Fathers Eyes escrita por Giovanna Marc


Capítulo 29
Boa noite, Cinderela.




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Eve acordou ofegante. Apesar do tempo um pouco frio, sua pele estava quente. Ela se sentia quente. Sua cabeça doía e ela mais uma vez se viu perdida por alguns segundos. O sol batendo em sua cama anunciou que já era hora dela levantar. A ruiva levou a mão na cabeça. Ela doía um pouco. Eve se sentia um pouco diferente. Mas não sabia o por que. A ruiva olhou para o relógio ao seu lado e se desesperou ao perceber que estava atrasada. O relógio marcava 9h30m. Ela teria apenas uma hora para se arrumar e chegar à igreja. Rapidamente ela se levantou da cama e correu para seu closet. Ela precisava escolher uma roupa rápido. Eve procurou pelas roupas pretas e encontrou algo que lhe agradava. Assim que ela montou seu look. Saiu correndo para o banheiro. Logo se despiu e abriu o chuveiro direto no gelado. Eve sentiu aquela água gelada em seu corpo. Sentiu-se esquisita com aquela sensação, era como se ela já tivesse sentido essa água gelada hoje. Eve então deixou seu pensamento de lado e banhou-se sem demorar muito. Depois de alguns minutos ela terminou o banho e se enrolou na toalha. Foi para frente do espelho e pegou seu kit de maquiagem. Como ela não precisava ficar luxuosa para uma missa. Resolveu apenas passar seu básico delineador. Ela resolveu não passar nada em seu rosto, deixando assim suas sardas a amostra. Eve penteou seu cabelo e o deixou solto como sempre. Arrumou sua franja que caía sobre seus olhos e correu para o quarto ainda enrolada na toalha. Foi até sua cama onde colocou sua roupa e a vestiu rapidamente. Logo depois colocou seu calçado e correu até seu porta-joias. Pensou em colocar seu relicário, mas resolveu deixa-lo guardado ali. Pegou então uma pulseira que Pepper havia comprado para ela. Era de prata e tinha na frente o desenho do escudo de seu pai. Ela sorriu e o colocou no braço. Eve foi até o espelho de seu closet que era maior e se viu no espelho. Sorriu por alguns segundos até se lembrar de que estava atrasada. Correu de volta para o quarto e viu que já haviam se passado meia hora. Agora tinha apenas trinta minutos. Eve xingou algo baixo e saiu do quarto. Olhou para o corredor e viu que ele estava vazio. Antes de descer Eve pensou no que falar se encontrasse alguém lá embaixo.

– JARVIS, tem alguém na sala? – Murmurou.

– Não, senhorita. Estão todos na oficina. Deve informa-los que a senhorita acordou?

– De jeito nenhum! Se eles perguntarem por mim, diga que estou dormindo.

– Mas isso seria uma mentira, senhorita.

Eve suspirou e resolveu não falar mais com JARVIS. Ela havia decorado o mapa em sua cabeça. Então desceu as escadas sem fazer barulho. Olhou em volta e viu que não havia ninguém. Eve então andou na ponta dos pés devido ao salto que estava usando. Ela seguiu até a porta da mansão. Abriu-a lentamente e então saiu da casa. Ao fechar a porta ela respirou aliviada. Eve viu o carro de Happy estacionado na frente. Ela pensou em pedir uma carona, mas resolveu deixar Happy longe de suas loucuras. A ruiva então começou a andar discretamente em direção à rua. Ela ainda estava no perímetro da mansão. Qualquer piso em falso alguém poderia vê-la. Quando chegou perto ao portão de ferro o abriu devagar o suficiente para passar. E logo o fechou saindo dali. Aliviada por pisar na calçada da rua, ela começou a andar até conforme o mapa em sua cabeça dizia para ela ir. A igreja ficava há dez minutos dali. Seria rápida. Eve andou por aquelas ruas movimentada de Nova York. Era discreta, mas às vezes recebia olhares pervertidos de alguns homens, e até de mulheres. Aquilo assustava um pouco. Eve andou por vinte minutos até avistar a igreja. Ela ficava em uma rua pouco movimentada. A igreja era grande e bonita por fora. Eve ficou maravilhada com aquela beleza. Ela pensou em sua mãe e em seu pai. Se eles notarem que ela havia saído. Ela ficaria de castigo até completar uns trinta anos. Conhecia bem a sua mãe. Eve suspirou fundo e observou algumas pessoas de preto entrarem na igreja. Ela sentiu um frio na barriga. Ela não deveria estar aqui. Uma sensação ruim lhe dizia isso. Ela queria saber as horas agora, mas não havia trazido nada com ela. Mas pelas contas que ela fez na cabeça, deveria ser umas 10h40m. Ela estava alguns minutos atrasada. Eve então andou até a porta da igreja e ficou olhando-a. Tinha medo de entrar e encarar o filho de Franklin. Será que ele colocaria a culpa nela? Eve pensou por um momento desistir. Mas já havia se arriscado muito. Ela olhou um carro preto e grande estacionar na frente da igreja. Logo depois três homens dentro de um paletó preto descer do carro. Os três olharam para ela com um olhar meio esquisito. Eve sentiu um frio na barriga ao sentir aqueles olhares sobre ela. Sentiu-se um pouco desconfortável e então resolveu entrar na igreja. Assim que ela entrou na igreja viu algumas pessoas chorando e outras lamentando. Ela se sentiu triste naquele momento. Ele parecia ter uma grande família. Eve andou calmamente até o altar da igreja onde havia uma foto de Franklin. Havia um homem mirando aquela foto. Eve foi até ele calada e então permaneceu ao seu lado quieta. Ela viu que ele estava distraído o bastante para não vê-la ao seu lado. Eve o observou por um momento. Ele era alto, um corpo atlético, vestindo uma roupa social preta. Cabelo castanho e curto. Seus olhos eram verdes escuros. Ele a fez lembrar-se de Franklin. O rapaz então acordou de seus pensamentos e percebeu Eve bem ao seu lado. Ele tentou lembrar-se da onde a conhecia. Mas foi em vão. Eve viu a curiosidade dele em saber quem ela era. E ela também estava curiosa para saber quem ele era.

