Predestinados A Um Amor escrita por Gil Haruno


Capítulo 1
Capítulo Único!


Notas iniciais do capítulo

Essa é uma one diferente de tudo o que eu escrevi, espero que vocês gostem!
Beijos!



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–Se você ficar imaginando o que pode ou não acontecer, voltaremos ao ponto de partida.


–Que ponto de partida? -a garota de olhos verdes marcantes rolou sobre a cama de solteiro até chegar perto da amiga e cutucá-la com o pé. -Não tem ponto nessa história, nem história tem nessa conversa. Eu fico imaginando se devo estacionar meus sentimentos ou assumir de uma vez por toda o que sinto.


–Sakura, você já se declarou um milhão de vezes.


–Claro que não!


–Ah, tá!Vejamos: na semana passada você sorriu para ele e disse oi...


–Só foi um oi.


–Com cara de quem viu seu príncipe encantado?


–Chega tá, Ino!Eu não sou esse tipo de garota desesperada... só iludida. -seu rosto entristeceu visivelmente. Ino a confortou com um rápido abraço.


–Amiga, não existe só um cara no mundo. E quer saber?Lá fora tem homens mil vezes mais atraente que aquele cara arrogante. Não é você que vivi dizendo que beleza não é tudo?


–Ino, não é a beleza estampada no rosto dele que me atrai cem por cento; ele tem um charme único, não sei explicar.


–Como o jeito sexy que ele olha para você quando está com raiva?


–Sim. E a forma arrogante de ele se exibir... Ele têm várias qualidades.


–Sim, mas ele não se exibi.


–Viu só?Ele se exibi sim, mas de uma maneira legal e discreta.


Ino suspirou. Ele empurrou Sakura para o outro lado e sentou.


–É, parece que você o conhece bem. Mas, Sakura, só falta você descobrir se ele gosta de garotas colegial.


Sakura afundou o rosto no travesseiro e fingiu chorar. Ino riu discretamente e balançou a cabeça. Faziam apenas dois meses que Sakura havia conhecido, por acaso, o moreno de olhar arrogante e desde então estava presa numa paixão arrebatadora.





Dois meses atrás...




–Você vai ficar com essa cara de choro, Sakura?


–Por quê nos mudamos, pai?Eu gostava de morar na França.


Conversavam no indioma francês, pois ela se recusava a atender os caprichos do pai.


–Não é bom está no seu lugar de origem?


–Sim é bom, mas... de verdade, não vou conseguir me adaptar. Uma coisa é visitar o Japão, outra é morar nele.


–Pare de conversar nesse indioma e comece a praticar sua nova língua.


–Não vou conseguir fazer isso de repente.


–Pelo menos tente, não é pedir demais.


–Ok. Posso, pelo menos dar uma volta e conhecer o condomínio?


Havia muito o que fazer no novo apartamento, mas ele não queria contrariar a filha.


–Sim, mas volte logo.


–Oui, papa.


Seu apartamento ficava no décimo primeiro andar e ela não conseguia entender o porquê do pai insistir em morar em prédio e nunca comprar cobertura. Condições tinham para tal conforto, mas ela nunca era ouvida.


O elevador abriu as portas e uma garota loira, vestida com uniforme escolar, pulou fora dele.


–Oi.


–Salut. Quer dizer, oi. -provavelmente seria embaraçoso trocar de indioma da noite para o dia.


–Turista?


–Oh, não!Acabei de me mudar. Eu morava na França com meu pai, mas somos de origem japonesa. Sou Sakura Haruno, muito prazer.


Ela se aproximou da loira e lhe deu três beijinhos de cada lado das bochechas. A menina apenas a cumprimentou com um leve e rápido manear da cabeça.


–Parece que somos vizinhas.


–É, parece.


–Você já terminou o ensino médio?


–Ainda não, estou no último ano.


–Eu também!E que escola você frequentará?


–Uma que fica há vinte minutos daqui, eu ainda não a conheço.


–Que pena, você está matriculada na escola de ''filhinhos de papai''. É uma boa escola, mas nunca me senti bem nela, então meus pais me transferiram para a escola pública. Na verdade eu gostava muito de um cara, mas ele achava que nossas realidades eram distantes uma da outra. Eu infernizei meus pais e agora estou frequentando a mesma escola que o cara que eu gosto.


–Parece até que foi fácil.


–E foi. Eu prometi que minhas notas seriam as melhores e cumpri minha promessa.


–Você foi corajosa e esperta.


–Obrigada. E você, por que veio morar no Japão?


–De repente meu pai me entregou a passagem e disse que nos mudaríamos.


