– Epílogo –

Aquele Ultimo Ano

Um dia, um novo dia, era esperado por várias crianças de onze anos, hoje, primeiro de setembro. A euforia, a alegria e o medo de ser selecionado para a casa errada, era só mais um de tantos emoções que eles sentiam. Pais orgulhosos, já sentiam saudades dos seus pequenos que em breve embarcariam no expresso de Hogwarts.

– Pergaminho, tinta, pena...

– Mamãe, está tudo ai. – disse uma garota ruiva de olhos azuis – Eu confirmei tudo ontem.

– Estou tão nervosa, Rose, é o seu primeiro ano. – disse Hermione ansiosa.

– E vai dar tudo certo. – disse Rose firme – Eu pensei que fosse pra senhora me deixar mais calma.

– Verdade. – disse Hermione – Vai dar tudo certo. Promete que vai me escrever todos os dias?

– Prometo te escrever sempre que eu puder. – disse Rose sorrindo.

– Ok. E não arrume encrenca, está me ouvindo?

– Nem precisa pedir. – disse Rose – E o papai?

– Foi tirar o carro da garagem. – disse Hermione mais fria.

– Você brigaram de novo? – Rose perguntou.

– Rose, se preocupe apenas com os seus estudos está bem? – disse Hermione dando um abraço forte na filha.

______________

– Sarah, já está pronta? – perguntou Astória entrando no quarto da garota de cabelos claros e olhos castanhos. – O chato do seu pai está esperando.

– Já sim, mamãe. – disse Sarah sorrindo. – Só um pouquinho apreensiva.

– Querida você é uma Greegrass. – disse Astória imponente, Sarah lançou a ela um olhar de deboche – Potter, que seja, vai se dar bem em tudo o que fizer, simplesmente por ser minha filha... e do seu pai também.

– Não se importaria se eu fosse para a Grifinória? – perguntou ela.

– Na verdade eu iria adorar que você fosse para a Sonserina...

– Ela vai para a Grifinória. – disse Harry entrando no quarto.

– Sonserina. – disse Astória entre os dentes.

– Grifinória. – insistiu Harry.

– Ou eu poderia não ir para nenhum dos dois. – disse Sarah entrando no meio de Harry e Astória – Afinal de contas eu não sei de qual casa os meus pais verdadeiros foram.

– Nós somos os seus pais verdadeiros. – disse Harry confuso.

– Sabem do que eu estou falando. – disse Sarah fechando o malão.

– Querida o fato de você ser adotada não faz diferença. – disse Astória. – A criação é o que conta.

– Não sei não Asty. – disse Harry pensativo – O meu padrinho Sirius foi o único da Grifinória na família Black.

– Potter, você realmente está querendo estragar o meu discurso? – perguntou Astória indignada.

Harry girou os olhos.

– Poderiam ter tido um filho. – disse Sarah.

– Essa conversa de novo. – disse Astória.

– Eu gostaria de ter um irmão. – disse Sarah sincera.

– Podemos adotar um querida. – disse ela animada – Quando você voltar de Hogwarts nas férias, ele estará aqui, quer menino ou...

– Se tivermos outro filho, será porque fizemos um Astória. – disse Harry impaciente.

– Eu não vou danificar o meu lindo corpo, só para satisfazer um capricho seu...

– Capricho? – disse Harry irritado – Eu só quero ter um filho.

– Nós já temos uma filha...

Sarah sorriu ao ver essa cena outra vez, pelo seu pai a casa estaria cheia de crianças, mas, pela sua mãe, estaria cheia de crianças adotadas, Sarah não se importaria de ter um irmão, um filho legítimo de seus pais, ela até gostaria.

– Acho que já estamos atrasados. – disse Sarah e os seus pais pararam de discutir.

– Verdade. – disse Harry – Meu amor você viu a chave do carro?

– No seu bolso querido. – disse Astória dando um beijo rápido em Harry – Não sei o que seria de você sem mim.

– Eu também não sei o que seria de mim sem você. – disse Harry devolvendo o beijo.

______________

Lúcio Malfoy admirava o jardim de sua mansão, mal acreditando que sua neta já iria para o seu primeiro ano em Hogwarts, e ele ainda sem poder sair da mansão, não poderia levá-la e vê-la embarcar, isso o irritava consideravelmente.

– Vovô, já estou indo. – disse uma garotinha, loira de olhos pratas, correndo em direção a Lúcio.

