Looking For A Bright Smile escrita por OneThing


Capítulo 8
Capítulo 8: O Pedido




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Quando acordei, o primeiro pensamento que me surgiu na cabeça: Quinn. Será que ela estaria normal comigo? Como foi quando me conheceu? Ou vai me tratar como um namorado? Não sou bom para deduzir coisas que não estão esclarecidas! Eu nem sabia se eu estava namorando a Quinn... Nem tive a liberdade de pedi-la em namoro. Mas Cooper, que é bem mais experiente nesse assunto do que eu, que sou bem mais novo... Sim, queria muito namorar Quinn, ser o namorado dela seria ótimo! Ter uma princesa... Ou “rainha” só pra você... Um sonho. Mas um sonho confuso que ainda não consegui descobrir se ele está mesmo acontecendo, ou se iria acontecer.

Cheguei na escola e me dirigi ao meu armário, quando vi Artie colocando seus cadernos no seu armário, logo abaixo do meu. Já mencionei que somos vizinhos de armário. Me aproximei e sorri, Artie se retorceu da cadeira e quando me viu sorriu e me deu um “toque” com as mãos.

-Bom dia, Blaine!

-Ei, Artie! Como foi a ressaca de ontem? –Disse eu rindo, colocando a senha do armário.

-Haha... Nem bebi nada, velho! –Ele deixou seu livro cair.

-Eu sei, mas você foi carregado pela casa inteira da Q! Lembra quando Finn e Sam ameaçaram te jogar da sacada?... Admito que aquilo foi bem engraçado... –Abaixei e peguei o seu livro, juntei com minhas coisas e coloquei em seu colo.

-E que lance é esse? Você e a “Q...” Já estou sabendo, Sr Anderson! –Fechei nossos armários e saí empurrando Artie. Me passei de desentendido.

-Que? To que ta falando?...

-Não adianta fingir... A gente viu o jeito como você olha pra ela e como ela olha pra você! Hmm... Cara sortudo, conseguiu uma gatinha linda, ein? –Isso me provocou.

-Não fala assim dela!!

-Viu só? Você a ama! –Revirei o olhar com vontade de deixar ele e sua cadeira de rodas no meio do corredor sozinha para ele morrer pisoteado pelos caras carrancudos do time de futebol.

-O que você tem á ver com isso? Qual é sua aula agora, Senhor “Adoro cuidar da vida dos meus amigos?”

-Física. –Disse ele olhando em volta. –Pô, cara. Dou a maior força pra você e pra Quinn, não fica nervoso por eu comentar...

-Ainda to meio encanado nessa história, desculpa... –Disse eu virando a cadeira e entrando na sala de Física. –Ontem rolou uma coisa entre a gente e acabamos ficando...

-Vocês foram para a cama? –Artie foi direto.

-Não. Eu estava com expectativas de que isso fosse acontecer, mas foi um momento tão puro que nem pude pensar em contato corporal... –“Estacionei” Artie, enquanto tirava uma carteira do lugar para colocar a cadeira de rodas. –Enfim, ela acabou dizendo que me ama... E segundo meu irmão, quando alguém diz que ama outro alguém, os dois já estão automaticamente namorando. –Coloquei Artie no lugar. –Sou tão ruim nesse tipo de assunto... –Artie entregou meus livros.

-Depende da pessoa. Quinn é uma garota romântica, pra ela, namoro seria quando o cara chegasse junto, cheio de coragem, e pedisse ela. Acho que não é tão simples assim, Blaine. –O ponto de vista de Artie estava completamente correto, até mais do que de Cooper, pois conhecia a Quinn, eu teria mais motivos para concordar com ele.

-Tem razão. Cara, tenho aula de Filosofia, preciso correr porque o professor chega cedo!

-Obrigado por me trazer para a sala! –Disse Artie enquanto eu me levantava da carteira que havia sentado em sua frente.

-Por nada. Nos vemos no final da aula. Quem vem te buscar no final desse período?

-Me viro sozinho! Sempre encontro Rory no meio do caminho e ele me ajuda. A gente se vê no almoço! –Balancei a cabeça em concordância e saí da sala. Andei pelos corredores até encontrar a sala de filosofia. O professor já estava lá, mas me deu permissão para entrar, ele sabe que sempre ajudo Artie nas Sextas feiras. Nesse período caía na classe de Mike e Brittany. Tivemos a aula e minha cabeça ainda não parava de pensar como ia fazer para pedir Quinn em namoro. O sinal tocou e sai da sala e fui até meu armário para guardar meus livros. Avistei Kurt vindo em minha direção, sorri para ele.

-Bom dia, Kurt!