–Entendo. Certamente seu ''não quero ir'' não foi muito produtivo, não é?


–Ele nem me ouviu.


Mais uma vez as portas do elevador se abriram e dele saiu um homem atraente, de expressão séria e com algumas sacolas de compras na mão. Sakura perdeu o fôlego ao vê-lo, mas Ino se manteve pacífica. O rapaz se aproximou de ambas e, como alguém que não queria nada demais, olhou rapidamente para Sakura.


–Oi, Ino.


–Oi, Sasuke. Diga oi também para Sakura ela é nossa nova vizinha.


Ele olhou para a garota, aparentemente tímida ao lado de Ino e examinou-a por alguns instantes. Ele refletiu sobre ela ser turista; pelas roupas estilosas e a postura dígna de um ser que estava se sentindo meio perdida.


–Bem-vinda. Sou Sasuke.


–Sakura, être heu... muito prazer. - por está se sentindo constrangida, recuou ir até ele e cumprimentá-lo, então fez ao estilo japonês.


–Tenho que ir.


As garotas observaram ele abrir a porta e entrar no apartamente em seguida.


–Ele é bonito.


–É, sim. -Ino sorriu para ela. -Sasuke tem uma fama incrível na polícia de Tókio. Quando tinha vinte e cinco anos ele foi promovido e assumiu o posto de Tenente.


–Ele não parece ter mais que vinte e cinco anos.


–Têm vinte e seis. Dizem que ele vai às ruas sem medo; é como se seu peito fosse blindado por aço.


–Não é só em filmes que os moçinhos morrem. Será que ele sabe disso?


–Deve saber. Mas o que seria do ser humano sem adrenalina?


Ambas sorriram.


–Ele me pareceu ser sério demais.


–Talvez seja devido a profissão que ele tem. Mas eu acho que ele anda azedo ultimamente. Ele acabou de se separar da mulher.


–Que chato.


–É, mas dizem que quando a relação não dá frutos tudo é bem mais fácil.


–Ainda assim... não deixa de ser triste.


–É verdade -ela se aproximou e cochichou no ouvido de Sakura. -Tudo começou porque ela não pôde lhe dar um filho.


–Não acredito que ele foi tão insensível assim.


–Dizem que... ela preferiu a careira à ele.





x*x*x*x*x*x*






–Não importa o que ele acha eu...


–Papa, será que dá para você falar um pouco baixo?


–Humm.


O homem resmungou alto e continuou berrando. Entediada, Sakura levantou, pegou sua mochila e saiu.

Assim que fechou a porta ela deu de cara com Sasuke; o homem que ela achava bonito sem nunca ter visto seu sorriso. Ele esperava o elevador pacientemente, vestido para mais um dia de trabalho. Sakura respirou e aproximou-se dele.


–Bom dia, Sasuke.


Ele virou-se para ela.


–Estava sentindo falta de seu sotaque -ela sorriu e aproximou-se um pouco mais.


–Já faz um bom tempo que não nos vemos.


–Exagero seu.


Sakura congelou com a correção dele e tristemente lembrou que seu amor era, de fato, exagerado. Ela esperou que ele continuasse a falar, mas o moreno entrou no elevador e sumiu sem nada dizer.


–Pela sua cara de decepção, aposto que Sasuke estava aqui. Acertei?


–Eu não entendo isso!Acho que sou uma garota simpática e atraente, mas Sasuke não percebe isso!Perto dele me sinto um patinho feio.


–Você está tentando chamar atenção de um homem, não é?Então terá que ralar muito para isso acontecer, já que esse homem é Sasuke. É bem mais fácil e realista você namorar um garoto legal do que esperar por ele.


–Está dizendo que eu devo desistir?


–Eu não disse nada.








Trigésima quinta delegacia de Tókyo



A arma descarregava toda a sua fúria no boneco que servia para melhorar a pontaria dos ''homens''. Sasuke acertava o alvo como se ele fosse seu maior inimigo. Quando terminou, ele deixou a arma de lado e atirou o óculos longe.


–Inspirado hoje?


–Entediado.


O homem ao lado dele sorriu e esticou os braços como se fosse fazer alongamento.


–Como foi na Coréia?


–A polícia de lá já estava informada sobre o paradeiro do traficante. Infelizmente me deram a função de ir buscá-lo. Fazia tempo que eu queria prender esse cara, mas ele sempre escapou das minhas mãos. No fim eu o peguei, mas não foi da maneira correta.


–Por que tornar as coisas difíceis, não é?


–Ei, Naruto!Não deixe seu sangue esfriar por causa de lágrimas falsas.


