Força De Um Amor escrita por MayLiam


Capítulo 64
Não está sendo fácil


Notas iniciais do capítulo

Capítulo de hoje...Bem longo. Espero que gostem ^^
Boa leitura!
p.s.: Notas finais... Leiam :*



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Os dias estavam se passando bem depressa, e faltavam cinco dias pro aniversário de Damon, com o evento e tudo mais, quase não encontrava com ele. Nos falávamos normalmente, Damon sempre foi um tanto frio, era o jeito dele, eu estava focada nas coisas de casa e tudo mais. Durante este tempo Damon estava cuidando de todos os seus horários, os remédios e tudo mais, ele dizia não querer me sobrecarregar, quase dava confusão outra vez, mas no fundo ele tinha razão. Eu estava muito sobrecarregada, perto de sétimo mês de gravidez, ficava cada vez mais complicado toda a agitação em que eu estava metida. Ele estava dispensado das empresas do pai, Stefan estava dando conta da sociedade e Damon agora só focava no hospital e por vezes revisava alguns contratos. Logo eu não vi problemas em ceder com relação á medicação dele.

Ele estava se recuperando de um resfriado bem forte, deixou ele na cama alguns dias, mas ele já aparentava estar melhor e voltou a sua rotina. Num final de tarde, eu estava no quarto de Samuel, lendo, eu adorava me trancar lá. Depois resolvi endireitar umas prateleiras no quarto. Subi em uma escada pequena pra poder alcançar a última e comecei a reorganizar os objetos que estavam nela.

-Você está ficando maluca? – me sobressaltei com a voz de Damon em minhas costas.

-Que susto! – me virei pra encarar ele, que veio pra cima de mim.

-O que pensa que está fazendo? – me perguntou e foi logo estendendo os braços pra minha direção. – Desce! – ele falou autoritário. Eu revirei os olhos e ele me pegou no colo, sua respiração invadiu minha face e eu tremi.

-Eu estava apenas reorganizando umas coisas. – falei enquanto ele me colocava no chão e eu reorganizava meus pensamentos.

-Chame alguém pra fazer isso, ou então me espere voltar. Não pode ficar se pendurando assim. – disse sério. Ele pegou a escada e saiu do quarto sem falar mais nada. Eu fiquei lá mais alguns minutos e quando eu desci até a sala ele estava diante do notebook.

-Você voltou cedo hoje. – falei me sentando diante dele.

-Não tive plantão. Depois do hospital passei na casa de meus pais. Fui visitar minha mãe. – ele respondeu sem me olhar. Ele estava estranho.

-O que quer jantar? – perguntei tentando quebrar o gelo. – Ainda não dei ordens pros empregados.

-Faça o que quiser. De qualquer forma vou jantar fora. – ele falou enquanto digitava algo.

-Jantar fora? – eu perguntei e enfim ele me olhou, com os dedos ainda se mexendo no teclado.

-Stefan e eu temos uma reunião importante. Será um jantar de negócios. – ele disse e voltou a encarar a tela, depois me olhou outra vez. – Depois vamos sair pra espairecer um pouco. – ele falou num tom natural e voltou a prestar atenção no que fazia. – Faz tempo que não saio com ele.

Suspirei pesadamente, odiava ficar sozinha. Damon olhou pra mim e ao notar minha expressão, me fez uma proposta.

-Posso te deixar na casa de seus pais. Ou de uma amiga. Você quase não visita suas amigas. – ele me falou bem calmo.

-Não, eu prefiro ficar e descansar. Estou sentindo um incomodo nas costas. Aquele maldito travesseiro não é tão bom como me disseram. – eu falei bufando e o vi sorrir de lado, em seguida ele me olhou, parando de digitar.

-Sua barriga cresceu bastante. – ele falou com simpatia, eu não pude evitar sorrir.

-Estou começando a me sentir pesada. As cólicas quase não existem mais, porém vez ou outra ainda me tiram o sono.

-Você toma seus remédios direito não é? – ele me olhou firmemente. – Você parou de controlar os meus, não os seus, não esqueça.

-Tomo sim.

-Ótimo! – ficamos em silêncio até que Damon fechou o notebook e me olhou depois de um certo tempo. – Você ainda não me contou sobre a última consulta que fez com a Jenna. Vocês estão bem?

Damon faltou a consulta com Jenna, justamente por ter estado de cama. Eu quase não tive tempo de conversar com ele depois disso. Na verdade esta era uma de nossas mais demoradas conversas em dias.

-Estamos sim. Ela me recomendou novas coisas, estou pra entrar no último trimestre e tem novos cuidados. – falei empolgada quanto ao último trimestre, já não via a hora de ter meu Samuel comigo. Damon sorriu.

-Que bom! – falou simplesmente. Ele estava com a voz muito cansada. – Eu vou subir, tomar um banho, depois eu vou sair. Não me espere acordada. – ele falou e se ergueu do sofá, me deu as costas e foi direto até as escadas, levando com ele seu notebook.

Eu subi em seguida. Fiquei deitada na cama e antes da hora do jantar ouvi a porta do meu quarto abrir. Era Damon. – Está tudo bem? – ele me perguntou da porta, estava vestido com um terno preto, camisa azul marinho por dentro, gravata preta, era tudo um contraste perfeito em sua pele branca e seus olhos azuis, combinando com seus cabelos negros.

-Estou ficando mais preguiçosa. – falei meio manhosa. Queria pedir pra ele ficar, mas eu sabia que seria idiotice.

-Me ligue a qualquer hora. Não importa se sabe que estou indo a uma reunião. Estarei aqui se precisar. – ele me falou e então sorriu, eu o imitei e o vi fechar a porta com cuidado, antes de bater a porta ele a abriu outra vez. – Desça pra comer! – ele falou sério. –Precisa se alimentar bem queri... – ele travou, ia me chamar de querida. – Elena!

