Special Client escrita por HolicQueen


Capítulo 1
Crédito ou Débito?


Notas iniciais do capítulo

Vai pro Will, pra Ya, pro Adriano e pra Panda que gostou da ideia. Por favor, ao mesmo vocês, se divirtam lendo isso. ÇLASHOASHOA ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/233041/chapter/1

                Eu não merecia aquele emprego. Ninguém merecia aquele emprego. Nem a pior e mais estúpida criatura desse mundo merecia aquele emprego. Eu estava lá, tamborilando os dedos na madeira escura do balcão, esperando ele decidir a cor do vibrador.

                Sex Shop vazio e aquele imbecil ainda insistia em ficar indeciso entre o rosa e o roxo. Era uma coisa pra enfiar na bunda, não fazia diferença. Eu não sabia como funcionava para os gays, mas eu não via na cor do vibrador algo que pudesse mudar alguma coisa na relação entre ele e a minha bunda.

                - E então? – já estava sem nenhuma paciência. Eram 22:35 e meu expediente deveria ter encerrado às 22:00.

                - Eu não sei! Quer parar de me pressionar? Eu tenho todo o direito de escolher!

                - Mas você está escolhendo faz uma-hora-e-meia. Qual o problema? Leva qualquer um dos dois, leva os dois, leva tudo, te dou um de brinde.

                - Dá mesmo?

                - É claro que não. Estou fodido se eu der alguma coisa que tem aqui, mais fodido que você se levar três vibradores.

                - Dá licença? Preciso escolher.

                - Ah, pelo amor de Deus!

                - Qual é o seu problema? Deveria estar aqui pra me atender e não ficar me mandando escolher logo!

                - Tá bem, você quer minha ajuda? – sai de trás de balcão e fui em sua direção, torcendo os lábios. – Esse aqui... hmm, é macio, não deve doer nada. Leva ele!

                - Você não sabe nada sobre vibradores...

                - Eu deveria saber? O viado é você.

                - Como sabe que sou viado?

                - É óbvio. Se isso fosse um presente você não estaria escolhendo assim. – ele pendeu a cabeça para o lado, muito fofo. Percebeu que eu tinha razão e sorriu de canto. Total viado. – Então, você tá carente ou isso é pra diversão a dois?

                - Isso é coisa que se pergunte?

                - A partir do momento em que você entrou numa sex shop pra ficar confuso entre um vibrador rosa e um roxo, você perde toda a moral de cliente. Já são quase onze da noite, já perdi minha ética.

                - Ah... Na verdade, estou carente.

                - Então leva qualquer um, cara! – ele assentiu, e eu quase ajoelhei pra agradecer, mas ele poderia pensar besteira. – O roxo, então? Eu adoro roxo. Boa escolha. À vista?

                - Ih... Acho que esqueci a carteira. Pode no cartão de crédito?

                - À essa hora o sistema já saiu do ar. Mas olha, faz o cartão da loja e fica tudo de boníssima, pode pagar depois.

                - Cartão da loja? Ai, não sei...

                - É rápido, dez minutos! Você já me fez perder uma hora e meia, perde dez minutos comigo... Hã... Seu nome?

                - Donghae.

                - Donghae. Isso. Donghae... Bonito nome. Mar do leste? Um peixinho!

                - Perdeu mesmo tua ética, né.

                - Perdi. Hã... Bom, vamos lá?

                - Não quero.

                - Quer sim, vai, me diz seu nome completo, seu endereço, seu telefone, sua data de nascimento pra loja te mandar uma cesta cheia de lubrificante no seu aniversário!

                - Sério que tem essa de cesta de aniversário?

                - Claro, se você for um bom cliente...

                - Nossa, que legal! Mas ainda não sei se quero...

                - O tempo que você ta aí falando, poderia me passar o que eu to pedindo.

                - Escuta... Como é seu nome mesmo hein? – ele perguntou, tentando olhar no meu crachá. – Hyu...Hyukjae. Já são onze horas, acho que nem estou mais tão carente assim, estou com sono...

                - Você tá de brincadeira, né?

                - Não, na verdade não, amanhã eu prometo que volto e faço o cartão e compro o vibrador roxo.

                Franzi o cenho pra ele, descrente. Eu não estava crendo naquilo, não mesmo. Uma hora e meia. Uma hora e meia. Uma FUCKING hora e meia. Pra nada.

                - Não, você vai levar esse troço agora! E vai fazer o cartão agora! Porque eu to mandando!

                - E você lá manda em mim, seu caixazinho insolente?!

                - Você é um viado frustrado com a sexualidade e eu não te julguei por isso. Então não me julgue por ser insolente. Eu não perdi uma hora à toa, Donghae. Ou você leva isso ou não sai daqui, é uma ameaça.

                - Eu vou chamar a polícia!

                - Eu tenho 40 tipos de vibradores, algemas, aquelas bolinhas anais e outros instrumentos de tortura, por favor, não brinque comigo.

                - Eu quero ir embora daqui!

                - Vai fazer o cartão?

                - Não, porra! Eu vou embora!

                - Olha, vai ser bem melhor se você fizer o cartão...

                - Sai da minha frente agora! SOCORRO!!!

                - Faz o cartão e eu saio da frente da porta.

                - Não!

                - Então tá, senta aí no chão e vamos bater um papo, eu já não vou dormir mesmo...

                - Fico aqui a noite toda, mas não faço esse maldito cartão!

                - Então tá feito!

                - Feito!

                Ele sentou no chão, eu também. Nos olhamos por um tempo, sem dizer nada.

                No final, Donghae era um cara até que bem bonito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não precisa mandar review não, viu ÇAOSHAOSHAOSHOAHSOAHOS @anna_chronic para maiores acusações e convites pra beber.