Project X – Part II

     Enquanto me olhava no espelho, depois de ser embonecada pela Dite, ouvi a Marcela me chamar. Até que a fantasia estava bonita, mas eu ainda não entendia porque eu não podia ficar na biblioteca. Tá, era o aniversário da minha melhor amiga, isso eu nunca iria perder, mas a comemoração do aniversário era apenas desculpa da Afrodite

     Bom, peguei a “boina” que vinha com a fantasia e coloquei na cabeça antes de ir me encontrar com Dite e Cela na sala. Ambas estavam arrumadas com fantasias lindas. Afrodite estava de Coelhinha e a Marcela de Melindrosa.

     Saímos do palácio de Afrodite e fomos para o jardim onde a festa estava acontecendo. Era visível de longe, tudo iluminado com as Musas(Beatles versão feminina) tocando e todo o Olimpo bebendo, conversando e dançando.

     Parei junto com a Cela perto das bebidas e analisamos como os deuses estavam se comportando dessa vez sobre o efeito da bebida especialmente encomendada pela Dite (com muito mais álcool do que um mortal aguentaria). Hera (Rainha de Copas), que provavelmente não havia comido nem bebido nada, estava emburrada em uma das mesas no canto do salão. Zeus (fantasiado dele mesmo), juntamente com Hades (morte) e Poseidon (pirata) estavam rodeados de ninfas e deusas menores que faziam de tudo para chamar-lhes a atenção.

     Atena(Alice no país das maravilhas) não parecia feliz com isso, mas parecia se conformar com o fato de ele estar bêbado (eu tinha quase certeza de que Poseidon estava são, mas preferi manter essa informação para mim). Apolo(médico), que eu fiz questão de ignorar depois daquele encontro vergonhoso, estava muito sex... quer dizer, dançando com um copo de Whisky na mão e mais algumas ninfas ao seu redor.

     Hermes(Gangster) estava se agarrando com alguma desconhecida do outro lado do salão e eu tive a impressão de ver um olhar ameaçador vindo de Marcela.

     Era estranho como Afrodite parecia ter perdido tempo em planejar uma decoração muito bonita de Halloween para aquelas bebidas. Ninguém nunca entenderia como a cabeça dela funciona mesmo, então resolvi ignorar.

     Marcela devia estar com raiva do Gangster tive que ameaçá-la para ela não beber uma garrafa inteira de vodca. Muitos poderiam se perguntar o porquê disso, já que ela que evitou beijar o Hermes. Se você fez isso, desista de tentar ver o óbvio. Quer dizer, ela logo superaria. Eu espero porque sou eu que aguento os potes de sorvete de chocolate lotando o meu quarto.

     Sentei-me na mesa junto das deusas castas (era a única mesa com pessoas além das com casais se agarrando e a com a Hera entediada, não me julgue). Marcela se jogou na pista de dança com a garrafa de vodca que eu tinha certeza que havia jogado fora. Comi um doce e só não me deitei para dormir porque a música estava muito alta. Minha nossa, eu era uma perfeita anti social e estava na mesa das deusas castas. Socorro!

  ***

Pov. Marcela:

     A festa estava muito boa e eu fiquei dançando (Malu: cof* cof* descendo até o chão *cof *cof) com a garrafa que a Malu tinha tentado jogar no lixo na mão. Espera, falando naquela coisa, cadê? Ela devia estar tentando chamar a atenção do Apolo. Não interessava que ela dissesse que tinha esquecido ele e que ia superar totalmente antes de voltar para a escola, eu não acreditava nela. Afinal, o Apolo estava fantasiado de médico e prestes a fazer um strip-tease. Me diga, ó mundo, que mulher no mundo não iria querer agarrá-lo naquele exato momento?

     Fui procurar aquele bendito ser e a encontrei, vocês não vão acreditar (eu não acreditei!) em uma mesa com Atena e Ártemis! Não! Fui até lá e a puxei pelo braço para a pista de dança (perto do strip-tease).

-O que você tá fazendo? – ela gritou para mim.

-Fazendo você ver a realidade! – gritei de volta e a girei para ficar de frente para o médico estranho.

-Ver a realidade? O Gangster está ali com uma abençoada de Hera e você está tentando me juntar com ele? – ela gritou o máximo que conseguia, o que não foi muito já que a música estava muito alta, então ela não pareceu tão irritada quanto deveria estar de verdade.

-Depois eu resolvo isso! – gritei em resposta e a empurrei em cima do Apolo.

  ***

Pov. Malu:

     A Marcela ia me pagar. Como é que ela ousava me empurrar em cima daquele estrupício, mulherengo, acéfalo, sex..., quer dizer, estúpido deus enquanto ele estava sem camisa? Sem falar que ele estava bêbado! Quer dizer, não bêbado o suficiente para não me pegar no colo quando eu esbarrei nele e perdi o equilíbrio.

-Ah, está querendo uma consulta de graça, gracinha? – lancei-lhe o olhar mais Poker Face do mundo e ele continuou sorrindo.

-Ah... não. Só fui empurrada por uma amiga traidora. Se você puder me soltar, eu agradeço.

-Vamos, gracinha, que hoje eu te parto no meio. – ele continuou com o sorriso cafajeste e não me soltou. Se ele não tivesse cantadas tão “maravilhosas” eu podia pensar em dar uma segunda chance depois daquele fiasco.

     Dei-lhe um sorriso e ele se aproximou para me beijar. Só que isso nunca aconteceu porque o meu chute foi bem forte, forçando-o a me soltar e se curvar, quase caindo no chão. Pois é, Marcela estava errada. Eu já tinha superado e agora eu faria ela ficar irritada.