Crossroads - The Dark Hunters Chronicles escrita por Boneco de Neve, Guiga


Capítulo 17
Equipe




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Kaze: Heh... Bom tarde pra você também, Reddar. Sério, cara, você precisa aprender a cumprimentar melhor os seus camaradinhas...

Reddar: Claro. Quando você parar de vandalizar o recinto, eu considero a sua sugestão.

Tyto: Espera... Vocês dois se conhecem?

Kaze: É, somos conhecidos de não tão longa data. Ah... Você já pode parar de ficar ouriçado, tá? Nou vou tirar teu couro.

Tyto: Hm...

Reddar: Tyto, este é Kaze. É um conhecido meu que trabalha para manter ordem entre as dimensões.

Tyto:  Achei que fosse algum invasor. Me deu um belo susto.

Kaze: Bom, não teria graça se ninguém se assustasse, né?

Outro sorriso cínico se estampou na cara de Kaze e, junto com ele, veio uma pequena risada cômica.

Tyto: Tá... Eu vou deixar vocês conversarem...

O loiro, incomodado, se retirou. Este guardou consigo certa impressão do visitante. Uma impressão que se provaria verdadeira mais tarde.

Reddar: Então, o que o traz aqui?

Kaze se jogou numa poltrona e se esticou confortavelmente nela.

Kaze: Vim tirar uma folguinha. De novo.

Reddar: E veio aqui outra vez, pra variar...

Kaze: Fazer o quê, né... Eu gostei dessa dimensão.

Reddar: Que surpresa... Onde tem pancadaria, tem você, não é?

Kaze: Ponto pro vermelhinho.

Reddar: Não me chame de vermelhinho...

Kaze: Ah, mas é tão bonitinho. Combina tanto com você...

Reddar fez uma expressão de puro descontentamento, mas tratou de se conter.

Reddar: Hmph... Só você mesmo... Eu aposto que seus companheiros não gostaram da sua idéia.

Kaze: Heh... Pior que dessa vez, eles realmente não gostaram muito. Minha turma voltou de uma missão chatinha; estavam injuriados.

Reddar: É mesmo, é?

Kaze: É, tive que despachar a minha tropa toda pra recolher os fragmentos da uma armadura divina. Não foi tão fácil quanto pareceu, especialmente pro Dumont. Ele encontrou um cara nervosinho que manipulava ventos e relâmpagos negros. Pro Dumont voltar com as avarias que teve, é porque o cara foi si-nis-tro...

Reddar: Sei... E pelo jeito, assim que ele voltou, você o pôs pra comandar a tropa na sua ausência.

Kaze: Heh... Tinha que ver ele reclamando... “Homessa, petiz!” Foi engraçado.

Reddar: Hmph... Acho que você devia se importar mais com os seus companheiros.

Kaze: Relaxa, cara. Eles sabem se virar sozinhos; não precisam de babá.

Reddar: Se você diz...

Kaze: Tá, e você? O que me conta de novidade?

Reddar: Vários lugares do Oriente estão treinando superdotados para combater os americanos. Estou pensando em aderir.

Kaze: Oh, os bons e velhos ianques! Ainda enchendo o saco, é?

Reddar: Sim... Inclusive recebi um fugitivo deles e ele passou para o meu lado.

Kaze: Aham... Me conta uma coisa. Os ianques ainda estão tentando copiar meu dispositivo de transporte dimensional?

Reddar: Pelo que eu sei, sim. Mas tudo que eles conseguiram foi um sistema de teletransporte global.

Kaze: Hm... Imaginei que eles conseguiriam cedo ou tarde... Mas quero só ver a cara deles quando verem o sistema deles todo detonadinho... Hehehehe...

Reddar: Já vou dizendo que não será tão fácil pra você se infiltrar dessa vez. Desde a sua última visita a este planeta, os americanos ficaram mais cautelosos.

Kaze: Ah, "um raio não cai duas vezes no mesmo lugar", não é? Isso é o que veremos.

Na cozinha da prefeitura, Venice e Youth arrumavam tudo aquilo que eles tinham usado no almoço.

Venice: Ah, estou cheia! Espero que você tenha gostado, Youth.

Youth: Sim. Obrigado.

Venice: Bem, daqui a pouco eu vou me arrumar para ir embora.

Youth: Eu vou ir para casa.

Venice: Certo. Eu quero te agradecer de novo por ter aceitado me treinar.

Youth: Não agradeça. Até mais.

