–Não... Nada deixa pra lá... Eu sou maluca você sabe... –Ela falou me soltando, rindo e limpando as lágrimas.

–Tá bom então... –Eu ri, mas sabia que algo tinha acontecido.

Tsuna pv off

Na noite passada Tsuna estava quase para me falar algo que devia ser importante quando ele levou uma coronhada na cabeça. Ele imediatamente desmaiou e a arma que o homem encapuzado usou para lhe dar a coronhada agora estava apontada pra mim.

Levantei as mãos morrendo de medo, já começava a chorar e eu ia gritar, mas quando vi ele já estava com um pano na minha boca e nariz me fazendo desmaiar.

Quando acordei estava em uma sala cheia de coisas no chão, restos de construção, cadeiras, pneus, caixas e telhas, insetos (mortos e vivos), havia até uma ratazana gigante.

Eu estava apavorada, precisava sair dalí, mas estava acorrentada com as mãos por trás da cadeira de madeira e ainda por cima estava amordaçada.

Comecei a chorar, não conseguia sair nem fazer mais nada. De repente um homem com uma arma na mão, o mesmo que deu a coronhada em Tsuna e que me trouxe pra cá, falou para que eu ficasse calada e quieta enquanto o mandante não chegava. Continuei á chorar até que vi um homem entrar pela porta, ele não me tranquilizou, na verdade me deixou mais nervosa, eu o conhecia...

O mandante, o cara que queria fazer algo de ruim comigo ou com alguém próximo era um ex-amigo da época em que eu maltratava o Enma... Mas como ele ainda se lembrava de mim? Porque vir atrás de mim agora?!

–Ora se não é a Kagura-kun... Quer dizer “chan”... –ele usou um tom sarcástico no “chan” e deu um sorriso cínico.- Eu adoraria poder matar a senhorita agora, mas não posso... Tenho coisas a tratar com aquele maldito futuro décimo Vongola e é claro com a Vongola toda... –Ele tirou um canivete do bolso.- Mas nós ainda podemos brincar um pouco juntos... –eles estava á centímetros de mim e eu estava apavorada e enojada.- Vá embora! –ele disse ao capanga.

–Sim, senhor! –ele disse, logo depois saindo.

–Sabe Kagura, você ficou bastante bonita agora que é mais feminina e eu gosto desse seu rostinho assustado –ele falava enquanto sentava em uma cadeira, pelo lado contrário, á minha frente e passava o canivete levemente no meu rosto, sem me cortar.- Que tal brincarmos um pouco?! –ele disse de forma que me deu medo.

Ele soltou a mordaça.

–Então querida, o que me diz?! Quer brincar comigo?! –ele perguntou.

–Nem nos seus melhores sonhos! –eu falei, logo depois cuspindo na cara daquele cínico idiota.

Ele riu enquanto limpava o rosto e tampava minha boca com a mão, eu mordia a palma da mão dele ferozmente para que me soltasse e eu pudesse gritar, mas ele não soltava.

–Fez mal, querida... Muito mal! –ele falou tirando uma pistola que estava presa no cinto. Como só percebi isso agora?!

Ele colocou a pistola dentro da minha boca, assim eu não poderia falar e ele se satisfazia com minhas caras de dor e medo. Eu já estava chorando de novo.

–Você é mesmo uma cadela! Você é realmente burra, acha mesmo que só porque está chorando vou te livrar dessa?- ele disse tirando a arma da minha boca e me dando um tapa forte no rosto que me fez urrar de dor.

Eu estava com um olhar de puro medo, não conseguia mais ter forças nem pra falar, só o que conseguia fazer era chorar.

Ele me deu outro tapa, do outro lado do rosto, tão forte quanto o primeiro. Depois levantou a minha blusa e a retirou, o que fez minha cara de medo se tornar uma cara de pavor.

–Mas que belo corpo, Kagura-chan! –ele falou me olhando e me deixando com muito mais medo.

Ele beijou meu colo (parte que fica acima dos seios) o que me deixou completamente enojada. E me fez dizer “não”, O que ele respondeu pegando o canivete e passando-o ligeiramente pela minha barriga logo depois vi um corte bem grande, nenhum pouco profundo, mas grande por onde ele tinha passado a faca.

Eu estava apavorada.

–Opa! Desculpe, sabe você meio que me irritou! Não faça mais isso, ainda não é o momento para te matar! Só depois que aquele idiota cair na nossas mãos! Ouça! Você vai fazer o seguinte...

Ele me falou o que eu deveria fazer e disse que se não o fizesse ele mataria a mim e além disso me mostrou capangas dele atrás de Nana-san, Lambo e I-pin, se eu não concordasse eles seriam mortos. Acebei tendo que concordar e fui liberada, depois de cuidar da minha ferida e vestir minha blusa novamente. Cheguei até o hotel, ainda estava chorando, mas quando cheguei no potão e vi o Tsuna, por alguma razão, aquilo que aconteceu parecia surreal, mas eu sabia que tinha acontecido, por isso não consegui parar de chorar de imediato, mas depois de ficar recostada por um tempo no peito de Tsuna e consegui parar e ficar “bem”.

