Afrodisíaco escrita por Júlia Calasans


Capítulo 1
Gajeel Narra o Trágico Começo


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Lá vai a Júlia escrever loucamente de novo...
Eu não sou muito ligada em temáticas, mas me senti meio obrigada a escrever uma fic para o dia dos namorados, então pensei nisso daqui. Não é a minha melhor fic, principalmente porque eu escolhi o Gajeel para narrar o primeiro capítulo. Entretanto, espero que agrade.
Vamos à fic!



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Era dia dos namorados. Era um dia frio de inverno. E, como é de se esperar, era a Fairy Tail, guilda louca de magos tão loucos quanto.

Apesar da óbvia data que era esfregada na cara de todos os solteiros da cidade, pelos casais nas ruas, as decorações temáticas e o grande, meloso e enjoativo clima romântico no ar, ninguém da Fairy Tail parecia estar preocupado com isso, e a guilda era praticamente a mesma de sempre: todos bebendo, brigando, brincando, rindo e destruindo tudo. A única diferença dos outros dias normais era a decoração, constituída por corações de papel milimetricamente recortados por uma mão cuidadosa, que estavam pendurados no teto e nas paredes, além das toalhas de mesa bordadas com cupidos e outros temas românticos. Ninguém estava realmente se importando com aquilo, o que deixou Mirajane, responsável pela idéia, definitivamente magoada, mas o clima era festivo como sempre, e todos nós estávamos bem relaxados.

Eu estava sentado em meio à multidão masculina da guilda, o que era uma coisa bem anormal devido à minha obvia exclusão, rindo e me divertindo com o Salamandra e o Cubinho de Gelo. Desde o episódio com aquele idiota do neto do Makarov, e depois daquela loucura com o mundo de Edolas, finalmente todos pareciam estar me aceitando, e eu começava finalmente a me sentir parte do grupo. Embora eu não gostasse de admitir, ali era um lugar bem legal com todos os seus magos loucos e espalhafatosos, tal como aquela louca da Titânia, a Bunny Girl, a demônia da Mirajane e a devoradora de livros, o nome verdadeiro para Levy McGarden, um adorável anão de jardim de meio metro de altura que eu tinha de fazer esforço para enxergar.

Eu nunca liguei para o dia dos namorados, embora a mulher-chuva vivesse me dando presentes, nas palavras dela “símbolos da amizade da Juvia com o Gajeel”, os quais eu nunca me dei o trabalho de guardar. Sempre respeitei Juvia pelo seu poder, mas não me permitia demais declarações sentimentais; elas nunca fizeram a minha praia, assim como aquela data simbólica e ridícula. Lily não concordava comigo, e vivia dizendo que eu gostava da devoradora de livros. Tentou inclusive me convencer a  comprar um presente para ela,mas quando eu ameacei transformá-lo em panquecas, acabou desistindo.

Meus planos para aquele dia dos namorados eram muito simples: ficar o dia inteiro bebendo, comendo ferro, mantendo distância de toda e qualquer menina da guilda e não me envolver em encrencas.

Bem simples não?

Eu tinha mandado Lily ir ao ferro velho buscar um pouco de ferro, e sorvi de um grande gole de sakê enquanto esperava. Ele estava demorando bastante, mas eu dava um desconto por ele não conseguir manter sua forma de batalha por muito tempo e o ferro ser bem pesado.  Quando ele finalmente chegou com um saco de pequenas peças de ferro (recém-lubrificado, um gostinho a mais), me joguei sobre elas, comendo vorazmente.

_Isso é assim tão bom, Gajeel?_ perguntou Lily. Tinha um brilho travesso nos olhos enquanto me via comer, e parecia estar esperando por algo. _Você se joga como se fosse frango!_

_Ah, pergunta para o Salamandra como o fogo é maravilhosamente bom._ retruquei, mastigando mais um pedaço. _Ei! Porque você está me olhando com essa cara?_

_Não é nada não. Só estou reparando em como vocês comem coisas estranhas: quer dizer, o Gray só come raspadinhas, o Natsu está comendo fogo de querosene especial, você come ferro e a Wendy come ar._

Concordei. Gray, ao meu lado, devorada uma raspadinha com um molho estranho em cima, enquanto Natsu comigo um fogo especialmente fedido. Do outro lado, onde se localizavam as meninas, Wendy aspirava o ar como se ele fosse tangível, ao lado da Titânia, da Demônia e da Devoradora de Livros.

No momento em que meus olhos desceram sobre a ratinha de biblioteca, meu corpo todo reagiu de forma estranha. De repente, era como se alguém tivesse travado a minha cabeça, e eu só conseguia focalizá-la. Comecei a suar, e algo se remexeu.

Desde quando Levy parecia tão bonita?

Desde quando eu estava atraído por ela?

Essas perguntas martelaram na minha cabeça, mas eu não tinha as respostas. Minha mente estava sob um torpor medonho, e eu só conseguia focalizá-la e reparar no quanto ela era bonita. No modo como seus lábios se moviam era sensual, em como seus gestos era delicados e em como aquela roupa mostrava demais de seu corpo.

Em meio à névoa de desejo que me assaltou, no entanto, eu tive um pensamento. Eu não estava daquele jeito a toa. Eu tinha sido obviamente drogado, e quando me lembrei do olhar travesso de Lily enquanto eu comia, não tive dúvidas.

_PHANTERLILY, VENHA JÁ AQUI!_ eu rugi, olhando para os lados, mas ninguém respondeu.

O desgraçado saíra voando.

Bufei.

Agora eu tinha um monte de metal embebido em droga, uma tentação ambulante andando na minha frente, um corpo com reações absurdamente exageradas fervendo e um monte de testosterona perto de mim, que nunca tinha me parecido tão repulsiva.

Lembrem-se de que eu claramente disse que pretendia um dia perfeitamente normal na Fairy Tail, sem problemas ou confusões?

MANDE AQUILO PARA O INFERNO!

(E, quem sabe, só quem sabe, leve a Levy junto com você.)

Afinal, é definitivamente impossível ter um dia normal na Fairy Tail, sem brigas/problemas/confusões/porrada/sangue/e por aí vai. Isso é uma impossibilidade existencial.

Impelido por um impulso que eu não podia controlar, levantei-me, e comecei a caminhar em direção à Levy, que estava do outro lado da guilda. Meu caminhar era desesperado, mas minha mente estava tão absurdamente nebulosa que eu não pensava direito.

E é aí que a merda começou.


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Notas finais do capítulo

Alguém leu isso?
Se leu, por favor, deixa um review, seja para xingar, elogiar, dar pedrada, ser duro, o que quiser.
Adoro ouvir opiniões!
Amanhã eu vou postar a parte final da fic: Levy Narra o Trágico Acidente. Espero que alguém comente até lá.
Beijos!