-Certo! – falei rindo fraco e ele se foi.

Depois que eu jantei resolvi ir até a biblioteca e ler um pouco. Ficava no escritório do Damon, eu sentei na sua cadeira, tudo tinha a cara dele, o cheio dele. Eu queria muito poder sentir de perto o seu perfume de novo, mas a cada dia ficávamos mais distantes um do outro e eu nem sabia mais o porquê.

Ouvi a campainha e pouco tempo depois, o mordomo veio anunciar uma visita, eu estranhei pelo horário. Cheguei na sala e meu sorriso se abriu.

-Jeremy! – ele me olhou satisfeito.

-Nossa! Não vejo você desde o casamento, você está...

-Gorda?!

-Linda! – ele corrigiu sorrindo. – Muita linda mesmo Elena. Como está linda sua barriga. – eu fui até ele e o abracei.

-Senta! – pedi apontando o sofá.

-Sua mãe me passou seu endereço. – ele falou sorrindo. - Sua casa está maravilhosa. Bem sua cara. – eu sorri. – Vejo o dedo da Caroline em uma ou duas coisas. – sorrimos.

-Como foi de viagem? – eu perguntei.

-Muito boa. Visitei várias instituições. Quando estiver em condições para voltar a organizar eventos, espero que possa me ajudar. Tenho alguns projetos que só confio a você.

-Que honra! – falei sorrindo. – Assim que meu filho nascer, voltaremos a conversar. – ele gargalhou.

-Damon? – ele me perguntou.

-Trabalhando. – falei com simpatia.

Foi uma surpresa bem agradável. Eu não via o Jeremy a um tempo e ele sempre foi um de meus poucos amigos. Aqueles de verdade, que dão sentido a palavra. As horas correram mais rápido.

...

Meu dia estava sendo horrível. Me sentia muito cansado, o trabalho estava ficando cada vez mais cansativo pra mim, mesmo estando só no hospital, sentia as minhas forças diminuírem, eu estava me sentindo menos motivado, meio que frustrado e me entregando de verdade. Estar dentro desta nova situação com Elena não ajudava. Na verdade era o que piorava tudo. Aceitei o convite de Stefan pra sair depois do jantar, porque eu sabia que estava por um fio e precisava me desligar de todos os meus problemas antes que eles resolvessem me desligar de vez. Me sentia sufocado e sem animo, eu estava fazendo o possível para seguir o que Elena me pediu, era um tormento, uma tortura tudo isso. Mas eu tinha que suportar, eu sabia que merecia. Eu estava comendo menos, adoecendo mais, uma loucura, Elena estava focada em outras coisas e como eu passava a metade do tempo ou mais que isso longe dela, ela quase não notava nada, estranhava, mas não chegava a me cobrar.

-E você e Elena? – Stefan me perguntou, estávamos bebendo num bar. Ele bebia, eu tomava um suco qualquer, talvez de cenoura com laranja, não sei direito.

-Não sei. É complicado demais. Estamos bem, não brigamos. Mas estamos cada vez mais distantes e não sei o que mais ela quer de mim. – falei frustrado.

-Que situação irmão.

-Nem me fale. – falei tomando outro gole do meu suco. – E você e a Caroline? – ele deu de ombros.

-Não tem nada o que falar. Ela não me quer e eu estou melhor assim.

-Você mente tão mal quanto monta à cavalo Stefan. – falei gargalhando ele e quase não me enxergou.

-Muito engraçadinho você. – me falou fingindo irritação.

Depois de mais umas conversas descontraídas eu olhei meu relógio e notei o quanto era tarde,quase meia-noite.

-Nossa! Tenho que ir. – falei e Stefan me olhou divertido.

-A mulher pode brigar não é? – ele gargalhou.

-Não enche xarope. Trabalho cedo amanhã. Só isso. – falei recolocando meu paletó, que estava pendurado na cadeira.

-Sei. – ele piscou. – Eu pago a conta. – falou sorrindo.

-Valeu! – dei as costas e voltei logo depois. – Obrigado por hoje, eu precisava. – falei piscando e ele sorriu. – Ah! Ia esquecendo...- Me aproximei mais.- Aquela morena está te secando desde que chegamos. – ele olhou pra trás na hora e eu o belisquei. – Seja mais discreto irmão.

-Doeu! Como você ainda nota isso senhor casado e santo?

-Me casei, mas não morri. – pisquei e ele gargalhou. – Boa sorte!

Deixei Stefan no bar e voltei pra casa, cheguei e notei um carro estranho na frente da casa. Fiquei logo tenso. Pensei que algo poderia ter acontecido com Elena. Desci do carro às pressas, passei pelo outro, eu realmente não sabia de quem era. Abri a porta e quando me viro, encaro Elena sorridente como eu não via a dias, gargalhando ao lado de... Jeremy? Sério? Outra vez?

-Você voltou! – Elena falou ainda sorrindo ao me notar, Jeremy se virou pra mim, levantou e veio falar comigo.

-Como vai Damon? – ele me perguntou me estendendo a mão. Eu ainda olhava para Elena confuso, ela aos poucos perdeu o riso. O que diabos ele estava fazendo na minha casa, com a minha mulher naquela hora? E o que aconteceu com toda aquela história de maturidade da Elena? Uma mulher casada recebendo um amigo em casa, sozinha? E não qualquer amigo, um amigo que ela já agarrou. Só respire Damon! – exigi de mim mentalmente - Me virei pra olhar pra ele e sua mão estendida bem devagar.

-Estou bem, obrigado. – apertei sua mão brevemente, minha voz estava sendo audivelmente controlada. – Eu estou um pouco cansado, então... – forcei um sorriso. - Vou subir e dormir. Boa noite! – falei olhando pra Elena outra vez e logo subi as escadas.

