fiz uma careta e todos riram. Comecei a procurar pelo Ricardo no meio da multidão.

–Procurando alguém? -Priane perguntou.

–O Ricardo. -Falei bufando. -Ah ele está lá. -Ricardo me olhou e sorriu. -Depois a gente se fala. -Disse indo em direção a ele que me abraçou.

–Minha Windy maligna. -Ele disse dando um sorriso fofo.

–Maligna? -Ri.

–Sim, e o Rafael?

–Vai ter alta hoje, vou buscar ele. -Disse e dei os ombros.

–Tão amigos? -Riu.

–O tipo errado de amizade. -Sorri de canto.

Fui para a minha sala logo após, fato que eu não conhecia ninguém. Logo de cara fiz amizade com uma garota o nome dela era Shayane.

–Eu gosto de cozinhar, mas demoro muito para aprender. Pode me ajudar, por favor? -Ela disse me encarando.

–Tudo bem. -Sorri.

–Você sabe, eu sou gay.

–Você é lésbica? -Perguntei e ela deu uma gargalhada.

–Não, eu sou homem. Mas me visto como mulher e me considero mulher.

–Ata. -Ri. -Nem parece.

–Estranho. Você não parece ter preconceito como a maioria.

–Pra mim não faz diferença se você é homem, mulher, travesti lésbica, gay ou transexual. Se me tratar com educação eu também vou te tratar com educação. -Falei dando os ombros.

–Gostei de você. -Ela sorriu. -Pessoas assim são raras.

–Entendo, infelizmente. -Ri.

O professor pediu para que fizesse algo que gostávamos e sabíamos fazer. Fiz uma lasanha. Vi a Shay fritando algo e pegou fogo, joguei um copo de água para apagar o fogo.

–Ai, obrigada. Estou te devendo essa.

Logo fomos para o recreio e vi à Priane e o Cadu. Vieram em minha direção.

–Vocês não se desgrudam. -Cadu disse.

–Ainda bem, gostaria que a gente se odiasse? -Riu.

–Não, bem que vocês duas podiam ser bi. -Ele disse e eu ergui as sobrancelhas.

–Não acredito que você disse isso. -Priane deu uma cotovelada no abdómen do Cadu.

–Eu estava brincando. Violenta assim?

–Não viu nada.

Dan e Arthur aproximaram-se, Dan rindo e Arthur revirou os olhos.

–Nem sabe. -Dan disse.

–O que? -Priane perguntou.

–A Ariele e o Arthur marcaram um encontro. -Dan disse e Arthur mordeu os lábios me fitando.

–E dai? -Cadu perguntou.

–Sei lá. -Riu. Meu celular começou a tocar e era o Rafael.

–Como está sendo as aulas? -Dan perguntou.

–Boas. Já volto. -Disse indo para um canto atender o celular.

(...)

Thiago.

Carlos.

Shayane.

Rafael.