The Secret escrita por Ronnie


Capítulo 8
Capítulo 8




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-Quem é aquele? – perguntei para Petrick, vendo o garoto ou homem andando para o outro lado do salão, se sentando em uma mesa, apoiar seus cotovelos nas pernas e tomar um longo gole de vinho branco.

 -Quem? – disse ele olhando para os lados.

 Apontei discretamente com meu dedo indicador. Ele pareceu não me ver fazendo qualquer movimento. Para falar a verdade ele nem havia me visto.

 -Ah... – ele não pareceu muito animado ao vê-lo. – Aquele é Matthew Stubs. – Petrick revirava os olhos quando falava deste certo garoto homem.

 -Tem algo contra ele? – disse enquanto íamos caminhando em direção a lagosta gigante.

 -Particularmente sim. – silêncio. Após ele perceber que eu queria que ele desse mais informações respirou fundo e pôs-se a falar. – Ele é encrenqueiro, estranho e não fala com muita gente da cidade. Achamos que usa drogas e está sempre muito calado. Esquisito esse garoto! – esperei que ele falasse mais alguma coisa. Ele engoliu a seco e continuou. – Já estudei com ele no 8° ano. Arranjou confusão com a metade da escola e a outra metade tinha medo de falar com ele. Uma vez, estava na sala do diretor, fui entregar alguns papeis... – ele parecia ser o queridinho da turma – pensei – E ele estava lá... Disseram-me que ele quebrou algumas janelas do último andar, mas enfim! Eu o encarei por alguns segundos, queria olhá-lo nos olhos e demonstrar que não tinha medo dele, mas ele encarou de forma errada e avançou em mim. Fomos suspensos da escola. – ele fez uma pausa, após chegarmos na grande mesa. – Dois dias depois eu voltei e ele não. Disseram-me que tinha saído da cidade e acho que agora está de volta.

 Eu estava certa em achar que ele tinha algo de estranho, inquietante em seu olhar. Misterioso e potencialmente problemático.

 -Mas, por que a pergunta? – falou ele, pegando um pedaço de lagosta e saboreando-o.

 -Nada... – disse pegando uma taça de vinho branco.

 Nunca havia ingerido bebida alcoólica, mas eu estava sobre grande pressão, então não achei que faria mal.

 O gosto era amargo quando senti descer pela minha garganta, mas depois consegui sentir algo de bom naquela bebida, o que me fez beber mais um gole.

 Eu estava louca para sair daquela festa, o que me fez beber mais e mais. Não queria ser rude com Petrick, então estava tentando parecer feliz em estar ali. Estava super preocupada com o julgamento, o que será que fariam comigo? Eu não havia feito nada! Mas, também, não havia provas e eu ser um pouco temperamental não ajuda em nada, mas tinha que parecer despreocupada para não acharem que eu tinha algo com isso.

 Já estava no meio da festa e eu já não estava em sã consciência. Já que não estava acostumada a beber álcool, fez com que minha mente reagisse de forma estranha. Deixando-me mais alegre, acordada, perdendo o senso da objetividade, o equilíbrio e tudo mais. Mas, eu não estava preocupada com isso, queria mesmo era ficar completamente embriagada e não ter de ir a aquele julgamento estúpido.

 -Melany, está tudo bem com você? – perguntou Petrick, provavelmente vendo o jeito com que eu dançava.

 -Estou ótima! – gritei, mas a música estava baixa e lenta. Ao contrário de mim que gritava e dançada loucamente.

 -Vou levá-la para casa. – disse ele pegando em meu braço com certa força. Eu não queria ir para lugar algum! Queria ficar ali!

 -Me larga! – dizia com a voz falha e desengonçada. – Não quero ir embora!

 -Venha comigo Melany. – disse ele agarrando meu braço ainda mais forte.

 -Está me machucando! – gritei olhando-o friamente, mesmo completamente bêbada eu sabia que ele não era assim. Talvez estivesse sendo tão duro comigo, por que não queria que seus amiguinhos ridículos vissem a nova amiga que ele apresentou com tanto gosto há horas atrás.

 Podia ver todas as pessoas da festa olhando para mim com as sobrancelhas franzidas e cochichando entre si. Alguns rindo, outros com medo, outros apenas observando e os piores, os fofoqueiros de plantão. Quando me irritei.

 -O que foi?! – gritei olhando para todo o salão. – Deveriam estar mais ocupados com seus carrões estacionados aí fora! – gritei, tentando me soltar de Petrick. – Vocês são um bando de riquinhos que não tem nada melhor para fazer em casa, então fazem uma festa estúpida como esta em que só conversam sobre coisas fúteis! – era a verdade, claro que eu não deveria ter dito, mas e daí? Estava bêbada mesmo!

 -Melany! Vamos embora! – gritou Petrick com o dedo em meu rosto.

 -Não grite com ela! – olhei para esquerda e vi Matthew, mas não tinha muita certeza se era ele, minha visão estava turva.

 -Não se meta nisto! – estava sentindo que iria dar uma grande e enorme merda.

 -Você não vê que a está machucando?! – falou Matthew.  

 Petrick ficou em silêncio.

 -Está sim! – gritei, mesmo a pergunta não sendo para mim.

 -Então, vá com ele Melany! – falou Petrick, largando-me.

 Fiquei entre a cruz e a espada. De um lado um menino que aparentemente não era nada do que dizia ser e ainda me machucou e do outro um homem garoto que eu nem sabia quem era, só sabia que era misterioso e estranho.

 Achei melhor ir com Matthew do que ficar com Petrick que parecia querer me bater.

 Aproximei-me do homem garoto e ele sorriu a me ver perto de si.

 -Tomara que ele te estupre! – gritou Petrick, irado.

 -Tomara que você morra! – eu queria dizer isso faz um tempo...

 -Como é que é?! – gritou ele se aproximando de mim com as mãos abertas, pronto para me dar um tapa.

 Quando sua mão estava quase encostando em meu rosto, fechei os olhos e já esperava a pancada, mas não a senti. Abri os olhos com cuidado e Matthew estava segurando firmemente a mão de Petrick.

 Sua expressão era de total e completo espanto. Dava para ver que Petrick fazia muita força para tirar seu punho da mão de Matthew , mas não conseguia. Olhei para o rosto daquele que me havia “salvado” e sua expressão era serena, como se não estivesse fazendo esforço nenhum.

 -Não... – meu defensor entortava o braço de Petrick, enquanto ele gemia de dor, mesmo assim com a expressão séria e árdua. – Toque... – ele fez certo esforço, mínimo. – Nela! – disse ele por fim, quase quebrando o braço de Petrick.

 Petrick olhou-o com ódio e fitou-me por um instante, depois saiu andando, frustrado e morrendo de ódio, com passos rápidos e pesados.

 -Venha comigo. – disse ele, sério. O acompanhei. Eu não iria ficar ali. Petrick poderia voltar e não sei me defender, ainda mais bêbada.

   

    

    

  


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Notas finais do capítulo

E aí? Ansiosos para saber o que acontecerá com Melany?