Acordei cedo na manha seguinte e comecei a ler ao email que Darren havia me mandado sobre como ser uma produtora musical. O tal do Kaulitz morava em Los Angeles e isso era do outro lado do país, mas na verdade aquilo não me preocupou muito, pois antes, já tinha viajado para lugares muito mais distantes.

Tinha 20 anos e trabalhava com isso desde os dezesseis que foi quando matei meu padrasto. Ele havia me machucado de muitas mais formas do que eu pude aguentar e então, apareceu Darren. Ele me treinou e virei uma assassina profissional. Não me importei quanto o que a minha família pensaria. Nem tinha uma família. Não tinha quem fosse se importar comigo.

No carro acelerava cada vez mais na direção oeste dos Estados Unidos. Liguei uma música qualquer no rádio e logo me interessei por uma. Dizia alguma coisa sobre ser automático, e logo anunciaram que era Automatic do Tokio Hotel. Dei um sorriso irônico. A voz daquele que eu mataria era linda, e ele devia ser um principezinho rico, o que com certeza atraia atenção violenta de interesseiros.

Depois de já ter perdido as contas de quantas horas havia dirigido sem sequer parar para comer alguma coisa, vi as luzes da cidade de Los Angeles. Peguei o iPhone no painel do carro e consultei o endereço. Eram dez da noite, e pelo o que Darren havia me mandado, eles estariam no estúdio de noite.

Dirigi para o estúdio da universal e estacionei em uma vaga longe da entrada e lentamente com a pasta que comprei na mesma manhã. Olhei-me no reflexo das janelas. Vestia uma blusa preta com o decote canoa da Coca-Cola Clothing, um jeans preto que parecia se fundir ao All Star preto com fitas de cetim vermelhas no lugar dos cadarços. A pasta de couro era tira-colo e batia na altura do meu quadril.

Entrei no prédio no qual a minha vitima estava e passei pela recepção já entrando.

- Com licença, para onde acha que está indo? – A recepcionista loira com um decote do tamanho do planeta com uma voz nojenta e enjoativa.

- Preciso ver David Jost

- HAHA Até parece que vai

Do nada apareceu um homem com aparentemente trinta e tantos anos chegou e olhou para mim. Ele usava uma blusa azul marinha e um casaco branco.

- Senhor Jost, essa daí queria entrar, mas não deixei. – A mulher falou orgulhosa de si.

- Sr. Jost, sou sua nova estagiaria, Emily Hoperfield

- Ah sim... – David Jost riu e me guiou até o estúdio – Bem-vinda ao grupo, Emily.

Na sala havia quatro caras deitados conversando no sofá de couro marrom. Um deles tinha um cabelo esquisito, parecia palha... Mas não ficava assim... Tão ruim nele. Pelo o que minha pesquisa havia constado, aquele era Bill Kaulitz e ao lado dele, estava um cara igual a ele, Tom Kaulitz. Ele tinha dreads muito mais longos do que o meu cabelo e usava um jeans preto e boné. Um pouco rapper demais. No outro sofá, um gordinho ria, Gustav, imaginava eu e outro com cabelos castanhos, Georg.

- Meninos, essa é a produtora nova, Emily Hoperfield.

- Olá, meu nome é Bill. Bem vinda. – Bill Kaulitz se aproximou e eu estiquei a mão para cumprimentá-lo, mas ele me puxou em um abraço apertado.

Só por aquele ato, percebi que Bill Kaulitz era uma um garoto doce, mas ainda assim, ele era rico, famoso, tinha seus inimigos e foi um desses inimigos que me contrataram para matá-lo e o faria. Sabia que o faria.