Antes de chegar ao meu quarto senti o ar escapar de meus pulmões, abri o nó da gravata, pra respirar melhor, antes de bater a porta com toda a força que pude. Eu estava fazendo tudo o que ela me pediu, dei o tempo que ela queria, estávamos conversando e não brigávamos, eu estava sofrendo de saudades dela, o que ela queria agora? Testar meu autocontrole? Me torturar? Que droga! Minha vista estava embaçando, eu estava suando, sentia um calor incontrolável, me livrei de meu terno, me livrei da gravata, abri a camisa, me sentei na cama e tentei respirar, estava difícil, parecia que eu tinha desaprendido.

...

Vi Damon subir as escadas sem olhar pra trás. Jeremy virou pra me encarar, eu estava suspirando.

-Creio que já deu minha hora. – ele falou meio sem jeito.

-Desculpa!

- Tudo bem Elena, conheço o Damon. – ele sorriu fraco e me fez sorrir.

-Te acompanho até a porta. – ofereci e ele veio até mim, me deu um beijo no rosto.

-Não precisa. – ela falou e eu assenti e ele se foi, após ouvir o carro dele sair, respirei fundo e fui até meu quarto, tomei um banho demorado, me vesti com uma camisola confortável.

Liguei a TV e tentei relaxar, o olhar de Damon na sala não saia da minha mente. Eu não queria que ele começasse a pensar bobagens, mas Damon era ciumento. Eu sei que pedi confiança a ele, mas tinha que confessar que deve ter sido incômodo me ver ao lado de Jeremy tão tarde. Ainda mais porque não estávamos muito bem. Eu revirei na cama, Samuel parecia sentir tudo, estava tão inquieto quanto eu. Não aguentando mais eu resolvi levantar e ir falar com Damon.

Fui até a porta de seu quarto, relutei um pouco, respirei fundo e dei duas batidas fracas.

-Entra! – ouvi sua voz grave gritar.

Damon estava deitado na cama, com sua calça de moletom preta e regata cinza. Habitual. Ele estava encarando a TV e nem me olhou, eu me aproximei dele devagar, ele ficava mudando de canal sem parar, visivelmente nervoso. Eu me sentei ao seu lado na cama e ele apenas acelerou o movimento, cada vez mais, os canais mudavam numa velocidade anormal.

-Damon... – chamei devagar e ele me olhou quase no mesmo instante.

-O que ele estava fazendo aqui Elena? – me perguntou com fúria nos olhos.

-Minha mãe lhe deu nosso endereço. Ele resolveu fazer uma visita.

-A essa hora? Ele é mesmo sem noção. – ele se levantou da cama me dando as costas e desligando a TV, se dirigiu até perto dela e se livrou do controle remoto.

-Ele veio mais cedo, mas ficamos conversando e bem... Foi divertido.

-Eu percebi! – ele disse seco, sem me olhar. – Eu estou cansado Elena. Você quer alguma coisa?

-Não. – eu suspirei. Era claro que ele não queria conversar. – Não esqueça do que eu disse sobre confiança Damon. - Ele bufou.

-Pode deixar. – falou ranzinza, eu me virei pra levantar, quando inclinei o meu corpo senti uma pontada forte no meu baixo ventre.

-Ai! – eu gritei baixo, mas o suficiente pra Damon se virar e me notar inclinada pra frente com a mão na barriga.

-Que foi? – falou se aproximando de mim.

-Uma pontada... Ai! – senti outra dor, um pouco mais forte, Damon chegou até mim, olhos aflitos, mas aparentemente calmo.

-Calma! – ele pediu me amparando. – Encosta aqui. – levantou meus pés e apoiou minhas costas nas almofadas. Eu estava assustada.

-Damon... – falei manhosa. Estava doendo ainda.

-Fica calma e respira. Eu já volto. – arregalei os olhos.

-Não me deixa sozinha! – eu segurei seu braço com força.

-Só vou até meu closet, pegar minha maleta, calma! – ele se soltou de minha mão e se afastou. Eu estava respirando devagar. – Volto logo!

Eu tentava não me mexer tanto, estava doendo de verdade, Damon logo voltou do closet e sentou ao meu lado, checou meu pulso, escutou meu coração, mediu a minha pressão. Eu observava tudo, ainda me queixando um pouco, ele estava me tocando como a dias não tocava, seu olhar atento, sério, meio preocupado. Senti meu corpo tremer com seus toques, ele pareceu não ligar muito ou disfarçava bem.

-Sua pressão está um pouco baixa. Comeu bem? – me perguntou me olhando sério.

-Sim.

-Deve ter sido alguma coisa que você comeu.

-Damon eu estou sentindo dor. – me queixei nervosa.

-Fique calma, pode acontecer, o bebê pode estar mudando de posição ou se esticando. – ele falou calmo. – É sua primeira gravidez Elena, você é jovem, seu corpo estranha. Isso pode acontecer neste período. Quero que fique aí deitada, não se mexa muito, vou te dar uns analgésicos pra dor. Vai ficar bem. - Ele falou e acariciou minha barriga. Aquilo me fez relaxar, eu senti falta daquilo. –Vou pegar os remédios. - ele se levantou depois de guardar tudo de volta em sua maleta.

Fiquei deitada o observando, ele voltou ao closet, depois foi até a porta do quarto. – Já volto! – falou sorrindo antes de sair. Eu suspirei, sentia sua falta.

-Você senti falta do papai também não é? – falei acariciando a minha barriga, senti Samuel mexer e sorri. – Eu também amor. Mas é bem mais complicado que isso. Papai mentiu pra mamãe. Isso foi muito feio.

Depois de pouco tempo ele voltou ao quarto com uma pequena bandeja na mão.