A menina apertou forte a mão de Youth. Este sentiu o calor da mão de Venice, o que deu uma sensação de conforto ao jovem, coisa que na qual ele mal podia acreditar.

Reddar: E por quanto tempo você vai ficar?

Kaze: Até vocês ficarem de saco cheio de mim, o que eu suponho que não deva demorar muito.

Reddar: Eu estou falando sério. Todas as cidades do Oriente estão se preparando para confrontar os americanos. E, como eu disse, estou pensando em aderir.

Kaze: É impressão minha ou você tá mesmo querendo uma mãozinha minha?

Kaze olhou pra Reddar com uma expressão de malandro, pois sabia que seu "amigo" estava um pouco constrangido com o pedido que este estava pra fazer.

Reddar: Detesto admitir, mas eu acho que você seria uma grande ajuda. Pode ficar aqui na prefeitura mesmo, tem espaço de sobra.

Kaze: Ooooh, vejam só! O Reddar tá dependendo de mim! Você não consegue viver sem minha ajuda, não é?

Reddar: Quando foi que eu disse isso?!

Kaze: Hahahahaha! Credo, Reddar, você cai muito na pilha!

Reddar: Eu já te falei que isso é sério! E então, vai aceitar ou não?!

Kaze: Tá, calma. Eu aceito. Até porque, eu não vim aqui só pra ficar deitado no sofá! Eu quero dar porrada!

O término do dia era de certa forma um alívio para Youth. O jovem trilhava seu caminho para casa e, nesse mesmo caminho, encontrou Tyto.

Tyto: Ei, cara. Tudo legal?

Youth: Já tive dias melhores.

Tyto: Ah, cara, qualé. Se anima um pouco.

Youth: Vou tentar...

Tyto: Aí, tá sabendo que chegou gente nova na cidade? É um conhecido de Reddar.

Youth: Hm... Reddar deve ter muitos amigos, não?

Tyto: Não sei. Só sei que esse que apareceu hoje tem um jeito extravagante. E também usa uns fones de ouvido esquisitos...

Ao ouvir a descrição, Youth olhou pra Tyto um pouco surpreso.

Youth: Fones de ouvido?

Tyto: Sim... É familiar para você?

Youth: Não sei...

Tyto: Qual o problema? Você parece nervoso...

Youth: É impressão sua.

O loiro estranhou a reação de Youth, mas vendo que ele não queria ceder, resolveu deixá-lo em paz.

Tyto: Então tá. Tchau, cara, até mais.

Fones de ouvido... A última vez em que Youth viu alguém portando fones de ouvido foi numa ocasião bastante desagradável, que traz à tona memórias dolorosas. Mais um motivo para piorar o humor do jovem.

Venice já estava pronta para ir para casa. Passaria o fim do ano com a família e voltaria em dois dias para continuar o treinamento. A menina avistou Reddar e Kaze num corredor da prefeitura.

Venice: Ei Reddar, eu vou pra casa... Er... E quem é esse aí?

Reddar: Este é o Kaze.

Kaze: Ora, vejam só... Muito prazer, gracinha. Kaze Kusanagi, às ordens. Bom saber que tem uma garota bonita no recinto. Um outro bom motivo pra ficar...

Venice: Er... O p-prazer é meu. Reddar, tem como me arranjar transporte?

Reddar: Vá à portaria e peça a um soldado.

A menina ficara constrangida com a atitude de Kaze. Ela fez uma mesura de despedida e rapidamente se foi.

Reddar: Kaze...

Kaze: Hm?

Reddar: Ela é de outra cidade, mandada pelo pai para cá para treinamento.

Kaze: E?

Reddar: O pai dela é uma pessoa difícil de lidar, então eu não quero você se engraçando com ela.

Kaze: Ah, que é isso. Você faz muito mau juízo de mim. Por que acha que eu seria capaz de fazer uma coisa dessas?

Reddar: Porque você é.

Mais uma vez, Kaze esboçou um sorriso cínico, o que arrancou um suspiro discreto de Reddar.

Kaze: Ah, Reddar, você sabe que eu gosto de aproveitar as oportunidades.

Reddar: Então vamos aproveitar a oportunidade de conversar sobre o que você vai fazer quando os americanos souberem que você está aqui.

Kaze: Bem... Posso fazer o que eu fiz na última vez.

Reddar: Ah sim. Se jogar na linha de fogo, sem raciocínio lógico nem planejamento.

