Olhei para ele, enquanto ele falava. Ele olhava as estrelas.

-O Snape falou-me de ti, quando eu fui marcado – disse mostrando a marca no braço esquerdo ia tocar mas ele coloco de novo o braço debaixo da capa. – ele tinha que cuidar de mim, mas eu não queria. A nossa relação começou a ficar mais forte e com aquilo tudo ele contou-me tudo sobre uma rapariga chamada Rose Moon, contou-me como era inteligente, persistente, amiga, linda. – Disse sorrindo. – Eu sem querer fui apaixonando pela rapariga que só havia na minha mente, pois eu nunca tinha conhecido. Quando soube que Hogwarts tinha me dado uma segunda oportunidade, não acreditar, mas eu queria vir e não sei como eu sabia que a Rosalie ia aparecer, mas pensei que fosse apenas a minha mente por isso tentei ao máximo não vir. No sexto ano, eu vi uma rapariga a chamar pelo Severus, quando olhei foi como me apaixona-se logo, não tive medo de mostrar que estava a chorar, mas ele nunca me disse quem ela era, mas num dia ele foi a minha casa e pediu-me para eu levar uma carta a tua casa quando ele morresse ou fosse morto pelo Voldemort, eu sabia que aquela carta era para a Rose que ele falava, no dia que fui a tua casa e deixei a carta na cozinha, tive que ir ver o teu quarto, mas vi a fotografia da família Weasley e sabia que nunca ias ser minha, não podias. Senti o teu perfume ainda no ar no quarto e chorei, chorei por tudo pelo que era, por estar naquele momento a fugir, pela minha família, por não te conhecer. Na Diagon Al, tentei recuar mas a minha mãe não deixou, quando te vi na loja e verifiquei que eras a mesma rapariga daquela noite, tive esperanças e quis para Hogwarts. Tudo me atraia em ti, o teu rosto, a tua raiva por mim, a tua sinceridade pelo que disseste na loja, o Ghost foi um sinal ele escolheu-me, não queria saber se eras filha de Muggles eu queria-te para mim. Na noite da seleção da casa e quando o professor Flitwick chamou por ti e vi que a rapariga que eu conhecia só pelo seu aspeto psicológico e a rapariga que me havia apaixonado naquela noite eram a mesma pessoa. Fugi por sabia que não podíamos ficar juntos.

Eu chorava compulsivamente e ele também chorava, não sabia o que dizer. Dei um pequeno beijo nos seus lábios.

-E ti porque me odiavas tanto? – Perguntou-me.

-Odiava pelo facto de o Severus estar a levar-te e salvar-te e tu rias da morte dele ao mesmo tempo que a Bellatrix e o Voldemort. – Ele olhou confuso para mim. – É um sonho que tenho todas as noites.

-Nunca me ri, eu chorei e muito. Ele era uma amigo.

-E irmão. – Completei.

Ela abraçou-me e ficamos ali. Eu deitado sobre o seu ombro despido e ele abraçado a mim encostando a sua cabeça ao meu cabelo. Era tão bom tê-lo ali, para mim. Compreendida e desejada, pelo loiro que odiava sem saber que amava. Adormecemos no silêncio dos pensamentos.

O Sol incidiu-me na cara, abri os olhos devagar. Não tinha tido sonhos e aquilo que eu desejava era que a noite anterior fosse também um pensamento. Senti uma mão sobre a minha cintura, olhei para ele a dormir era tão calmo, puro e lindo. Distribui beijos calmos pela cara dele, acabando na sua boca perfeita.

-Bom dia. – Ele disse.

-Bom dia. – Respondi com um sorriso. Espera. – Já estavas acordado?

-Desde o primeiro beijo queria ver o que acontecia.

-És mesmo… - Interrompeu-me com um beijo.

Levantamos, ainda devia ser cedo. Caminhamos pelos jardins, eu ainda tinha a sua camisa e ele colocou apenas a capa, de mãos dadas. Chegamos ao portão e largamos a mão e caminhamos até a escada de mármore que dava para a Sala Comum.

-Não podemos ficar juntos, pois não?

Ele abanou a cabeça.

-Tu não podes ser vista comigo, não podes acabar assim a tua reputação. Tens amigos que me odeiam, os meus pais não iriam aceitar.

-E a Pansy. Tens razão não podíamos estar em sossego.

Ele deu-me um beijo na testa e virou costas.

-Draco. – Chamei, ele virou-se e eu corri para ele. Coloquei os meus braços á volta do seu pescoço e beijei-o, um beijo cheio de saudade, ansiedade e sentimentos. Paramos para recuperar o fôlego e abraçamo-nos, ficamos assim durante algum tempo. – Esqueces-te da tua camisa. – Disse-lhe.

-Fizeste isto tudo só por causa da camisa, tenho que me esquecer algo maior. E podes ficar com ela, algo que e lembres de mim.

-Vou sempre lembrar-me de ti e temos quase as aulas todas juntos.

-Tu percebeste o que quis dizer. E vais ter-me ao teu lado sempre, não como gostaríamos, mas vais ter. Amo-te Rose.

Olhei para ele e sorri-lhe. Ele retribuiu.

-Amo-te Draco. Muito.

Ele virou novamente costas e saiu. Eu voltei para as escadas. Subi e parei à frente do retrato da Dama Gorda.

-Abóbora Doce. – Disse.

Ela acordou e olhou bem para mim.

-Que fazes aí fora?

-Tentar entrar.

-Não te armes em esperta, como saíste e onde andaste.

-Eu saí ainda na hora permitida, mas a Dama já dormia e não reparou e quando voltei para entrar a Dama e outra mulher riam e tinham várias garrafas espalhadas pelo chão. – Menti.

-Pois… Façamos assim, desculpas-me por fazer isto e não contas á diretora, está bem?

-Claro.

Resultou. Entrei pelo o buraco e fui para o dormitório. Como ainda era cedo, deitei-me novamente com a camisa vestida. Estava feliz.