-Oi, Blaine! –Ele sorriu de volta, Kurt parecia cada vez melhor.

-Vamos almoçar juntos hoje?

-Combinei que ia almoçar com a Rachel, mas nada te impede de ficar na nossa mesa! Que tal? –Abri meu armário e fui colocando os livros de filosofia.

-Tudo bem, a Quinn pode sentar com a gente?

-Que história é essa sua e da Quinn, hã? –Até ele já sabia.

-O Artie te contou?

-Não, mas qualquer um consegue ver que quando ela aparece você praticamente alaga a escola de tanto que baba pela menina. –Disse ele rindo.

-Acho ela linda... –Kurt revirou os olhos. –Ela parece uma princesa. Mas enfim, a gente só ficou. E estou pensando em pedi-la em namoro. –Kurt permaneceu em silencio, não disse nada e ficou sem expressão. –Acha que é muito cedo?...

-N-não! Claro que não! –Disse ele parecendo acordar do mundo onde estava por alguns segundos atrás. –Vocês se amam não é? E é isso que importa! –Ele abriu um pequeno sorriso. –Parabéns pela garota, Blaine. Ela é muito bonita.

-Eu sei... Valeu, Kurt! Eu ainda estou meio nervoso... Nunca namorei antes! Eu já tinha ficado com algumas garotas, mas namorar, nunca aconteceu... –Fechei meu armário e fomos andando para o refeitório. -...E estou me perguntando como vou pedir isso para Quinn! –Kurt suspirou.

-Também nunca namorei... Você sabe que eu sou... –Revirou os olhos para se certificar se havia alguém nos observando. -Aquilo! E nunca nenhum cara se interessou por mim ainda... Havia um que gostava de mim mas ele me fez sofrer tanto! –Franzi as sobrancelhas.

-Por que? –Kurt suspirou novamente e olhou para o chão.

-Ele é conhecido como Karofisk. Antes de eu ser aquilo que eu era junto com o Puck, ele sempre me batia, me jogava contra os armários, e me xingava de “viadinho...” Resumidamente, fazia tudo que eu fazia com as pessoas. Eu sofri tanto com ele. E depois, eu estava no vestiário masculino, e ele me encontrou lá e eu, pela primeira vez, o enfrentei... Eu decidi dizer tudo que pensava sobre ele, toda a raiva que sentia, eu soltei com ele naquele vestiário vazio.– me lembrei que foi exatamente o que fiz com Kurt naquela manhã. Mas eles estavam num lugar mais reservado -E quando pensei que ele iria me bater... –Ele parou de andar, e olhou para frente com um olhar perdido, com os olhos cheio de lágrimas, como se procurasse alguma luz no final do corredor. -...Mas ele me beijou. –Permaneci em silêncio, e ele voltou á andar após alguns segundos.

-Então... Ele fazia tudo que você fez com os outros estudantes... –Kurt suspirou.

-Não me lembre disso... Por favor! –suplicou.

-Mas você precisa se envergonhar, para nunca mais agir daquela maneira.

-E a única escapatória... –Continuou. –Foi andar com Puck, que passou á me proteger dele. Sempre que ele vinha implicar comigo, eu tocava naquele assunto que aconteceu no vestiário mas ele sempre me chamava de maluco, e dizia que era mentira. E depois de me tornar valentão, e amigo do Puck, ele nunca mais apareceu... Ou falou comigo... –Um breve silêncio ocorreu. -...Dizem que ele se matou. –Arregalei os olhos. Que loucura... Kurt sofreu muito mesmo. Mais um motivo para ele ter sido aquele cara rude de antes.

-Lamento muito, Kurt.

-Tudo bem... –Disse ele secando as lágrimas.

Entramos no refeitório e nos encontramos com Rachel, Finn e Quinn na mesma mesa. Assim que cheguei todos sorriram, mas só consegui sentir a presença do sorriso da rainha. Me sentei ao lado dela, e ela puxou meu pescoço contra o dela e me beijou. Percebi que os três ficaram nos olhando enquanto isso. Fiquei confuso, porque não imaginava que Quinn iria me beijar assim, nem mesmo estando namorando comigo, mas mentiria se dissesse que não gostei... Depois que se afastou de mim, todos permaneceram em silêncio, Rachel e Finn simplesmente sorriram, já Kurt, permaneceu com a mesma feição. Suspirou e resolveu quebrar o silêncio prolongado.

-Vamos pegar o almoço? –Eu, Quinn e Kurt fomos, enquanto Rachel e Finn esperavam nossa volta para guardar a mesa. Peguei uma bandeja e comecei á falar:

-Quinn... Hã... –Na hora, eu travei. -...A gente ta junto? –Ela deu uma leve risada.

