Awaking Touch escrita por MS Productions


Capítulo 1
One-Shot


Notas iniciais do capítulo

Algo diferente...
:D
Esperemos que gostem!



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–  Filho da mãe…Brian… - Gritei - Eu estou me a passar! – Gritei mais uma vez furiosa dentro do quarto, remexendo as gavetas todas. Já me estava a passar com as brincadeiras inúteis, deste meu colega de quarto não desejado. – Vais pagar-me… - Vociferava, encontrando a carteira num lado, telemóvel noutro, e o resto dos meus pertences, debaixo da cama. Como eu odiava este imbecil… Sempre que tentava despreza-lo, mais ele me levava à loucura e à fúria. Agarrei nas minhas coisas e corri, já atrasada para a faculdade.

Pois, eu tenho um grande problema chamado somente Brian. Um colega de quarto, que segundo ele já aqui estava antes de mim… O importante a referir é que só eu o consigo ver, isto porque ele é um fantasma. Acreditem já tentei de tudo, desde bruxos a mães de santo, vindas de não sei onde para o afastarem daqui e a única coisa que ele sabe fazer é ficar deitado na cama a rir em deboche das pessoas que aqui chamo. Isto é uma espécie de residência de estudantes, cada pessoa tem um quarto com casa de banho privativa, já tentei pedir calmamente que fosse assombrar outros e me deixasse em paz, mas ele continua irredutível, dizendo que tem mais piada comigo, porque só eu o consigo ver e tocar… Enfim, ando há quase um semestre nisto e com pouca paciência para as brincadeiras inúteis dele. O engraçado foi ver a cara dele, quando descobrimos que eu o podia tocar, embrulhamo-nos os dois no chão praticamente à porrada, claro que ele levou a melhor porque para além de ter poderes sobrenaturais, é quase que meio metro mais alto que eu.

Chego todos os dias estafada da faculdade e aquele idiota só sabe azucrinar a minha cabeça, ontem a noite por exemplo era 4 da manhã e fui empurrada violentamente da minha cama, indo de cara ao chão, hoje de manhã, as minhas coisas espalhadas pelo quarto e eu com uma pressa enorme para chegar a faculdade.

Acabei por concordar que mais valia não ter saído do quarto… hoje era desses dias. Quando cheguei ao campus, atrasada vi o meu belo namorado aos amassos com uma caloira. Fiquei magoada, eu gostava dele e achava que sentia o mesmo por mim, mas enganei-me profundamente.

Parei ao pé deles, a rapariga ficou em pânico quando puxei o braço atrás e espetei um murro bem dado no nariz do Mason, deixando a escorrer sangue e para completar a cena, enquanto ele segurava o seu precioso nariz, dei uma joelhada nas suas partes baixas. Saindo dali com as lágrimas nos olhos. Em vez de seguir em frente, para as aulas, fui para o quarto.

Bati com a porta, e tranquei-a. O imbecil do Brian estava sentado no parapeito da janela, nem me dei ao luxo de discutir com ele, atirei com as minhas coisas e deitei-me debaixo das colchas da cama, assim como estava e chorei. O Mason era o meu único amigo, namorado que aqui tinha, confiava nele e agora não tinha nada.

– Então pirralha… Tão cedo…- riu-se

– Brian, por favor… Hoje não… - Respondi abafando o choro por baixo da coberta.

– Oh…correu mal o dia foi? – Gozou e não respondi a sua provocação – Oh… Está tristinha é? - Continuou – Vais te embora finalmente? - Riu-se e continuei calada. – Talvez possa ajudar nessa deprimência… - A coberta da cama foi arrastada até ao outro lado do quarto. O que me fez chorar ainda mais, a coberta estava a ser como uma capa de protecção da posição fetal em que me encontrava e ele só sabia provocar ainda mais. – Estou te a estranhar… - Riu-se e eu levantei-me furiosa com as lágrimas nos olhos.

