HIATOS-A Assassina Em Mim escrita por Elisabeth


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

- Não irei fazer vcs perderem tempo com explicações sobre a demora, o sumiço. Apenas espero que gostem do capítulo, apesar de pequeno.



Até.



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Olhando para trás, percebo que valeu a pena toda essa minha corrida pela mudança. Foi algo difícil de se fazer. - sempre é. Recusei várias vezes e tive várias recaídas. Nunca gostei de mudanças, principalmente as drásticas, e por isso fui aos poucos.

Nesse período de "reclusão", me permiti gostar de alguém.

Não, você não leu errado.

Permiti a entrada de alguém na minha vida e esse alguém você já conhece de meus últimos relatos. Não, não foi fácil - tanto para eu aceitar quanto para ele manter as esperanças.

Penso que percebeste que minha escrita está um pouco que "melosa" e calma, até serena.

Minha escrita está doente.

Aquela sensação de tensão, nervosismo e ansiedade ao me ler, provavelmente, não haverá mais. Pelo menos é o que quero e luto para acontecer.

Há uma coisa me incomodando.

Apesar de estar vivendo numa mesmice de "felicidade"... Nossa, como é estranho pronunciar esta palavra, ela nunca esteve presente na minha vida. Penso até que ainda não está, pois sinto que essa felicidade que citei é algo artificial e estranha, quase que forçada. O que está me incomodando é essa sensação de estar vivendo algo que não me pertence, que não sou eu.

Às vezes paro para refletir se parar foi o melhor a fazer...

Sei de alguém que com certeza está feliz com isso: Deus.

Onde você está, Amanda? Saíste e deixaste a alma de alguém(mais) perdido, triste, incompreendido - tanto para os outros quanto para si. Alguém que já não se conhece e que já não faz nada que lhe apetece. Seu amor por si mesma foi expurgado de uma forma lenta e invisível aos olhos, nem percebeu. Deixou a dor lhe consumir como se estivesse sentido as dores de suas vitimas.

Será que bebi da dor delas?

– Amanda! - esbraveja, fazendo com que saia do meu suicídio mental.

– Sim? - voz mais embargada impossível.

– Estou te chamando há tempos, você está bem?- indaga nervoso.

– Estou, apenas pensando profundamente. - "abissalmente" seria a palavra.

– Sobre?

Curiosidade, odeio. Ainda mais sobre meus devaneios.

– Nada.

– Como assim nada? - seu tom de voz se encontrava muito além do respeitável.

– Abaixa o tom de voz que eu não sou sua irmã nem sua filha - comecei-. Se eu não quero lhe dizer o conteúdo dos meus pensamentos é porque não é relevante e não te diz respeito. Há coisas que se deve guardar apenas para si mesmo.

Levanta bruscamente jogando o lençol para o lado e o mesmo pega em meu rosto.

– Você é impossível. Pra quê tanto mistério? - agora sua voz parecia chorosa, engoliu seco. - Nunca irá se abrir comigo? Nunca saberei com quem me deito?

Fez uma longa pausa que pareceu um pouco constrangedora.

– Confesso que tenho medo de que na manhã seguinte eu já não esteja mais aqui.

E saiu.

– Talvez eu já não esteja mais aqui. - murmurei para o quarto.


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Notas finais do capítulo

Pouco, mas espero que tenha gostado.