Imponente Carvalho escrita por Lúcia Hill


Capítulo 1
Capítulo - The Exchange




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O velho patriarca caminhava de um lado para o outro afoito, retorcias as mãos com certa ansiedade e seus olhos estavam longevos, havia ordenado que todos se retirassem da aperta e humilde sala de seu pequeno casebre de barro batido.

Um dos mouros correu até a porta berrando de forma desesperado, chamando a atenção de seu senhor.

– Senhor Morgan, lorde Oliver esta se aproximando. – berrava desesperadamente enquanto chacoalhava ambas as mãos.

Rapidamente o patriarca se aproximou da porta com dificuldade já que era manco de uma das pernas, balançou a mão ordenando para que o escravo desaparecesse dali antes que o lorde se achegasse.

Aproximou-se a galope com seu majestoso, manga larga dos pelos negros e lustrosos, balançou uma de suas mãos em forma de saudação ao lorde, não havendo uma retribuição da parte de Oliver.

–Sejas bem vindo em meu humilde casebre. – saudou o mais formal possível, carregado com um pesado sotaque inglês.

Com ar de superioridade o jovem desceu do majestoso cavalo e ignorou novamente, parecia ter pressa em tratar de negócios.

–Vejo que já tem minha quantia? – questionou o.

O velho Morgan mal conseguiu manipular uma resposta rápida, era evidente que não tinha a quantia que devia ao lorde.

–Peço-te misericórdia, a quantia é altíssima e não a tenho em mãos. – balbuciou cabisbaixo.

O jovem a sua frente retorceu as luvas que carregava, continuou encarando o ancião a sua frente, lembrava constantemente o que sua avó sempre lhe contava quando ele era criança, que nunca devemos afrontar um ancião dependente de sua pose social.

Oliver coçou o queixo e soltou um longo suspiro, era um dos fazendeiros mais ricos do centro oeste do estado do Arkansas, precisava zelar por sua pose de durão.

–Não posso retornar sem uma resposta, já faz seis meses que vem me dizendo a mesma desculpa. – balbuciou.

As leves brisas de verão sobravam fazendo a folha da copa da pequena árvore dançar de forma graciosa, o sol ainda estava quase no meio do céu.

Era evidente o espanto no cansado rosto de Isaac Morgan, havia conversado com sua esposa a respeito de sua filha mais jovem, a bela Amy ainda estava sem sorte para um casamento as demais filhas já estavam casadas com homens de respeito.

– Devera achar uma loucura o que irei te oferecer, mais vejo que não há outra solução. – disse cabisbaixo.

Oliver concedeu com a cabeça aguardando a oferta, não iria tomar a pequena propriedade daquele ancião.

–Vamos me diga qual é? – questionou curioso.

Isaac coçou a cabeça e por fim encarou o jovem lorde a sua frente.

–Tenho uma jovem e bela filha solteira, e pelos murmúrios que ouvi meu senhor procura um bom casamento, sei que não tenho poses para te ofertar. – falava de forma calma e pensativa e pausadamente – Ela é inexperiente, porém muito prendada.

Oliver soltou uma leve risada, sua fama de solteirão era bem cobiçada por varias famílias daquela região, por ainda estar na flor da idade e conter muitas poses em terras nativas.

–Me propõe a mão de sua filha para quitarmos nossa divida pendente? – indagou pasmado.

O velho apenas balançou a cabeça de forma positiva era costume arrumar casamentos naquela época, mais dar uma filha em troca de divida era um fato repugnante e antiquado, Isaac fez um gesto para o mouro que logo entendeu e correu para os fundos da casa.

O silencio havia tomado conta do ambiente, sem demoras o jovem Oliver pode avistar uma senhora acompanhada por uma bela garota de cabelos negros estava cabisbaixa mal conseguiu ver seu rosto jovial.

–Ela é apenas uma criança. – indagou Oliver furioso.

– Amy já tem idade para se casar meu senhor, esta ficando velha e logo ninguém ira pedir sua mão, já conta 17 anos. – respondeu.

Rapidamente a pequena ergueu seus olhos castanhos para encará-lo desviando os em seguida ao notar que os olhos do lorde a examinavam de uma forma imprópria, Oliver se voltou para encarar o velho.

– É de fato uma boa oferta, mais não sei se é o certo. – disse.