– És capaz de me deixar em paz? Ou não percebes que estou mal? Pára por um bocadinho… - Gritei, agarrando na coberta e voltando a cama. A cara dele era de surpresa, acho que ele nunca me tinha visto naquele estado, porque olhava-me confuso e surpreendido. Deitei-me e tapei-me. Senti um peso a deitar-se ao meu lado.

– Porque estás a chorar? – Perguntou

– Deixa-me em paz Brian…

– Alguém te magoou?

– Brian… - Virei-me para ele - Peço-te por favor hoje não! - Ele olhou para mim compreensivo, suspirei.

– Não chores… - Disse-me, passando com a sua mão gélida na minha face, arrepiando-me. – Gosto mais de te ver irritada! – Bufei, ele sempre tinha que sair com uma piadinha.

O meu telemóvel começou a tocar, a minha mala foi arremessada para cima da cama, ele piscou o olho, abri a bolsa e tirei o telemóvel. Fechei os olhos e suspirei.

“Que foi?” – Perguntei seca

“Estás louca… Viste o que me fizeste? Nem me deixaste explicar…” – Falou do outro lado.

“Não a nada para explicar, eu vi com os meus olhos… Vai te foder, Mason”

“A rapariga estava com um problema” – Que idiota, nem mentir sabe…

“Na boca? Poupa-me Mason, Vai te lixar…”

“Kath… Deixa-me falar contigo meu amor!” – Ai que me estava a passar…

“ Vai te foder, Mason, acabou-se!” – Desliguei a chamada e olhei para o Brian. A cara dele era assustadora.

– Que é que ele te fez!? – Perguntou

– Nada… Não te metas… - disse-lhe

– Isso é o que vamos ver! – Resmungou e desapareceu de seguida.

– Santa paciência, que é que eu fiz para aturar isto! – Resmunguei tapando-me com a coberta mais uma vez.

Segundos foi o tempo que demorou para o Mason me ligar de novo.

“ Deixa-me em paz otário” – Gritei, mas do outro lado só ouvia os gritos histéricos do Mason.

“ Kath…. Kath… oh meu deus… Está tudo no ar… Ah! Tudo a cair...” – Suspirei –“ Nãooo…” – Ouvi um estrondo enorme. – “Kath…” – Desliguei a chamada, percebendo de imediato quem tinha provocado aquilo. Até me ri, a imaginar a cara de pânico do Mason.

Ele apareceu a rir-se à gargalhada e atirou-se para cima da cama, sem conter o riso e a limpar uma lágrima.

– Adorei! Devias de ver a cara do idiota, não houve vingança melhor que esta.

– Tu não regulas, pois não? – Perguntei sorrindo.

– Ele merecia um susto assim…Ninguém magoa os meus amigos! – Assustei-me com o que ele disse.

– Consideras-me tua amiga? – Perguntei e ele levantou o sobrolho, fazendo uma expressão engraçada.

– Sim, tens muitos defeitos e és uma chata, mas considero-te! – Sorri e abracei-o, gelei por inteiro, com o frio do seu corpo, mas não me importei, ele tinha sido simpático.

– Obrigado… -Sussurrei. Ele estava parado, sem qualquer movimento, afastei-me. – Desculpa.

Acho que este foi o primeiro acto calmo entre nós, não discutimos, nem atiramos com coisas um ao outro.

Os dias passaram calmos, pelo menos ele vagueava pelo quarto e não aprontava. Já me tinha habituado a levar as coisas todas para o duche, trocava-me lá e sabia que ele não entrava, desde que lhe tinha dito que aquilo era espaço privado. Hoje foi um dia que isso não aconteceu, entrei para o duche esquecendo-me das coisas em cima da cama.

– Bolas! – Enrolei-me na toalha e abri a porta para correr e apanhar as minhas coisas, acabei em cima dele, com as minhas roupas espalhadas ao nosso lado e para cumulo com a toalha toda aberta. – Ai… Desculpa Brian…

– Eu ia levar-te as roupas a porta, esqueceste-te delas! – Disse-me. – Podes sair de cima de mim?

– Desculpa… - Ia a levantar-me, mas reparei que estava nua em cima dele. Ele olhava para mim espantado.

