Você poderia me perdoar? escrita por Nightshadow, EnilaVK


Capítulo 4
Reaproximação


Notas iniciais do capítulo

Oi gente (^-^)/
Desculpa, demorei um pouco dessa vez pq essa semana foi muito corrida. Mas bom, considerando q a ideia inicial era atualizar nas terças e sabádos e o primeiro cap foi terça da semana passada, então o quarto era pra sair hoje mesmo. Então ainda estou em dia u_u **apanha** Agora vamos ver se eu consigo atualizar na terça né... Acho difícil xD **corre das pedradas** Anyway, vão ler 8D



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— Ele me odeia. - Kouyou resmungou com uma voz chorosa.

Estava esparramado no tapete da sala de Akira encarando o teto e sem a menor coragem pra se mover. O loiro mais baixo, por sua vez, atacava a geladeira em busca de alguma bebida alcoólica. Sabia que quando Kouyou estava daquele jeito o melhor era deixá-lo beber até não aguentar mais:

— Ele não te odeia, Kou. Ele só acha que não te conhece. - respondeu aparecendo na sala com uma garrafa de sake e dois copos. - Dê um tempo a ele.

— Não é isso que estou fazendo agora?

— Não. - respondeu calmamente enquanto servia a bebida. - Você só está resmungando como um velho ranzinza.

Kouyou fechou os olhos irritado e respirou fundo pra não voar no pescoço do amigo:

— Talvez seja porque meu namorado não se lembra de mim.

— Kou, você nunca quis namorar com ele de verdade. Devia estar feliz por poderem voltar a serem só amigos sem que o Yuu se magoe.

O maior sentou-se apoiando os braços sobre os joelhos:

— Eu não queria no começo.

Akira encarou o amigo desconfiado e o entregou o copo de sake:

— Kouyou, eu te conheço. Você nunca quis namorar.

— Agora eu quero. - resmungou fazendo bico e tomando de uma vez só todo o líquido em seu copo.

— Como você é do contra.

— Eu me apaixonei. Não é minha culpa. É esse coração idiota que insiste em não me escutar. Eu sabia que não devia ter começado esse namoro.

— Pare de ser tão covarde, Kou. - Akira reclamou voltando a encher o copo do outro. - Você sempre teve medo de gostar de alguém. Tanto que mentiu pra si mesmo por dois anos por não querer admitir que gostava do Yuu.

Kouyou sabia que Akira estava certo. Ele sempre fora um covarde. Sempre tivera medo de se apaixonar. Tinha razão afinal. Se não gostasse de Yuu não estaria sofrendo agora, mas ele não estava realmente se importando com isso. Só queria poder de alguma forma se acertar com o moreno que roubara seu coração. O amor é idiota. Sempre disse isso e agora estava provando sua própria teoria. Patético:

— Você não está ajudando, Akira. - choramingou.

Não queria pensar nisso. Foi tão estúpido de sua parte achar que poderia mandar em seu coração. E foi mais estúpido ainda não ter percebido antes o quanto amava Yuu. Queria se bater toda vez que pensava nisso:

— Desculpa. - Akira pediu sentando-se ao lado do maior e começando a beber também. - Por que não aproveita isso tudo pra recomeçar? Sabe, do jeito normal dessa vez.

— É meio difícil quando ele mal quer falar comigo.

O menor revirou os olhos. Realmente, Kouyou conseguia ser bem lerdo às vezes:

— É claro que ele está apreensivo. Você chega num cara que acha que é hétero e nem sabe quem você é e diz que é namorado dele. O que você esperava?

— Eu sou um idiota.

— Sim, você é. Agora para de forçar a barra e dê um tempo a ele. É como se estivessem se conhecendo de novo.

Akira tinha razão. Era sua chance de começar de novo e fazer as coisas certas dessa vez:

— Obrigado, Aki-chan!

Kouyou deu um beijo no rosto do amigo e levantou-se correndo. Akira segurou na barra de sua calça para impedi-lo de sair:

— Aonde você pensa que vai?

— Pro hospital, é claro.

— Eu acabei de dizer pra dar um tempo a ele, idiota.

— Mas...

— Senta, Kou.

— Mas...

— Agora.

O maior fez um bico emburrado e sentou-se, tomando logo a garrafa de sake para si:

— Fica fazendo esse bico, depois reclama que a gente te chame de patinho.

— Vai te fuder, Akira!