-Acho que sim... Você não me disse nada... –Disse ela pegando um potinho de gelatina de uva.

-Estava esperando o momento certo... Mas já que a senhorita Fabray é apressadinha... –Ela riu mais. –Quer namorar comigo, Quinn? –Ela parou, e me fixou por um tempo. Kurt só ficou prestando atenção em nosso diálogo. Quinn abaixou a cabeça sorrindo, pedindo um punhado de salgadinhos para a moça da cantina.

-Isso não é nada romântico, sabia? –Ela sorria o tempo todo.

-Eu sei, mas estava com muita dúvida se estávamos ou não... E já que não... Estou te pedindo agora! Vai me dizer que não vai aceitar por estarmos pegando comida para o almoço?... –Ela riu, enquanto pegava um hambúrguer. Olhou para mim novamente, simplesmente sorriu e fez um sinal positivo com a cabeça.

-Mesmo esse sendo um assunto muito complexo para se discutir desse modo... Acho que nossos sentimentos estão bem claros!- Aquilo com certeza foi um sim. -Assim que eu largar essa bandeja vou te beijar, Anderson! –Ela ria, ri também. Eu e Quinn estávamos namorando, a pedi de um modo nada romântico, de fato. Mas o importante é que estávamos juntos, e eu me sentia muito feliz, sorria o tempo todo, sem me preocupar com nada.

Assim que nós três chegamos á mesa, me sentei á direita de Quinn e Kurt sentou á minha esquerda. Assim que me sentei e coloquei a bandeja na mesa, Quinn segurou meu rosto delicadamente, e levou em direção ao dela, me dando um beijo bem prolongado, após isso, olhou para meus olhos e simplesmente sorriu, olhei para Kurt e ele tentava ter o menos de contato visual comigo possível. Notei que Kurt estava estranho e naquele momento me passou pela cabeça: “E-eu... Eu era gay... E-eu, eu ainda sou gay...” E por um momento, pensei na possibilidade de Kurt estar interessado em mim, toda vez que falava de mim e Quinn para ele, ele suspira e fica cabisbaixa. Será que Kurt estava gostando de mim?

Não sei, ninguém saberá se ele não disser nada, mas nada iria abalar nossa amizade porque ele me ensinou muitas coisas na vida, e além disso, era uma ótima companhia. Mesmo sendo diferente dos outros caras, ele sabia ouvir, ele sabia conversar, ele sabia se divertir, e era sensível... Muito sensível. Fazia de tudo para deixá-lo bem, ele estava passando por uma fase muito, mas muito difícil. Não consigo vê-lo triste... Assim que o vi olhando para o chão com um ar triste, que me abateu rapidamente, decidi falar:

-Ei, Kurt –Ele ergueu sua cabeça e olhou para mim imediatamente. –Gostaria de conhecer seu pai... –Ele deu um leve sorriso. Aquele sorriso que eu adorava ver, e que não era acostumado á ver freqüentemente. -...Posso passar na sua casa hoje para vê-lo? –Kurt deu um grande sorriso, mais brilhante e iluminado, um sorriso sincero.

-Claro, será muito bem-vindo. –Ele já não parava de sorrir.

-Ia convidar você para ir jantar em casa hoje... –Disse Quinn suplicando para mim desistir de ir com Kurt. Imediatamente aquele sorriso estampado em seu rosto desabou, e se transformou novamente naquela feição triste, o que me apertava o coração, como se uma mão entrasse dentro de meu corpo, e o arrancasse sem piedade do meu peito. Fiquei alguns minutos encarando aquele rosto triste de Kurt. Ele precisava de mim, conseguia ver em seus olhos. Eles gritavam para mim pedindo ajuda.

-Desculpa, Quinn– Kurt ergueu as sobrancelhas –mas tenho compromisso com Kurt hoje. Quem sabe amanhã... –Quinn abaixou a cabeça, e deu um sorriso falso.

-Tudo bem. –Disse ela sendo fria. Pegou um bolinho e deu uma mordida, que o manchou com seu batom rosa levemente avermelhado. Dei um beijo em sua testa.

-Não fica chateada.– Acariciei seu cabelo –A gente sai amanhã. Eu prometo, Q! –Ela sorriu, e deu outra mordida no bolinho de baunilha decorado com uma embalagem azul, que Quinn ia retirando levemente conforme ia dando as mordidas. Revirei os olhos e sorri para Kurt, o que o fez dar aquele sorriso brilhante novamente.

O que eu não daria para ver aquele sorriso todos os dias?...


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