Digimon: Golden Memories escrita por foreveralone san


Capítulo 15
Mundo de cabeça para baixo


Notas iniciais do capítulo

Hello there !!! (desvia das pedradas e facadas)
Faz bastante tempo não é? quase... QUASE UM ANO?????????
Vish, mil desculpas... Mas muita coisa aconteceu dês de nosso ultimo encontro, MUITA coisa mesmo, enfim...
Ainda não estou completamente de volta à escrita, como podem ver pelo cap não muito longo, mas estou querendo voltar a escrever sobre digimon,principalmente agora que vai haver uma nova temporada (Quase infartei no dia que anunciaram!) Mas primeiro queria terminar essa, até pretendo fazer uma releitura, se vocês não me matarem antes né?
Bom, sem mais delongas, vamos ao cap...



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...
As coisas iriam voltar ao normal, elas tinham que voltar...
Eu repetia a mim mesma, tentando inutilmente me convencer que era verdade. Eu estava voltando para casa... "casa"... quando foi a ultima vez que eu me referi dessa maneira ao lugar que eu morava com o Matt?... Tudo... Tudo parecia tão falso... Tão cinza, como se toda a vida que eu passei ao lado dele tivesse sido apenas um filme velho -- e um bem ruim-- que eu assisti, mas na verdade eu participei desse filme, dessa encenação, fingia que estava feliz, que havia feito a escolha certa e que não me arrependia todos os dias, se houvesse um prêmio para quem melhor mentisse para si mesma, eu ganharia com certeza... Que irônico, eu, que dizia ser a melhor em mentir para os outros, fui a pessoa que mais enganei todo esse tempo...
A despedida foi a melhor que poderia ter. Eu falei com a Kath pela manhã, antes dela ir para o colégio, e ela não chorou, apesar da evidente tristeza em seus olhos, acho que ela entendia tão bem quando eu que não havia um lugar para mim ali, nem nunca haveria. Tai me acompanhou até o aeroporto, não trocamos nenhuma palavra durante todo o tempo, mal olhamos um para o outro. E quando chegou a hora de partir, não foi como da ultima vez, quando eu fui embora cometendo a maior burrice de todas. Ele não me beijou e prometeu que nos veríamos em breve. Tudo oque teve foi uma ultima troca de olhares, olhares abatidos e vencidos pela maldita realidade, olhares que um dia lutariam contra o mundo, mas que agora estavam feridos demais para fazer algo contra o inevitável. As únicas palavras que dissemos foi "Adeus", Desculpas eram inúteis, não serviriam aos seus propósitos, e "eu te amo" não parecia ser certo, mesmo que fosse real e verdadeiro, era a pior coisa que eu poderia dizer a ele, eu queria que ele me esquecesse, precisava que ele me esquecesse, para que assim ele conseguisse ser feliz como ele merecia...
A primeira coisa que fiz ao sair do aeroporto foi pegar um táxi para casa, Aquela não era minha cidade, não era a cidade que eu amava com as pessoas que eu amava, era a maldita cidade para onde eu vim viver uma mentira. Quando cheguei em "Casa" eu fitei às paredes cinzas e sem vida daquela casa cinza e sem vida. Tudo era assim para mim, aquele não era meu lugar,aquele não era meu lar, não era onde meu coração estava.
–Mamãe! -Sua voz me fez despertar, e eu rapidamente voltei meu olhar para ele. Ele correu em minha direção e me abraçou com força. Apesar de tudo oque eu estava sentindo no momento, do vazio no peito, abraçar meu filho me fez sentir bem, era por ele que eu estava fazendo isso, e ele valia a pena... -Eu senti sua falta, mãe! -Ele falou sorrindo. Eu o abracei com força, era para manter esse sorriso no rosto dele que eu estou fazendo oque faço, desistindo da minha felicidade...
–Eu também senti sua falta, amor! -Ele olhou para mim, ele possuía lindos olhos azuis, como os do pai. Assim que a memória do rosto de Matt voltou a minha mente, o sorriso que havia se formado em meu rosto desapareceu, e ele apareceu, saindo pela porta de nosso quarto, seus olhos fitaram ao meu, e a surpresa em seu olhar só durou meio segundo, logo sendo trocada por um vazio que não me lembro de ter visto algum dia em seus olhos.
–Você voltou...-Ele falou de forma vazia, dando a impressão que ele pensasse que eu nunca voltaria. Eu não queria voltar, não por ele, e eu não sei de onde veio a vontade de dizer isso a ele, mas consegui me conter