Kaze: Que eu posso fazer? Tenho um espírito porradeiro muito aguçado; ele sempre pede pra eu quebrar uma fuça. E além do mais, consigo me virar bem com os meus oponentes. Afinal, eu sou mais forte, mais esperto, mais sinistro...

Kaze dizia isso fazendo poses de machão, o que deixava Reddar envergonhado. Porém, Reddar não via motivo pra contra-argumentar com ele naquele momento.

Reddar: Hmph... Se você diz...

Noite. Eram cerca de nove horas quando a neve começou a cair. As pessoas iam se recolhendo para suas residências, assim como Youth e Tyto se aconchegam no apartamento.

Tyto: Que tédio!

Youth: Também estou começando a ficar entediado.

Tyto: Heh... Ao menos você se manteve bastante ocupado com Venice, não é mesmo? Tá se divertindo?

Youth: O progresso é lento, mas ela tem potencial. Ensinar ela está sendo até interessante.

Tyto: Sei, sei. Meu conselho é que você continue se distraindo para esquecer seus problemas.

Youth: Sim, eu vou tirar o máximo de proveito deste treinamento.

Quando Youth respondeu, Tyto reparou que ele parecia menos amargurado do que antes.

Tyto: Sabe o que eu acho? Eu diria que você está começando a sentir saudade.

Youth: Do que está falando?

Tyto: Seus olhos brilham quando você fala da Venice.

Youth: Meus olhos, assim como os olhos de todo mundo, só brilham porque refletem a luz do ambiente e...

Nesse instante, eles ouviram batidas leves na porta.

Youth: Ah, eu atendo.

O jovem se mobilizou perante as batidas leves da porta e, visando encerrar a conversa com Tyto, foi abrí-la.

Youth: Ah, é você, Darius.

Darius: Reddar deseja uma audiência convosco.

Tyto: Tem que ser agora? Tá nevando muito e...

Darius: Imediatamente.

Minutos depois, os três adentravam o salão da prefeitura, onde Reddar os esperava.

Reddar: Quero apresentar a vocês um conhecido meu, que vai se juntar a nós. Ah, aí está ele.

Kaze apareceu com um largo sorriso no rosto.

Kaze: Olá, cambada! Aqui é Kaze Kusanagi, o sinistrão do pedaço; aquele que não é cebola, mas sabe fazer um cara chorar!

Uma sensação pertubadora invadiu a mente de Youth. Uma lembrança ruim do passado emergiu e se repetiu diante dos olhos do jovem.

Youth: (Você...!)


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Notas finais do capítulo

Enquanto isso, do lado de fora da prefeitura, um indivíduo espreitava, esperando a chance de pôr suas mãos em Youth intentando mais uma vez, integrar seu "amiguinho" Youth às suas esperiências sombrias... Sim, era ele de novo; o Suposto Aprendiz.

Suposto Aprendiz: É isso aí... Agora sim, eu pego ele...
??????: Ahem!
S.A.: Heim? *Vira pra trás e vê uma pessoa de capuz e uma longa foice* Hã?
??????: Você deve ser o Suposto Aprendiz, não é?
S.A: Dona Morte? O que você veio fazer aqui? Você devia pedir pagamento pro meu mestre, não comigo.
??????: Eu não me chamo Morte. Se bem que eu sou familiar com ela, de certa forma...
S.A.: Então quem é você?
Scythe: Sou Scythe, da Ordem da Rosa Branca.
S.A.: Peraí. Você não é daquela fic, Hoses and Lemons?
Scythe: Roses and Demons, seu espertinho. E já que você mencionou seu mestre, ele me pediu pra trazer você de volta pro laboratório.
S.A.: Ué, desde quando você tem algo com meu mestre?
Scythe: Desde que ele me prometeu um suprimento bienal de cereal Tragédia e umas aulas de necrópsia.
S.A.: Ah, mas não é justo! Eu preciso pegar uma coisa aqui pras minhas experiências! É muito importante!
Scythe: Isso você discute com o chefe. Agora, se você não voltar, você vai ter um probleminha...
S.A.: Como se eu tivesse medo de você...
Scythe: Eu sou o menor dos seus problemas. Você sabe disso.
S.A.: Aff... Tá bom, você ganhou. Tô indo.

E assim o pobre Suposto Aprendiz volta contrariado para o seu laboratório, junto com sua amiguinha de outra fic, que já estava com água na boca, na expectativa de ganhar seu amado cereal matinal...

Scythe: (Meu cereal... Nomnom...)



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