Imponente Carvalho escrita por Lúcia Hill


Capítulo 9
Capítulo - Rumors that spread




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Anualmente o Conde de Nebraska sempre fazia um baile beneficiário junto com a comemoração da boa colheita do tabaco que era uma das peças chaves para fornecer matéria prima para toda Europa.

Eram cultivados nas regiões baixas de suas terras, mais ao norte do país, levantando valores de importância para as obras cristãs que eram realizadas juntos aos desafortunados do país.

Lord Oliver Mclachlan conhecera o herdeiro dos Wilkinson nos corredores da tradicional universidade de Oxford onde o jovem cursava direito, enquanto Oliver estava no ultimo ano do mesmo curso.

- Que honra em vê-lo novamente meu caro amigo. – saudou Philipe II.

Philipe II como sempre continha um bom gosto para suas vestimentas, usava casaco de lã negro, colete carmesim, camisa branca aberta no colarinho e calça preta, deveriam ser as tendências da Europa naquela época do ano, pelo menos presumiu Oliver.

- Está deslumbrante, meu caro amigo. – disse antes de cumprimentar o anfitrião da festa.

Philipe II mostrou-lhe um sorriso cativante.

-Devias retornar para a Europa ao invés de ficar nesse fiasco que chamam de novo mundo. – disse com uma voz brincalhona.

Oliver achou engraçada a forma com que o jovem pensava, mas ele ainda era muito juvenil para formar pensamentos tão críticos como aqueles, pois pelas contas do lord Mclachlan, o único filho de Charles Wilkinson ou o tradicional conde de Nebraska ainda tinha seus 26 anos diferentemente dele que já estava na casa dos 35 anos.

- Ainda tem chão para repensar, meu caro. Minha vida está cravada nesse solo em cada torra de carvalho que exporto para o velho mundo. – disse.

Som de aplausos chamou a atenção deles que conversavam de forma distraída no canto esquerdo da imensa sala, assim que ambos se viraram para certificarem-se de onde e de quem vinha o som s e se sobressaltaram ao ver Conde Charles Wilkinson.

-Completamente apoiado meu caro, Oliver Mclachlan. - disse com um indecifrável sorriso no canto da boca. – Mas pelo visto meu filho só pensa em sua vida fora dessas terras que provêm o seu sustento em Oxford.

Oliver recuou um passo para ficar de frente com o Conde, era visível o desconforto no rosto do jovem Philipe II.

- Deve perdoar a imaturidade de seu filho, pois um homem aprende a lidar com seus empecilhos com o decorrer dos anos, ainda é jovem. – disse voltando-se na direção do louro.

Conde Wilkinson concordou com um gesto, as palavras de Oliver continham a verdade, pois já vivera seus dias de libertino no velho mundo e desfrutara cada minuto.

- E além disso ganharemos um ótimo advogado. – disse segurando de leve no ombro do amigo.

Enquanto o jovem Philipe enrubescia e tentava pensar numa resposta apropriada, Conde Wilkinson seguiu em direção a um grupinho de senhores de terras do norte do rio Mississipi. O rapaz voltou-se na direção de Oliver e franziu o cenho furioso.

- Agora reparou a forma com que ele me trata. – resmungou – Até pareço um garotinho desobediente.

Oliver com um gesto solicitou ao jovem rapaz que servia o vinho, pegou duas taças de sobre a bandeja e entregou uma delas para Philipe II.

- Então deve começar a agir como um verdadeiro cavalheiro, e delicie-se com o melhor dos vinho produzidos na França, o tradicional Bordeaux Superieur envelhecido.

Sem pestanejar o louro segurou a taça e solveu o liquido avermelhado em apenas um gole, arrancando risos de Oliver que o observava.

-Devagar meu caro, ou acabara bêbado antes de sua terceira taça.

Aquela cena era de um ponto hilário para Oliver, pois tinha feito as mesmas besteiras para impressionar seu pai.

Sem notar a aproximação da Condessa, lorde Mclachlan sobressaltou ao ouvir a suave voz aveludada de Anastácia Wilkinson.

- Está novamente agindo da forma que seu pai desaprova Philipe II, ultrajante. – repreendeu-o.

Condessa Anastácia Wilkinson era culta em suas palavras e continha uma educação refinada, de origem Francesa  de uma tradicional família do Estrasburgo‎, sendo a filha caçula do Duque Jacque Saint-Étienne.

