A Crise De 1929 escrita por July Carter


Capítulo 2
Capítulo um.


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas, eu não ia postar agora, estava tentando postar apenas quando eu estivesse com o capítulo dois, mas como estou atualizando todas as fics aproveitei para atualizar aqui também.
Obrigada a todos que comentaram o Prólogo e callmeatfridays obrigada pelo aviso, as vezes quando me empolgo começo a escrever e não presto atenção nesses detalhes, espero que eu tenha resolvido isso nesse capítulo... Enfim, vamos ao que interessa.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/233390/chapter/2

24 de outubro de 1934

O mundo é algo muito irônico e singular. Na vida é cada um por si e Deus por todos, pelo menos ao meu novo ver, pena que eu tenha demorado tanto para descobrir, ou melhor, acreditar nisso...

Há cinco anos eu morava em uma verdadeira potência mundial, por muitos conhecida como o Império do Capitalismo, mas de uns tempos para cá, os Estados Unidos, um dos países mais ricos e desenvolvidos do mundo, conhecido mundialmente por seu desempenho na indústria nacional e internacional, chegou em condições alarmantes. A bolsa sofreu uma queda, então houve o crack da bolsa, algo que mexeu emocionalmente e economicamente com toda nossa nação, desde então eu estava vivendo de favor com a minha “querida” tutora que se esforçava ao máximo para transformar minha vida em um inferno.

Nunca fui do tipo fascista por religião, na verdade, eu raramente punha os pés na igreja. Não tinha os mesmos pensamentos das outras pessoas da minha época, eu era descrente em Deus, mas hoje, prefiro acreditar que ele exista e venho pedindo constantemente que minha vida mude de uma vez por todas, mas não me critique, todos recorremos a alguma entidade quando estamos sem saída e essa é minha vez.

Sabe o que me deixa ainda mais frustrada querido diário? Em todos os momentos que eu tive a chance para me redimir eu apenas ignorei. Até hoje me lembro das palavras frias da minha babá que me lembrava todos os dias de que o mundo dava voltas. Eu sempre a subestimei e a desvalorizei por conta da sua classe social, afinal, ela era apenas uma babá e eu era a filha do dono de um dos mais promissores bancos da atualidade.

Sempre fui fútil e não vou negar, mas não me orgulho disso, não mais. Não ter escrúpulos é algo que por incrível que pareça é presente até mesmo na sociedade atual. Mas ninguém poderia me julgar, eu tinha apenas 11 anos de idade e as garotas da minha idade costumam sonhar com príncipes encantados e seguir fielmente os passos dos pais.

E agora? Bom, eu estou aqui vivendo de favor sem colocar uma mísera migalha de pão em minha boca.
Era a minha única opção, melhor viver como empregada do que ser uma prostituta nas ruas nova-iorquinas.

O olhar da jovem fora desviado das páginas surradas do diário e direcionado para as paredes húmidas e cobertas de mofo do antigo porão de sua casa que agora havia se transformado em um “aconchegante quarto”.
Um suspiro abafado escapou pelos lábios da jovem que voltou a olhar para o seu diário.

Às vezes eu penso que tudo seria mais fácil se meu pai ainda estivesse ao meu lado. Desde que tudo começou, a crise começou a se espalhar ficando em escala global, não aguentando a pressão ele foi um dos primeiros a cometer suicídio. Mesmo assim não consigo julgá-lo. Ele foi mais corajoso até do que eu mesma que sabendo que não há mais espaço para mim aqui custo me adequar com o pensamento de que a morte seria a melhor saída.

Presenciei tudo desmoronar de perto, era filha do dono da maioria das ações da bolsa, do homem que sozinho construiu dos bancos em uma das principais cidades de Europa, e agora? Tudo desmoronou. O banco dissolveu-se feito uma lenda, uma lenda que não mais existia e que havia sido esquecida por todos.

Os olhos de Isabella se fecharam e grossas lágrimas escaparam pelos mesmos, seus lábios franzidos fez com que toda a dor transparecessem em seu rosto. Ao abrir com temor seus olhos novamente, seu olhar fora focado em uma grande claridade, a claridade que escapava pelas brechas da parede que a levava para o lado de fora da casa, para a rua.

- E em pensar que papai acreditava que tudo isso aqui seria um verdadeiro lar para mim. – sussurrou suspirando ao sentir alguns raios de sol sobre sua pele.

De forma preguiçosa, levantou-se da cama praguejando para os céus o novo dia que batia sem sessar em sua porta. Desviando o olhar para o chão, observou lentamente os farrapos que vestia, em seguida, parou-o em suas unhas que antigamente eram bem feitas e viviam pintadas e cortadas divinamente, sempre feitas por umas das melhores manicures do país. Agora suas unhas estavam pretas e suas mãos ásperas, seus longos cabelos negros com os fios quebradiços. De longe aquela imagem lembrava seu antigo eu.