– Mas já? – disse ele desanimado.

– Vou sentir sua falta. – disse ela fazendo biquinho.

– Queria te levar até a estação Mel. – disse Lúcio se abaixando para abracá-la.

– No próximo ano. – disse Melanie confiante – Depois do outro, o senhor estará livre e pode me levar.

– Será que eu suportaria mais esses anos? – perguntou Lúcio com um sorrisinho – Ainda mais sem você aqui.

Melanie o olhou triste, não era drama o que se avô estava fazendo, pois, passar vinte anos preso na própria casa, não era para qualquer um, ainda mais tendo um número limitado de pessoas com ele, então com certeza uma pessoa a menos o deixaria deprimido.

– Claro que sim. – disse Melanie firme – O senhor é um Malfoy, somos fortes vovô.

– Sim, você tem razão. – disse ele rendido.

– Tenho que ir agora. – ela disse o abraçando mais uma vez.

– Não se esqueça. – disse Lúcio beijando a testa da garota – Que seja Sonserina.

– Eu não aceitaria nenhuma outra casa. – disse Melanie sorrindo.

_______________

A estação nove e meia estava, como sempre nesta data, apinhada de bruxos, querendo se despedir e embarcar os seus filhos em segurança na locomotiva vermelha com destino a Hogsmeade. Permitir aos seus filhos que embarquem, significa, deixá-los crescer e se tornarem homens e mulhes, que estarão propensos e errar e acertar, mas, o mais importante estão propensos a fazer as suas próprias escolhas, sejam elas, boas ou más.

– Eu disse que não estávamos atrasados. – disse Draco segurando seu caçula no colo enquanto se espremiam no meio da multidão – Quer saber mais de pontualidade do que eu Gina?

– Na verdade eu queria chegar antes dessa multidão Draco, obrigada. – disse Gina girando os olhos.

– Claro. – disse Draco zombeteiro – E eles pensaram o mesmo que você.

– Tio Rony e tia Hermione estão ali. – disse Melanie apontando para outro ponto na estação.

Draco e Gina olharam na mesma direção e viram, não apenas Rony e Hermione, mas, também Harry e Astória. Harry também os fitou e acenou com a cabeça.

– Quero ir brincar com a Rose. – disse um garotinho ruivo de olhos acinzentados no colo de Draco.

– Agora não Andy. – disse Draco.

– Mas eu quero! – disse Andrew aborrecido.

– Rose não pode brincar agora, porque ela vai bancar a nerd em Hogwarts Andy. – disse Melanie docemente.

– Mel! – exclamou Gina, enquanto Draco lutava internamente para não sorrir.

– Também quero ir.

– Só daqui há alguns anos, querido. – disse Gina.

– Mamãe. – disse Melanie – As gêmeas estão ali, eu vou falar com elas.

– Não demora, vocês já vão embarcar. – disse Gina – E leva o seu irmão.

– Mãe!

– Leva o Andrew com você. – disse Gina firme.

Melanie girou os olhos, e Draco colocou Andrew no chão que deu a mão para Melanie, e os dois seguiram em direção a duas garotinhas iguais, da mesma idade que Melanie.

– Você está meio estressada ultimamente. – disse Draco colocando o braço em volta do ombro de Gina – Está grávida de novo?

– Não Draco. – disse Gina sorrindo – Mas sou eu quem fico o dia todo com eles, não sei como ainda não destruiram a mansão, nunca vi irmãos brigarem o tempo todo assim.

– É, mas, tenho certeza que agora, você vai sentir falta dessa brigas. – disse Draco.

– Você está certo. – disse Gina respirando fundo – Apesar de que...

– Papai! – eles ouviram o grito de Melanie – Esse pirralho puxou o meu cabelo!

– Talvez eu não sinta falta. – disse Gina quando ouviu o som do apito do trem – Mel, está na hora de embarcar.

Eles se despediram afetuosamente de Melanie, e aguardaram até que o trem partisse. Gina olhou de relance para Harry que tocou rapidamente em sua cicatriz, ela tinha certeza do pensamento dele naquele momento, tudo estava bem.

Draco e Gina trocaram olhares de entendimento, eles estavam felizes depois de tudo o que passaram, juntos e separados, brigas e entendimentos a guerra e enfim a paz, mas, uma coisa eles sabiam, o fato de eles estarem juntos, eles deviam a Aquele Ultimo Ano.