Wunsch escrita por Tsuki no Taiga, Alexia Jo
Notas iniciais do capítulo
Ceninha fofinha com os twins =3 Eu pelo menos gostei, me digam o que acharam.
Boa leitura.
Capítulo 17
A Viagem
No dia seguinte Bill acordou cedo. Foi para o banheiro fazer sua higiene pessoal, e ao voltar, ouviu uma briga que parecia vir da sala de estar.
Lançou um olhar para Tom e, vendo que ele continuava dormindo, foi até a porta e a abriu só um pouquinho.
- Eu não acredito que você apoia essa sandice! – ouviu voz de Alexia soar raivosa – Logo você, que quer tanto protegê-lo!
- Justamente por isso que eu aceitei – Selene disse calmamente. – Em La Rochelle nós seremos mais livres para agir, coisa que em uma cidade grande como Berlim é impossível.
A concentração de Bill na conversa foi quebrada por uma nova voz, a voz que estava ansioso por ouvir.
- Onde eu estou? – Tom acabara de acordar – Quem é você? – parou por um instante como se pensasse – Quem... Sou eu?
“Ele não se lembrou de mim, afinal” o vocalista pensou consigo mesmo. “É uma pena...”.
Bill tinha esperanças de que por serem gêmeos, Tom se lembrasse dele, mas ao que parecia, isso não tinha acontecido.
- Moço? – Tom chamou sua atenção – O que foi?
- Nada, não foi nada – disse Bill balançando a cabeça negativamente – Seu nome é Tom Kaulitz; você tem 19 anos; nasceu em Leipzig em 1 de setembro de 1989; gosta de ouvir rap e hip hop alemão, especialmente Samy Deluxe, mas ironicamente você é guitarrista de uma banda famosa de rock chamada “Tokio Hotel” e tem fãs pelo mundo todo. – disse o moreno frisando bem as palavras “guitarrista” e “rock”.
- Tá de brincadeira – o loiro disse incrédulo.
- Não, não estou. Nós estamos, agora, na casa da sua... – Bill parou por um momento. Estava muito recente e Tom não entenderia se tentasse explicar – Na casa da sua namorada – disse por fim – Você bateu a cabeça e teve um lapso temporário de memória.
- Eu tenho namorada? Como é o nome dela? Posso vê-la?
- Alexia Ravenshelter, ela é advogada e está te ajudando em um caso delicado na justiça. E é claro que você pode vê-la, ela está lá embaixo conversando com uma amiga... O nome é Selene – ele completou antes que o irmão perguntasse.
- Você disse que eu estou na justiça, o que eu fiz? – a expressão facial do guitarrista era adoravelmente inocente.
- É uma longa história... Assim que você se adaptar eu te conto com mais calma.
Tom assentiu com a cabeça e se remexeu na cama, puxando o edredom mais para si.
- Tem mais alguma coisa que eu devia saber? Não sei... Sinto que está faltando algo...
Bill respirou fundo e baixou a cabeça.
- Você tem um irmão gêmeo – ele disse conseguindo disfarçar a dor em sua voz – Ele é 10 minutos mais novo do que você e é vocalista da mesma banda em que você toca... O nome dele é B...
- Bill! – Tom exclamou com um brilho de reconhecimento passando por seus olhos e por fim olhando para o irmão – É você!
O moreno ergueu a cabeça e sorriu assentindo enquanto deixava que uma lágrima de felicidade corresse livremente por sua face.
Tom levantou-se em um pulo e abraçou fortemente aquele que representava tudo para si.
- Não acredito que quase me esqueci de você – o loiro disse também rendendo-se às lágrimas. – Du bist alles was ich bin(1). Me desculpe.
- Não tem problema, não era algo que você não podia evitar. Du bist heilig für mich. Ich liebe dich(2).
- Também te amo.
Ficaram assim por algum tempo, até que alguém bateu na porta. Bill permitiu a entrada e logo Vincent entrou sorrindo.
- Bom dia! – o vampiro disse alegremente – Vim ver como o Tom está.
- Obrigado Vincent – Bill disse – Ele teve perda de memória sim, mas se lembrou de mim.
