Mithica escrita por Ao Kiri Day


Capítulo 6
O Castelo de Gaicoz e o Vale do Juramento


Notas iniciais do capítulo

Vou postar esse e o Glossário (é esse o nome?...)



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Era um grande vale, vasto, mais parecido com uma planície cheia de verde, parte parecida a um deserto, na qual viviam os Drillmons.

O lobo estava sentindo o vento calmo bater-lhe e balançar os pêlos deliciosamente. Lire em suas costas se escondia em sua pelagem, nem tanto por causa de frio, mas por causa de sua maciez acolhedora.

O lobo revisou seus passos antes de descer a colina. Tomaria um caminho de matas, assim teriam o campo a seu favor caso aparecessem criaturas inimigas.

Lire parecia entretida com aquele belo cenário, ela procurava algo que a familiarizasse com seu lar. Mas isso era impossível, e de certa forma, sentia seu corpo enfraquecido, talvez aquela dimensão exigisse de seu corpo já que ainda estava desacostumada com as mudanças repentinas do espaço-temporal.

No lar das fadas era tudo revitalizante e elas sempre estavam fortes e em volta de plantas curativas e doces, presenças boas e agradáveis. Tudo isso mudara um dia quando uma sibila invadiu o espaço delas, mas não fora realmente assim, ela não tinha invadido nada. Era uma grande loja, e ela estava entre suas amigas fadas, muito orgulhosas e cheias de si pela beleza. A sibila apenas estava pegando alguns equipamentos metálicos, algumas orbes e ervas para feitiços, e sua beleza atraiu toda a atenção de todos os seres “machos” que se encontravam presentes.

Uma de suas amigas simplesmente ficou com inveja e chamou-a de algum xingamento que não lembrava. A sibila de cabelos e olhos cor sangue, virou-se calmamente e com aqueles olhos demoníacos (estilo vampiro moka msm!!!! Adoroooo mangá e manga também!!!!!!), fitou a outra, que num instante já se encontrava gritando de dor. Ela estava sangrando e chamas lhe destruíam o cabelo e acertavam seu rosto.

_O que mais eu odeio é ver seus rostos vertidos em sorrisos gananciosos…quem sabe eles contorcidos em dor e lágrimas eles não possam ser mais úteis… -dizia ela desfazendo as chamas.

A fada chorava desesperada, escondendo seu rosto nas mãos banhadas com um sangue vermelho claro.

_Que vergonha…nem sangue útil você tem, muito menos bonito. Que perda de tempo. –dizia a outra pagando o que pegara e saindo porta afora.

Lire ficou assustada com a figura. Sentiu nela algo que nunca sentira antes: ódio de viver.

Aquela sibila era seu oposto, ela era escura, ela se odiava. Mas por um segundo encontrou uma leve chama inofensiva, uma que sentia algo diferente de outras sibilas…o que era aquele sentimento ela não sabia, mas ficou com medo dela mesmo assim.

Depois disso ela sumiu, fora convocada pela União Miticiana e foi mandada para as catacumbas das forjas vulcânicas.

Lire contraiu ainda mais seu rosto no pêlo macio. Ela sentia-se meio viciada por aquele corpo de Ryan, ele não podia ficar alguns metros longe que ela já sentia necessidade de abraçá-lo e senti-lo. Ela queria tanto não largá-lo.

_Lire? –Ryan.

A loira abriu os olhos, percebendo estar abraçada ao corpo élfico de Ryan, ele tinha desfeito a transformação. Seus dedos se enroscavam nas roupas verdes.

_Ah, desculpe. Onde estamos? –Lire.

_No Vale do Juramento, mais especificamente numa área remota, onde os Drillmons, um tipo de abelha desenvolvida que perfura o solo, não pode nos atacar. Estamos na Planície Kumio…um campo muito seguro, onde os viajantes param para se reabastecer. –Ryan.

_Ah…e então…pra onde vamos depois? –Lire.

_Temos três opções de caminho:  Vilarejo Gryasd, mais ao caminho do Reino de Canaban, as Ruínas de Freux e o Hiaund, uma serra das mais altas montanhas onde vivem os dragões de mais variadas espécies.

_A-Acho que a primeira opção é mais viável…quero conhecer o modo de vida dos humanos e não os dragões…já tenho problemas demais com outras criaturas lá em Mítica. –Lire balançando as mãos.

_Ahahaha Claro…vamos descansar um pouco. E cuidado, porque o frio do Vale do Juramento é totalmente instável. –Ryan.

