The Boy With The Thorn In His Side escrita por KingTrick


Capítulo 2
Capítulo 2




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Acordei às nove e quarenta e dois me sentindo muito bem. Peguei meu laptop e comecei a digitar. Meus pensamentos voavam e, ao escrever uma linha, já pensava na conclusão da próxima. Meu trabalho tinha um prazo muito curto e eu precisava me apressar. 

Patrick bateu em minha porta às dez e meia. Trazia café e bolo. Mesmo sem fome, aceitei. Assim que ele saiu, joguei o café na pia e o bolo no lixo, voltando a digitar frenéticamente. Tic, Tac. Tic, Tac. Tic, Tac

Ao meio dia, já havia terminado mais três páginas. Patrick bateu à porta de novo perguntando se eu almoçaria. Ainda não sentia um pingo de fome, mas aceitei. Vesti uma camiseta verde e jeans escuros - Estava fazendo calor.

- E ai? Como está a sua história?

- Bem. Mês que vem eu tenho que entregá-la. 

- Como assim mês que vem? Pensei que tinham te dado o ano inteiro.

- E tinham. Mas agora eles cismaram de me colocar na feira de Detroit junto com as outras novas publicações. Ai eu estou tendo que correr com o material.

- Que pena. 

- É...

- Vai ligar pra ele?

- Não sei. Acha que eu devo?

- Se eu fosse você, ligava e marcava outro encontro. Temos que discutir esse assunto.

- Se eu fosse você, ele não teria faltado ao primeiro.

- Para de ser criança, George.

- Me deixa em paz... Eu estou nervoso. Não consigo dormir. Tomei um comprimido ontem.

- Vai dar tudo certo, Ryan. Ai, o que tem na geladeira?

Como sempre, não havia nada na geladeira para comermos. Mal de artista, era o que minha mãe sempre me dizia. Ficamos tão focados em nosso trabalho que nem nos preocupamos com o resto. Patrick foi se trocar para irmos a um restaurante e eu fiquei brincando um pouco com Boris. Ele me olhava como se soubesse de todos os meus segredos e isso me deixava arrepiado. 

- Vamos?

- Patrick apareceu no corredor vestindo uma camisa social amarela com as mangas dobradas, um jeans claríssimo e um boné no qual se lia "eu amo bingo" - Estou morrendo de fome.

Pegamos o elevador e saímos do edifíco. Fomos caminhando até o Giannini, que ficava há apenas duas quadras dali. Comíamos no Giannini sempre que podíamos ou não tínhamos outra opção. Conheci John Janick em uma daquelas mesas de madeira de lei e encontrei a editora perfeita para minhas publicações. Também nessas mesmas mesas fiz amizade com Spencer Smith, um dos garçons. 

Entramos no restaurante ainda vazio e escolhemos uma mesa perto do palco. Sábado era dia de rodízio. Dois músicos batalhavam por alguns trocados, um de tarde e outro à noite. Fica meio evidente quem irá faturar mais, mas é a vida. Assim que sentamos, Spencer e seu largo sorriso chegaram.

- Ryan! Patrick! Que honra tê-los em nosso humilde estabelecimento.

- Pare de puxar saco, Smith. Hoje não tem gorjeta.

- Não custa nada tentar, né? O que vão querer?

- Hm, acho que o de sempre. Que tal, George?

- Para mim está ótimo, querida.

- Uhum, claro. Bebidas?

- Cerveja.

- Não, suco. Nosso escritor precisa sair daqui sóbrio - Touché.

- Certo. Daqui a pouco eu volto.

Patrick estava com água na boca olhando a parte mais cara do cardápio enquanto eu observava a arrumação para a entrada do pobre coitado que cantaria para nós dois. O garoto subiu ao palco com um violão e passou a ajeitar o microfone. Ele vestia uma camiseta branca de gola v e jeans apertados. Tinha a pele bem clara e os lábios mais carnudos que eu já tinha visto. Trocamos olhares algumas vezes e ele chegou a sorrir para mim. 

Patrick me beliscou por baixo da mesa e perguntou se eu o conhecia. Desconversei e fiquei encarando o nada até que Spencer voltou com o nosso pedido. 

- Hm, Spence?

- Sim?

- Quem vai tocar agora?

- Um cara daqui de Las Vegas. Brendon Urie. Você vai ver, a voz dele é linda.

- Certo...


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