–Nunca vou descobrir se aquele homem era ou não inocente.


Ele lembrou-se da perseguição que fizera na madrugada fria numa noite de sábado. O perseguido não parou o carro e de repente balas e mais balas começaram a acertar a viatura. Naruto reagiu e também começou a atirar. Minutos depois o carro bateu em um poste e, aparentemente, nenhum sinal de resistência dentro do veículo.

Ele saiu do carro e se aproximou do outro, com a arma em posição, pronta para disparar. Quando chegou perto, olhou para dentro do veículo. Um homem estava inconsciente, outro estava gemendo de dor e seu rosto estava coberto de sangue.

O homem dizia que era inocente e que era vítima. Lágrimas silenciosas escorriam por seu rosto, até que ele deu o último suspiro de vida.


E a família dele, o que dizem?


–Nada demais. Tudo que sabemos é que ele trabalhava numa pizzaria à noite e fazia uns bicos durante o dia.


–O que você acha disso?


–Se você for averiguar o caso pode contar comigo.


Sasuke sorriu. Naruto tentava não ser impaciente na frente de Sasuke, mas ele o conhecia.


–Está sabendo?Amanhã é o aniversário da Karin.


–E por que eu preciso saber disso?


–Ora, Sasuke!Dá uma chance pra garota!


–Não gosto de garotas problemáticas tipo Karin e prefiro me afastar do sexo oposto por um longo tempo. A única coisa que tenho certeza no momento é que jamais conseguiremos entender as mulheres.





x*x*x*x*x*x*x



–Cheguei, papa!


Sakura atirou-se no sofá e fechou os olhos apreciando a paz no apartamento. Seus pensamentos voltaram-se para Sasuke e ela desejou poder um dia lhe contar sobre seus sentimentos. Mas imediatamente pensava na reação dele e ela não suportaria ser humilhada pelo homem que ela amava mais que tudo na vida.


–Comprei macarrão pra gente.


–É rámen de novo?


–Sim, mas esse está no capricho!


A campainha tocou e Hirashi correu para abrir a porta.


–Boa noite.


–Boa noite. Nos conhecemos?


Ao ouvir a voz de Sasuke, Sakura correu para ir vê-lo.


–Sou Sasuke Uchiha. Moro ao lado.


–Já nos conhecemos, pai -disse Sakura corretamente. -Esse é meu pai,Hirashi Haruno.


–Muito prazer, rapaz.


–Igualmente. Bem, eu encontrei esse chaveiro caído no corredor, acho que ele é seu Sakura.


–Ah, sim! Obrigada, eu não percebi que ele caiu.


–Com licença.


Sakura suspirou emburrada. Mais uma vez Sasuke fora embora e mal havia trocado três palavras com ela.


–Ele é um rapaz gentil.


–Pena que seja tão sério.


–Eu não o vi por aqui antes.


–Ah, Sasuke mal tem tempo para respirar. Sabia que ele é Tenente?


Hirashi ficou surpreso, mas agiu normalmente.


–Tenente?Tão novo?


–É, ele deve ser uma pessoa muito confiável e responsável.


Sakura sentou-se à mesa e olhou sua tigela de macarrão.


–Um homem da lei nesse prédio... Isso não é nada bom.


–O que você disse?


–Nada, continue comendo.



Ela já estava pronta para ir à escola. Se pelo menos Ino fosse sua colega de escola... Talvez aqueles adolescentes fanáticos a deixariam em paz.

Seu pai estava agitado, berrando com alguém no outro lado da linha. Sakura sorriu e pegou uma maçã. Com certeza o pai não sabia ser um homem pacífico.


–Isso mesmo. Não importa o preço da cobertura, eu a quero. Nos vemos daqui a pouco.


Sakura assustou-se com as palavras do pai, mas não deixou de gostar da ideia de se mudar para a cobertura.


–Eu ouvi bem?Vamos nos mudar para a cobertura?


–Sim, filha.


–Merci, papa!


Atirou-se no pescoço dele e lhe deu um forte abraço.


–Mas tem um pequeno problema.


–Qual?


–Vamos nos mudar para a zona norte.


–Comme?


–Tenho alguns amigos lá. Graças a eles pude comprar essa cobertura por um preço bom.


–Papai, e... e minha vida aqui?E meus amigos, minha escola...


–Não estamos indo para o fim do mundo, Sakura, mas para o outro lado da cidade.


–Por que, hã?Por que está sempre fazendo tudo do seu jeito?


–Porque é assim que as coisas devem ser!


–Já estou farta disso!Abondant!


Ela voltou para o quarto e bateu a porta com toda a sua força.