– Deus… - Sussurrou.

– eu não posso me levantar assim! Fecha os olhos…

– Nem pensar… Tu és… boa… Perfeita! E agora não convem que saias, senão fico constrangido… - Disse corado. Ri-me, para depois parar de repente com o sentir da elevação de algo contra o meu ventre.

– Ah… Tu!? Tu consegues… Tu… Ah! – Depois parti-me a rir, com o olhar confuso dele. – Eu excitei-te… Estás excitado…

– Sim e depois!? És uma mulher, tens um corpo fantástico e …

– E? – Perguntei confusa

– Eu não vou aguentar… - Sussurrou, antes de me puxar para um beijo, enroscando a sua língua na minha e apertando ainda mais o meu corpo contra o dele. Acho que realmente quis aquilo porque segurei os seus cabelos, macios, puxando-os ao de leve. A minha mão percorreu todo o seu peito, que pude comprovar ser totalmente definido. Gemi quando ele apertou o meu rabo, me prensando ainda mais contra o seu corpo. Desci com a minha mão até ao membro dele, apertei, tinha curiosidade. Digamos que o Brian, era mesmo bem dotado, a minha mão pequena perdia-se naquele volume. Desapertei o primeiro botão das suas calças, baixando o ziper logo de seguida. Eu queria sentir aquilo, mas não por cima da roupa e acho que ele entendeu porque remexeu-se por baixo, afastando a roupa de uma vez, sem soltar os nossos lábios. Toquei-lhe então com toda a vontade, sem pudor nenhum. Ouvindo gemer ao meu ouvido, e mordiscar a minha orelha, beijando o meu pescoço com luxuria. Naquele momento, senti que o seu corpo aquecia a cada toque.

Puxei a tshirt dele, tirando-a pelos seus braços másculos, que aproveitei para apertar. Num impulso, ele pegou-me e levou-me até a cama, sem desgrudar o seu olhar do meu. Não percebia se ele estava a ter as mesmas sensações que eu, mas vi que sim quando me deitou suavemente em cima da cama e sorriu, ele ia iria ter proveito daquele momento, sorri de volta. E sem qualquer conversa ele voltou a beijar-me, depositando-os por todo o lado, nunca me senti assim, tão especial e com emoções numa mistura louca.

Pode-se dizer que ele estava a proporcionar o melhor momento da minha vida e senti que o seu olhar estava diferente, desejoso de se libertar…

– Katherine… Katherine… - Mordeu o lábio inferior, enquanto sussurrava o meu nome. Explodiu num gemido enorme, fazendo-me ir à lua bem presa a ele. Os tremores por todo o seu corpo eram visíveis. Deixou-se cair por cima de mim, eu ganhava folego. Ele estremeceu de repente- Kath… - olhou-me surpreendido.

– Brian? Que se passa? – Perguntei assustada.

– Eu tenho que acordar agora! – Falou sorridente – Eu tenho de ir… eu vou acordar…Lembra-te… - Passou a mão na minha face e deu-me um beijo – Quarto 312, hospital central…

– Mas Brian… Tu vais acordar para quÊ? – Perguntei confusa.

– Do coma… - Falou exasperado. – … agora tenho que acordar…

– Não estavas morto?

– Não…Lembrei-me de tudo agora… - Disse-me – tudo… Eu tenho de ir…

– E eu? Vais-me deixar? – Perguntei e ele sorriu.

– A razão de te chatear tanto a cabeça era porque me apaixonei desde o primeiro momento em que te vi… - O seu corpo estava a desaparecer aos poucos e o meu pânico de o sentir a ir embora aumentou. – Ficas linda irritada… - Sorriu e apenas ouvi a sua voz, depois do corpo desaparecer por completo – Lembra-te…

As lágrimas correram naquela altura, apercebi-me que me apaixonei por ele e ao vê –lo ir embora, senti um total vazio dentro de mim. As ideias estavam todas baralhadas, mas as palavras dele corriam-me na mente…

«Quarto 312… Hospital central…»

Saltei da cama naquele momento, procurei todas as minhas roupas, apanhei o cabelo num rabo-de-cavalo, agarrei na minha bolsa e corri, corri o mais que pude para o hospital. Pela logica só podia, ele ia acordar de um coma, ou coisa assim. E queria vê-lo…

Entrei que nem uma louca pelo hospital, fui ao balcão de informações. Indicaram-me o terceiro piso. O elevador ia demorar mais tempo, fui pelas escadas subindo-as de dois em dois degraus, quando cheguei cá acima vinha esgotada, mas mesmo assim não parei.