- A ligação entre gêmeos é tão intrigante... – ele disse pensativamente – Mesmo depois de todos esses anos eu não encontro nenhuma explicação.
- Você é teórico demais, Vince – disse uma voz alegre atrás dele, e logo uma loira apareceu sorrindo – Existem muito mais coisas entre o céu e a Terra do que supõe a nossa vã filosofia. Eu que o diga – e ela virou-se para Tom – Ta melhor hoje?
- Com um pouco de dor de cabeça, mas eu sobrevivo – o guitarrista brincou – Me desculpe, mas eu não me lembro de você.
- Ah! Que cabeça a minha! – ela deu um tapinha em sua testa – Melissa Bonneaux. – se apresentou e a chata parecida comigo que você encontrar lá embaixo é a minha irmã Megan.
Vince tirou um oftalmoscópio de uma maleta branca que levava e observou a estrutura ocular de Tom. A retina contraiu-se com a luz e quando foi desligada, voltou a expandir-se. Fez vários outros exames como sensibilidade, reflexo, viu a pulsação, etc... Não havia mais nada de errado com o guitarrista.
- Tom, eu tiro meu chapéu pra você, levou uma pancada na cabeça e só perdeu a memória. Sua recuperação é incrível – Vincent disse realmente surpreso.
Tinha mentido para as garotas. Na verdade, a pancada havia sido bem forte e o guitarrista corria sim o risco de ter traumatismo craniano, mas ao que parecia, suas preocupações tinham sido em vão.
- Tom é mesmo um cabeça dura – Bill brincou e depois virou-se para o irmão – Anda loiro, vai fazer a sua higiene matinal que eu te encontro lá embaixo. Estou faminto...
- Selene preparou o café da manhã de vocês e o cheiro está bom. – Vince avisou saindo do quarto.
Tom fez o que o irmão mandou e quando chegou na sala de estar, viu mais pessoas que não conhecia. Reconheceu Vincent, Melissa e a outra que ele presumia ser Megan, mas haviam mais quatro pessoas de quem não se lembrava.
- Tom, cara! Você deixou a gente preocupado – disse um rapaz de cabelo castanho claro e comprido.
- É, o Bill contou o que aconteceu. Tá tudo bem contigo? – disse um outro que tinha rosto de bebê.
- Eu estou bem, mas... Parece que eu perdi a memória, não sei quem vocês são... – O loiro disse meio sem jeito.
Georg e Gustav olharam para os outros, que assentiram.
- Malz aí. Eu sou Georg, baixista da sua banda – disse o garoto que tinha falado primeiro.
- Eu sou Gustav, baterista. – disse o que tinha rosto de bebê.
- Prazer em conhecê-los... De novo. – Tom disse sorrindo. Ele olhou em volta e seu olhar parou em duas figuras esbeltas sentadas lado a lado. – Qual de vocês é a Alexia?
A ruiva respirou fundo, levantou-se e sorriu. Bill tinha contado que não tinha falado para o irmão sobre o relacionamento falso, assim como não tinha mencionado que estavam cercados por vampiros. Seu autocontrole deveria ficar mais forte, pois precisariam agir como namorados, e isso significava...
Tom aproximou-se timidamente e tocou seus lábios com os dela levemente em um beijo rápido.
- Desculpe-me, não me lembrei de você – ele disse sem saber do conflito interno que acontecia com sua “namorada” – Mas ficaremos juntos daqui pra frente, ok?
Alexia assentiu sem deixar que ele visse sua face. Era isso que temia, ficariam mais próximos e... Era bom nem pensar nisso.
- Bill contou que a gente vai pra França em uma festa que vai acontecer em um castelo!– Georg parecia empolgado – Pasmen! Eu nunca entrei em um castelo!
- Nós vamos? – Tom perguntou sem entender.
- Decidimos isso ontem – disse Bill – Berlim está demasiado... Perigosa para nós. Em La Rochelle estará mais tranquilo, além do mais um grande amigo das meninas fará aniversário e é um bom escape já que o nosso manager e produtor, David Jost nos deu uma folguinha. Aliás, ele deve ligar... Agora!
E justamente nesse momento o celular de Tom tocou. Uma música que ele gostou.