-Toma aqui! – ele falou me entregando as pílulas, depois o copo com água, eu tomei tudo, ele sorriu e depois lhe devolvi o copo, ele colocou a bandeja na lateral da cama, numa mesa de canto. – Está melhor?

-Não dói tanto, mas ainda incomoda. – ele assentiu, levantou e puxou o lençol me cobrindo.

-Pode ficar aqui, é melhor não se mexer tanto, eu vou dormir no outro quarto.

Ele se afastou de mim, foi até o armário e voltou com alguns lençóis e uma almofada. Eu olhava tudo com cautela, queria pedir pra ele ficar, aquilo não fazia muito sentido, mas eu até estava gostando da atitude dele.

-Se precisar de alguma coisa... – ele disse, me trazendo o controle da TV e depois foi até a porta. – Pode gritar. – ele falou antes de fechar a porta, eu sorri.

Me deitei na cama devagar quando ele se foi, sentindo seu cheiro nas almofadas, na cama inteira, depois de um tempo a dor foi diminuindo. Eu pude descansar.

Acordei na manhã seguinte com pequenos ruídos. Abri os olhos e notei Damon se vestindo do quarto. –Desculpa, não quis te acordar. – ele falou meio sem jeito. – Pode voltar a dormir é muito cedo ainda.

-Já vai sair? – perguntei com voz sonolenta.

-É. Hoje pego bem cedo, saí cedo ontem então... – falou pegando as chaves e o celular. – Está se sentindo bem? Conseguiu dormir?

-Dormi bem, a dor diminuiu e eu apaguei. – ele sorriu fraco.

-Que bom! Liguei para a Caroline, pedi pra ela vir passar o dia com você. – eu arregalei os olhos. – Não contei pra ela, sei que iria surtar, apenas falei que ia passar o dia todo fora e que seria bom ela vir aqui. – nesse momento eu me sentei na cama.

-Passar o dia fora?

-Vou ter que dar um pulo no interior. Volto de madrugada. Ela te fará companhia.

Ele vestiu o terno, terminando de se arrumar, veio pra cima de mim, beijou o topo da minha testa.

-Ela chega as sete, pode voltar mesmo a dormir e não exagere em nada hoje. Tem que ficar de repouso. – ele falou acariciando meus cabelos. – Tenha um bom dia!

Eu fiquei olhando ele se afastar, voltei a me deitar devagar, ele se virou da porta e piscou pra mim. Eu sorri.

...

Damon estava fazendo o máximo que podia para reverter a situação com Elena. Toda aquela distância não fazia sentido algum, era óbvio o quanto eles se amavam e o quanto sentiam falta um do outro, ele via nos olhos dela, na respiração. O único problema era que Elena era orgulhosa e Damon não ficava atrás, cada um temia ceder e se ferir mais. Damon temia um fora e Elena temia outra decepção. No entanto ele a amava mais que tudo e queria ela de volta. Faria tudo pra isso.

...

Passei o dia inteiro com a Caroline, exatamente como Damon sugeriu. Falei sobre o que houve, ela ficou meio chateada comigo, mesmo eu reconhecendo que errei Caroline ainda me repreendia. Tudo mudou quando contei o que houve depois e me arrependi amargamente, ela quase não me deixava se mexer e foi quase impossível convencer ela a dormir em outro quarto. Mas por fim consegui. Fui dormir cedo até, eu precisava descansar.

...

Cheguei em casa, estava tudo muito quieto. Fui direto pro meu quarto, eram três da manhã. Tomei um banho, coloquei um short e uma camiseta branca, fui dar uma olhada em Elena, quase todas as noites eu fazia isso sem que ela notasse. Ela estava dormindo serena, me coloquei na cama ao seu lado bem devagar, ela se moveu um pouco e eu travei, depois que ela parou, toquei sua barriga e senti Samuel mexer, ele sempre fazia isso quando eu estava por perto.

-Ei filhão... Também senti saudade. Cuidou da sua mãe certo? – eu sussurrava pra ele pateticamente. Já o amava demais.

Eu encarei a face de Elena e a toquei devagar retirando uma mecha fora do lugar de cima de sua bochecha rosada. Fiquei ali a admirando. Como sentia sua falta, falta de seu cheiro, da suavidade de sua pele. Me sentia morrer um pouco a cada dia que tinha que passar distante dela. Fui me aproximando devagar de seu rosto, sentia sua respiração serena invadir minha face, seu hálito quente. Quase encostei nossas testas, ela se moveu outra vez, e me deu as costas. Encostei minha cabeça em seu ombro e depois o beijei, Elena se sobressaltou e se virou pra me encarar confusa.

-Damon?!  - Falou sonolenta, eu ignorei tudo e me aproximei dela lhe dando um beijo no rosto, depois no queixo, ela se encolhia com olhos assustados. – O que você está fazendo?

-Estou te beijando. – falei me inclinando em direção a sua boca.

-Não! – ela falou um tanto mais auto me afastando dela. Me aproximei outra vez. – Para com isso Damon! O que deu em você? – me afastei meio irritado.

-Como assim o que deu em mim? Elena, eu amo você e toda essa distância, essa sua imposição está me enlouquecendo. Não dá pra te ver todo dia, ter você por perto toda a noite e não querer te tocar, te amar. Você... – parei e esfreguei meu rosto. – Me diz o que mais você quer de mim que eu faço. Só... Eu preciso de você, não aguento mais isso. Eu te amo! – ela me olhava calma, totalmente na defensiva.

-Quero que me deixe dormir Damon. É tarde, não quero falar disso agora. – ela falou seca fugindo do meu olhar.

-Mas eu quero! – eu quase gritei saindo da cama e ficando de pé diante dela. – Quero que me diga exatamente o que você quer mais de mim, porque só nos vejo a cada dia mais distantes. Eu estou em desvantagem, não sei se fiz algum progresso ou não, você mal me olha.