_Eu não tenho problemas com temperatura. –Lire o abraçando.

_E-EI! O que está fazendo? –Ryan corando.

_Você é que precisa da minha ajuda, seu pêlo começou a eriçar muito com o vento. Você é um lobo de floresta tropical e não um lobo montanhês. –Lire o embalando em seu corpo belo e escultural.

Eles se encontravam sob uma tenda aberta, só sustentada por raízes e madeira, sentados embaixo dela, sobre folhas específicas cuidadosamente sobrepostas.

Ryan relaxou um pouco no calor do corpo da moça, ela o olhava docemente com os olhos verdes brilhantes, afagando sua cabeça como um dia havia sentido nos braços de sua mãe morta. Ele chorou.

Lire desfez o sorriso e apenas o apertou entre os braços. Consolando-o com o que suas palavras podiam dizer.

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Olhos dourados se abriram devagar. Ele estava sentindo a sensação deliciosa de estar com o rosto entre uma almofada macia e cheirosa, muito cheirosa. Assim que verificou a almofada com o toque das mãos. Fofo…macio…excitante… avermelhou ao associar e se afastou lentamente, para evitar algum problema caso ela estivesse dormindo.

O rosto dela demonstrava raiva, muita raiva, e queria matar aquele filho da mãe. Sim ele entrar em contato em seus braços tudo bem, mas tocá-la despudoradamente? NÃOOOOO!!!!!

Ela apertou a bochecha vermelha do rapaz, puxando-a com extrema força. Ele gemeu forte e lágrimas juntavam em seus olhos.

_GOMENNN!!!! ACHEI QUE ERA UMA ALMOFADA! –Jin.

_Hmm…e por acaso se esqueceu do que aconteceu? Que tem uma mulher te acompanhando?! –dizia dando socos na cabeça do infeliz.

_ITTE GOMENASAI SUMIMASEN!!!! –Jin segurando a cabeça enquanto ela parava.

Elesis respirou fundo e ajeitou a blusa curtíssima. Ele olhou ao redor…estavam num lugar escuro demais, assustador, árvores secas e ruínas.

_Ainda estamos no Castelo da Ordem? –Jin.

_NÃO! Estamos num lugar depois de uma floresta cheia de bichos nojentos, aranhas verdes e mosquitos vermelhos. Tinha uma árvore velha e feia, que a princípio não me deixou passar por que conhecia você, algo assim. Mas eu expliquei para ela com meu punho flamejante e ela enxergou seu lugar. –Elesis se vangloriando com ar sério e orgulhoso. (Inspirada na Moka-chan demais hoje!!!!: “Seu lixo, reconheça seu lugar!”).

_AHHH!!!! VOCÊ MACHUCOU O ENTE ANTIGO?!!! –Jin.

_Eu só não a matei porque ela era sua amiga. Mas ela definitivamente perdeu. Pobre ser inferior… -Elesis rindo de forma maligna.

_Ah, esqueça isso. Se estamos depois da floresta e isso é certamente uma montanha… -Jin olhando em volta.

Era uma montanha, estavam olhando para o abismo ao lado. As paredes da montanha continham cristais escuros e no caminho a frente eles viam ao longe várias torres de castelo.

_O Castelo de Gaicoz… -Jin.

_Ehh? Quem é esse? –Elesis.

_Um samurai morto. Ele era o mais forte aqui em Vermécia…claro. Quando morreu, seu espírito ficou vagando em seu castelo, trazendo horrores a todos que se aproximam. Isso dificulta muito a transição de Vermécia para outros continentes. –Jin.

_Talvez os humanos sejam medrosos demais para meu gosto. –Elesis ainda segurando Jin nos braços e avançando.

_Droga…porque não posso andar? –Jin *gota*.

_Você é fraco ainda, pequeno Jin. –Elesis.

_Do que me chamou?! –Jin *calo*.

_De pequeno. Agora cale a boca que estou vendo esqueletos feios ali em frente na entrada.

_E de fraco sibila de araque! –Jin alfinetando.

_Você é mesmo. Agora me obedeça, servo. –Elesis calmamente.

Jin sentiu uma grande bigorna cair sobre si. E se sentiu mal por ter concordado com aquele contrato besta. Servi-la…mas ele nunca iria esperar que ela viesse pessoalmente ao mundo de Ernas.

Elesis o pousou atrás de algumas plantas. Tocando seu ombro.