– Quarto 312… - Falei com uma enfermeira, a tentar acalmar a minha respiração.

– Respire… - Falou – Isso… - Sorriu

– Brian…Quarto 312 – Falei

– Ah, já ligamos para a família… Acordou a pouco estão os médicos de volta dele, é irmã?

– Não…não… Sou amiga! Posso vê-lo? – Suspirei – Por favor… - Ela assentiu sorrindo, vendo o desespero em que me encontrava.

– Vamos só aguardar que os médicos saiam? Tá bom? – Acompanhou-me até a uma porta e ficou comigo ainda por 10 dolorosos minutos à espera que os médicos saíssem daquela sala. Ela falou com eles e pediu se eu podia ve-lo, eles aceitaram um pouco contrariados, dizendo para eu não puxar muito por ele, porque precisava de recuperar dos 7 meses que tinha estado em coma.

Pus a mão a maçaneta da porta, fechando-a devagar atrás de mim, caminhei até a uma cama em que se via um corpo deitado e a máquinas de volta dele, havia claridade suficiente para ver que aquele era ele, era o Brian com um aspecto frágil, mas mesmo assim exactamente igual ao Brian que me andou a chagar a paciencia nestes últimos meses. Suspirei, passei a mão na sua mão.

– Olá… - Falou rouco.

– Olá… - Falei, vendo-o a abrir e fechar os olhos com muita calma. Sorri, deixando algumas lágrimas correrem.

– Quem és? – perguntou. Ele não se lembrava de mim… Uma tristeza agonizante preencheu-me, ele não se lembrava.

– Desculpa… Eu… - Suspirei – Eu não devia ter vindo… As melhoras… - Virei costas, chorando silenciosamente até a porta.

– Ficas linda irritada… - Estaquei a ouvir a sua voz – Mas detesto-te ver triste…Não chores Katherine… - Rodei o meu corpo, ficando apática a olhar para ele. – Acabamos de fazer amor e tu já queres fugir de mim? – Perguntou no seu tom gozão. – Isso é mau sinal… - Riu-se

Corri para ele, não me atirei porque podia magoa-lo. Espalhei beijinhos por toda a sua face.

– Lembraste de tudo?

– Claro… Como é que podia esquecer da mulher que me atacou assim que teve possibilidade? – Riu-se.

– És um idiota! – Ri-me, limpando as lágrimas…

– Pois um idiota que amas perdidamente… - Sorriu entrelaçando os nossos dedos.

– Perdidamente… - Beijei, ouvi a máquina que media os batimentos cardíacos a fazer um barulho ensurdecedor. Afastei-me e passei a mão no seu peito, sentindo os seus batimentos cardíacos alterados, algo que nunca fui capaz de sentir antes.

– É bom ouvir, não é? – Perguntou risonho – Ainda melhor sentir… Ops… Acho que já estou a ouvir a minha mãe no corredor…

– é melhor eu ir… - Falei

– Não! Vais ficar aqui…Agora não te vou mais largar! – Abriu um sorriso lindo, um sorriso que me soube conquistar. Eu iria fazer a mesma coisa, nunca mais deixa-lo, agora que tinha encontrado finalmente, a pessoa irritante que faltava na minha vida e que amo, ou melhor, aprendi a amar...

Fim



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Notas finais do capítulo

Foi uma nova experiencia em one-shots!
Uma ideia do momento que tivemos que escrever :D
Esperemos que tenham gostado...
Deixem reviews
Obrigado



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