-Damon, é serio. Não quero falar disso agora, sai do meu quarto. – ela pediu me apontando a porta.

-Nosso quarto Elena, nossa casa, nossas vidas. Você não vê? – lhe dei as costas e tentei suavizar o tom, me acalmar. – Nada disso faz sentido pra mim. Estamos cada vez mais perdidos este casamento é um completo desastre. – eu estava ficando desesperado, me joguei de volta pra cama e ela se retraiu ainda amais. – Me olha nos olhos e me diz que você consegue seguir com tudo isso. Que você está se sentindo melhor, faz isso e eu saio daqui. – lágrimas começaram a escorrer de seu rosto.

-Ainda não estou pronta pra te perdoar Damon. – ela falou fechando os olhos.

-Olha pra mim! – falei segurando o seu rosto com minhas duas mãos.

-Eu consigo seguir com isso. – ela falou firme. Eu larguei seu rosto, com um nó na garganta, cansado demais de tudo aquilo.

-Seria melhor se você tivesse decidido se separar de mim. – eu falei levantando e vi ela se virar pra me olhar. Seu movimento foi brusco. Incrédula. – Estamos vivendo em plena separação. Faria mais sentido se fosse tudo legal. Não me importo com o que pensem. Não casei com você pra viver assim. Mesmo que você não admita, você sofre, eu sofro e nada disso muda, somos teimosos, orgulhosos. Não aguento mais isso. – me virei pra porta. – Você tem toda uma vida pela frente, não se sinta presa a um sentimento que só te machuca. Você tem outras opções. – Elena bufou e sorrio amarga.

-Eu sabia. – ela disse se alterando. – Toda essa crise repentina e desespero tem haver com o Jeremy anti ontem aqui. Você não muda Damon.

-Tem haver com o que eu sinto, com o que eu vejo e com o que eu desejo pra você. Elena pra que prolongar tudo isso? Vamos acabar nos odiando e em breve nem amigos mais seremos. Nosso filho não merece isso. Eu não suporto a situação. Pra mim chega!

-Damon... – seu tom soou estranho, quase ameaçador.

-Não! Depois do evento eu vou voltar pra Paris. É o melhor Elena.

-Você disse que concordava com os meus termos. – Ela gritou pra mim ao ver eu abrir a porta.

-Eu tentei, de verdade- falei ainda de costas e então me virei pra olhar ela. – Mas eu te amo muito e não consigo viver assim. Vou ficar cada vez mais arredio, frio, tudo vai piorar. Me perdoe Elena.

-Damon! – foi só o que eu ouvi antes de bater a porta e voltar pro meu quarto totalmente alterado, meu peito doía, minha cabeça doía, eu estava sufocado e apenas me joguei na cama.

...

Eu estava paralisada. – Meu Deus o que foi isso? – deixei escapar pra mim mesma, me rendendo ao choro.

Uma crise de ciúme? De desespero? Eu mal conseguia processar o que foi essa conversa. Meu corpo gritava e meu coração desejava que tudo tivesse sido um terrível pesadelo. Eu me rendi ao sono ou ao enfado, adormecendo depois de chorar feito uma louca.

...

Quando o sol surgiu enfim, Elena despertou meio dolorida, mesmo recém acordada, ela estava tensa. Ela ficou na cama por mais uns minutos, levantou e foi se aprontar pra descer pro café pouco antes de terminar, Caroline surgiu em seu quarto a apressando.

-Vamos tomar café mamãe querida! – ela disse com uma disposição de dar inveja e Elena sorriu e a seguiu até a sala de jantar.

Chegando lá elas deram de cara com Damon, lendo o jornal, já vestido pra sair.

-Bom dia senhor Salvatore! – falou Caroline, num tom bem animado.

-Bom dia! – Damon respondeu secamente sem olhar pra moça, com o jornal a frente do rosto.

Caroline olhou pra Elena, bem frustrada, Elena deu de ombros e se sentou, seguida pela amiga. O silêncio era bastante incômodo, principalmente para Caroline que via as expressões de Damon e Elena, totalmente entristecidas. Ela se sacudiu na cadeira e falou pra Damon:

-A senhora Gilbert e eu estávamos tentando convencer a Elena a fazer um chá de bebê. – ela falou olhando pra Damon, ele estava tomando um chá.

-Não acho que seja necessário Carol. Samuel está quase nascendo e Elena já tem de tudo. – ele falou sem olhar pra moça e Elena encarou a amiga vitoriosa, foi exatamente o que ela havia argumentado.

-Sabemos disso, mas seria apenas uma tarde de diversões, entre amigas. Elena quase nunca sai. – ela choramingava.

-Boa sorte então. Se você que é tão convincente não conseguiu a fazer aceitar, certamente eu não vou tentar nada. – falou num tom amargo e Elena o encarou séria. Caroline bufou, ela abriu espaço pra uma discussão? A moça pensava frustrada.

Elena não falou nada, nem Caroline o silêncio voltou e só foi rompido por um acesso de tosse de Damon, uma crise bem forte que o fez suar, ele tomava água, suco, nada parecia dar jeito.

-Damon...? –Elena chamou aflita. Uma tosse mais forte e Damon gemeu.

-Se me derem licença... – ele pediu ofegante e saiu da sala. Caroline tinha os olhos arregalados, ele estava muito pálido. Elena não pensou duas vezes antes de correr atrás dele, pediu licença a amiga que a apressou.

-Droga, droga, droga! – Elena ouviu Damon gritar do banheiro e entrou. – Sai daqui Elena! – ele ordenou encarando o espelho, outras crise de tosse o atingiu, Damon se inclinava na pia. - Mais que droga! – ele bateu as mãos na pia frustrado, ofegando, quase em ar.