_Você ainda está debilitado. E quer saber de uma coisa? Você dormiu durante dois dias… -Elesis.

_EEEHHH???!!!! “Ela me carregou durante quase dois dias!!!!” –Jin.

_Você é tão levinho. Nem fez diferença…por isso trate de se alimentar melhor!! –Elesis metendo o dedo na testa dele.

Ela se afastou de Jin e foi até os monstros. Ele nem se deu o trabalho de olhar…ela era muito poderosa…

Horas depois estava ele nas costas dela, sentia-se muito envergonhado e agradecia por ela não ver seu rosto, as mãos graciosas dela tocavam suas coxas de forma muito incitante, se bem que os papéis estavam contrários…

A sibila olhou de um lado e outro, inspirou o ar como um cachorrinho e escolheu o caminho.

_Como fez isso? Como sabe que a concentração humana fica para esse lado? –Jin.

_Sou uma sibila-humana-asmodiana-ayashi. Confuso? Te explicarei…eu nasci de uma sibila (descendente de fadas e asmodianos) e um asmodiano mestiço (descendente de asmodianos e humanos mestiços à ayashis). Entendeu? Fui a única da Grande Prole a receber todos os dons de todas as raças mestiças. Eu sou uma mestiça super-desenvolvida. –Elesis sorrindo mostrando seus caninos engraçadinhos.

_Ayashi?? –Jin tentando se recordar.

_Possuo o poder da Youko –Elesis. (Youko- Espírito da Raposa olha o Rosario to vampire ai de novo!).

_Você é tão poderosa…tem todos estes atributos…e ainda, além de conseguir chamar o deus das forjas…tipo: O DEUS DAS FORJAS!!! –Jin extasiado.

_Eu posso lhe fazer forte o quanto você aguentar. Mas para isso, você precisa esquecer a si mesmo e se dedicar inteiramente ao que vou lhe propor. –Elesis.

_S-Sério? Mas é claro!!! Não há mais nada que me prenda à essa altura! –Jin.

Elesis esboçou seu sorriso, ela lambeu os lábios já imaginando o sangue que iria correr pelos campos de treinamento. Delicioso…

_Bem. Pare de se mexer, me incomoda. –Elesis mudando para séria outra vez.

Eles seguiram seu caminho, observando seu próximo destino.

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Longe dali, ou melhor, em outro lugar inimaginável aos olhos humanos e de todas as outras criaturas…

_Ò Todo Poderoso…estas criaturas se atrevem a estabelecer sua posição aos inferiores!!! –dizia um ser jovem em forma humana, cabelos brancos e armadura branca.

_THANATOS!!! –impôs a criatura em meio a uma sala de mãos cruzadas as costas de forma despreocupada.

_Zeus-sama…eles devem ser punidos. –dizia um garoto de estatura mediana, cabelos rosas, olhos violeta e cara fofa, aparentava 15 anos de idade.

_Vocês devem estar de jogos comigo, Eros, Thanatos! –dizia nervosamente o poderoso deus do trovão.

_Zeus. –adentrou uma mulher de vestes curtas cinzas e verdes, com um arco e uma flecha presas a uma aljava nas costas.

_Artêmis. Até você? –Zeus.

_Estas criaturas que vês estão atrapalhando a degradação natural do Universo. O destino deles não era esse, elas deveriam estar presas em Mitica! –Artêmis se levantando.

_Já consultaram as Parcas? –Zeus.

_Sim. –dizia Eros.

_E então? –Zeus.

_Por mais estranho que pareça, pela primeira vez nessa eternidade…as parcas não conseguiram enxergar nada com o Olho. Elas estavam completamente cegas e só viram o relance de uma explosão em Ernas. Só isso. –Eros balançando seus pés enquanto flutuava.

_Que seja. Dêem conta disso…mas não atraiam atenção dos humanos e de nenhuma outra criatura…façam como bem entenderem, a punição apenas não deverá chegar ao extremo, devido aos conflitos já existentes nos mundos. Agora vão! –Zeus.

Eros fez uma cara feliz e saiu dali saltitante, como um lindo shota (acho q ponho mto os shotas nas minhas fics…to nem aí! BLEE!!!). Artêmis foi direto para a presença de seu irmão Apolo.

enquanto Zeus refletia sobre Vulcanos…como aquele deus tão odiado resolveu se deixar controlar por uma sibila vingativa? Essa pergunta ainda seria respondida…

Continua


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Notas finais do capítulo

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