–Eu moro aqui... -respondi com mais grosseria que o aceitável, mas bem menos do que a quantidade entalada em minha garganta. De onde vinha essa raiva? e por que direcionada a ele? Matt não havia feito nada, a escolha tinha sido minha...
A escolha... Ele tinha me forçado a faze-la, ele tinha me forçado a escolher entre ele e minha filha... Mas... Fui eu que escolhi ele ao invés dela... Eu sou o único monstro aqui...
Matt apenas grunhiu como se oque eu tivesse dito não lhe importasse, eu apenas continuei fitando-o com raiva enquanto ele caminhava em minha direção. Ele passou por mim sem voltar a me olhar e se dirigiu à saída, mas eu o chamei
–Aonde você vai?
–Para algum lugar. -Ele respondeu secamente saindo. Eu permaneci em silêncio enquanto ele batia a porta atrás de si.
–O papai tem agido estranhamente... -Bryan falou então, me despertando para a realidade
–Oquê?
–Ele Parece triste com algo, mas ele sempre diz que está tudo bem... -Bryan sempre foi perceptível para com as pessoas ao seu redor, e eu podia ver pela sua expressão que ele estava mesmo preocupado com Matt, oque me fez sorrir, afinal, ele era só um garotinho, com um enorme coração, igual ao...
Droga! Por que eu faço isso? por que eu tenho que vê-lo em todo lugar? Droga Tai...
–Hei, que tal se, para comemorar que eu estou de volta, nós fizermos pipoca com chocolate e assistirmos Operação Big Hero? - Bryan ficou super alegre correndo para o quarto para pegar seus brinquedos, eu assisti sorrindo, mas assim que ele desapareceu da minha vista meu sorriso se desfez ao voltar a pensar no Matt, ele realmente estava agindo estranho...
A noite passou rápido e Bryan não demorou a pegar o sono, depois de leva-lo para o quarto, eu fiquei aguardando Matt voltar para casa, ele estava demorando, e a forma como ele agiu...
Eu não sei direito oque está acontecendo comigo, uma parte de mim está preocupada com ele, mas a outra quer que eu mande ele para... Bom, uma parte de mim está furiosa com ela, mas sinceramente não sei por que...
Já havia passado das três da madrugada quando finalmente escutei a porta da frente abrir, eu ainda estava sentada no sofá e tinha cochilado. Eu levantei com o susto e me virei na direção da porta, vendo ele entrar. Ele havia saído arrumado, com uma camisa social azul clara e calça preta, impecável até no penteado, então não tinha como ser ele entrando, apesar das roupas e o rosto serem os mesmos, ele estava uma bagunça!
Eu me levantei indo até ele cruzando meus braços e fitando a ele com raiva, oque foi fácil. Nos dez anos... Não, em todo o tempo em que conheço o Matt, eu nunca o vi beber além da conta, mas foi só eu chegar perto que eu senti um cheiro forte de cerveja vindo dele. Ele olhou para mim, parecendo surpreso, mas logo a surpresa em seu rosto sumiu e ele desviou o olhar passando por mim.
–Esqueci que você estava aqui. -Ele falou simplesmente indo em direção ao nosso quarto
–Oquê você pensa que está fazendo? -Eu reclamei acompanhando-o
–No momento? Sendo seguido por você enquanto vou para o meu quarto tomar um banho e dormir. -Ele nunca se fez de idiota assim antes, nunca falou comigo dessa maneira, e tenho certeza que foi isso que aumentou a minha raiva.
–Olha para mim! -Gritei segurando ele pelo ombro e forçando-o a olhar para mim. Eu queria perguntar oque estava acontecendo, por que ele estava me tratando dessa forma, mas quando olhei em seus olhos, olhos azuis frios, as palavras morreram em minha mente.
Com meu silêncio, Matt segurou a minha mão pelo pulso e a tirou do ombro dele e se virou indo para o quarto, eu abaixei a cabeça depois que ele fechou a porta e simplesmente fiquei parada sem fazer nada...
Eu entrei no quarto enquanto ele ainda estava no banho e peguei um travesseiro e uma coberta e voltei para a sala, eu já tinha planejado fazer isso antes, pelo menos agora eu não teria que inventar uma desculpa...
Não foi fácil adormecer no sofá da sala, eu estava cansada, já tive de enfrentar muitas coisas hoje, não preciso enfrentar seja-lá-oque-for que o Matt tenha, isso pode ficar para depois. Assim que consegui desviar meus pensamentos do Matt, eu lembrei dos últimos dias, dos momentos que passei com Kath... Dos que passei com Tai... Não posso chamar de lembranças ainda, são muito recentes, mais rezo para que não fique me torturando com elas para sempre...