A senhora que estava ao lado de Amy segurava se para não cair na choradeira, era cruel aquele gesto de seu marido, mais não havia outra saída.

Oliver novamente voltou se para encarar a bela garota inerte ao lado de sua mãe, tinha que concordar que ela era de uma beleza rara.

–É tudo que posso lhe oferecer meu senhor. – indagou Isaac.

Oliver se afastou de ambos, mais antes de montar em seu belo macho manga larga voltou se para dar uma resposta ao velho Isaac.

–Já que não há outra saída, aceitarei a mão de sua filha, com as seguintes condições. – disse.

Os olhos de Isaac brilharam ao ouvir aquela resposta, estaria quitando sua divida e encaminhando sua filha para um ótimo casamento, ele apenas balançou a cabeça aguardando ouvir a condição.

–Não irei registrar nosso casamento, não haverá uma consolidação carnal, apenas tomarei sua filha como acompanhante por um ano saudando sua divida para comigo, entendido?

Não era bem aquilo que o velho Morgan gostaria de ouvir, mais como não havia outra saída, tinha que aceitar, mesmo não tendo registro de casório e muito menos uma noite carnal para consumir o casamento, seria apenas de fachada.

Isaac voltou se para encarar sua esposa que permanecia com os olhos arregalados iguais a duas pequenas bolinhas e Amy que permanecia inerte fitando o chão.

–Aceito. – respondeu.

Oliver concordou e montou em seu cavalo e saiu a galope, a velha Eleanor se aproximou furiosa com aquelas condições inaceitável.

–Isaac, não deveras ter aceitado, e depois como nossa filhinha ira ser chamada. – questionou amedrontada.

O velho ancião não respondeu apenas baixou a cabeça e se retiraram para terminar seus afazeres, todos ali presente sabia que a reputação da jovem Amy seria manchada mesmo não havendo uma noite carnal entre eles.

Seria apenas uma mentira.

[...]

Assim que se achegara no imenso casarão luxuoso todo entalhado em madeira de carvalho, Oliver desabou se na pequena cadeira revestida de grossas camadas de couro de búfalo selvagem, a velha criada moura se aproximou de seu senhor que ainda mantinha ambas as mãos cobrindo seu rosto.

– Desejas uma xícara de café? – perguntou amedrontada.

Oliver se endireitou na cadeira, encarou a de uma forma severa e apreensiva, estava temeroso por dentro ao aceitar aquela proposta indecente do velho Isaac Morgan.

Ela têm belos olhos, e seu corpo parece esculpido de forma graciosa. – pensou se martirizando, balançou a mão de forma negativa para a velha criada se afastar.

Seus olhos verdes cintilavam em pensar como era aquele franzino corpo coberto por todos aqueles tecidos velhos e surrados.

Nem um homem pode resistir aos desejos carnais perante a uma bela rapariga, não serei diferente dos demais de uma espécie, já a cobicei com olhos. – pensava de forma inquieta.

Levantou se e caminhou até seu pequeno armário de vidro onde depositava as garrafas de Rum Montilha a velha e impetuosa bebida dos velhos piratas do caribe, havia comprado centenas garrafas desse liquido que era capaz de tirar a dignidade de qualquer homem honroso.

Assim que retirou uma das garrafas empoeiradas do armário colocou sobre a mesinha perto de onde estava sentado, derramou o precioso liquido amarelado dentro do copo.

Sem demoras solveu todo o liquido em apenas um gole, fez uma careta e limpou a boca com a costa da mão direita e continuou a encarar o vazio da sala.

Deus me ajude a controlar meus desejos. - pensou em forma de suplica aos céus, aceitara a proposta sem ao menos pensar nas conseqüências, já que costumava freqüentar o bordel do pequeno vilarejo de Maryland, sempre saciava seus desejos com as mais belas mulheres daquele local.

– Irei ensiná-lo a respeitar um homem de poses, maldito velho da mente insana, farei sua família rastejar pelo meu perdão. – vociferou.

A primeira em sua lista era a bela e jovem Amy Morgan que sem ao menos protestar aceitara em silêncio dar se em casamento a um desconhecido.

Faria um papel de acompanhante que não era bem visto aos olhos da pequena sociedade da nova Inglaterra, pois não poderia haver amizade entre um homem e uma mulher de respeito.


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Notas finais do capítulo

Boa Leitura!