- “Let’s go!” do Samy Deluxe – Georg respondeu como se lesse os pensamentos do amigo – Sua favorita.
Tom atendeu o celular e logo a voz grave do produtor soou. A conversa foi curta, Jost disse que já estava dor dentro do ocorrido e disse que Tom tinha que recuperar primeiro para depois voltar a fazer shows e desejou que eles se divertissem na festa.
- Por incrível que pareça ele não colocou a SWAT pra proteger a gente – Gustav comentou.
- Não é necessário, vocês estarão muito bem protegidos – Mel disse animada – Pelos seguranças pessoais do príncipe!
- Príncipe? – os Tokio Hotel perguntaram em coro.
- Nem eu sabia disso - disse Bill.
- É... Tem um detalhezinho que eu não contei... – Sel disse com um sorriso amarelo - Emmus Cosidini é o príncipe de La Rochelle – ela disse rindo ao ver a cara estupefata que os quatro tinham.
- Não acredito que vou ver um príncipe de perto – Georg estava em transe.
- E tem mais uma coisinha pequenininha – disse Alexia com o mesmo sorriso amarelo – O Vincent é o sucessor do Emmus.
Agora sim as expressões faciais dos Tokio Hotel eram hilariantes.
- Enfim, vocês estarão bem. Conversamos com Ariel hoje de manhã e ela está pronta para nos receber, já providenciamos as passagens, o avião sai às 14:00. – disse Megan – Ariel Cosidini é prima do Emmus, mas é ela quem manda e desmanda naquele lugar. – completou antes que perguntassem.
- Mas e as nossas malas? – Gustav perguntou – Ainda não preparamos.
- David já providenciou isso – Bill informou – Saki já deve estar chegando com elas.
- Que eficiência – disse Georg.
Mas o que eles não sabiam é que alguém do lado de fora escutava toda conversa.
Como o planejado, ás 14:00 eles estavam no avião desfrutando de todas as mordomias que a primeira classe oferecia. Mas a preocupação insistia em pairar por lá.
- Ainda não concordo com isto. – Alexia avisou – Não vai dar certo.
Selene olhava pela janela do avião e fixava o seu olhar no denso tapete branco de nuvens em contraste com o azul do céu. Desde antes da viagem Alexia dizia a mesma coisa, e desde o inicio Selene tentava acalmá-la.
- Tenha calma, não tom como voltar atrás. Já avisamos a Ariel sobre Bill e além do mais estaremos de olho.
- Selene, aquilo vai estar repleto de vampiros - Suspirou a ruiva já perdendo a paciência pelas conversas e brincadeiras idiotas dos rapazes.
- Lógico.
- O Bill é um puro. É…
- Perigoso – Completou a amiga – Eu também não estou muito tranquila.
- Mas a culpa é sua.
- Minha? – Gritou Selene, captando as atenções de todos os passageiros – Minha? – Sussurrou.
- Sim, sua. Podia ter ficado do meu lado e vetado a decisão do humano.
- Bill tomou a decisão certa. Eu ficaria ainda mais aflita se eles ficassem em Berlim enquanto nós vamos pra La Rochelle.
- Eles podiam voltar para Magdeburg...
- Klaus vai segui-los por onde eles forem. No presente caso eles estarão mais seguros entre vampiros porque humanos comuns não vão conseguir protegê-los.
Alexia levantou-se debruçando-se sobre o banco da frente, ficando entre o rosto de Georg e Gustav. – Se vocês não se calarem… - Começou com uma voz que os fez arrepiar – Eu vou ter que colocar vocês pra dormir - Os dois engoliram em seco. Apesar de não terem entendido o que a ruiva quis dizer, algo no tom dela dava medo – Vocês não querem isso, não? – Silêncio – Hm… quem cala, consente. – E reencostou-se no banco, sob o olhar reprovador da amiga.
- Precisava fazer isso? Não é bom assusta-los – Perguntou com uma sobrancelha levantada.
- Você que vai levar o Bill para um covil cheio de vampiros, e eu que faço as coisas erradas?
- Cala boca, Alexia. – disse a escritora apoiando o rosto nas mãos.
Continua...
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