Narcisa estava com um vestido preto de apenas uma alça. Seu cabelo estava com uma trança embutida na lateral.

Lucius foi pessoalmente pedir a Cygnus que Narcisa fosse à festa ministerial com ele.

Sendo assim, a loira partiria da mansão dos Malfoy.

Estava no corredor anexo a sala de visita, onde tinham vários quadros dos patriarcas e suas esposas, todos Malfoy com o mesmo semblante de poder, todos iguais.

O ultimo quadro estava vazio, mas já continha o nome de Lucius talhado. Provavelmente a sua imagem entraria ali quando se casasse.

— Vamos? — perguntou.

Sem fazer um elogio, sem mesmo se influir.

Narcisa seria de extrema importância para Lucius.

Ela o tornaria ainda mais admirável. Homens com palavra e compromisso, buscam compromissos. Se Lucius aparentar essa necessidade de se casar, todos o valorizarão ainda mais.

Fora que Narcisa era uma Black.

Assim que chegaram ao Ministério, um buchicho passou a ser escutado.

Cyngus já estava com Druella no local. Mas quando Abraxas chegou, escoltando o filho e a namorada, a atenção voltou para o casal de braços dados.

Isso bastava.

Com certeza no outro dia, esse principio de uma união estaria nos jornais.

— Mude esse rosto. — Lucius murmurou entredentes.

Os dois tinham sido cumprimentados pelo próprio ministro, que lhes desejou toda sorte nesse inicio de relacionamento.

Eles também viram os amigos, mas não tinham parado ainda para conversar.

— Como assim?

— Esta fazendo careta, parece que esta obrigada aqui.

— Você esta me obrigando a mudar o semblante! — acusou.

— Apenas sorria Narcisa. — disse sem paciência.

A loira o olhava e deu um enorme sorriso.

Lucius sabia, sempre sabia quando ela fazia assim. Era o sorriso mais doce, e enganava a qualquer um. Mas não a ele.

O olhar dela denunciava, os lábios sorriam, mas o olhar deixava clara a falsidade.

— Assim esta bom, querido? — perguntou ainda sorrindo.

— Esta ótimo. — disse passando o dedo na bochecha dela.

Ela também sabia que foi um ato apenas para mostrar os outros a “sintonia” entre o casal. Mas seu estomago deu saltos com uma atitude tão simples.

— Não estou vendo isso... Narcisa e Lucius. — Rookwood disse se aproximando.

Narcisa fez uma careta, ela o odiava.

— Sabe que é o casal mais lindo daqui, mas não fique convencido Luc, estou falando isso pela Black. — Walden disse.

— Obrigado Macnair. — disse a loira.

— Para mim são tão falsos como qualquer outro, ainda não me esqueci do nosso lance Narcisa, pode sair à vontade com o Malfoy antes, não me importo.

— Não costumo usar palavreado trouxa, mas abro uma exceção para te responder Augustus, nunca tivemos um “lance”.

O menino olhou mortalmente para ela. Como ousava dizer que ele falava como um trouxa? Como tinha coragem de provocá-lo dessa forma.

E o pior, na frente de seus colegas.

— Acho que deve tomar cuidado Ciça, acidentes acontecem e Lucius não estará o tempo inteiro do seu lado.

A menina apenas deu as costas a ameaça, mas por dentro sentiu medo.

Augustus Rookwood era estranho e andava com o grupinho da Bela, isso quer dizer que era perigoso.

Em outra parte de Londres, Andromeda, que deveria estar na casa de uma amiga, chegava à casa simplória de Ted.

— Você veio mesmo! — ele disse ao vê-la chegar.

— Disse que vinha.

— E o que inventou?

— Que dormiria na casa de uma amiga.

— Acreditaram simples assim?

— Sim.

— E sobre o que queria conversar. Saiba que noites do pijama não é meu forte, a proposito, meus pais chegam de manha, trabalham a noite, é a hora que da mais dinheiro.

— Acho que o que tenho para conversar vai acabar com nossa noite do pijama.

Ele deu ombros, mas puxou a amada para um abraço, dando um beijo.

Andromeda era proibida, foi o que falaram para Ted. Ele não se importou. Quando duas pessoas se querem, não tem por que proibir.