O menor até pensou em alfinetar, mas deixou quieto. Por mais que Kouyou tentasse se fazer de forte, Akira sabia que ele estava muito mais frágil do que demonstrava. Se conheciam desde sempre afinal. Eram como irmãos e sempre seriam o apoio um do outro.

[...]

— Yuu-chan, eu não posso.

Estava deitado no colo de Yutaka que acariciava seus cabelos. Encolheu um pouco ao receber a resposta do amigo, mas sabia que seria assim. Não podia exigir aquilo dele. Tinha sido um pedido egoísta:

— Não fica assim. - o de covinhas pediu ao ver o desânimo do amigo. - Isso tudo é por causa do Kouyou?

E no fundo realmente o era. Yuu não queria mais ter que ficar sozinho com ele, por isso pediu que Yutaka passasse todas as noites ali. Não que se achasse no direito de pedir isso, mas tinha ainda alguma esperança que o amigo cedesse. Ficara incomodado durante toda a noite que Kouyou passou com ele:

— Eu sou mesmo namorado daquele cara?

Yutaka riu:

— É, e sinceramente eu nunca vi um bobo tão apaixonado quanto você.

Yuu corou e escondeu o rosto no colo do amigo sem querer acreditar no que tinha escutado. Yutaka só podia estar curtindo com sua cara. Não tinha como isso ter realmente acontecido:

— Yukkun, é muito feio ficar zoando o amigo desmemoriado.

— Eu não faria isso, Yuu-chan.

— Isso não pode estar acontecendo. - resmungou arrancando mais risadas do outro.

— Não precisa ficar assim, Yuu. Não é como se ele fosse te obrigar a alguma coisa.

Yuu suspirou. Gostaria que fosse aquela sua preocupação. Se Kouyou era realmente seu namorado então ele devia se sentir bem perto do loiro, não? Com certeza a realidade não estava nem perto disso:

— Eu me sinto sufocado quando ele está aqui.

— Yuu, esquece essa história de namoro, tá bom? Ninguém está te cobrando isso.

— Não é isso.

Yutaka o encarou com um olhar que dizia "Não minta pra mim" e ele estava certo. Yuu realmente estava incomodado com a história do namoro:

— Não é só isso. - corrigiu. - Eu fico angustiado sempre que ele está por perto e isso foi antes de saber sobre o namoro.

Yutaka suspirou imaginando se deveria contar ao amigo como o namoro dele começou. Achou melhor não, afinal isso só o faria se sentir idiota, visto que ele nem conseguia se imaginar gostando do Kouyou.

O fato é que Yutaka nunca pensou que o loiro fosse mesmo esperar por Yuu depois do acidente. Kouyou era um ótimo amigo, mas sempre foi um namorado relapso e ninguém imaginava que ele se importaria tanto. Yuu, no entanto, nunca pareceu se importar com a falta de atenção do loiro para consigo, mas talvez no fundo ele se importasse e por isso estava se sentindo assim. Ao menos era o que Yutaka imaginava:

— Dê uma chance a ele, Yuu. Você não sabe o quanto ele sofreu enquanto você estava em coma.

Yuu sentiu seu coração se apertar. Não entendia isso também. Por mais que não quisesse o loiro por perto, pensar que ele estaria mal o desconcertava. No fundo será que ele se importava com o Takashima? Nem ele mesmo sabia dizer:

— Foi tão ruim assim?

Yutaka escorou a cabeça sobre a cabeceira da cama encarando o teto:

— No dia em que você sofreu o acidente, quando Akira e eu chegamos ao hospital ele tinha sido sedado. O Matsumoto-san disse que ele entrou em pânico quando soube do coma e começou a fazer um escândalo na capela perguntando por que Deus não fazia nada. - Yutaka cessou o carinho que fazia no outro sem nem perceber. Não gostava de se lembrar daquilo. - Depois disso ele não saía mais do hospital. Ele abandonou a faculdade e praticamente se mudou pra cá.

— Ele o quê?

Yuu estava indignado. Kouyou não podia ter feito isso. Largar a faculdade por sua causa? Isso era inadmissível. Mas por que se importava tanto afinal? Não sabia dizer. Só não queria pensar que esteve empacando a vida de alguém. Yutaka sorriu levemente com o tom incrédulo do amigo. Pelo visto, no fundo ele ainda se importava:

— Foi um custo pro Akira conseguir fazê-lo voltar no semestre seguinte. Ele saía das aulas e vinha direito pra cá. Sempre passava a maior parte do tempo livre no quarto conversando com você. Mesmo quando ele se formou, ele se mudou pra um apartamento aqui perto e arrumou um emprego de meio período pra poder vir pra cá à tarde. – suspirou. – Sabe, eu achava que depois de alguns meses ele ia acabar partindo pra outra, mas ele nunca deixou de acreditar que você acordaria e nunca saiu do seu lado. Acabou que ele ficou com você muito mais do que eu.