-Não fique nervoso, você sabe que só vai piorar. – ela falou num tom calmo e começou a esfregar as costas dele. Damon ergueu a cabeça e tentou respirar.  – Isso! Respira!

Elena ouvia o quanto estava sendo difícil fazer isto, ele forçava os pulmões, mas o ar parecia não entrar. Ela ouviu Damon gemer antes de iniciar outra sequência de tossidas, cada vez mais prolongas, ele se movia inquietamente, até que sangue respingou de sua garganta, ele arregalou os olhos e Elena quase entrou em desespero, voltando a lhe suplicar que se acalmasse.

-Damon, por favor...

-Abre a primeira gaveta pra mim. – ele pediu apressado no meio das tosses. – Elena assentiu. – Tem umas seringas e ampolas de morfina em uma caixa vermelha, pegue pra mim. – Elena o encarou ao ouvir a palavra morfina.

-Desde quando você toma morfina? - perguntou assustada.

-Só me dê Elena, isso dói muito.

-Eu ligo pra Alaric e te levo pro hospital, se está tendo uma crise,só a morfina não vai ajudar.

-Elena... por favor... a... mor... – ele foi interrompido por um gemido forte seguido de mais tosse. – Elena... – pediu quase sem voz. Elena se apresou e deu a ele o que ele pediu.

Damon pegou com as mãos um tanto trêmulas, mas logo ficaram firmes e com muita prática ele aplicou a morfina direto em sua veia, sem muita complicação. Ele estava sentado no vaso e respirava muito mal ainda, aos poucos foi melhorando. Elena estava totalmente assustada.

-Não me olhe assim, por favor. - Damon pediu rancoroso. – Me sinto pior. – Elena prendia o choro, ela odiava o ver assim.

-Quando ia me falar da morfina?

-Eu tinha ela em casa por precaução, foi a primeira vez que usei. – ele falou de olhos fechados ainda tentando respirar direito, ele tossia, mas de forma mais tolerável.

-Não foi o que me pareceu, você demonstrou bastante prática.

-Elena, eu sou médico. Faço isso todos os dias nos outros, posso fazer em mim. – Elena cedeu aos nervos e sentou-se na borda da banheira. Damon a olhou cauteloso.

-Você está bem? – ela bufou.

-Sério? Acaso fui eu que acabei de cuspir um pedaço do pulmão?

-Elena...

-E ainda me recuso a ir ao hospital? – ela falou começando a chorar.

-Ei! – Damon se levantou devagar chegando mais perto, até sentar-se ao seu lado. – Fica calma. Isso acontece, é uma reação a medicação, está cada vez mais forte, a tosse pode ser reação a alguma toxina. Já está passando, a morfina é só pra aliviar a dor no peito Elena. – ele falava segurando o rosto dela com as mãos suadas e frias. Elena as segurou com força, tremendo.

-Odeio quando isso acontece, odeio te ver assim.

-Eu odeio ver você assim. Fique calma. Samuel vai se agitar. Eu estou bem. – ele a puxou para um abraço, esfregando suas costas. Elena se agarrou a ele afundando a cabeça em seu peito e depois, puxando o seu braço para que ele a prendesse com mais força. – Eu estou aqui. Fique calma! – Damon pediu e beijou o topo da cabeça dela, sentindo o perfume de seus cabelos.

-Você não vai a lugar algum hoje! – ela disse meio chorosa o encarando firme.

-Tenho que ...

-Nada! Não tem que nada. Vai ficar aqui e deixar que eu cuide de você. Você vai comer direito e vai descansar.

-Se você me prometer o mesmo eu faço, Caroline nos supervisiona. – Damon falou sorrindo e ela assentiu, ainda nervosa, ele voltou a abraçar ela com força. – Uoww! – Damon falou ao sentir um chute forte do filho. – Fica calmo aí rapaz!

-Ele também quer te dar uma bronca. Sabe que tem um pai teimoso. – Elena falou no peito dele e Damon sorriu.

-Olha só quem fala! Vamos subir. – ele falou soltando mais algumas tosses. – Você vai pro seu quarto e eu pro meu. – Elena assentiu, Damon a guiou até fora do banheiro e ao passarem de novo na sala de jantar, ele pediu pra Caroline a acompanhar até o quarto e foi ligar para Alaric, avisando que não poderia ir ao trabalho.

...

Quando a noite chegou eu estava deitado no meu quarto, vendo TV, Caroline ficou aqui com Elena e eu ouvia várias gargalhadas vindas do quarto dela. Almoçamos todos juntos, mas eu não quis descer pro jantar, então fingi estar dormindo quando elas vieram me chamar e não quiseram “me acordar”, eu precisava de um tempo pra pensar um pouco. Fiquei bastante frustrado com o novo fora que eu levei da Elena de madrugada. Embora eu soubesse que mereço todo esse jogo duro dela, doeu bastante.

Eu estava concentrado na TV quando ouvi baterem na porta de meu quarto.

-Damon?! – era a voz de Elena.

-Entra!

Ela abriu a porta e veio até mim com uma bandeja nas mãos. Havia algumas torradas com geleia, leite e queijo. Também um pouco de chá.

-Você não jantou. – ela falou sorrindo e colocando a bandeja ao meu lado na cama.

-Não precisava se incomodar. – falei me ajeitando na cama pra sentar.

-Incômodo algum. – ela disse sentando na ponta da cama. Vestia uma camisola de seda salmão, bem delicada, o roby por cima.

Ela ficou me olhando em silêncio por um tempo, enquanto eu tomava um pouco do leite e mordiscava as torradas. Seu olhar era cauteloso. Fiquei curioso.

-O que foi? – perguntei confuso e ela sorriu.

