Fathers Eyes escrita por Giovanna Marc


Capítulo 18
Eu estarei em cada batida de seu coração...


Notas iniciais do capítulo

AVISO:
Então meninas, eu queria compartilhar com vocês uma coisa minha. Eu quero mostrar para vocês da onde eu tirei inspirações para escrever Eve. E então eu resolvi fazer essa página apenas pra vocês escutarem: http://eve-eyes.tumblr.com
Quando entrarem irá começar a tocar a playlist. E essas músicas são as músicas que me inspiram a escrever essa fic. É uma forma de "cantar" a vida da Eve, mesmo! Se vocês forem ver a tradução delas, verão que a vida da Eve está nessas músicas. O que ela sente está nas músicas!



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Eve olhava para todos os lugares onde o carro passava. Suas mãos tremiam de nervoso. Pensou em que iria fazer ao vê-lo. O abraçaria? Xingaria? Choraria? Ela realmente não havia ideia do que iria acontecer. Eve contava os minutos em que ficava naquele carro. Já havia contado vinte minutos. Mas aqueles minutos pareciam mais anos. Eles nunca passavam. É sempre assim, quando queremos que o tempo passe rápido, ele faz o contrário. Ele te prende.

Eve viu aquela placa “Bem Vindo ao Brooklyn”. A ruiva sentiu uma forte agonia em seu peito. Era como se algo pudesse dar errado. Eve aprendeu a ser pessimista. Já que nada na vida dela dava certo, começou a acreditar que sua vida foi gerada para sofrer. Ela estava condenada a passar a vida lamentando. Tentando sobreviver a esse caos. Seu mundo sempre estava do lado obscuro. Ela nasceu no meio da guerra. Mas aquilo de alguma forma significava que ela era apenas um troféu. Aquilo que eles precisavam para acabar a guerra. Uma garota usada, e jogava no lixo. Aquele troféu que um dia foi o orgulho de alguém agora era coberto de poeira no fundo do lixo. Porque foi substituída por um troféu de mais valor. Eve estava certa de pensar assim? Pois bem, depois de tudo que aconteceu ela tinha esse direito de pensar que tudo daria errado.

A ruiva viu aquelas casas, uma ao lado da outra. Casas simples. Sorriu ao pensar que seu pai era uma pessoa simples. Apesar de ser legal, Eve não precisava de luxo como Stark. Quanto menor fosse o lugar, melhor seria. As ruas eram um pouco escuras. Já eram mais ou menos umas oito horas da noite. Mas havia pessoas andando tranquilamente pelas ruas. Ela via alguns casais de mais dadas. Algumas crianças ainda brincando na calçada. E lanchonetes e bares abertos. Parecia um lugar bom de viver. Quem sabe um dia poderia morar ali, certo? Eve então contou mais alguns minutos. O carro virou entrando em uma rua sem saída. Seu coração acelerou quando sentiu o carro parar. Ela havia chegado. Eve olhou para Happy pelo retrovisor. Ele desligou o carro e fez menção de sair do carro.

– Happy, fique no carro.

Ela disse abrindo a porta e saindo do carro. Olhou em volta e sentiu o ar gelado em seu rosto. Fechou a porta do carro e foi na janela do Happy. Ele olhou para ela com receio. Não poderia deixa-la sozinha no Brooklyn.

– Qual é o número da casa?

– A26... Você não pode ir sozinha, tenho que ir com você.

– Não, Happy. Volte para casa.

Happy olhou horrorizado para ela. Ela estava praticamente cometendo suicídio assim.

– Você é louca? Se eu te deixar aqui sozinha eu tenho aqueles avengers me assombrando pelo resto da vida! – Dramatizou.

– Não seja dramático. Eu não estou sozinha. E eu não voltarei sozinha, tudo bem? Vá para casa e avise Pepper que voltarei assim que terminar minha conversa aqui.

– Eve...

– Nem pense nisso! Eu estou segura aqui.

– Como você tem tanta certeza disso?

– Eu estou na casa do Capitão América.

Happy não disse nada, pois sabia que ela tinha razão. Ele então suspirou e com receio ligou o carro. Olhou para ela e já arrependido, deu partida no carro deixando ela sozinha no meio da rua.