Yutaka tinha um tom culpado em sua voz. Ele já não acreditava que Yuu acordaria um dia e não o visitava mais do que uma vez a cada dois ou três meses. Agora que via Yuu desperto sentia-se o pior dos amigos. Nunca devia ter desistido dele. Mas Kouyou esteve lá o tempo todo. Ele merecia ao menos a gratidão do namorado e Yutaka ajudaria no que fosse preciso pra que eles se entendessem.

Yuu, por sua vez, sentia-se estranho. De alguma forma saber que Kouyou esteve sempre com ele fazia seu coração bater mais rápido e sentia seu peito se aquecendo, mas por outro lado sentia-se mal pelo loiro. Não gostava de pensar que ele tinha sofrido. Queria poder agradecer e mesmo assim... Por que ele continuava desejando manter distância? Queria com todas as suas forças poder se afastar, mas como poderia? Ele tinha que ao menos agradecer ao loiro. Não. Kouyou merecia muito mais do que isso, mas Yuu temia não ser capaz de retribuir à altura.

Ele não conseguiria se aproximar do loiro. Não sabia como tinha se envolvido com um homem, mas não pretendia continuar com aquilo e nem queria dar falsas esperanças a ninguém. Temia até mesmo a amizade do outro. Não queria que ela fosse confundida com outra coisa. O fato é que ter Kouyou por perto o assustava e Yuu só queria que de alguma forma ele pudesse ir embora de sua vida, mas depois de ouvir o que Yutaka havia dito não sentia-se no direito de pedir isso a ele. Ainda assim, era o que queria. Que Kouyou fosse muito feliz, longe dele:

— Boa noite, meninos!

Ambos os morenos foram pegos de surpresa pela voz animada de Akira. Yuu forçou um sorriso embora preferisse poder continuar com Yutaka. Sentia-se melhor com um rosto conhecido. O de covinhas por sua vez abriu o mais belo dos sorrisos ao ver o namorado. Os dois moravam em apartamentos diferentes, porém viviam na casa um do outro, então fazia tempo que não passavam 24hs sem se verem como naquele domingo, já que Yutaka prometeu a Yuu que passaria o dia com ele e Akira ficou com Kouyou tentando animá-lo:

— Boa noite, Aki. – Yutaka respondeu transbordando alegria ao receber o beijo do namorado.

Yuu queria ser engolido por um buraco negro. Sério mesmo que ele foi chamado de "o maior bobo apaixonado" por aquela biba purpurinada se derretendo com um simples "boa noite"? Definitivamente, isso não podia estar acontecendo. Como ele poderia ter mudado tanto em quatro anos? Aquilo era ridículo. Eles tinham que estar zoando com a cara dele:

— Como está, Yuu? - o loiro recém chegado perguntou, também cheio de sorrisinhos por estar com o namorado.

— Estou bem, obrigado.

— Bom, eu já vou indo. - Yutaka tirou Yuu de seu colo pra se levantar. - Preciso acordar cedo amanhã.

O moreno de covinhas já se dirigia a porta quando a voz do namorado o fez parar e virar-se para ele:

— Amor, pode ir dormir lá em casa?

— Por quê? – perguntou confuso.

— Eu embebedei o Kouyou e ele está jogado no meu sofá.

— Akira! - Yutaka encarou o namorado com um olhar reprovador.

— Ah, qual é, ele estava deprimido, precisava de umas doses. E sabe que o Kou é resistente à bebida, amanhã ele vai estar bem.

Yutaka revirou os olhos. Ele e Akira eram sem dúvidas opostos. Ele jamais seria tão irresponsável assim pra embebedar um amigo e muito menos pra deixá-lo sozinho em casa depois:

— Ok, eu cuido dele. - deu um selinho no namorado e depois beijou a testa de Yuu. - Boa noite e se comportem.

— Pode deixar. - Akira respondeu com um sorriso que poderia significar qualquer coisa, menos que ele iria se comportar.

[...]