–Mas assim, de repente?


–Meu pai não se importa com o que eu acho, Ino. E eu detesto quando as pessoas agem sem se importar com os sentimentos dos outros.


–É isso, Sakura!Diga a seu pai que você está apaixonada!


–Ficou louca?


–Seu pai é um cara legal, ele vai entender.


–Não quando os interesses dele está em primeiro lugar. Bem, não há o que fazer. Pelo menos continuaremos a nos olhar.


–A nos falar -Sakura sorriu ao ser corrigida, sentiria falta da alegria de Ino. -Vou te visitar, ok?


–Oui, também virei te ver.


–E Sasuke?


Sakura deixou seus ombros caírem e deu um longo suspiro.


–Prefiro não vê-lo. Na verdade eu acho que vê-lo torna tudo mais difícil. Sei lá, é deprimente saber que ele não vai se importar. De qualquer forma, eu não o culpo. E pelo que eu o culparia, não é?


–Não fique se lamuriando, eu acho que quando chegar a hora certa você saberá o que fazer.






Dias Depois...



–Trouxe café para você, está quentinho.


–Parece que você adivinhou meus pensamentos.


A ruiva sorriu e não tardou a sentar ao lado dele.


–Você não está chateada comigo, não é?


–Por você não ter ido à minha festa de aniversário?Não, seria muita infantilidade da minha parte esquecer que você é um homem muito ocupado. Mas eu gostaria que você estivesse lá -ela olhou com toda a sinceridade nos olhos dele, depois sorriu. -Nos vemos por aí.


Sasuke a olhou ligeiramente, logo depois focou a tela do computador. Um fax acabara de chegar e ele rapidamente começou a averiguar o papel. Sua expressão mudou de séria para pensativa e no final, passou para incrédula.


–O que significa isso?


–Algum problema?


Perguntou um policial alto, de longos cabelos escuro. Ao lado dele surgiu Naruto, também interessado no assombro de Sasuke.


–Novidade, Sasuke?


O rapaz virou-se para eles e falou num tom de voz preocupado:


–Chegou um fax da décima segunda delegacia de Paris.


–Paris? -perguntaram juntos.


–Sim. Estão à procura de um homem chamado Hirashi Haruno. Estavam há um bom tempo investigando pessoas perigosas ligados à ele. Parece que querem interrogá-lo, mas só agora descobriram que ele saiu de lá.


–Deixe-me adivinhar: descobriram que ele está aqui?


–Sim, Neji.


–Por que mandaram o caso para você?Isso não é coisa da polícia imigrante?


–Eu conheço esse homem.


–Onde?


–Ele mora com a filha no mesmo prédio que eu.


–Tá de brincadeira -disse Naruto.


–Pois é. É um homem extrovertido, não percebi nada de anormal nele. Mas algo me intriga. Eles acabaram de se mudar e mal passaram três meses na vova casa.


–O que você vai fazer agora? -perguntou Neji.


–Vou relatar o caso aos meus superiores. Talvez seja melhor investigá-lo do que fazer uma abordagem direta.


Eles permaneceram em silêncio por alguns segundos, até que Naruto falou:


–Uma filha, é?Talvez você possa descobrir se ela sabe de alguma coisa.


–Duvido muito que Sakura saiba sobre as relações do pai com a polícia.


–Um nome bonito, bata saber se a dona dele também tem esse título.


–Não duvide nem um pouco disso -falou Sasuke voltando sua concentração para a tela do computador. Neji e Naruto cochicharam algo e Sasuke os observou novamente.


–É a primeira vez depois de semanas que você fala assim de uma mulher.


–Só estou dizendo que ela é uma garota bonita.


–Isso já é um bom sinal- disse Neji.


–É só um elogio, não melhor, só foi um comentário. Ela é apenas uma garota colegial.


Dizendo isso, ele encerrou o assunto.



–Então foi tudo de repente?


–Foi. Sakura não entendeu a atitude do Hirashi-sama, mas teve que segui-lo.


–Entendo -disse Sasuke compreensivo. -Você mantém contato com Sakura, Ino?


–Claro que sim!No momento ela não pôde me visitar, mas nos falamos todos os dias por telefone.


–Hum. Preciso de um favor seu.


–Quê?


–Preciso falar com Sakura.


–C-como?


Sasuke deu um longo suspiro. Ele fora escolhido para investigar a vida de Hirashi e pouco importava para seus superiores como ele faria isso. Um caso importante estava em suas mãos e despediçar essa grande oportunidade seria burrice, além de desapontar quem lhe dera confiança. Seria por meio da filha que chegaria ao pai, afinal só seriam algumas perguntas feitas a ela, nada demais.