Eve viu o carro de Happy sumir no fim da rua. Suspirou sozinha ali na rua. Viu algumas pessoas que passavam ali olhar para ela com certo olhar que ela achava esquisito. Mas pensou que eles a olhavam assim porque nunca a viram por ali. Eve então começou a andar pela calçada de concreto. Ela observava cada detalhe daquela rua. Flores que estavam nas janelas das casas. Os números das casas. Quantos carros havia ali e até as cores deles. Ela parecia procurar uma desculpa para não ir até a casa dele. Estava esperando aquela coragem de encará-lo. A cada casa que ela passava, tentava adivinhar como era a família que morava nela. Eve andou até o final da rua. Estava escuro ali. Sentiu certo medo de estar ali. Talvez seu pai nem estivesse mais ali. JARVIS poderia errar o lugar? Bom, creio que não. Então Eve chegou à ultima casa daquela calçada. Quando olhou para a casa viu que o número marcava A25. Por um momento entrou em choque, lembrando que tudo na sua vida dava errado, ali não seria diferente. Mas logo olhou para o outro lado da rua. De longe deu para ver o número A26. Eve suspirou aliviada e atravessou a rua. Olhou para o exterior da casa. Era um pequeno sobrado branco e bonito. Eve contou os cinco degraus que subiu e parou em frente à porta. Avistou uma campainha ao lado da porta de madeira escura. Sentiu suas mãos tremerem. Sentiu-se uma criança por isso. Parece que eu seu mundo iria acabar com isso. Estava com raiva de seus próprios sentimentos que brotavam ali. Eve respirou fundo e tocou a campainha. Seu coração acelerou junto com o barulho. Ela percebeu que estava tudo escuro lá dentro. Esperou por longos segundos ali, estava começando a se estressar. Foi quando a porta da casa do lado se abriu. E ela viu uma senhora sair dali. Parecia ter uns 60 anos. Seus cabelos eram grisalhos, e ela usava uma roupa confortante. Eve olhou para a senhora que sorriu para ela. A ruiva sorriu de volta e acenou.

– Está procurando por Steve?

Eve sentiu um choque percorrer seu corpo ao ouvir aquele nome. Ela olhou para a senhora com curiosidade.

– Sim, a senhora o conhece?

– Ah sim, ele é um bom garoto... Você é namorada dele? Nunca o vi com ninguém!

Eve não deixou de rir daquilo, apesar de estar meio nervosa. Eve desceu as escadas e correu até a velinha. A senhora sorriu ao ver o ato da ruiva.

– Não, Senhora... Sou filha dele, Eve.

A senhora olhou para Eve espantada com aquilo. Como ele poderia ter uma filha desse tamanho? A senhora então pegou seu óculos que estava pendurado em sua blusa e o colocou. Quando viu o rosto da ruiva direito não teve como negar que ela era a cara dele.

– E eu pensando que ele era um moleque... Minha nossa! Você é a cara dele mesmo! Não tem como negar... Mas ele nunca me falou de você, e conversamos muito!

– É que... Ele não sabe que eu existo, senhora. Eu estou aqui para conhecê-lo. E dizer que sou filha dele.

A senhora se espantou mais uma vez. Então pegou na mão delicada de Eve e a puxou para dentro da casa dela. Eve nada disse, apenas entrou na casa da senhora. A ruiva ficou encantada pelo lugar. Típico de uma senhora que morava sozinha. Tudo era no lugar. Havia uma pequena televisão na sala, cortinas floridas, almofadas com flores também. Havia uma grande poltrona de frente a televisão com linhas e revistas de bordar. Eve sorriu ao ver aquilo. A senhora fez menção para Eve sentar no sofá, e ela sentou. A senhora tirou as linhas e revistas de cima da poltrona e sentou-se nela.

– Então você vai conhecer seu pai hoje, que é o Steve!

– Isso mesmo, Senhora.

– Ah, por favor, me chame de Vera, me sinto mais jovem.

– Tudo bem, Vera. – Sorri. – É isso mesmo que você disse, vou conhecê-lo hoje.

– Ele me conta várias histórias, sabe? Aposto que ele já me contou a história da sua mãe. Ele sempre me falou de uma mulher que mudou sua vida.

Eve ao ouvir aquilo sorriu ao saber que seu pai compartilhava suas histórias com a adorável Vera. Mas sentiu curiosidade sobre se era mesmo sua mãe.

– Talvez seja minha mãe, talvez não... Eu nunca o conheci, não sei se ele teve outros amores.

– Querida, ele está há dezessete anos sem ninguém. Aposto que essa sua mãe mexeu com ele.

Eve não acreditou quando ela disse isso. Será que seu pai era mesmo assim? Será que ele ainda ama a minha mãe, mesmo pensando que ela está morta?

– Vera, pode me contar à história que ele lhe contou? – Pediu.