-Apenas esperando você me provar que desta vez eu não te envenenei. – falou sem jeito.

-Você que fez tudo?

-É. – falou escondendo o olhar. Meio tímida. Acho isso lindo.

-Você teve uma evolução bem considerável. – falei num tom debochado e ela se inclinou e bateu em meu ombro.

O silêncio voltou a reinar, eu estava focado no meu lanche.

-Caroline já foi? – perguntei depois de terminar de comer.

-A pouco. - Ela respondeu pegando a bandeja de volta. Levantou e foi indo na direção da porta. – Boa noite Damon! - falou depois que abriu a porta.

-Elena! – chamei e ela virou pra me encarar. –Desculpe por hoje cedo. – eu suspirei. –É bem complicado tudo isso pra mim. Eu acho que ...

-Você acha que...? – ela perguntou me olhando e dando de ombros.

- Eu senti ciúme de você e... Bem, foi estupidez. – ela suspirou. – Entrar no seu quarto, forçar uma... sei lá o que eu estava fazendo... Eu vi você com ele e bem... Ele tem a sua idade, vocês são bons amigos - de onde saem as melhores histórias de amor - e ele é bem saudável e ... Eu não sei o que eu estou falando. – sorri sem jeito e esfreguei o cabelo. – Só.... Me desculpa! – ela ouviu a tudo, assentiu com um aceno de cabeça, olhou pro chão, concertou uma mecha do cabelo, a colocando pra trás da orelha.

-Você vai aprender a confiar em mim Damon. No meu bom senso, na minha maturidade. Talvez quando você mesmo amadurecer. – ela falou num tom seco e aquilo foi um belo tapa. Sorri sem graça.

-Uow! – foi só o que eu disse.

-Até amanhã! – ela falou e se foi.

-Até! –falei pra porta.

...

Os dias estavam correndo e finalmente era a véspera do evento-aniversário de Damon, eu começava a achar que ele realmente detesta a data. A cada dia estava mais mal humorado, frio e quieto. Havia um jantar na casa de meus pais, mas Damon não pôde ir, teve que viajar com o irmão, foi uma reunião que minha mãe fez para umas poucas amigas, nem meu pai estava em casa, Maria veio, a mãe de Rebekah, que eu já não via a um tempo, Ester era bem reclusa, quase não saia em público. A mãe de Jeremy, Parecia que era a noite das casadas, eu era a mais jovem entre todas. Já era bem tarde quando eu resolvi ir para a casa, minha mãe achou que eu iria dormir por lá, quase me matou por eu ter ido dirigindo e sozinha, tudo ficou pior quando notei que meu carro havia dado defeito e eu nem pude voltar com o motorista dela, pois a mãe de Jeremy foi com ele, porque o filho aparentemente a esqueceu.

-Elena, é melhor ficar aqui. – minha mãe pediu outra vez.

-Quero ir pra casa mãe. Damon já deve ter voltado, meu celular descarregou, eu falei que estaria em casa quando ele chegasse, eu ligo pra ele vir me pegar, se estiver muito cansado ele manda o motorista.

-Você é muito teimosa. – falou Carol cruzando os braços, bicuda.

Nesse instante ouvimos um carro chegar. –Deve ser o motorista. – falou minha mãe, mas quem passou pela porta foi Jeremy.

-Boa noite senhoras. – ele disse risonho. – Minha mãe está?

-Ela cansou de te esperar. – falou Caroline num tom bastante seco.

-Ela já foi?

-Sim querido. – respondeu minha mãe. – Meu chofer a levou.

Ele deu de ombros. – Bem, então eu já vou. Boa noite!

-Espera Jer. – Caroline me olhou assim que eu gritei por ele, seu olhar dizia: nem pense nisso. Eu ignorei.

-Elena... – ele esperou. Me aproximei dele.

-Pode me dar uma carona? Meu carro pifou e sem o motorista da minha mãe... Já era pra eu estar em casa então...

-Claro Elena! – ele sorriu.

-Ótimo! – falei e fui em direção a minha mãe.

-Cuidado querida. Jeremy, dirija com cuidado. – ela falou pra ele e depois me encarou. – Me ligue assim que chegar. – eu assenti.

Fui abraçar a Caroline. – Você sabe no que isso vai dar, certo? – ela sussurrou pra mim e eu ignorei assim como o olhar dela.

- Boa noite Carol! Tchau mãe!

Saímos, eu estava louca pra chegar em casa. Foi um dia cansativo e amanhã seria ainda mais. Eu sabia o que Caroline temia, mas a verdade era que se Damon tinha que mudar e me provar que estava superando todos os nossos conflitos, nada melhor do que o submeter a situações que o deixem provar isto. Jeremy sempre seria a melhor delas.

...

Elena chegou em casa e Jeremy a acompanhou até a porta, ela mal encostou na maçaneta e Damon a escancarou pelo lado de dentro.

-Céus! – ele falou pulando em cima dela e a abraçando fortemente. Elena estava sem reação alguma, ele tremia e estava ofegante. –Nunca mais faça isso. – ele disse ao pé do ouvido dela. Se afastou de Elena a deixando respirar e encarou Jeremy. – Como vai? – perguntou secamente.

-Bem Damon. Você já está entregue. – falou olhando pra amiga que sorriu pra ele meiga. – Então eu já vou. Boa noite!.

-Boa noite! – Damon e Elena responderam em couro. Quando o carro se foi, eles entraram na casa. Damon fechou a porta e foi logo na direção de Elena que foi sentar no sofá.

-O que aconteceu? – ele perguntou abrindo os braços. – Falou que estaria em casa quando eu voltasse. Seu celular estava desligado, o chofer e o carro na mansão, o seu carro sumiu. E você sabe que eu não quero que você dirija assim, é perigoso. – Elena ouviu a tudo calada, apenas tentando relaxar nas almofadas do sofá. – Você está me ouvindo Elena? O que aconteceu? Cadê seu carro? Porque você veio com o Jeremy? Achei que fosse uma coisa só pra mulher. – Elena suspirou entediada.