–Tipo um encontro? -perguntou Ino, esperançosa.


–Pode dizer isso a ela -ele saiu e Ino correu para o telefone.





x*x*x*x*x*x*x*x




–Como estou?


–Uau!Parece até que você está indo para uma festa de noivado.


–Quero dar a impressão que sou mais velha.


–Funcionou.


Sakura usava um vestido preto bem acentuado no corpo, que mais parecia ter acabado de sair das passarelas de Paris. O cabelo estava solto, longo e cheio. A maquiagem realçava a cor verde de seus olhos e lhe permitia ter mais idade.


–O que você disse a seu pai?


–Que passaria esse fim de semana aqui com você. E seus pais, não irão se incomodar?


–Claro que não. Então, faremos o seguinte: nós estamos indo à uma festa com pessoas da nossa idade. Não fale nada sobre o horário de retorno e onde estaremos. Deixe tudo comigo.


–Sim. Seu namorado está lá embaixo?


–Chegou há pouco tempo.


Ino abriu uma das gavetas da cômoda e de lá tirou algumas camisinhas. Sakura observou a paciência da amiga a enfiá-las cuidadosamente na bolsa.


–Quer uma para você?


–Não, obrigada -disse um pouco constrangida.


–Vai me dizer que você nunca transou?


–Prefiro não falar da minha vida sexual.


–Não precisa, já entendi tudo.


Sakura deu uma rápida olhadinha no relógio e se apressou.


–Está quase na hora de sair e eu não sei como vou reagir nesse encontro. Não sei bem o que é, mas algo não se encaixa.


–O que?


–De repente Sasuke me convida para sair. Por que ele faria isso com alguém que é quase invisível para ele?


–Vai vê ele percebeu que você gosta dele.



O moreno aguardava em frente ao carro a chegada de Sakura. Já estava impaciente com a demora, mas não podia reclamar ou parecer tenso.


–O que direi se alguém me ver com uma estudade do ensino médio?Que ela é uma amiga?Não daria certo. Talvez um parente distante?Também não funcionará. Bem, talvez ela...


–Bonne nuit.


Seu sorriso calou os pensamentos de Sasuke, que parecia ter perdido a voz. Ela não era a garota que ele esperava receber, no máximo ela estaria mais bonita, mas não linda e atraente como nunca.


–Nossa... você é mesmo a garota que estou esperando?


–Bom, acho que ainda me chamo Sakura.


Disse ela sorridente e feliz por ter agradado.


–Onde vamos?


–Me diga onde você que ir.


–Bem, normalmente eu diria que quero ir conhecer muitos lugares no mesmo dia. Mas a situação é outra. Já que estamos num encontro, eu gostaria de jantar e depois você decidi onde iremos. Estou em suas mãos.


Sasuke gostou da atitude dela, principalmente por não ter que escolher onde iriam. Aparentemente ela estava indo bem, melhor que mulheres experientes.


–Tenham um bom jantar. Com licença.


–Merci.


–Obrigado.


Ela sorriu pela falta de costume, Sasuke não disfarçava está gstando da sua companhia.


–Está gostando de Tókyo?


–Eu sempre venho à Tókyo, então parece que estou em casa.


–Sim, você parece bem à vontade.


–Realmente. A única coisa que me incomoda é a instabilidade residencial do meu pai -Sasuke finalmente ouvira o que queria saber e aprofundaria o assunto. -Eu gostava de ser sua vizinha.


–Normalmente minha seriedade desagrada muita gente.


–Isso não é problema para mim -Sakura focou os olhos dele e Sasuke rapidamente tratou de quebrar o contato.


–Eu não esperava que vocês se mudassem, pensei que estivessem se adaptando ao prédio.


–E estávamos, mas de repente meu pai quis se mudar. Sabe, ele não resistiu a uma boa oferta e então comprou uma cobertura por um bom preço.


–Entendo.


–Além disso os negócios estão sempre atrapalhando nossa vida.


–Hum. Parece que seu pai é dono de uma empresa de seguros, não é?


–Sim. E parece que você está muito bem informado sobre nós.


–Conversei um pouco com Ino e você a conhece.


–Muito.


–E... ele vai expandir a empresa aqui?


–Sim. Ele têm muitos contatos, amigos dispostos a entrar nessa empreitada.


'Me pergunto que tipo amigos são esses'


–Está uma delícia!


Foi o único comentário que ela fizera, pois Sasuke focava um ponto distante dali; parecia emocionado por lembranças de seu passado. Sakura rapidamente lembrou-se do que Ino lhe dissera; com certeza ele pensava na ex. Ela compreendia a reação dele, mas jamais deixaria que sua noite fosse assombrada por lembranças.


