O Fim Da Herdeira escrita por ezanatto
Notas iniciais do capítulo
Escrevi a fic assim que terminei o livro, totalmente revoltada com o final. Sinceramente, se não leram o livro, ou leram mas não terminaram, por favor NÃO leiam a fic. Espero que gostem da primeira fanfic de Almakia, e que muitas outras venham...
Kandara abriu os olhos lentamente, vendo uma forte luz branca, e logo suas pálpebras ficaram pesadas e o torpor tomou conta dela.
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– Logo ela acordará, melhor sairmos daqui. – uma voz grave sussurrou à outra pessoa. Logo ela ouviu passos, e o barulho de uma porta sendo fechada com delicadeza.
Ela tomava consciência de seu corpo lentamente, o cérebro trabalhando incansavelmente para entender o que acontecera. Estava deitada em uma cama macia, com travesseiros de plumas sob sua cabeça. Tentou mexer seus braços, mas não obteve resultado. Com o pânico começando a tomar conta dela, tentou mexer as pernas e novamente não obteve resultado algum.
Abriu os olhos e viu-se num quarto bem iluminado, com grandes janelas e decoração em cores claras. Ergueu a cabeça no intuito de olhar seu corpo – o que parecia ser a única coisa que podia fazer – e notou que seus braços e pernas estavam firmemente amarrados à cama. Havia um tubo conectado à seu braço esquerdo e ligado ao tudo, uma bolsa com líquido transparente que ela concluiu ser o responsável por sua paralisia.
– Inacreditável! – Kandara murmurou, a voz rouca, lembrando-se de Garo-lin e junto desta, uma enxurrada de lembranças invadiu sua mente: ela lutando com sua mãe, desviando-se de uma grande bola de fogo e sendo atingida em seguida por uma adaga de Pedra Escura. Krission tomou-a em seus braços e disse para que os outros fossem sem ele. A dor em seu peito tomou conta de todo o corpo, as pálpebras ficando pesadas.
Por mais que Kandara se esforçasse, não conseguia lembrar de mais nada que poderia ter acontecido em seguida e se obrigou a concluir que perdera a consciência desde então.
Pensou em como estariam Krission, os outros Dragões, Garo-lin e os kodorins. Preocupou-se com o que poderia estar acontecendo, e numa atitude desesperada pôs-se a gritar:
– Eu quero sair daqui! Quero falar com a Senhora do Fogo! – ordenou às paredes, sabendo que alguém a ouviria, aos berros.
Um homem de pele negra, vestindo roupas brancas entrou no quarto e calmamente pediu que ela se acalmasse e avisou que a Senhora do Fogo estava à caminho.
Kandara, imobilizada do pescoço para baixo, limitou-se a fechar os olhos e esperar, ofegando. Parecia que até mesmo para falar ela fazia grande esforço. Dada a demora de sua mãe, Kandara começou a tentar usar seu almaki. Concentrou-se e depois de alguns minutos sem obter nem mesmo uma faísca avermelhada, e com os olhos embaçados pelo esforço da concentração, Kandara desistiu. Seus pensamentos não paravam de levá-la até as bolinhas de ressonância almaki.
– Ora ora, se minha filha querida e amada não está acordada! – Kronar falou irônicamente, fechando a porta do quarto ao entrar.
– Olá mamãe. – Kandara tentou manter o tom mais diplomático possível.
– Você passou um bom tempo desacordada. – ela sorriu, a máscara de bondade cobrindo o esgar que enchia sua voz.
– Porque você fez isso? – Kandara inquiriu.
– E não é óbvio? – Kronar sorriu abertamente – Você estava corrompendo meu menino, e me livrar de você seria a melhor maneira de limpar Almakia.
– Como assim se livrar de mim? – Kandara sentiu que havia mais por trás disso. Sempre havia um plano formado na cabeça de sua mãe.
– Você está morta! – Kronar abriu um jornal onde Kandara chocou-se ao ler a manchete “ O Luto da Família de Fogo” e a foto de sua mãe ao lado de Krission.
– Como assim? – Kandara estava perplexa.
– Eu a atingi com uma adaga de Pedra Escura, ela sugou todo seu almaki, mas não te matou. Krission não sabe disso, acredita que você morreu nos braços dele e se culpa. – Ela gargalhou ao ver a expressão da filha.
Kandara lembou-se novamente de Krission a tomando em seus braços e arrancando a adaga de seu peito, seus olhos se encheram de lágrimas, mas Kandara se recusou a chorar em frente à mãe.
– Nunca tive a intenção de te matar, mas eu precisava abrir os olhos de Krission e arrancar o líder daquela rebelião, desestruturá-los, pará-los ao mesmo por enquanto.
Kandara nunca se sentira tão traída e desprotegida. Sua mãe não pensara duas vezes antes de arrancar seu almaki. Sua própria mãe.
– E não se preocupe, porque se você se comportar, posso devolver os movimentos do seu corpo. Isso é provisório. – Kronar indicou o tubo em seu braço.
Mas Kandara não queria suas pernas e braços, queria seu almaki, sua essência.
Sem se despedir, Kronar foi até a porta mas antes de fechá-la murmurou:
– Eu não poderia te matar. Você é minha filha.
Totalmente impotente, Kandara deixou que as lágrimas escorressem livremente por sua face e abrigou-se no torpor, onde nada poderia atingi-la. Nem mesmo sua mãe. Nem mesmo a tristeza de ter perdido sua essência.
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