Calçando seus sapatos rezou para que Alice, sua tutora, ainda estivesse em sua cama entre os lençóis de ceda devidamente coberta. Com agilidade ela prendeu seus cabeços em um rabo de cavalo, se olhou em um espelho, suspirou e abriu a porta de seu “quarto” com um ruído, com curiosidade percorreu o olhar pelos corredores assuntando-se ao ver a mesa do café da manhã devidamente posta.

- Isabella! – O tom da voz doce esbravejando fez com que ela pulasse assustada, seu coração acelerou de tal forma que ela se assustou e deu alguns passos para trás. – Onde estava?

- Me perdoe senhora. – A voz rouca da jovem saiu trêmula e não passou de um sussurro apressado carregado de temores.

- É apenas isso o que me diz? Me perdoe? – Alice se aproximou de Isabella enquanto esbravejava.

- Eu... Eu estava cansada. – Admitiu e aquele foi seu erro.
O seu maior erro.

- CANSADA? VOCÊ NÃO DEVERIA ESTAR CANSADA. TEM QUE ME AGRADECER POR TE DAR ABRIGO E COMIDA. SE NÃO FOSS POR MIM QUERIDINHA...

- Eu estaria na rua. – sussurrou abaixando a cabeça.

- Exatamente. Sabe que aquelas mulheres se matariam para morar nessa casa rodeada de luxo.

- Casa que é minha. – resmungou Isabella fazendo questão de lembra-la.

- Que se não fosse por mim já estaria no chão.

- Na verdade não. – Isabella levantou a cabeça irritada. – Se não fosse pelo seu pai, Carlisle, ai sim, estaria no chão.

- Você é muito petulante Isabella. – Alice pegou-a pelo braço rosnando.

Nesse instante a campainha tocou e Alice rapidamente a soltou.

- Conversamos depois.  Agora vá para o seu quarto. – rosnou empurrando-a novamente para a escuridão do corredor que a levava para seu pequeno “lar”.

De longe deu para ouvir os resmungos de Alice que sumia de sua visão a medida que andava em direção a porta.

Mais uma vez a campainha soou pela casa carregada pelo suspiro de Isabella.
Alice sempre fez questão de escondê-la e quando alguém que realmente sabia de sua existência Alice fazia com que ela se arrumasse e fosse se comportar divinamente.
Aquilo a irritava.
Ao abrir a porta Alice chocou-se com a figura de seu irmão que tinha um sorriso malicioso nos lábios.

- Olá maninha.

Escondida em meio à escuridão enquanto estava presa em seus próprios medos.

Os olhos de Isabella brilhavam em direção ao homem fardado que estava parado na porta.  Ela via nele a oportunidade de sair dali e ficar longe das mãos daquela mulher que a inferniza há tanto tempo.
Isabella conseguia se lembrar daqueles cabelos cor de bronze, mas de jeito algum lembrava-se do nome ou pelo menos do rosto do dono.

- Edward... O que faz aqui? - a voz nervosa da mulher baixa não passou de um sussurro temeroso e amedrontado, dando alguns passos para trás ela deixou um espaço livre para que o rapaz entrasse e sem qualquer formalidade ele caminhou até o sofá jogando-se ali.

- Tempos difíceis faz com que a gente tome medidas desesperadas. – disse em meio tom dando um meio sorriso que fez com que Isabella segurasse o suspiro.

- Se está aqui... Meu noivo não deveria estar também? – Alice se aproximou do sofá sentando ao lado do irmão. – Há meses não tenho notícias de Jasper.

- Alice... – O rapaz suspirou pesadamente e puxou a irmã para seu colo da mesma forma como fazia quando ela era uma garotinha. – Sabe que todos os dias algo novo pode acontecer a mim e ao Jasper não sabe? – sussurrou afastando os cabelos do rosto quase que angelical da garota.

O corpo de Isabella foi direcionado mais para frente, ela tentava de todas as formas ouvir a conversa dos dois, mas parecia que cada vez mais eles falavam mais baixo.

 - Vamos Edward! Fale-me, o que houve com Jasper?

Os olhos do rapaz focaram os da irmã, parecia tentar encontrar palavras para conta-la o inevitável.

- Jasper está no hospital e seu estado é grave.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e por favor, não esqueçam de comentar...
Se tiverem perguntas sobre o futuro da fanfic ou algo do tipo podem tentar perguntar por aqui: ask.fm/JulyCarter
Se quiserem visitar meu blog: julycarter-fanfics.blogspot.com
Até o próximo capítulo.