POV Windy.

Sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012.

Acordei bem humorada, após quatro anos eu estava me preparando para ir ao aeroporto voltando para o Brasil. Completaram-se quatro anos que eu estava morando em Paris. Acabei meus estudos aqui e estou voltando para o Brasil para começar a faculdade . Depois de quatro anos morando aqui eu tive grandes amizades e terminei um namoro por causa da distância.
Embarquei no avião, eu estava ansiosa para reencontrar o meu irmão e a minha mãe. Depois de tantos anos eu acabei perdendo contato com todas as minhas amigas. Meu pai foi assassinado dentro de casa há uns 9 anos atrás.
Quando me dei por conta já havia chegado, o voo não demorou muito, já que eu dormi grande parte do tempo. Peguei as minhas malas e logo avistei a minha mãe.

–Mãe. -Voltei-me a ela que chorava enquanto me abraça, aprecia que não estava acreditando que eu havia voltado.

Fomos para casa, e o meu irmão não estava. Fui correndo pro meu quarto e me joguei na cama, fiquei olhando tudo. Estava do jeito que eu havia deixado suspirei e encarei o teto, apaguei a luz e fiquei observando as estrelas brilhando, eu tinha colado várias delas quando eu tinha 10 anos.
Ouvi a porta se abrir e logo a luz foi acesa.
–Windy! -Dan, meu irmão disse com um sorriso nos lábios, automaticamente levantei da cama e pulei nos seus braços colocando minhas pernas ao redor da sua cintura.
–Que saudade que eu senti de você. -Ele sussurrou no meu ouvido e eu saí dos seus braços e o encarei.
–Idem, fiquei sabendo que você está namorando. -Eu disse com um olhar malicioso e ele riu.
–Digo o mesmo de você. -Ele disse rindo.
–Eu terminei, namoro a distância nem rola. -Revirei os olhos.
–Hm. Você não gostava dele. -Não foi uma pergunta e sim uma afirmação.
–Mas me conta, quem é ela? -Perguntei com um sorriso nos lábios.
–O nome dela é Liane. Conheci ela na faculdade. -Ele disse com um sorriso bobo.

–Quem diria. -Eu disse tocando uma almofada nele. -Ela faz engenharia também? -Perguntei.

–Não, pedagogia.
–Ah. -Disse com um sorriso, comecei a colocar as minhas roupas no closet.
–Pretende cursar o que? -Ele perguntou me fitando.
–Gastronomia. Vou fazer o vestibular semana que vem. -Disse com orgulho.
–Nem gosta de comida. -Ele disse ironicamente e deu uma pausa. -Você está diferente. -Ele disse depois de um tempo.
–Isso é bom?
–Não sei, te respondo quando conhecer a nova Windy.- Ele sorriu. -Você está mais... Mulher.
–Cresci depois de tudo. -Tropecei nas palavras.
–Hm. Topa sair com a gente hoje pra night?
–A gente quem? -Perguntei virando-me e o encarando.

–Liane, Priane que é a prima dela, o Rafael e a Gisele que é uma mina que ele tá pegando.
–Rafael? -Bufei.
–Cedo ou tarde você vai dar de cara com ele. Vamos poxa.
–E ficar segurando vela ? -Revirei os olhos.
–Não, a Priane não tem namorado nem nada. Vamos... -Ele disse com uma cara de pidão.
–Ok. -Murmurei.

Logo ele saiu do meu quarto e lembrei daquela época, eu tinha 13 anos, prestes a completar 14 e uma gigantesca paixonite pelo idiota do Rafael. Ele sempre me esnobava e me chamava de pirralha por ter 4 anos há mais que eu apenas.

E foi assim que aconteceu, eu estava em casa achando que estava sozinha, fui até a cozinha e o vi com o meu irmão na piscina, meu coração sempre acelerava ao vê-lo. Perdi ele de vista e então resolvi fazer um bolo, desde pequena eu gostava de coisas relacionadas a gastronomia. Fiquei distraída em pé, próxima a mesa lendo uma revista até sentir uma mão sobre meu braço, e alguém próximo a mim. Virei-me e era o Rafa, estávamos tão próximos que eu me arrepiei com o calor do seu corpo. Ele me convidou para ir ao baile da escola, era a sua formatura e eu ingênua aceitei.

Ao chegar lá dei de cara com ele beijando outra, tentei não me abalar e continuar na festa, mas para acabar com ela, à garota que beijou ele me humilhou na frente de toda a escola e ele nada fez, apenas riu.

Entrei em depressão e me recusei a ir para a escola depois disso. Mudei meu estilo de vida, meu jeito de ser e por fim, o meu visual. Tentei mudar de vida e ir morar em Paris, mas nada apagava aquela noite das minhas memórias. Parece que o meu estilo e o meu modo de viver poderiam ser os mais sofisticados possíveis, eu sempre seria aquela garotinha ingênua e inocente na qual teve um amor platônico por um babaca.