E meu despertador tocava me fazendo levantar rapidamente . Me levantei e fui abrir a minha janela e a cortina . Seria mais um dia, mais um dia nos meus 17 anos de luta . E tentar não apanhar do meu pai . Vou explicar essa história, meu nome é Lívia e eu moro com meu pai, e ele vive bebendo e se drogando e quando ele chega em casa ele vem me bater e fora as humilhações que ele fala pra mim quando não está bêbado, ele me chama de gorda e que queria me matar . No colégio não muda nada , sofro bullying de umas meninas da minha sala e elas me batem também . Eu simplesmente odeio minha vida e se ela acabasse agora por mim tudo bem . A única pessoa que realmente me ama e que me entende é o Paul o meu melhor amigo ( ele tem seus 45 anos mas continua sendo meu melhor amigo ) é dono da loja de cd’s ao qual eu vivo indo, eu não trabalho lá mas eu vou para visitar o Paul e conversar com ele . Só ele me entende e me conforta . Minha mãe morreu assim que nasci e foi muito duro eu crescer sem uma mãe e ser criada pelo meu pai bebendo e me agredindo fisicamente e psicologicamente. E hoje não seria diferente me acordei e me levantei da minha cama . Fui para o banheiro e fiz minha higiene e troquei de roupa , para ir para o colégio . Assim que terminasse minha aula eu iria para a loja de cd’s do Paul ficar a tarde inteira com ele . Arrumei minhas coisas e desci levemente as escadas, olhei para ver se meu pai não estava na sala ou na cozinha, não queria apanhar hoje , não hoje . E fui em direção da porta e sai . Fora de casa eu me sentia livre , mas porém tinha medo de que alguém me batesse ou me xingasse, sempre fui maltratada desde a infância, então sofro com isso até agora , até hoje . Fui para o colégio e me sentei no fundo, as meninas que me batiam ainda não tinham chegado e meu coração estava pulando e super hiper acelerado . Tentei conter a minha respiração ofegante mas, não conseguia . Afinal uma delas entrou na sala e assim que me viu abriu um sorriso que me fez gelar por dentro . E logo as outras entraram na sala, fiquei parada sem reação , já sabia o que iria me acontecer depois da aula e mesmo assim estava nervosa, mesmo acostumada a apanhar todo dia, eu estava nervosa .  As aulas passaram voando o que não ajudou em nada, assim que o sino tocou e sai da sala correndo, quero dizer tentei correr porque uma das meninas puxou a ponta do meu cabelo onde estava minha trança e a desfez .

-         Por favor me deixe ir . – falei com os olhos marejando .

Não adiantou elas me levaram até um bequinho atrás do colégio e começou . Eu levava tapa no rosto e socos no corpo, elas me chamavam de gorda e de feia . E cuspiam em mim, depois que elas pararam com a tortura me deixaram lá jogada, chorando e cheia de hematomas . Depois que consegui me levantar, ainda com dificuldade ergui a cabeça e sai de lá sorrindo . Afinal isso foi o que sempre fiz sorrir para esconder a minha dor, andava meio torta mas , iria para a loja de cd’s do Paul e ficar lá .