Ours Blood escrita por The Fallen Angel


Capítulo 15
Capítulo XIV - Perdas.


Notas iniciais do capítulo

Vocês não querem saber de desculpas, não é? Podem me linchar depois. -q
Espero que gostem, e não me odeiem. >



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Depois de mais algumas trocas de “elogios” entre Patch e Eric, eu finalmente consegui que Patch me levasse para casa. O fato de que um vampiro tinha tentado me matar no meio do caminho de volta para casa, não significava que minha mãe estivesse em total segurança.

- Eu também vou. Se tiver outro vampiro lá... – Eric completou a frase lançando um olhar de indiferença á Patch.

- Não, não vai. Volte para sua cova, ou do lugar onde você saiu. – Os músculos dos dois já estavam tensos novamente, quase prontos para se atacar.

- Ei, acho melhor o Eric ir, só por segurança... – Falei baixinho ao lado de Patch e peguei em sua mão. Ele olhou para mim como se achasse que eu estava brincando, mas permaneci com a expressão séria.

Patch bufou e soltou minha mão da dele para seguir em direção ao carro. Eu soltei um suspiro sem querer, Eric levantou uma sobrancelha, eu ignorei e segui para o carro. Não queria falar sobre aquilo, não no meio de uma estrada, com uma árvore cheia de sangue e pedaços do corpo do vampiro morto, e com minha blusa só pela metade.

Para minha surpresa, Eric também entrou no carro, e com um sorriso no rosto se acomodou confortavelmente no banco de trás. Eu tava encolhida contra a porta do carro, o mais longe possível dos dois que o carro permitia. E Patch quase quebrava o volante com as mãos enquanto dirigia, seu olhar sempre na estrada, ele devia estar ignorando o fato de que Eric e eu estávamos ali.

Chegamos rapidamente em casa, o que só significava que a hora de explicar tudo para Patch estava mais perto. O que eu diria? “Patch, eu quis conhecer um vampiro, agora vários estão tentando me matar, então me tornei a bolsa de sangue do Eric”. Isso provavelmente faria Patch subir pelas paredes, pensei. Mas quando chegamos á minha casa, o ar familiar tomou conta de mim e pareceu me acalmar.

Fui a primeira á sair do carro, quase corri para dentro da casa e quando abri a porta da sala tudo estava normal. Respirei fundo e passei a mão na testa para tirar as gotas de suor que estavam ali. Minha mãe devia estar dormindo, ou tinha saído para beber como sempre, afinal já estava na hora. Meu relógio de pulso marcava 19:27. Patch me seguiu e entrou na casa olhando para os lados, como se sentisse que alguém estava ali pronto para pular em cima de mim.

Quando Eric entrou, e parou ao meu lado, Patch sibilou.

- Como você entrou?

- Já passei várias noites aqui. – Eric deu os ombros, e eu imaginei Patch dando um soco nele, mas ele só olhou para mim e eu vi um lampejo de raiva em seus olhos, abaixei a cabeça e murmurei.

- É mentira, Patch.

- Acredito em você. – Ele murmurou e antes que continuasse, Eric correu, na velocidade de vampiro, escada a cima e parou em frente á porta do quarto de minha mãe. Eu me assustei, mas tentei me acalmar mentalmente, eu não entrava ali á mais de um mês, podia ter qualquer coisa ali dentro, o fato de Eric agora estar cheirando o ar perto da porta não significava que ela estaria morta do outro lado.

A minha mãe, só tinha sido minha mãe de verdade até meus 15 anos, que foi quando meu pai morreu, depois disso, para ela, era só trabalho e bar. Isso não significava que eu não gostava dela. Eu subi as escadas correndo também e quando parei perto de Eric, ele lançou um olhar a Patch, que como resposta deu um aceno rápido.

- O que foi? – Olhei de um para o outro e quando avancei para a porta, Eric me pegou pela cintura e me apertou contra ele, levantou-me do chão e eu sabia o que aquilo significava.

Gritei e tentei bater e chutar Eric, ele não se moveu nem um centímetro e só me apertou mais. Senti uma mão quente pegar meu braço, Patch agora me abraçava e ao mesmo tempo me prendia em seus braços.

- Me solta, Patch! – Eu berrei, e empurrei ele para longe. A porta estava bem ali, na minha frente e eu sentia medo. Medo de abri-la e o que quer que estivesse ali dentro arruinar ainda mais minha vida. Mas minha mão foi girou inconscientemente a maçaneta e a porta se abriu.

As paredes pareciam ter sido pintadas de vermelho e eu fiquei tonta só de olhá-las. O chão estava pior, o sangue estava seco em algumas partes e a única parte visível do corpo da minha mãe era o pé direito que estava um pouco para fora das cobertas da cama. As lagrimas agora não paravam de cair, eu soluçava e o arrependimento de ter aberto a porta bateu com um “bang” na minha cabeça. A ânsia de vomito tomou conta de mim e eu corri para o banheiro do meu quarto.

Ajoelhei-me em frente ao vaso sanitário e botei tudo para fora. Minha vontade era de pegar a lâmina que estava estrategicamente localizada dentro de um vaso de porcelana num espaço em baixo da pia. Mas Patch provavelmente não ia nem deixar eu me aproximar do vaso, eu não fazia aquilo á tempos. As únicas pessoas que sabiam sobre aquilo eram Vee e Talitha, elas não entendiam o motivo daquilo, pensavam que eu queria morrer ou coisa do tipo, mas era totalmente diferente, eu só não queria pensar mais naquele problema que tanto me incomodava, eu só queria esquecer.

Patch me abraçou por trás e eu desabei em seu colo. Queria me levantar dali, lavar minha boca, ligar para Vee e contar tudo para ela, desabafar sobre tudo o que estava acontecendo comigo, com Patch, o problema com Eric, sobre minha... Mãe, mas eu não conseguia mexer nem um músculo, parecia estar congelada ali, só minhas mãos tremiam. Afundei minha cabeça no peito de Patch e pude ver Eric parado na porta observando a cena com os olhos tristes, verdadeiramente tristes.

Eu queria sumir, desaparecer.

A cena do quarto da minha mãe passava pela minha cabeça, era como se eu estivesse parada bem no meio girando e vendo a cena milhares de vezes. A camisa de Patch estava encharcada e toda amassada das vezes em que eu puxava-o para mais perto de mim. O cheiro dele me acalmava, aquele cheiro de menta era familiar e trazia lembranças boas, o que eu mais precisava agora.

- Acho melhor tirá-la daqui. – A voz de Eric soou rouca e ele pigarreou.

- Para onde? – Patch murmurou por cima de minha cabeça.

- Vou mandar Pam esvaziar o bar, podemos conversar melhor lá. – Eric disse em resposta e segundos depois ele falava com Pam ao telefone. Ouvi a mesma gritar, mesmo estando um pouco afastada de Eric.

Ela devia me odiar agora, eu fazia parte dessa confusão toda, eu também era culpada e estava sofrendo as consequências, mais cedo do que eu pensava.



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Notas finais do capítulo

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