– Você é o Lucas? – Murmurou.

– Sim, como me conhece?

Lucas olhou surpreso para a garota. Ele não a conhecia de nenhum lugar. Eve abriu um sorriso fraco e voltou a olhar para a foto de Franklin.

– Eu não te conheço. Seu pai apenas falou de você para mim.

Lucas estranhou aquilo, pois ele costumava conhecer todos que seu pai conhecia.

– Engraçado. Ele nunca me falou de você.

Eve voltou seu olhar para Lucas e suspirou.

– Eu o conheci no dia do acidente... Na verdade eu estava dentro do caminhão quando ele bateu.

Lucas agora tinha uma expressão assustada. Então ela era a garota que havia sobrevivido.

– Foi você a garota que sobreviveu?

– Sim... E eu vim prestar minhas condolências. Apesar de ele ser apenas o motorista que me deu carona, ele era um bom homem.

Lucas suspirou e segundos depois mostrou um sorriso meio forçado.

– Obrigada por vim. E que bom que está bem... Você teve sorte.

– Eu sei.

Eve ficou ao lado de Lucas até o fim daquela missa. Eles conversaram um pouco. Lucas contava mais sobre a vida de Franklin e Eve o ouvia com um sorriso no rosto. Lucas parecia ser um homem bom assim como seu pai. Ela ficou sabendo que ele estudava medicina. E que seu pai sempre batalhou para pagar sua faculdade. Eve sentia-se melhor sabendo que Lucas não a julgava. Ela mesma não sabia o porquê colocar a culpa em si mesma. A missa durou apenas uma hora. Bom para Eve que precisava voltar para casa o mais rápido possível. Enquanto todos os parentes e amigos iriam embora, Eve e Lucas estavam sentados na primeira fileira de bancos da igreja conversando. Sobraram apenas eles ali. Eve então olhou para o relógio de pulso que estava no braço do Lucas e viu que já passava um pouco de meio dia. Ela então se levantou rapidamente sabendo que iria se atrasar para o almoço. Ou seja, castigo pelo resto de sua vida.

– Eu preciso ir embora, Lucas. Foi um prazer te conhecer.

Lucas levantou-se e encarou aqueles olhos azuis de Eve. Ele teve que admitir que nunca havia visto olhos tão vivos e perfeitos como os dela. Lucas sorriu timidamente.

– Tudo bem... Tenha um bom dia, Eve.

Eve rapidamente depositou um beijo no rosto dele e saiu apressada para a saída deixando um Lucas risonho para trás. Quando chegou do lado de fora da igreja viu que a rua estava sem movimento. Não havia ninguém ali. Ela se arrepiou ao pensar como seria aquele lugar de noite. Eve então reparou que aquele carro grande ainda estava ali. Ela nem havia reparado que aqueles homens haviam entrado. E estranhou por eles não estarem lá dentro já que o carro ainda estava ali na frente. Quando a ruiva mencionou em começar a andar. Ela sentiu uma forte picada em sua nuca. Logo sua mão foi até o lugar onde estava doendo. Naquele momento ela sentiu seu corpo começar a enfraquecer um pouco. Ela então sentiu algo grudado na nuca e puxou com sua mão. Sua vista começou a ficar turva, mas foi o suficiente para ver que aquilo era uma seringa. Segundos depois ela deixou-a cair porque não sentia mais suas mãos. Seu corpo falhou e ela sentiu que ia cair para trás. Mas braços fortes a seguraram. Eve sentiu um medo dentro de si. Mas era tarde demais. Ela ouviu vozes, mas não as entendiam. Conseguiu olhar para um homem que apareceu em sua frente. Percebeu que era um daqueles homens do carro. Eve então nada mais viu, caiu em um sono profundo.



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Notas finais do capítulo

OBRIGADA POR MAIS DUAS LINDAS RECOMENDAÇÕES. Vocês vão me matar do coração, sério mesmo. Eu nem tenho o que dizer...