-Meu carro pifou. Minha mãe havia mandado o chofer dela levar a mãe do Jeremy em casa, pois ele havia esquecido de pegar ela lá.  – Elena começou a explicar. - Sim, era só pra mulheres, o Jeremy só passou pra deixar e pegar a mãe. Como não tinha mais ninguém pra me trazer e eu já estava atrasada e cansada, pedi que ele me trouxesse. – Damon levou as mãos ao rosto, mexeu no cabelo, respirou bem fundo e com os olhos fechados perguntou:

-E se o carro pifa no caminho de volta pra cá? Você grávida, sozinha, sem telefone. – ele abriu os olhos. – Elena você não pensa? –ela o olhou irritada.

-Claro que penso!- ele bufou.

-Pois não parece. Dez pra meia-noite Elena, era pra você estar aqui de dez e meia, foi quando eu cheguei. Custava ligar e me avisar? Eu ia te pegar.

-Eu me atrasei e estava de carro, ia voltar sozinha, assim como eu fui. Apenas esqueci de levar o carro pra revisão. Mas não aconteceu nada. Eu ia ligar pra você ir me buscar, mas Jeremy chegou bem na hora. – ela falava sentada no sofá, num tom alto,mas sem se exaltar demais. - Amanhã é um dia longo. Seu evento, aniversário. – ele bufou dando as costas pra ela, como se nada daquilo fizesse mais sentido, ele estava indignado. O que diabos ela estava fazendo? Queria enlouquecer ele? – Eu vou subir e descansar. – Elena levantou do sofá e foi em direção as escadas.

-Depois de amanhã eu fazer uma viagem. Vou ficar fora por três semanas. – Damon falou num tom mais natural possível e Elena travou se virando pra direção dele.

-Como?

-O que você ouviu. – Damon disse se virando pra também encará-la. – Os antigos donos da rede de hotéis que eu comprei querem que Stefan e eu estejamos presentes numa série de reuniões com os funcionários. Para nos apresentarem como novos donos e tudo mais. – Elena voltou até perto de onde ele estava, a medida que Damon explicava. – Então, Stefan, Manuela e eu, vamos viajar por quase um mês.

-Porque não me falou antes?

-Porque eu já havia dito que não iria, mas hoje eu acabei mudando de ideia. Stefan ainda precisa de mim. Percebi isto hoje, vendo ele se perder em algumas coisas. Manuela é uma assistente competente, me ajuda muito, mas eu a ajudo mais ainda, então...

-É isso, ou você está apenas arrumando um jeito de fugir de mim? – Damon bufou.

-Não preciso fugir de você Elena. Estamos separados o suficiente. Apenas me faço necessário. – ela bufou.

-Sei. E quando você vai?

-Depois de amanhã. Pela tarde. Stefan já comprou as passagens. Amanhã eu converso com seus pais. – Elena o olhou confusa.

-Conversa o que?

-Bem, vou ficar fora por quase um mês, quero que você fique com eles até eu voltar. – Elena arregalou os olhos.

-De jeito nenhum. Caroline pode vir ficar comigo.

-A questão é que você e Caroline são duas mulheres, e você está grávida. Me sinto mais tranquilo com você lá.

-É muito tempo Damon.

-Exatamente! É melhor que fique com eles.

-Não vou a lugar algum. – ela falou cruzando os braços.

-Você vai sim.

-Não, eu não vou. –Damon quase gritou.

-Elena, por favor não... – ele respirou fundo. – Não começa...

-Porque você decidiu isso assim? Tão em cima da hora?

-Eu já expliquei. É preciso. Você estará bem com eles.

-Só que eu não quero. Gosto da minha casa, do quarto do meu filho, das minhas coisas. Não vou ficar em outro lugar.

-Só que esse outro lugar é a casa onde você viveu sua vida inteira.

-Mas agora essa é minha nova vida e minha nova casa.

-Não estou discutindo isso. Já decidi.

Damon falou e foi em direção as escadas. Deixando Elena incrédula na sala.

-Nem pense nisso Damon. – ela falou indo atrás dele, quase correndo, o alcançou no meio das escadas e o puxou pelo braço com força.

-Elena... – Damon bufou.

-Não vou a lugar algum. Não pode decidir as coisas por mim assim, você não manda em mim.

-Acontece que você é minha mulher, fora toda essa sua palhaçada e eu estou pensando no melhor pra você e pro nosso filho. – ele apontou pra barriga dela e se soltou da mão dela. - Não quero você e Caroline aqui sozinhas. Fora de questão. Posso não mandar no que você quer, mas enquanto for minha esposa e estiver esperando um filho meu, vai fazer o que for mais sensato.

Elena o encarava com fúria, ela respirou fundo e não falou mais nada.

-Agora, como você mesma disse, amanhã é um dia bem cheio. Sugiro que vá pro seu quarto, descanse e amanhã conversamos melhor, se quiser. Eu estou bem cansado da viagem. Boa noite! – e ele subiu as escadas, deixando Elena paralisada de ódio. Não que ele tivesse feito algo verdadeiramente errado com ela, apenas ela odiava quando ele a tratava como uma criança.

Elena subiu pro seu quarto logo depois, tentando ficar bem calma, já era tarde pra discutir sobre qualquer coisa. Ela só queria dormir, amanhã ela conversaria com ele, com mais calma.


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Notas finais do capítulo

-Festa do Damon;
-Ciúmes do Damon;
-Ciúmes da Elena ^^ kkkk;
Uma conversa bem engraçada no final,situação bem cômica kkkkk
Beijos! ^^