– Claro... Vou resumir para você... Bom, ele disse que há dezoito anos estava em um tipo de guerra, eu pensei que ele era do exército. Ele disse que já a conhecia há algum tempo. Ele tem uma foto dela, seu nome é Natasha. Ele disse que ela sempre foi forte e guerreira, pensei que ela também era do exército. Eles logo se apaixonaram no meio disso. Ficaram juntos por um ano, até que o trabalho dela estava atrapalhando o relacionamento deles. Tiveram uma briga feia e se separaram. Depois disso ele largou seu trabalho, disse que queria conhecer mais o mundo. E então sumiu do mapa. Ele ficou por um ano na Europa conhecendo tudo. E quando voltou se escondeu aqui no Brooklyn. Quis procurar Natasha, mas ela havia sumido por um ano. Isso foi cerca de dezesseis anos atrás... Então pelas minhas contas... Ela estava escondendo você. Sei que por volta dos nove anos depois, ele veio contar para mim que ela havia morrido... Eu sinto muito pela sua perda. Bom, desde então Steve está aqui.

Eve escutou atentamente o resumo dela. E entendeu o que havia acontecido. Então seu pai procurou sua mãe... Mas ela estava grávida de Eve e resolveu se afastar. Se ele a tivesse procurado de novo, teria conhecido sua filha. Natasha a escondeu dele, mas porque ela fez aquilo? Não só deles, mas de todos.

– Minha mãe está viva, Vera. Ela foi encontrada hoje na Rússia.

Vera olhou surpresa para Eve. Então a mulher por quem Steve sofrerá estava viva? Como isso foi acontecer?

– Isso é estranho!

– Sim, muito. Iria fazer nove anos que ela morreu daqui a alguns meses... É estranho saber que ela estava viva todo esse tempo em algum lugar enquanto eu chorava pensando em sua morte.

– É, deve ser difícil para você, criança. – Indignou.

– E o Steve? Sabe onde ele está?

– Bom... Logo ele estará aqui. Todos os dias ele passa aqui ás nove horas para me dar boa noite.

Eve sorriu com aquilo. Percebeu que Vera sentia um amor materno por ele. Dava para ver em seus olhos enquanto ela falava dele.

– Você parece ser como uma mãe para ele.

– E sou! E isso faz de você minha neta! – Riu.

Eve riu junto com Vera. A senhora então se levantou da poltrona e andou até um corredor.

– Querida, vou fazer um chá para nós.

– Tudo bem!

Vera deixou Eve sozinha e foi para a cozinha. Eve ficou ali na sala quieta. Como a televisão estava desligada, ela ficou observando os detalhes da sala. Percebeu que havia quadros com foto de gatinhos pendurados na parede. Eve sorriu ao ver na foto uma cesta com gatinhos dormindo. Vera então voltou com uma bandeja com xicaras, açúcar e chá. Eve a ajudou a colocar na mesa de centro e as duas se serviram. Eve olhou para o relógio que havia ao lado da televisão e viu que era 8h38m. Tomou um gole de seu chá quente e colocou a xicara na bandeja.

– Percebi que você gosta de gatinhos, são lindos.

– Ah. Você não viu nada... Olhe atrás do sofá e verá.

Eve, curiosa como sempre. Levantou-se e foi atrás do sofá em que estava sentada. Foi quando ela viu uma cesta cheia de filhotinhos de gato dormindo nela.

– Ai meu deus, quantos!

– Sim, são cinco.

– Que fofos!

Eve sentou foi até eles e os observaram dormir. Ela os contou percebendo que tinha cinco mesmo. Um era todo branco, outro todo preto e os outros três eram mestiços. Era tão perfeito. Então um deles acordou o pretinho. Ele começou a se mexer e miar. Eve logo o pegou no colo e o abraçou. Deixou os outros dormindo e voltou ao sofá e sentou nele com o gatinho no colo. O pequeno ficou quieto no colo dela e ficou brincando de morder e arranhar as pulseiras de Eve. Ele ficou olhando para ele e rindo.

– Parece que ele gostou de você... E olha, ele é o mais bagunceiro.

– Sério? Ele é tão fofo... Qual é o nome dele?

– Eles ainda não têm nome... Você pode ficar com ele se quiser.

– Sério? Muito obrigada, mesmo! É claro que eu quero essa coisa fofa.

– Ele foi feito para você... Combina com sua roupa. – Riu.

– Certo... Que tal... Freaky?

O gatinho que ainda brincava com as pulseiras de Eve ronronou. Fazendo-a sorrir.

– Parece que ele gostou. Então seu nome vai ser Freaky... Versão dois, porque eu sou a versão um ok? – Murmurou.