–Você está muito pensativo.


–Não é nada.


Sakura engoliu em seco, e decidiu que continuaria interrogando-o.


–As lembranças agem por conta própria, não é?


–Especialmente as ruins -disse ele desabafando. -Não quero contagiar nossa noite.


–Não se preocupe, eu sou um poço de alegria -Sasuke sorriu e achou que poderia falar um pouco sobre ele.


–Eu fui casado por pouco tempo. Foi uma loucura toda aquela paixão, todas aquelas declarações de amor. E tudo acabou da mesma forma, rápido.


–Você a ama?


–Eu não sei te responder.


Sakura acariciou a mão dele e deu um meigo sorriso.


–Quem sabe um dia.


Sasuke observou a mão dela sobre a dele e se perguntou onde ela queria chegar. Ele estava muito bem intencionado, tudo o que queria era extrair algumas informações dela e nada além disso. Mas seria capaz de resistir aos encantos dela?Talvez não. Será que ela pretendia seduzi-lo pra valer?E se fosse, alguém impediria?Seria embaraçoso para ele, sendo um homem da lei envolvendo-se sexualmente com uma de menor.

Sasuke refletiu sobre tais situações e afastou sua mão da dela. Sakura não se importou, sabia que isso provavelmente viria acontecer. Mas ela sorriu abertamente. Ele podia dizer não para as investidas dela, mas não iria tão longe. Atacá-lo seria bem merecido, sendo que ela havia sofrido muito por ele ultimamente. E se as coisas passassem dos limites, ela não iria recuar.


–Onde vamos agora?


Perguntou ela.


–Bem...


–Esqueça -Sakura sorriu e se apoiou nele. -Preciso descansar um pouco e beber um bom chá, acho que o vinho não me fez bem.


–Os pais de Ino...


–Lá não, não posso voltar sem ela e Ino provavelmente está na metade da noite. Você pode me levar até minha casa, é só atravessar a cidade.


–De maneira alguma. Vamos para o meu apartamento.



'Talvez ela solte a língua'


'Vai se arrepender por não ter me observado antes, Sasuke'



No caminho de volta, Sasuke conseguiu fazer que Sakura falasse sobre ela e, inocentemente, ela acabou falando dela e a família. Contou que não tinha uma boa relação com a mãe, que morava na Inglaterra, e que isso era devido ao pai. Como tudo na sua vida acontecia de repente, Sakura explicou que seu pai era sempre repreendido pela esposa, mas não sabia o porquê.



–Seu pai parece ser um homem misterioso.


–Muito.


–Humm.


–Estou sentindo um pouco de calor.


–Quer que eu ligue o ar... ?


–Não precisa -ela baixou o vidro da janela e a corrente de ar bagunçou seus cabelos. -Ainda bem que o garçom não perguntou minha idade -enquanto falava, ela soprava o decote saliente. -O álcool está agitando meu sangue.


Pelo rabo do olho, Sasuke olhava o jeito despreocupado dela soprando dentro do decote. Longe dele ser um pervertido, mas toda aquela ausência de contato físico estava mudando sua personalidade.

Sakura entrou observando a ampla sala e como ele era organizado.


–Vou fazer seu chá...


–Esqueça, preciso de algo gelado.


Sasuke a olhou de tal forma, que ela viu seu reflexo produzido nos olhos desejosos dele. Como um leão sobre a presa, ele tomou os lábios dela com certa agressividade. Ela murmurou palavras de carinho e excitação e penetrou as unhas na pele dele quando seu pescoço foi mordido. Sasuke desceu com os beijos até o decote e se sentiu incapaz diante do ato. Ele olhou nos olhos dela e disse em voz firme e intimidadora:


–Você faz ideia de como isso terminará?


Sakura sorriu e o beijou.


–Eu te amo -ele nada entendeu, então ela tratou de explicar: -Desde o momento que eu te vi saindo do elevador. Não houve um dia sequer que eu não pensasse em você -ela o beijou novamente. -Não importa se está indo muito rápido ou se você deseja mulheres experientes. Eu só quero ficar com você essa noite, como em meus sonhos.


–Sakura...


–Se você dizer que não quer, eu vou entender. Mas se você não me afastar, eu ficarei.