Akira despediu-se de Yuu por volta das nove da manhã, já que tinha que ir pro trabalho. O moreno ainda ria sozinho do novo velho amigo. Ok, aquilo era estranho. Não se lembrava de Akira, mas era fácil conversar com ele. Até porque o loiro fez questão de contar a Yuu absolutamente todos os micos que o namorado pagou desde que entraram na faculdade até então. O moreno com certeza não se esqueceria de zoar Yutaka depois.

Seu ânimo foi diminuindo aos poucos. Aquela era a noite de Kouyou ficar com ele e, pelo que Akira disse, ele devia chegar depois do almoço. Realmente queria poder ficar somente com Yutaka e Akira, mas como dizer isso ao Takashima? O loiro esteve com ele todo esse tempo. Não podia ser tão ingrato assim. Teria que aguentar seus maus pressentimentos, até porque não tinha motivos pra se sentir daquela forma. Não seria injusto. Fingiria pra si mesmo que não sentia nada em relação ao outro.

[...]

— Boa tarde. - Kouyou cumprimentou todo animado ao adentrar o quarto.

— B-boa tarde.

Yuu forçou um sorriso. Estava realmente se esforçando, mas o Kouyou o conhecia muito melhor do que ele imaginava:

— Hei Yuu, eu preciso te dizer uma coisa.

— O que foi?

O loiro o encarou por um momento engolindo em seco. Aquelas eram as palavras que ele desejara dirigir ao menor nos últimos três anos. Finalmente poderia dizê-las, mas seria pelo motivo errado:

— Me desculpe.

Yuu espantou-se com o que ouviu. Depois de tudo que Yutaka disse ele realmente não via motivo praquilo:

— Pelo quê?

— Eu nunca quis te pressionar a nada, mas acho que acabei fazendo isso sem querer. Não quero que as coisas fiquem tensas entre a gente.

— Tudo bem.

— Não tá não. Realmente, me desculpe. Eu nunca devia ter falado nada sobre namoro. Não é como se você tivesse alguma obrigação comigo.

— Takashima-san...

— Não se preocupe. É totalmente compreensível. Eu acho que... A gente devia começar de novo. O que acha?

O moreno sorriu. Realmente, o outro era uma pessoa admirável assim como Yutaka dissera. Kouyou ergueu a mão para cumprimentar o menor:

— Prazer. Takashima Kouyou.

Yuu riu com a atitude e imitou o gesto do maior:

— Shiroyama Yuu. Muito prazer Takashima-san.

Finalmente ambos tinham sorrisos sinceros um pro outro. Era algo que Kouyou realmente sentia falta e estava feliz por poder recuperar. Já Yuu estava aliviado. Ainda sentia-se inseguro em relação ao outro, mas isso devia ser paranóia sua. Ao menos a tensão entre eles havia sumido e ele acreditava que podia se dar bem com o loiro. Ele tentaria em nome dos três anos em que fez Kouyou sofrer.

E assim ficaram até quase meia-noite conversando amenidades, discutindo sobre coisas que gostavam, descobrindo afinidades e rindo de qualquer bobagem que um dos dois falava. Estavam se conhecendo de novo.

Não era exatamente o que Kouyou esperava quando tudo aconteceu, mas era alguma coisa. Estava feliz por ao menos poder conversar com Yuu depois de tanto tempo e ver o sorriso de seu amado. Dessa vez daria valor em cada momento. Cada segundo passado com Yuu era sagrado para si e ele guardaria cada um deles em sua memória e em seu coração, ainda que soubesse que pra Yuu já não era mais assim. Ao menos ele o tinha ali... Não faria a besteira de perdê-lo de novo.


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Notas finais do capítulo

E aí, todos que queriam q eu parasse de judiar do Kou, estão felizes???
E os que queriam que o Kouyou sofresse, será que ainda querem??? xD ~coitado~
Ah, eu queria agradecer pelos reviews lindos. Sei q ñ respondi todos ainda, mas vou responder agora os q estão faltando, então mandem mais q eles me ajudam a escrever, ta? ;3; (e eu vou precisar de muita inspiração pra conseguir um cap pra terça xD)
Sobre a demora, metade dos funcionários da loja q eu trabalho estão com dengue, ou seja, hora extra todo dia. To trabalhando das 8h às 19h dia de semana, sábado até às 14h e hoje a noite ainda tenho q ir entregar panfletos em uma festa... Eu estou prestes a surtar @.@ (Detalhe: escrevi uns 90% desse cap no trabalho ='D)
Mas vou tentar terminar o prox cap a tempo mesmo assim... Só peço um pouquinho de compreensão caso eu ñ consiga ^^'
kisus ♥