Claro que ela era rica, ele pobre. Ela era de uma família de renomado sangues puros, ele não passava de um nascido trouxa, que mudava de forma e cada vez que espirrava, seus cabelos trocavam a cor.

Sempre gostou de provocar a moça. Ela o esnobava, e isso era o mais interessante.

No fim, não resistiu. Ted há amava cada dia mais.

Não gostou muito da ideia de Andromeda em “dormir” em sua casa. Ela queria uma aventura, não aventura de adultos, ela queria apenas estar com quem amava.

Mas o menino mal sabia das intenções reais dela.

— Ted se ficar me beijando não vai funcionar.

— Pensei que gostava dos meus beijos.

— Por isso mesmo. Precisamos conversar, serio dessa vez.

— Ok... Venha.

Ele a levou ate a sala, onde sentaram num sofá grande. Lá também tinha lençóis e travesseiros.

— Só tem dois quartos, então você fica no meu e eu durmo na sala, se não se importar. — disse com vergonha.

Não tinha vergonha de serem humildes, pelo menos viviam com dignidade.

Mas vergonha de não poder oferecer algo melhor a Andromeda, ela merecia tudo!

— Não me importo Tonks, sabe que não. — disse sentando no sofá e o abraçando.

— Agora diga, minha estrela.

Ela suspirou, parecia ainda mais difícil estando sentada abraçada com ele.

— Não podemos ficar mais juntos.

— Sua irmã contou a seus pais?

— Não, se tivesse contado eu provavelmente teria levado uma surra e nunca mais sairia de casa, ou coisa pior!

— Então não entendo, sempre fizemos como você quis Andy, tudo às escuras, tudo escondido.

— Eu sei, mas agora não dá mais. Narcisa sabe, e Theo, é nosso ultimo ano, sabe o que quer dizer isso?

— Vamos finalmente terminar os estudos?

— NÃO! Viu? Você leva tudo na brincadeira. Vou me casar Theodore, me casar no fim do ano letivo! — disse querendo chorar.

Ted se afastou um pouco dela.

— Não precisa ser assim, basta falar que não quer, seus pais vão te escutar.

Ela gargalhou.

— Não funciona assim, viu a Ciça? Ela vai casar com Lucius, eles tem pensamentos distintos, viu como ela o respondeu naquele 

dia no Beco? Provavelmente essa “rebeldia” vai lhe custar caro alguma hora, por que é assim que tem que ser.

— Assim como? Mulheres totalmente obedientes? Fantoches?

— Isso.

— Não me surpreenderia se os maridos batessem nas esposas quando fizessem algo errado. — disse rindo, mesmo sem humor.

— Mas isso acontece, eles têm liberdade para tal ato.

Ele a olhou assustado, sabia que tudo que a moça falava era verdade.

— Isso é bizarro, então quer dizer que quando sua irmãzinha casar com o Malfoy, e comprar roupas sem avisá-lo, leva uma surra do marido?

— Não por um motivo tão banal, duvido que Lucius se importe em gastar dinheiro, mas sim... A ideia é essa.

— Não tem motivo para viverem tão primitivamente, o ser humano evolui. Mesmo bruxos.

Ela deu ombro, concordando com ele, mas nada podendo fazer para mudar.

— E ate com seus pais é assim? Ele bate em sua mãe?

— Nunca fez, pelo menos não na nossa frente, mas acho que não. Papai é louco por mamãe, eles se casaram apaixonados, um caso em um milhão.

— E você ainda acha que ele lhe negue a liberação desse casamento?

— E o que vou falar com ele Ted? Papai, cancele o meu casamento, porque estou apaixonada por um rapaz da minha escola, ele é nascido trouxa...

Ted ficou triste. Isso era tão importante para alguns alunos de Hogwarts, para sua namorada, que o deixava triste.

— Então você marcou a noite do pijama para terminarmos?

— Não. Marquei a noite do pijama para nos amarmos.

Ted foi relutante quando entendeu os reais motivos da menina.

Não que passar a noite com Andromeda fosse algo ruim, ele mesmo sonhou e imaginou esse momento inúmeras vezes. Mas sabia que isso prejudicaria quando ela se fosse.

Sabia que não conseguiria ficar longe dela, quando acabasse.

Entretanto, ter a mulher que ama em cima de você, te querendo, com lábios e palavras doces. É impossível resistir.