Minha Doce Criança. escrita por asmanda


Capítulo 3
Adeus.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/236432/chapter/3

Ele estava decidido, porém temia o que aconteceria depois disso, temia a reação dela, temia o amor.

Ao lembrar-se que tinha um ensaio de sua banda, logo deixou seu piano, vestiu suas extravagantes roupas, foi em direção à geladeira, pegou uma garrafa de vodka e em um gole já sentiu-se aliviado, livre de seus pensamentos.

Chamou um táxi e disse o endereço de onde aconteceria o ensaio, deu para o taxista uma nota de cem dólares e fez questão de que ele ficasse com o troco. Afinal, ele era um astro do rock, não precisava de trocados.

Chegou ao estúdio com o típico mau-humor, aquele humor que todos os integrantes da banda temiam e o seu egocentrismo que era responsável por todas as brigas e fracassos.

– Vamos logo com isso – disse Axl impaciente.

Os integrantes da banda entreolharam-se e ficaram calados, não queriam brigar, não naquele momento em que a banda estava fazendo grande sucesso.

O ensaio chegou ao fim e Axl saiu cabisbaixo, estava infeliz, como sempre.

– Hey Axl, vamos sair e pegar umas groupies, não tá afim de vir conosco? – disse Slash, um dos maiores guitarristas de todos os tempos.

– Quero, preciso disso – respondeu Axl com certo entusiasmo.

–Vamos logo, Duff trouxe a limusine, hoje vai ter rock –disse Steven, o baterista charmoso, no seu típico tom brincalhão.

Axl sorriu, sim ele estava sorrindo, isso era muito raro.

Foram para o bar Rainbow, o seu tradicional lugar de encontro, o lugar onde iam pra relaxar, curtir uma boa música e arranjar alguém para uma noite de prazer sem compromisso. Isso que era vida de um astro do rock, mas será que eles realmente ficavam felizes com aquilo? Será que a felicidade estava em drogas, em dinheiro, em fama ou em sexo?

Todos os integrantes da banda sentaram-se em uma mesa e as groupies os encararam, pareciam cobras cercando suas presas, devorando-os com os olhos. Eles adoravam isso, aquilo era como um prêmio.

Veio em direção à mesa uma mulher loira, com belas curvas, olhos negros, cujo batom vermelho se destacava em sua pele branca.

–Vão pedir alguma bebida? –disse a garçonete.

–Sim, e leve uma garrafa de uísque para aquelas garotas, em nosso nome– disse Izzy, o segundo guitarrista galanteador da banda.

A loira saiu, logo em seguida trouxe uma das bebidas mais caras para a mesa onde eles estavam e deixou a garrafa de uísque na mesa das groupies. Garotas sensuais e lindas, prontas para atacar, mas elas eram as presas, iscas fáceis para eles.

As garotas sorriram e foram em direção à mesa dos rapazes. Uma delas, que deveria ser a líder do grupo, tinha cabelos cacheados e escuros, olhos cinza, pele branca e boca carnuda, aproximou-se de Axl.

–Não quer se divertir um pouco? – sussurrou no ouvido de Axl.

Axl deu um sorriso malicioso e levantou-se da mesa, ela o seguiu e não perdeu a oportunidade de segurar a sua mão. Axl estava ali para esquecer, estava ali pra distrair-se, seu instinto falava mais alto, queria abandonar seu coração pelo menos por alguns minutos.

Os dois iam saindo do bar, quando Axl tem a visão de um anjo em sua frente, Erin estava parada o encarando furiosamente, podia ver fúria em seus lindos olhos, seus olhos que eram como o céu, anunciavam tempestade. Erin correu para fora do bar e Axl foi atrás dela deixando de lado a groupie.

Axl finalmente a agarrou pelos braços com força e olhou fundo em seus olhos, olhos que existiam dor e isso o fazia perder o chão.

–Erin, espere! Tenho algo a falar – disse Axl ofegante.

–Esperar? Eu já fui tão paciente, eu já agüentei tanta coisa, já reprimi tantas palavras. Tentei ser compreensiva e te entender, mas eu não consigo! Será que você não entende que eu te amo? Será que você não percebe que eu me importo? Eu estou sofrendo com isso! – disse Erin com lágrimas nos olhos.

–Não quero mais te fazer sofrer, eu não te mereço e nunca mereci, talvez seja melhor pra mim e pra você se ficássemos separados, será melhor esquecer. –disse Axl com tristeza nos olhos, mas ele não queria chorar, ele não podia chorar.

–Você sempre quis isso, afinal, você é um covarde, sempre foi– respondeu Erin.

Axl a pegou pela nuca e deu um beijo triste em Erin, ela estava furiosa, mas cedeu. Um beijo de amor e ódio, um beijo com voracidade e delicadeza. Eles eram como um só, mas reprimiam isso por medo.

Erin finalmente soltou-se dos braços de Axl e foi em direção ao seu carro sem olhar pra trás. Axl ficou parado, imóvel, estava com ódio de si mesmo.

Aquilo foi um adeus.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

será que esse foi realmente o adeus? será que essa história acaba aqui? continuem acompanhando.