Sasuke suspirou profundamente e em resposta tomou os lábios rosados dela.







x*x*x*x*x*x*x*x*x




A luz do sol penetrava o tecido da cortina e refletia sobre o rosto de Sakura. Ela abriu os olhos devagar, se acostumando com a luminosidade. Olhou para o lado da cama e descobriu que Sasuke não estava. Ela respirou firme antes de levantar e quando fez, seu corpo, especialmente as pernas, estavam doloridas. Ela sorriu de contentação e toda aquela loucura a fez excitar mais uma vez. Ela se sentia imensamente feliz e perto dele ou não, tudo aquilo valeu a pena.




–Já informei as autoridades sobre o paradeiro da esposa de Hirashi. Logo ela será interrogada. Até mais.


Sasuke desligou o telefone e passou as mãos no rosto.


–Que cara é essa? -perguntou Naruto. -Você deveria está feliz. Conseguimos descobrir o paradeiro da mulher do suspeito.


–Sim, mas usei alguém para isso.


–E como foi o jantar com a francesinha?


–Argh!


–O que houve?


Sasuke aproximou-se de Naruto e disse em voz baixa:


–Eu dormi com a garota.


–Q-quê?Como você se deixou levar?Peraí, você é um homem da lei!Como pôde seduzir uma colegial?


–Aquela garota de boba não tem nada, tá legal?Ela sabia o que estava fazendo desde o princípio!Apesar de ser nova, agiu como se fosse uma mulher mais velha. No final das contas, ela me seduziu.


–Pode parar!Eu sei que você estava muito interessado nesse caso. Eu não estranharia se você passasse dos limites para conseguir uma pista.


–Eu não sou um canalha!


–Oh, tomara que ela não pense isso quando acordar.


–Do que você está falando, seu idiota?Não foi você que engravidou Hinata aos dezesseis?


–Eu me casei com ela, tá legal?


–Não exagere. E por que estamos discutindo sobre isso?


–Você começou, não foi?


–Hum. O juiz já me deu permissão para invadir a casa dele...


–Oh, que legal! -Naruto apladiu. -Nada acontecerá, você só vai chegar lá e gritará 'polícia! temos ordens para vasculhar sua casa e levá-lo para a delegacia. Mas não se preocupe, se você não reagir eu não disparo contra a sua cabeça'.


–É meu trabalho.


–Faça como quiser, chef!


–Ei, vocês estão falando muito alto.


–Bem, o dever me chama -disse Sasuke saindo.






x*x*x*x*x*x*x*x*




Eu não o procurei Ino e não vou fazer isso.


As portas do elevador se fecharam.


–Não quero que ele pense que quero algo dele. O sinal está ruim, depois eu ligo.


As portas do elevador se abriram. Ele mergulhou a chave na fechadura, mas esta já estava aberta.


–Estranho.


Ela se assustou visivelmente por dá de cara com Sasuke. Ele estava sério, pensativo, parecia não reconhecê-la.


–Você aqui?


–Sabe onde está seu pai?


–O que você quer com ele?


–Vim intimá-lo.


–Por quê? -perguntou, deixando a mochila escorregar até o chão.


–Precisamos conversar.


Sakura balançou a cabeça negativamente e se afastou dele.


–Isso é um mal entendido, não é?


–Eu recebi um fax da polícia francesa. Parece que seu pai está envolvido em esquemas ilegais. A polícia está atrás dele e...


–Meu pai é um homem honesto!


–Não estou julgando seu pai.


–Não seja sínico!Então, aquele encontro repentino não foi de mero interesse pessoal. Você estava lá à trabalho e me usou.


–Eu não queria que fosse dessa forma.


Sakura lhe deu uma bofetada e começou a acertá-lo com agressividade. Sasuke segurou-a pelos pulsos, imobilizando-a.


–Desgraçado!


–Eu não usei você.


–Ah, não?


–Não. Admito que eu queria extrair informações, mas...


–Não seja ridículo! -ela se afastou rudemente dele. -Vá embora. Tudo ficará resolvido e meu pai e eu iremos embora daqui.


–Claro, fugir é a agilidade do seu pai.


Ela o empurrou até a porta. Assim que Sasuke saiu, Sakura

correu até o telefone e ligou para o pai.


–Ele não responde!


Desesperada, ela pegou sua mochila e saiu.


Sakura passou o resto do dia à procura do pai, mas nenhum sinal dele. Depois de muito procurar, pelos lugares que ela conhecia, voltou para casa. Ela deixou o táxi e caminhou até o portão, de repente um tiro ecoou por todo o lugar. As pessoas gritavam desesperadas na rua e a única reação de Sakura foi olhar para a frente e ver a figura de seu pai indo ao chão.



–PAI!


Alguém a segurou pela cintura fazendo ela se agachar. Vários disparados ecoaram e muitos carros de polícia estacionaram.


