Sexy Biology escrita por Flavia Horan Styles


Capítulo 3
Capítulo 3




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Enfim, logo a aula acabou, a tortura semanal tinha chegado ao fim, e eu alegremente (por dentro, porque externamente eu continuava com minha cara de repugnância) entreguei mais um dos meus relatórios perfeitos. Enquanto guardava minhas canetas no estojo, percebi uma movimentação estranha atrás de mim e pulei de susto quando ouvi alguém falar comigo de tão perto.
– Vê se aprende a só fazer as coisas quando te mandam fazer, Maddison – o sr. Styles sussurrou, por trás de mim, com sua habitual voz de maníaco. Recuperada do susto, olhei pra ele com cara de nojo e respondi, com a voz mal educada:
– Primeiro, nem o senhor nem ninguém me diz o que fazer. E segundo, eu não te dei a liberdade de me chamar pelo nome, e nem pretendo dá-la ao senhor algum dia. Voltei minha atenção pro zíper do meu estojo que tinha emperrado bem naquele momento agradável, e só então percebi que o laboratório estava vazio a não ser por nós dois. Fiquei mais alerta do que já estava, preparada pra enfiar o compasso no olho dele caso me sentisse ameaçada ou coisa do tipo, mas tudo que ele disse, com um risinho pervertido enquanto me olhava de cima a baixo, foi:
– Um dia você ainda vai me dar muito mais que a liberdade de te chamar pelo nome... Maddie.

Paralisei quando o ouvi dizer aquela frase, ainda mais pronunciando meu apelido daquele jeito sujo. Sem conseguir conter meu impulso, dei um tapa forte na cara dele. Pego nem tão de surpresa assim, já que ele devia estar acostumado a apanhar de algumas alunas mais resistentes, ele colocou uma das mãos sobre o lado atingido do rosto e voltou a me olhar, com um risinho de deboche no rosto.
– Não sabia que você era do tipo agressiva, Sherllock – ele sorriu, me deixando com mais raiva ainda – Vai ser mais gostoso ainda quando você vier fazer a recuperação depois do almoço. Sozinha, como sempre, já que só você consegue a façanha de ficar de recuperação em laboratório.
Quase voei no pescoço daquele pedófilo safado nojento idiota. Recuperação de novo? Pelo amor de Deus, por que ele simplesmente não conseguia me dar uma nota justa? Só porque eu não queria dar pra ele? Que droga, é tão difícil entender que ele consegue me deixar cada dia mais furiosa pelo simples fato de existir?
– Por que o senhor não procura uma namorada, hein? – perguntei, no tom mais educadamente irritado que consegui – Sei lá, quem sabe essa sua obsessão por aluninhas não seja falta de mulheres da sua idade que te suportem sem receber uma recompensa por isso.
Dei uma boa olhada na cara de bosta que ele fez e saí do laboratório, com um sorrisinho triunfante no rosto. Ele pode até ser cheiroso e ter olhos bonitos, ter aquelas covinhas, mas não é nem nunca será nem metade do homem perfeito que o professor Tomlinson é.
Falando nele, olha só que bonitinho ele saindo da sala do primeiro ano, todo rodeado de alunas com shorts mínimos e maquiagem pesada. Aspirantes a Kelly Smithers? Isso mesmo.

Passei por ele, virando logo em seguida pra descer as escadas, e assim que me viu, abriu um sorriso de orelha a orelha. Foi só impressão minha ou esquentou de repente depois daquela demonstração linda de alegria?
– Já ia passar sem me cumprimentar, é, Sherllock? – o sr. Tomlinson brincou, descendo rapidamente as escadas e se livrando das pirralhas com seus passos largos. Soltei um risinho envergonhado, tentando não ferrar com tudo de novo.
– Imagina, professor – respondi, na dúvida entre olhar pros degraus e não cair ou olhar pra ele e ter uma arritmia – Tava distraída pensando em outras coisas, nem tinha visto o senhor ali.
– Acho que já sei qual é o seu defeito – ele disse, entortando a boca e cerrando os olhos – Você vive pensando demais.
– Como assim, professor? – perguntei, com o coração quicando dentro do peito, só Deus sabe por quê. Tá, eu sei por que.
– Talvez você devesse pensar menos e se arriscar mais – o sr. Tomlinson disse, com um sorriso esperto, quando saímos do prédio – Quem sabe você não acaba se dando bem?
Oi, foi só impressão minha ou ele tinha acabado de me cantar? Meu Deus do céu, aquilo sim era homem! Sorri pra ele, envergonhada, e sem dizer mais nada, ele apenas continuou andando em direção à saída já lotada da escola. Observei sua cabecinha sumir em meio à multidão de alunos, com o coração disparado, até ouvir uma voz falando comigo.
– Caraca, Maddison, você realmente consegue me irritar quando resolve não ver nem ouvir nada ao seu redor – Mellody, minha melhor amiga e única aluna decente naquela escola, reclamou, parando bem à minha frente e me impedindo de ver o sr. Tomlinson entrando em seu carro.

– Foi mal, Mel – balbuciei, me esticando pra tentar vê-lo, mas seu carro logo acelerou e sumiu pela rua cheia de veículos de pais de alunos.
– O que foi, tá olhando o quê? – ela perguntou, olhando por cima de seu ombro, e eu apenas balancei a cabeça negativamente.
– Tava procurando minha mãe – menti, o que agora não seria tão mentira já que eu realmente comecei a procurá-la – Preciso ir embora logo hoje, senão vou ter que fazer a prova de recuperação sem almoçar.
– O Styles te deixou de recuperação outra vez? – ela adivinhou, revirando os olhos, e eu assenti, com a maior cara de paisagem – Maddison, você já pensou em reclamar com a diretora?
– E você acha que eu nunca fiz isso? – bufei, irritada – Todo santo bimestre minha mãe é obrigada a vir aqui graças àquele merda pra ver o que tem de errado comigo, mas tudo que a diretora faz é me mandar estudar mais!
Mellody ficou sem saber o que dizer. Eu já tinha tentado de tudo, até mostrar meus relatórios pro sr. Tomlinson, mas tudo que ele dizia era que os professores não podiam influenciar nas notas das outras matérias, por mais absurdo que aquilo fosse. Vamos combinar, biologia, seja teoria ou laboratório, era a mesma droga de matéria! Resumindo, o sr. Styles podia deitar, rolar e foder com a minha nota que ninguém podia fazer nada contra ele. Por que eu ainda estudo nessa escola mesmo?


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