A cada segundo que passava Vera via mais de Steve em Eve. Os olhos delicados dele, a pele branca e até aquele pouco de sardas que ele tinha. Vera pensou em como ele iria reagir ao saber que tinha uma filha. Ele poderia até se assustar, mas saberia que ele a receberia de abraços abertos. Steve era um doce de pessoa, sabia que apesar de parecer durão, tinha aquele lado doce dele e esse lado iria ser totalmente de Eve agora. Aliás, qual era o ser que não iria querer Eve como uma filha? Isso é impossível. Acabou de conhecê-la e já sentia a paz que ela passava. O jeito meigo dela de ser. E o sorriso dela. Era como um anjo.

Eve brincava com seu novo gatinho de estimação. E Vera apenas observava. As duas ficaram assim por alguns minutos. Até que a campainha tocou. Eve olhou para vera e sentiu seu coração praticamente pular no seu peito. Sentiu aquele gelo percorrer seu corpo mais uma vez. Abraçou seu novo bichinho e olhou com Vera com um pouco de medo. Mas Vera sorriu, reconfortando-a e levantou-se e foi abrir a porta. Eve sentiu suas mãos tremerem. Ela não sabia como encará-lo. Apenas ficou com a cabeça baixa e alisando seu gatinho.

Vera abriu a porta e deu de cara com Steve. Seus olhos azuis se encontraram com o da senhora e ele sorriu e abriu os braços para dar um abraço nela. Logo que ela deu um abraço em seu filho adotivo sorriu e o puxou para dentro.

– Entre! Temos visita.

– Visita? Essa hora?

Eve ao ouvir aquela voz sentiu-se fria. Parece que era iria cair dura ali no chão a qualquer momento. Uma dor no seu peito começou. Ele iria aceita-la? Ela temia que não. Steve entrou na sala e logo olhou para o sofá. Então viu uma garota sentada nele. Praticamente uma criança. Ela estava encolhida com a cabeça baixa e segurando um filhote de gato. Steve franziu o cenho ao vê-la. Ele ficou a encarando por alguns segundos. Aquele cabelo ruivo o fez lembrar-se de Natasha. Sua amada. Vera ficou do lado do Steve olhando aquela cena. Uma cena que parecia estar sendo constrangedora para Eve. Vera viu que Eve não sabia o que fazer, tinha medo de olhar para seu pai. Eve era tímida, o que fazia ela mais parecida com seu pai. Eve resolveu fazer algo.

– Eve, não seja tímida!

Eve então tomou forças para encara-lo. Ela suspirou e deixou seu gatinho ao seu lado, no sofá. Levantou-se e então o encarou. Ela não soube descrever o que sentia quando o viu ali na sua frente. Tantas vezes tentou fazer essa cena em sua cabeça. Mas nada se comparava com aquilo. Steve quando viu o rosto da garota, mais uma vez se lembrou de Natasha. Sentiu-se estranho com aquilo. Ainda mais com aquele silêncio constrangedor que pairava ali. A garota olhava sem seus olhos, e Steve fazia o mesmo. E ambos sentiam-se como se estivessem de frente para um espelho. Aquilo era realmente estranho. Eve estava cansada de apenas vê-lo. Queria fazer tudo àquilo que tinha direito. Deixou seu orgulho de lado, correu até Steve, e o abraçou. Todos aqueles sentimentos que ela sentia, todas as coisas que aconteceu com ela nesses dias, passaram por sua cabeça. Parecia difícil para ela acreditar que estava abraçando seu pai. Nunca pensou que um dia o faria. Aquelas lágrimas que a dias queriam sair de seus olhos, começaram a sair ali mesmo. Todas as dores que ela reprimia em seu coração, ela estava sentido agora. Dor, agonia, amor, felicidade, depressão, ilusão, saudades e tudo que uma adolescente que foi largada em um orfanato sentia, ela estava colocando em lágrimas agora. E Steve, bom, ele não entendia nada. Ele estava parado como uma pedra tentando entender o porquê aquela garota o abraçava, e porque ela chorava como uma criança que perderá sua mãe. Ele olhou para Vera tentando entender aquilo. Vera apenas olhou para ele e rolou os olhos em reprovação. Ela realmente ainda não sabia o porquê ele ainda não percebeu que era sua filha.

– Pelo amor de Deus, ela é filha de Natasha... E sua filha também!