Algo me alertou de repente, eu abri meus olhos rápido, mas a luz estava apagada então não consegui enxergar muita coisa, não demorou, porem, para que minha visão se adaptasse ao escuro, meu coração saltou uma batida quando vi uma silhueta parada ao lado do sofá, era o Matt, eu não conseguia ver seus olhos nem seu rosto, mas tinha certeza que era ele. Ele permaneceu parado me olhando por um tempo, até que começou a se abaixar e aproximar o rosto do meu
–Matt, oque você está fazendo? - Perguntei. Ele não respondeu, apenas encerrou a distância entre nós tomando-me pelos lábios. O susto e o terrível gosto de bebida na boca dele me fizeram recuar, empurrando-o com a mão em seu peito. -Matt, par-- Ele me calou segurando meu rosto com força e forçando -me a beijá-lo de volta. Eu me assustei, empurrando-o com mais força, mas não consegui movê-lo para longe, ele não fez mais nada, apenas continuava a me beijar, tentando aprofundar mais o beijo, mas eu fechei minha boca com força. A sensação da língua dele se forçando contra meus lábios estava me dando nojo, ELE estava me dando nojo! Oque havia acontecido com ele? Oque exatamente estava acontecendo?
Ele parou de repente afastando apenas o rosto enquanto ainda me segurava pelo maxilar, ele estava olhando para mim, mas só o fez por dois segundos, pois depois disso eu o acertei com um tapa tão forte que minha mão ardeu. O silêncio era tão grande que parecia que o tapa havia feito eco, eu ainda não conseguia enxergar o rosto dele, mas ele havia soltado o meu e se afastado. Nós não nos movemos por um bom tempo, até que eu me recuperei e estiquei o braço até um abajur que ficava ao lado do sofá, a luz agrediu meus olhos, mas eu consegui me virar e olhar para o Matt, ele estava parado, ajoelhado ao lado do sofá de frente para mim mas com o rosto virado para o lado, eu conseguia ver a marca vermelha na bochecha dele, mas me concentrei nos olhos dele, mesmo que não pudesse vê-los direito dava para perceber que havia algo errado. Ele estava pensativo, pensativo como no dia em que me fez escolher...
Me lembrar daquele dia acendeu uma raiva contra ele. Ele se levantou, afastando-se, eu apenas o acompanhei com os olhos. Sua voz finalmente saiu, fraca, incerta, mas fria.
–Vá dormir na cama, eu fico aqui. - Oque?! Oque ele quer dizer com isso? algum jeito estupido de pedir desculpa pelo que ele acabou de fazer?
–MATT -- Eu queria gritar, queria xingar ele até não ter mais fôlego, mas algo me impediu, algo estava me impedindo de simplesmente soltar toda a minha raiva sobre ele, e sinceramente... eu sou grata por isso...
Eu respirei fundo, recuperando minha calma, eu voltei a olhar para ele, mas ele permanecia de costas para mim. -Matt... Oque está acontecendo? -Eu perguntei, mas ele não respondeu ou se virou para mim. -Olha pra mim...
–Vai pro quarto, Sora. Você deve estar cansada da viagem, eu durmo no sofá. -Ele permaneceu sem olhar para mim. Sua voz estava me incomodando, ele estava falando de maneira fria, como naquele dia...
Certo! Ele quer agir assim? Então que se dane! Estou cansada demais para lidar com ele e seus probleminhas. -Eu vou ficar aqui, estou muito confortável, obrigada! -Falei me enrolando na coberta e me virando de costas para ele. -Ah, e por favor, não venha me assediar de novo, está bem?
Ele suspirou irritado indo em direção ao quarto. -Faça como quiser!
Eu permaneci de costas até escutar a porta fechar. Minha mente estava em branco, mas meus olhos ardiam e eu sentia as lágrimas começarem a escorrer...
Quando foi que meu mundo virou de cabeça pra baixo desse jeito?


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Notas finais do capítulo

Bom, então, como vocês podem ver as coisas entre Sora e Matt não vão bem e bom, é uma história TaixSora então, deve haver apenas três capitulos a mais, os próximos dois vão dar um rumo melhor e explicar oque realmente está havendo com o Matt, então não me odeie pelo que ele faz antes de entenderem o por que dele agir assim ^-^/
enfim, o próximo cap já foi iniciado, vou tentar terminar ainda essa semana e postá-lo, até lá



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