Flash back off

–Oi! –Eu disse entrando na parte do quarto que era feminina.

–Oi, Kagura! –Hikari e Natsuki falaram juntas.- Onde você estava?!

–Só dando um passeio... –eu falei meio relutante, mas elas pareceram não perceber.

–O Tsuna estava te procurando! –Natsuki me alertou.

–Eu já falei com ele... Agora ele esta tomando banho.

TSUNA pv on:

Havia algo de estrando no jeito com que Kagura estava agindo e eu sabia disso. Ele não chora por nada! Ela não esta querendo me contar! Eu estou aqui tentando relaxar na droga das termas, mas o olhar que eu vi no rosto dela hoje de manhã me deixa perturbado, é como se alguém tivesse levado a paz dela, como se ela fosse um robô sendo controlada. Mas isso não faz sentido... Nada que eu penso faz sentido.

TSUNA pv off.

Hikari e Gokudera, depois que os garotos e as garota haviam já tomado banho, revelaram que estavam namorando. Todos ficaram felizes, eu também claro! Mas pra mim era um pouco difícil sorrir de um jeito convincente, não que alguém tenha percebido.

Na hora do jantar os professores deixaram ele com a gente, as garotas, mas ninguém queria fazer nada, então acabou que eu e Natsuki nos voluntariamos.

Eu estava cozinhando e Natsuki estava cortando as coisas para mim.

–Natsuki, você tá muito fofa nesse avental! –Xanxus disse aparecendo na porta. O que fez Natsuki meio que pular e ela acabou cortando o dedo. E começou a chorar.

Imediatamente eu ia pegar um curativo e ajuda-la, mas eu fui muito lerda, quando me virei para a juda-la, Hibari já tinha saído de não sei onde, passado antisséptico no dedo dela e colocado um curativo e agora a estava acalmando num abraço. Ele estava praticamente segurando um corpo inerte, porque ela estava com os joelhos moles e não conseguia ficar de pé, isso porque mal havia visto o sangue!

Xanxus estava achando aquilo estranho, mas foi puxado pela nossa professora para fora da cozinha.

A Kaoru-sensei sempre teve uma queda pelo Xanxus e por incrível que pareça eles tinham a mesma idade, ideia de diversão (lutas, ver os outros sofrerem e o bem de quem gostam), comidas preferidas (carne, todo tipo de carne) e claro, filmes preferidos (ação. Com explosões.).

Ela o chamou e ele foi encontra-la, perto do lugar onde os professores estavam ficando.

–Hibari! –eu falei surpresa, fazendo ele olhar pra mim.

– O que foi herbívora?

–Você... Sabe do problema com sangue da Natsuki-chan?...

–Sei... Ela me contou depois que cuidei daquele machucado no braço dela... Na verdade eu fiz ela me contar... Parece que ela desmaiou! –Ela realmente estava desmaiada então pedi para que Hibari deixasse ela na cama e viesse me ajudar no lugar dela.

Logo depois de ele chegar eu comecei uma conversa. Eu não queria que ele ficasse com a Natsuki! Eu preferia que meu irmão ficasse com ela, mas eu não sabia o que ELA preferia, ela parecia preferir o onii-san então eu pensei que estava apoiando ela... Mas eu nunca cheguei a perguntar pra ela quem ela preferia, me sentia mal, até por que eu tinha até mesmo apostado com a Hikari em com quem ela ficaria, eu não tinha esse direito. Então já que não sei qual a melhor decisão, por enquanto quero saber qual EU escolheria. Com esse pensamento em mente, perguntei:

–Hibari-san... Porque você está apaixonado pela Natsuki-chan?

–Eu... Acho que é por ter visto ela daquela forma... Digo –ele estava envergonhado e vermelho, quem diria que um “carnívoro” poderia facilmente abanar o rabo pra Natsuki-chan!- D-Digo... Ela não é fraca, sabe o que quer, mas mesmo assim ela tem aquele lado dela... Um lado que dá vontade de cuidar e proteger e que é.. Bonitinho... Quase como se ela fosse um pequeno animal selvagem... Eu não sei, acho que isso me atraí...

–Hm... –essa foi a resposta que eu dei. Não que não teria levado á sério, mas não acho que ele fosse o tipo de cara que queria uma resposta, ele só precisava de um “talvez dê certo” e foi assim que ele levou meu “hm...”.

Agora eu já sabia, tinha perdido a aposta!

Depois que terminei de fazer a comida, todos comeram e fomos dormir, o dia tinha sido rápido.