Aos olhos da velha Condessa, Oliver parecia ainda mais bonito em trajes noturnos. O corte do paletó preto acentuava-lhe os ombros largos, enquanto uma calça justa enfatizava-lhe as pernas musculosas.

- Tenho assuntos pendentes contigo. – disse na direção de Oliver.

Ambos se entreolharam confusos, eram de se estranhar aquelas palavras. Mas sem questionar Oliver a seguiu calado na direção do belo sofá vitoriano próximo ao saguão que ficava de frente com o jardim.

- Pendências, sobre qual assunto minha senhora? – quis saber.

A Condessa apontou para que ele se sentasse e ele rapidamente se ajeitou e a encarou deixando a taça de vinho na mesinha ao lado.

- Ouvi múrmuro a seu respeito, meu caro,  e sei que sua mãe desaprovara completamente.

As palavras da condessa vinham na direção de Oliver como faca afiada, sentiu seu corpo gelar ao pensar que ela devia estar sabendo de seu contrato fajuto com o velho Isaac Morgan.

-Devo dizer que..

 Antes que pudesse começar a se defender ela fez um gesto para que se calasse.

- Como pode um homem de sua classe contatar os serviços de uma filha do diabo? E pelo que notei não tem comparecido nas missas de domingo. Seu pai deve estar se remexendo no tumulo. – disse.

Oliver sentiu seu sangue voltar a circular pelas veias, mostrou um sorriso amarelo.

- Confesso que andei faltando algumas missas, mas devemos ser honestos que a jovem Marie Lawrence é apenas uma pobre coitada que vive na venda de ervas medicinal, Condessa.

Ela o encarou perplexa com aquelas palavras enquanto balançava a cabeça espantada.

- Aliás, fiquei sabendo pela boca da tal. Que está casado com a filha de um camponês? E isso é mentira, Oliver Mclachlan. – disse enquanto observava a expressão do rosto dele.

Oliver sobressaltou.

- Devo discordar com a condessa, pois de minha vida particular não compartilho com terceiros, ela é uma pobre coitada que mal sabe o que diz. Asneiras apenas isso.

Condessa Wilkinson presumiu que ele estava mentindo pelo fato de conhecer bem os homens e suas mentiras, principalmente quando ele limpava a garganta de forma rápida, segundo os franceses é uma forma de blefar.

-Então devo presumir que lord Richard Gavin e sua esposa estão mentindo? – questionou-o deixando sem saída.

Oliver estava na defensiva, percorreu seus olhos ao redor de onde estavam para certificar que não tinha ninguém observando sua conversa.

- Tudo bem, confesso que me pegara de calças arriadas. – disse enquanto soltou um longo suspiro. – O velho Isaac Morgan estava me devendo uma alta quantia. E em troca de que perdoasse sua divida me ofereceu sua filha como mercadoria.

A Condessa encarava-o aterrorizada, como um pai poderia jogar sua pobre filha aos leões daquela forma desumana e primitiva?

- Santo coração de Cristo. – disse enquanto fazia o final da cruz - Deveria perdoar-lhe a divida e recusar a oferta. Oliver, como pode aceitar a pobre como uma concubina?

Oliver não conseguiu segurar uma risada pressa na garganta.

-Nem se quer me deitei com ela, e se pensa que farei esta totalmente fora de meus pensamentos. A pobre não tem culpa das dividas de seu pai, apenas aceitei para dar uma lição.

Aquilo era verdade, nem sequer havia olhado-a com olhos de luxuria.

- Deve mandá-la embora, faça o que é correto diante dos olhos de Deus, pois a pobre nem conseguira um bom casamento se souberem que isso aconteceu, imagine a desgraça que se tornara a vida dela.

Ele franziu o cenho por um momento, então foi como se subitamente tivesse deparado com uma visão serena vindo da Condessa.

- Tem dote suficiente para arranjar um excelente casamento. – disse por fim. – Mas faça o que seu caráter achar melhor, pois pelo menos confio que tenha herdado isso de sua família.

Ele não protestou nem sequer fora de contra as palavras sábias da Condessa, de certa forma ela tinha razão a essa altura a reputação da jovem Amy Morgan estaria suja em todos os cantos do vilarejo, tudo graças à imensa língua dos Gavin.

Era de se repensar com cuidado.


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