Naquele momento Steve continuou parado. Repassando as palavras de Vera em sua cabeça. Agora sua ficha havia caído. Filha de Natasha? Sua filha? Steve então entendeu aqueles olhos azuis, aquela pele branca e aqueles cabelos ruivos. Era sua filha. Ele tinha uma filha. Os momentos dele e de Natasha se passaram em sua cabeça como um filme de romance com um final infeliz. Todas aquelas peças de quebra-cabeça começaram a se juntar em sua cabeça. Ele tinha uma filha. Um fruto de seu amor com Natasha. Ali, abraçando-o e chorando como uma criança que reencontra com seu pai depois de anos. Steve sentiu seus olhos arderem. Lágrimas brotaram de seus olhos azuis e ele começou a chorar. Agora eram como duas crianças ali no meio de uma sala. Daquelas lágrimas nascia um amor inacabável de pai e filha. Como se nunca tivessem se distanciado um do outro. De alguma forma um abraço não era o suficiente para aquilo. Mas era o que eles tinham. Aquelas feridas de guerra em Steve começaram a cicatrizar. Como se todo aquele vazio em seu coração nunca estivesse existido. Agora um amor que nunca havia experimentado estava crescendo instantaneamente. Como um pai que segura sua filha nos braços pela primeira vez. Aquele era o sentimento mais profundo que uma pessoa poderia experimentar. Eve sentia aquela dor ir embora de seu coração. Sentia todo aquele amor que ela guardou para alguém espalhar por todo seu coração e sua mente. Sentia-se segura. Sentia-se salva. Como se alguém a puxasse da escuridão. Sentia agora seu pai presente em cada batida de seu coração. Pela primeira vez em oito anos, sentiu-se amada, sentiu-se segura. Sentiu que havia uma razão para continuar viva, uma razão para lutar.

Eve então se lembrou de sua mãe. Ela não poderia deixar seu pai sofrer por isso. Ele precisava saber que sua mãe estava viva também. Por mais que quisesse ficar ali o abraçando por algumas horas, não havia tempo. Eve soltou-se dele e rapidamente enxugou suas lágrimas. Ela olhou em seus olhos que também estavam cheios de lágrimas e sorriu.

– Ela está viva, acho que você precisa saber disso.

Steve olhava para sua filha, que parecia mais um anjo. Seu sorriso perfeito definitivamente fez seu dia. Mas ele não havia entendido o que ela havia falado. Eve olhava para ele esperando uma reação, mas não obteve nenhuma.

– Você me ouviu?

– Não.

Eve rolou os olhos e bufou. Aquilo fez Steve sorrir, lembrou que Natasha sempre fazia aquilo quando estava nervosa ou com raiva.

– Pode me escutar agora?

– É... Sim.

– Escuta bem... Minha mãe! Sua mulher! A Vingadora... Então, ela está viva!

Eve sorriu logo que disse. Steve olhou para ela espantado.

– Como?

– Você entendeu!

– Mas isso é impossível...

– Não, Steve. Ela está viva, na Rússia. JARVIS descobriu enquanto rastreava você e os outros. Eu vi as fotos dela. Tony foi vê-la. Creio que ele vai trazê-la de volta.

Steve não acreditou no que ela disse. Como ela podia estar viva? Porque ela se escondeu esse tempo todo? Aquilo não podia estar acontecendo. Steve levou uma mão na cabeça. Estava com uma cara pensativa. Eve olhava para o pai tentando saber o que ele estava pensando. Impossível. Vera ainda estava ali do lado, e escutava tudo com atenção, mesmo não entendendo algumas coisas.

– Ela está na Rússia, e não vai chegar hoje. Então vocês dois vão descansar e depois a encontrem amanhã.

Steve e Eve olharam para Vera, que estava ali o tempo todo. Eve sentiu-se meio constrangida ao perceber que Vera havia visto aquela cena toda. E havia algumas coisas que ela não precisava saber, como a existência de JARVIS. Steve então sorriu para Vera e balançou a cabeça positivamente. Eve então se lembrou de que Thor e Banner deviam estar meio preocupados agora. E Happy, provavelmente levando uma bronca deles. Ela olhou para Steve meio sem saber como falar aquilo.

– Eu vim pra cá, praticamente escondida. Eles devem estar preocupados comigo... Mesmo sabendo que estou com você.

Steve sorriu para Eve e pegou em sua mão. Ela sorriu de volta para ele.

– Eles sabem que está segura aqui... Bom, vamos para minha casa.



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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora, ok? É porque eu tenho insonia então só consigo dormir depois das 6 da manhã, ai eu acordo umas três da tarde morta/
O que acharam? Ficou legal? Bom, isso é só o começo, porque o próximo capítulo vai ser na casa dele, e vai ser fofura ao extremo, vai ter conversa de pai e filha. Vai ser muito fofo, igual o Freaky. u-u
gostaram do gatinho? :B