–Quer morrer por acaso?


Era Sasuke. Ele já tinha sua arma em mão e berrava ordem para todos os lados. Não era possível se mexer, pois era bem provável ser atigindo.


–Levem ela!


–Meu pai está ali!


–Levem, é uma ordem!


Sakura foi arrastada até uma viatura e tudo o que ela conseguiu ver foi homens mascarados fugindo em seus carros, a polícia os perseguindo e seu pai estirado ao chão.





Um dia depois...



–Coma, pelo menos um pouco.


–Não quero, Ino.


Sasuke entrou e ao perceber a presença dele Sakura virou o rosto.


–O que esse homem está fazendo aqui?


–Por favor, Ino, nos deixe sozinhos.


Ino saiu e Sasuke tentou se aproximar.


–Satisfeito?Meu pai está morto, não é isso que você queria?


–Eu disse que não queria julgar seu pai e não fiz isso, mas eu não estava lá para impedir o fim dele.


–Você tem uma autoestima incrível.


Sasuke nada respondeu, era impossível falar com ela naquele estado de nervos.


–Sua mãe está vindo para cá.


–Não quero vê-la.


–Você precisa de um responsável.


–Eu não preciso de ninguém!


–Querendo ou não sua mãe está vindo para cá!Eu entendo sua dor, mas ponha na sua cabeça que seu pai fazia coisas erradas e pagou por isso com sua própria vida!


–Saia, Sasuke!


–Não, eu não vou sair e você vai ficar quieta!


Ele abraçou-a fortemente e Sakura não recusou o abraço.




Dois mêses depois...




–Tem certeza que você quer ficar, filha?


–Tenho, mãe -ela apertou a mão de Sasuke e sorriu. -Sasuke disse que se eu fosse ele iria contra a lei me obrigando a ficar.


–Então eu vou tranquila. Me dê um abraço.


Ela se despediu da mãe e seu coração bateu fortemente, mas em paz. Agora compreendia o sumiço da mãe. E mesmo que seu pai fosse perigoso com os outros, ele fora o melhor pai do mundo para ela.


–Senhora Haruno, espere um momento -Sasuke correu até o quarto.


–O que será que ele está aprontando?


Sakura nada respondeu, estava séria e visivelmente preocupada.


–Você está tão calada.


–Estou imaginando como Sasuke reagiria a uma notícia.


–Tipo o que?


–Tipo... estou grávida.


–V-você?Mas Sakura...


–Eu sei mãe, ainda sou nova demais para ter um filho. Mas saiba que estou feliz, muito feliz.


–Ah, querida! -abraçou-a. -Eu também estou. Diga logo a ele, tenho certeza que ele ficará feliz.


–Sim.


–Dizer o quê?


Perguntou Sasuke entrando na sala. Ele carregava algo que parecia ser um presente, notou a senhora Haruno.


–É um presente de Sakura.


–Vou abrir.


–Não mãe, só quando a senhora chegar em casa. Espero que possa me perdoar.


–Esqueça isso. Sasuke, cuide dela.


–Sim.


Quando a casa ficou silenciosa, Sakura sorriu e chorou ao mesmo tempo.


–Posso saber o que tinha naquele embrulho?


–Um cd e um álbum.


–Um cd?


–Quando eu fiz quinze anos, meu pai proibiu minha mãe de participar da minha festa. Ela ligava implorando e me esperava na porta da escola. Eu a rejeitei e não sabia porque estava sendo cruel. Bem, pelo menos eu posso recompensá-la de alguma forma.


Sasuke abraçou-a.


–Não se culpe, acabou.


–Sim, acabou -ela chorou ainda mais. -Meu pai se foi e eu não pude me despedir dele. No meio de toda essa confusão eu consegui ser feliz. O reencontro com minha mãe, nossa vida juntos e... nosso filho.


–Filho?


Sakura sorriu e olhou-o nos olhos.


–Dois meses.


Ele sorriu como uma criança e não sabia o que dizer. No fim, ele decidiu por abraçá-la e beijá-la. Sasuke acariciou o rosto dela e sorriu.


–Eu disse que não sabia responder se eu ainda amava minha ex, não é?


–Espero que você tenha uma resposta agora.


–E tenho -a seriedade voltou à sua face e ambos se encararam apreensivos. -Nossa história não é muito diferente do meu relacionamento com Akemi. Estamos embarcando nisso sem muito pensar e realmente não pensamos nos riscos. Mas, há uma coisa que muda nossa história.


–E o que é?


–Você não tem medo de me amar.


Sakura sorriu e o beijou.







FIM





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